Gina

Abro meus olhos e me sinto "pesada", então viro na cama e isso me faz ficar com um certo enjôo. Me sento e olho no relógio para ver que tenho poucos minutos para ir para a aula hoje, tinha que acordar tarde.

Afasto os cabelos do rosto e começo a me levantar, mas parece que isso só piora mais o meu estado e corro para o banheiro. Me curvo na privada e seguro meus cabelos enquanto vomito minhas tripas.

-Filha?- minha mãe entra.- Gina!

Ela corre para mim e segura meus cabelos enquanto esfrega minhas costas, eu continuo vomitando e ela se agacha ao meu lado para me acalmar. Levanto a mão até a descarga e me sento no chão respirando fundo.

-Ah, tadinha.- ela parece preocupada.- Você está bem?

-Sim.- fecho meus olhos e sinto o suor escorrer pela minha testa.- Eu só...

-Você vai faltar hoje.- ela acaricia meus cabelos.- Vou fazer algo leve para você comer e vai ficar em casa.

-Não, eu tô bem.- começo a me levantar.

-Gina, você vai ficar em casa.- ela me leva até a cama.

-Mãe, é só uma infecção intestinal, ontem eu comi comida italiana.- explico.- Então, vou para a aula e...

-Pra você vomitar de novo nos seus colegas?- ela sorri.- Não, você vai ficar aqui e a mamãe vai cuidar de você.

-Ah, que cuidadosa.- sorrio quando ela beija minha testa.

-Fique quietinha, ok?- ela começa a sair.- Vou avisar para seu pai e vou fazer uma comidinha leve para você.

-Obrigada, mãe.- deixo meu corpo cair na cama e ainda me sinto tonta demais.

Fecho meus olhos e passo a mão pela testa de forma calma, estava me sentindo tão mal que acho que não ia sair da cama por hoje. Ou nunca. Do jeito que eu estava, era bem provável que nunca.

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Taylor

Chego em casa e coloco as coisas no canto, vou calmo até a cozinha e vejo no relógio pendurado na parede antes de entrar que ainda tenho umas duas horas para ir pegar Gina em casa. Ela deve ter chegado da praia com os outros agora ou mais cedo.

Mas, quando entro, vejo que Ryan está com Evie e os dois parecem estar conversando, bem sério. Então abro a geladeira e pego uma garrafa pequena de água, porque não bebi água o dia todo.

-O que foi?- pergunto.

-Nada, é que a gente...- Ryan olha para Evie.

-Vocês vão terminar?- arregalo os olhos.

-Não!- Evie fala alto demais e Ryan sorri um pouco.- Credo, Taylor, por que pensou isso?

-Sei lá, parece que vocês viram gente morta.- mexo a mão.- O que aconteceu pessoal?

-Não é nada com a gente.- ele começa.

-É com Adam?- pergunto.- Adam sofreu um acidente? Ou é Charlie? O Charlie tá bem?

-Os dois estão bem.- Evie se irrita e abro a boca.- Becca e Lisa também estão bem.

-Então....- paro de falar e encaro Ryan.

-Gina está doente.- explica.- A mãe dela disse que ela passou mal, mas acha que é só uma infecção ou gripe.

-Entendo.- deixo a garrafa em cima da bancada.

-A gente acabou de falar com ela.- Evie explica.- Gina está bem, mas vai ficar em casa por alguns dias.

-Sim...- limpo a garganta.- Bom, eu tenho que ir.

-O que?- Evie levanta.- Você vai pra onde?

-Vou sair.- explico.

-Você não pode ir na casa de Gina.- Ryan começa.

-Não, eu tenho um encontro.- tento enganar eles.- Um encontro com uma ruiva bem gostosa. Então, eu vou lá.

-Mas você não vai querer ficar aqui e esperar notícias?- Evie acha estranho.

-Não, eu vou estar com a ruiva gostosa.- sorrio.- Qualquer coisa você me liga.

