Adam

Viro o quarto copinho de tequila e Taylor tosse ao meu lado depois do seu sexto, ouço a música alta da boate e não quero virar meu rosto para ver Charlie e Becca se pegando no canto da pista de dança.

-Se anima.- Ryan fala ao lado de Evie.- Por que não aparece animado?

-Vocês são péssimos amigos.- Evie bebe um pouco da cerveja.

-Eu concordo.- sorrio.- Péssimos amigos.

-Cara, a gente não pode descobrir tudo que você quer pela força da mente.- Taylor toca a cabeça.- Aqui tem bebidas, mulheres e todo tipo de curtição. Aproveita a noite, Ryan paga.

-Eu pago?- Ryan franze as sobrancelhas.

-É aniversário dele.- Taylor balança a cabeça.- Você paga.

-Eu quero esse tipo de tratamento também.- Evie balança a mão.

-Pra você é melhor.- Ryan sorri beijando a bochecha dela e Evie cora.

-Ok, foquem no menino triste aqui.- Taylor me sacode e reviro os olhos.- Vamos arranjar uma garota para você.

-Não, Taylor...

-Ah, aquela.- ele aponta para uma ruiva.- Parece ser do seu tipo.

-Do meu tipo?- rio.- Qual é meu tipo?

-Doida o bastante para transar com você.- ele me empurra.

Bufo com raiva e me viro para ele, Taylor sorri mostrando os polegares para cima e logo estou caminhando na direção da ruiva, não sei por que estou caindo na conversa de Taylor.

O cara é a pior pessoa para falar de mulheres, ele literalmente está se afundando vendo Gina ter um relacionamento com um idiota chamado Joshua e não está nem aí para falar alguma coisa.

Sim, não deveria ouvir nada vindo dele.

Paro antes de me aproximar mais da ruiva e me pergunto se é uma boa ideia, eu sei falar com garotas e tudo mais, mas depois do que aconteceu hoje de manhã não estava no clima.

Lisa era coisa do passado, coisa que deveria ficar bem enterrada no passado. Lembrar dela me fazia ficar confuso e com raiva, não sei se poderia controlar o que viria de mim se encontrasse ela de novo.

-Nirvana?- aponto para a blusa da ruiva.

-Melhor banda.- ela sorri.

-Não sei, talvez a segunda melhor banda depois de AC/DC.- mexo os ombros.

-Não é a melhor, mas é um bom gosto para música.- ela me olha dos pés até a cabeça.- Riley.

-Adam.- sorrio quando ela se aproxima.

-Adam. Da banda?- franze as sobrancelhas.- Vocês tocam aqui no sábado, não?

-Isso.- assinto.

-Vocês precisam de alguém melhor escolhendo o repertório.- ela morde o lábio pintado de vermelho.

-Talvez você me atualize de algumas músicas.- observo os olhos dela.

-Claro.- ela inclina a cabeça para o lado.- Só por que vocês tem um péssimo gosto.

-Só por isso.- concordo.

Ela segura minha mão e começa a me puxar para um dos banheiros, olho para o lado e Taylor está sorrindo como um pai orgulhoso. Ignoro a imagem dele assim e volto a olhar para a ruiva.

Desço os olhos até a bunda da ruiva e levanto as sobrancelhas, é uma bela bunda. Belo presente de aniversário, melhor que cair de cara na bebida, pelo menos amanhã vou acordar com um pouco menos de mau humor.

🎸

Lisa

Entro na boate e coloco meus cabelos para trás, tive que vir de calça jeans e com uma blusa de mangas longas preta por que não tinha roupas. As meninas acharam legal mandar tudo para lavar.

Cruzo os braços e os apoio no balcão para pedir alguma bebida, se o cara pedir minha identidade eu vou estar um pouco ferrada, mas eles quase nunca pedem isso.

-O que vai querer?- o barmen chega.

-Um copo metade vodka e metade suco de laranja.- explico aliviada.

-Eu pago, Frank.- um cara chega ao meu lado.

Olho para o lado e o observo, ele está de calças jeans pretas e um suéter bem colado ao corpo musculoso. Os olhos azuis claros estão interessados e a barba me faz pensar que ele é mais velho para estar em um bar universitário.

-Taylor.- ele estende a mão entre nós.

-Lisa.- sorrio apertando.- Vai pagar minha bebida e espera que eu agradeça?

-Na verdade, espero ter uma conversa bem agradável.- ele senta ao meu lado.

-Nossa, é o primeiro cara que diz isso.- semicerro os olhos.- Você está bem?

-Eu sou um bom ouvinte e você parece estar precisando.- ele me observa.

-Eu pareço estar precisando?- pergunto.

Minha bebida chega e Taylor pega a cerveja que ele também trouxe, pego o copo e dou um gole longo. Olho para Taylor e ele está sorrindo para que eu veja que sua teoria está certa.

-Eu estou.- admito.- Mas você não parece querer ouvir meu problema.

-Como eu falei, eu sou um bom ouvinte, gata.- ele sorri, um sorriso atraente.

-Lisa!- ouço uma voz conhecida.

-Becca.- sorrio quando ela me abraça.

-O que você está fazendo com ela, Taylor?- Becca o empurra e sorrio quando senta no lugar dele.- Tudo bem?

-Sim, só precisava de uma bebida.- mostro o copo.- E você? O que faz aqui?

-Uma festa do amigo do meu namorado.- ela explica sorrindo.- Queria apresentar você...- ela procura.- Charlie!

-Oi.- ele chega ao lado dela e olha para mim.

-Essa é a Lisa.- ela aponta para mim.- Lisa, esse é o Charlie.

-Oi.- sorrio e ele parece estar em choque.- Tudo bem com ele?

-Sim, ele fica meio idiota quando tá bêbado.- Becca o observa.

-Gente, oi, com licença.- Taylor para ao meu lado e sorrio quando ele passa o braço pelos meus ombros.- Ela é minha amiga, ok?

-Sou?- franzo as sobrancelhas.

-Sim, você e eu estávamos conversando.- ele me sacode.- Sai pra lá, casal idiota, sai, sai.

Ele mexe os braços como se estivesse espantando pássaros e rio quando Becca revira os olhos indo embora. Ela me dá um tchauzinho e Charlie parece ficar me olhando estranho até eles desaparecerem.

-E aí? Onde estávamos?- ele sorri para mim.

-Eu ia te contar meus problemas.- falo rindo.

-Ah, isso.- ele assente.- Sou uma caixa de segredos, fica tranquila.

-Entendo.- sorrio.- Talvez, eu deva te contar o pior, então.

-Estou curioso.- ele se aproxima de mim.

Me aproximo dele também e sorrio quando Taylor afasta uma mecha da cabelo do meu rosto, meu nariz toca o dele e meus lábios tocam os seus de modo provocativo.

-É um segredo e tanto.- sussurra.

-Quer descobrir mais?- levanto uma sobrancelha.

-Meu carro tá lá fora.- seus olhos brilham.

-Ótimo.- mordo o lábio me afastando.

Ele segura minha mão e começa a me puxar, me aproximo dele para passar por todas as pessoas e logo chegamos na parte de fora. Caminhamos até o carro dele e apenas penso em aproveitar a noite.