Gina

Balanço minhas pernas em cima da maca e mordo meu dedão de forma nervosa, eu e minha mãe viemos para o hospital e ela descreveu tudo que eu estava sentindo. Então, era só esperar o teste de sangue e o que eu fiz no palitinho.

Passo a mão pela testa e fecho os olhos com força, não consigo acreditar que isso esteja acontecendo. Falta uns quatro meses para minha vida na faculdade acabar e eu ser uma DJ famosa depende de ter tempo para estar em rádios e festas.

Como eu vou ter tempo de ir para festar e trabalhar de DJ se eu estiver grávida ou com um bebê? Tudo bem que eu tenho meus pais, mas o que vai acontecer se eu realmente estiver grávida?

Começo a pensar no choro de bebê, começo a pensar que vou ter que que comprar um berço e várias roupinhas e fraldas e leite e toda aquela merda que bebês costumam usar e gastar.

-Mãe.- sussurro desesperada.

-Calma, amor.- ela percebe e vem na minha direção.- Vamos esperar os resultados antes de criar pânico desnecessário.

-Mas e se eu estiver?- franzo as sobrancelhas.- Estamos falando da vida de outra pessoa. Eu vou ser responsável por outra pessoa.

-Gina.- ela segura meu rosto.- O que eu acabei de falar?

-Vamos esperar os resultados.- espiro fundo.- Para não criar pânico desnecessário.

-Isso, meu bem.- ela beija minha testa.

-Meu Deus.- curvo meu corpo enquanto pressiono as mãos na testa.- Eu vou ser a garota da faculdade que está grávida.

-Pelo menos não foi a garota do colegial que ficou grávida.- ela tenta fazer graça e a encaro.- Seu senso de humor é horrível. Você riu daquela piada merda do Taylor.

-Eu me sinto confortável.- explico.

-Fico surpresa por ter demorado tanto para perceber que o cara era apaixonado por você.- ela explica.

-Eu não demorei.- me defendo.- Eu sabia, mas ele era um galinha.

-E agora não é mais?- franze as sobrancelhas.

-Até agora, não.- penso.- Ele é mais do que eu achava que era. Me trouxe comida ontem, veio ver como eu estava, sempre me faz sentir como se eu fosse a garota mais bonita do mundo....

-Provavelmente, engravidou você.- ela completa.

-Mãe!- não evito gritar.

-Desculpa, amor.- ela beija minha bochecha.

-Sra.Cloud.- o médico entra.- Estamos com os resultados.

-E então?- pergunto agoniada.

-Bom....- ele olha para o tablet com una cara séria.- Você não está doente. Na verdade, isso é bem simples.

-Simples?- meu coração para.- Por que, simples?

-Porque que é bem fácil de explicar.- ele sorri e eu sei o que é. Simplesmente sei.

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Taylor

Olho para o lado e vejo o carro da mãe de Gina chegar. Engulo em seco e começo a sair do carro, Gina ergue o rosto quando me vê indo na sua direção a sua expressão não está nada boa.

-O que é?- pergunto.- Você está grávida?

-Taylor.- ela fala rouca.

-Eu fiz um plano para isso, Gina.- explico mexendo as mãos.- Eu já tinha comprado um apartamento lá no centro, tem dois quartos, a vizinhança é boa e a gente pode contratar uma babá.- toco os braços dela em uma carícia lenta.- A gente dá um jeito, Gina, eu não vou correr disso.

-Sério?- as lágrimas dela descem pela bochecha.

-Sim.- sorrio.- A gente vai dar um jeito em tudo. A banda está dando dinheiro, os álbuns que estamos vendendo e os investidores que estão chegando...

-Taylor...- ela sorri.

-Os caras da banda vão morrer quando a gente contar que estava transando, e que a gente vai ter um bebê.- explico.

-Eu vou subir.- a mãe dela avisa.- Gina.

-Eu sei.- assente.

-Sabe o que?- pergunto enquanto a mãe dela se afasta.

-Taylor, me deixa falar.- ela se aproxima.

-Ok.- assinto.

-Tudo isso...eu achei incrível.- ela sorri para mim.- Você estar comigo e planejar tudo isso enquanto eu estava fora...- ela morde o lábio.- Eu achei uma graça, mas eu não estou grávida.

-Não?- alívio toma meu peito.

-Não.- ela ri.

-Graças a Deus.- sorrio e ela me encara.- Eu sei tudo que eu falei. Eu planejei tudo. Mas eu tô tão aliviado, Gina. A gente é muito novo e eu quero curtir com você, não pense que eu não quero, em um futuro próximo, ter filhos, mas...

-Eu entendi, Taylor.- ela fica na ponta dos pés.- Eu entendi tudo. Sério.

-Então....- acaricio as costas dela.- O que você tem?

-Labirintite.- explica sorrindo.- Causa tontura, e essas tonturas causa enjôos.

-Labirintite.- repito.- Isso passa....

-Em algumas semanas com os remédios.- ela me acalma.- Eu estou bem, ele me explicou como aconteceu. Eu fiquei doente já algumas semanas e desenvolveu algo, mas isso é normal na minha família, minha mãe já teve, então...

-Sem bebê.- murmuro.

-Sem bebê.- ela morde o lábio.

-Vamos continuar nos vendo?- pergunto com medo.

-Claro.- ela logo para de sorrir.- A menos que, por causa do susto, você não...

-Não, não.- agarro os braços dela e Gina sorri.- Não, eu quero continuar.

-Ok.- ela me observa.- Minha mãe agora vai me dar uma aula de educação sexual por causa do susto que deu nela. Então a gente de vê amanhã.

-Amanhã.- concordo.

Gina segura a gola da minha camisa e beija meus lábios, aperto a cintura dela com força e movo meus lábios contra os dela. Passo a língua pelo lábio inferior dela e Gina abre os lábios para eu tocar a parte de dentro da sua bochecha.

-Ok, minha mãe vai contar pro meu pai a qualquer minuto, então...

-Eu vou indo.- sorrio beijando a bochecha dela.- Falo com você quando chegar em casa?

-Sim.- ela assente.- Ah.- segura meu braço.- Minha mãe quer que você venha jantar aqui. Na sexta.

-Por que?- fico na defensiva.

-Ela acha que você deve por entrar daquele jeito.- explica.- E por que você deu um susto nela.

-Justo.- assinto.- Falo com você quando chegar em casa.

Vou até o carro e entro com um alívio diferente no meu peito. Eu estava pronto para assumir tudo que tivesse que assumir, mas admito que ter um filho agora não é a melhor coisa que se pode acontecer comigo ou com Gina.

Foi melhor assim. E agora ela parecia estar mais na minha, acho que cada dia ela e eu ficávamos mais próximos e isso era bom, eu queria que isso acontecesse desde o dia em que a conheci.

Então....o dia de hoje foi uma loucura, mas acabou melhor do que eu podia ter imaginado. Agora estou bem mais aliviado em deixar Gina sozinha sabendo o que ela tem e sabendo que ela vai me ligar se acontecer qualquer coisa.