Os dois se encaram e pego meu casaco, vou até a porta da frente e volto a pegar minhas chaves. Caminho rápido até meu carro para eles não desconfiarem e dou a partida assim que entro.

Mal saio da rua da nossa casa quando acelero meu carro indo na direção da boate. Gina não tinha me mandado mensagem nenhuma sobre estar passando mal e Ryan fez parecer que ela ia morrer a qualquer segundo.

Chego na frente da boate e pego as chaves antes de sair, respiro fundo e tento acalmar meu coração enquanto subo as escadas e alcanço a campainha. Fico apertando várias vezes a campainha já desesperado.

A porta abre e...

-Taylor?- a mãe de Gina parece confusa.

-Oi, Michelle, eu posso falar com a Gina?- aperto minhas mãos com força.

-Não, ela está doente e...

-Eu sei, mas é importante.- explico.

-Taylor, acho que pode esperar...

-Desculpa, Michelle.- passo por ela.

Ouço ela gritar para que eu saia e não consigo obedecer. Abro a porta do quarto de Gina e ela está deitada na cama e com um pano nos olhos. Vou rapidamente até ela e me agacho ao lado da cama.

-Gina?- chamo e ela se mexe.- Ei, Gina.

-O que você...- ela começa a de sentar e franze as sobrancelhas.- Taylor...

-Meu Deus. Achei que você estivesse morta ou algo assim.- abraço ela e Gina retribui o abraço.

Afundo meu rosto em seus cabelos e sento na cama, ela me aperta mais em seus braços e acaricio suas costas enquanto ela deita a cabeça no meu peito como se descansasse, apenas deixo ela assim.

-Você tá bem?- sussurro.

-Não.- ela se encolhe e beijo sua cabeça.- Eu acho que tô mal.

-Sabe por que?- tento animar.- Depois de transar comigo, as garotas precisam de um tempo. A gente não respeitou esse tempo.

-Seu idiota.- ela começa a rir e sorrio.

-Bem melhor.- afasto seus cabelos e nos encaramos.- O que você tem?

-Tontura, enjôo, vomitei um pouco de manhã.- ela suspira.- Não tô conseguindo comer nada.

-Pode ter sido a comida de ontem.- acaricio suas coxas.- Só você comeu...

-É, eu acho que é isso.- ela morde o lábio.

Alguém limpa a garganta e levanto a cabeça para olhar por cima do ombro. Vejo a mão de Gina de braços cruzados e com uma expressão bem séria, não só para mim, mas para Gina também.

-Agora explica tudo.- ela murmura.

-Explica o que?- Gina pergunta.

-Você e eu vamos para o hospital, mocinha.- ela olha para mim.- E você, vai ir para casa.

-Como assim, mãe?- ela parece confusa.

-Provavelmente, você está grávida.- ela fala com raiva para mim.- Assim que sairmos do hospital, você volta para cá e vamos todos conversar.

-Ah, meu Deus.- Gina cobre a boca e fica de olhos arregalados.

-Como...- gaguejo.- Como assim?

-Eu vou no hospital com Gina e vamos ver o que ela tem.- aponta para Gina.- Você vai voltar para casa, a menos que queira ficar aqui quando eu avisar para o pai dela que, provavelmente, você engravidou a filha dele.

Olho para Gina e ela me encara.

-Tudo bem, pode ir.- ela fala baixo.- Eu te ligo assim que sair do hospital.

-Ok.- limpo a garganta e beijo seus lábios.- Gina...

-Hum?- ela parece estar nervosa.

-Eu tô com você pra tudo, ok?- acaricio a bochecha dela.

-Obrigada.- ela tenta sorrir.

-Vamos, Taylor.- a mãe dela fala séria.

Beijo os lábios dela mais uma vez e levanto, então Michelle me leva até a porta e me dá um olhar de paciência. Assinto e desço as escadas tentando não imaginar que talvez minha vida inteira vire de cabeça para baixo em uma noite.