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— Juliana, vem ver isso aqui! — Lhe chamo no meu quarto assim que vejo a curtida de Matheus em minha foto que postei mais cedo nas minhas redes.
— O que foi? — Ela caminha devagar até mim, entediada.
Viro meu celular para ela mostrando a curtida.
— Beatriz... — Ela se anima. — Nossa, já estou imaginando várias histórias de amor.
— Juliana Marques! — Não aguento e acabo rindo. — Sério?
— Que foi? É um dos homens que curto na música, já que não será comigo tenho que estar feliz por ser você! — Ela da de ombros e se joga na minha cama.
— Vai ser o que Juliana? Não será nada. — Parada em frente a cama, cruzo meus braços para ela. — Ele é legal e tudo mais, mas eu não tenho interesse algum nele. Só se for amizade!
— Que seja só amizade então! — Levanta rapidamente da cama e a acompanho com os olhos. — Já que a gente vai sair agora o chame, ele não disse que era para vocês marcar algo na viagem?
— Você realmente não me conhece mesmo, né? — Rolo os olhos.
— Faz o seguinte então... — Se aproxima colocando as mãos nos meus ombros. — Eu ainda tenho o contato dele, eu chamo, ele gostou de você e eu quero o Matuê andando junto comigo.
— Tudo bem, Juliana, eu só não quero chamar e passar a intenção de que quero algo, entende? Porque eu não quero absolutamente nada. — Coloco minhas mãos em seus ombros também.
— Por que vocês estão assim? — Pedro, para na porta do quarto nos vendo grudadas.
...
— Sério, eu quero muito me mudar para praia!
Pedro comenta.
Havíamos acabado de chegar em uma pequena festa privada que teria ali na areia da praia. O local foi fechado e reservado apenas para que um dos amigos de Pedro fizesse sua festa.
Já havia algumas pessoas por ali, o bar na areia estava lotado.
— Seria ótimo para mim, fico com seu quarto. — Ju diz retirando as sandálias assim que pisa na areia. — Bom, vamos beber?
Nós dois concordamos.
Eduardo não veio, já que não é muito de sair conosco. Ele é o mais velho então já não curte fazer as mesmas coisas que nós três, meus pais foram jantar em um restaurante e ele acabou indo junto.
Eu estava me sentindo confortável com a roupa que estava usando que poderia usar todos os dias. Coloquei uma calça jeans lisa de cós baixo e um biquíni preto na parte de cima somente, já que estávamos na praia, não precisava de tanta roupa assim.
Caminhamos até o bar e fizemos o pedido das nossas bebidas. Me apoiei no balcão e meu olhar foi puxado para onde havíamos acabado de entrar. Matheus e seus amigos estavam chegando, cumprimentando todos a sua volta.
— Tem tequila? — Pergunto ao barman que responde colocando a garrafa da bebida na minha frente.
Não sei dizer o que era isso exatamente, pois nunca vi, mas pego um copo de shot e coloco o líquido nele já virando logo em seguida. Sempre me arrependo de tomar coisas que não conheço e essa foi a vez, que coisa horrível, com certeza deve ser uma das bebidas mais baratas da festa.
— Sério, a família Cimed! — Escuto dizer e nem preciso me virar para saber quem é.
— Que bom que você veio! — Juliana o cumprimenta lhe dando um abraço com um sorriso no rosto, ela estava feliz, não julgo, pois se fosse o Justin Bieber eu estaria também.
— Tenho que atender o chamado da família! — Ele ri e cumprimenta Pedro com um aperto de mão. Percebo ele fechar a cara e acabo soltando um riso leve.
— Está rindo do que Cimed? — Matheus se aproxima de mim para cumprimentar com um sorriso no rosto, me dá um abraço deixando um beijo em minha bochecha, seu cheiro estava bom.
Sem eu precisar responder ele começa a apresentar os amigos, agradeço por isso, nem sei o que responderia.
— Esses são Teto e Wiu, cantam comigo por aí também! — Ele aponta os dois como se fossem uma banda.
Teto cumprimenta Pedro com o famoso aperto de mão, me abraça e deixa um beijo da bochecha de Ju. Wiu também nos cumprimenta então os 3 se escoram no bar para pedir algo, atrás deles sussurro para Juliana.
— Juliana? — Seguro o riso. — Agora entendi porque você queria que ele viesse.
Ela me olha de canto e dá uma piscada, muito esperta.
Enquanto esperávamos pelos três pegarem suas bebidas, duas meninas se aproxima e envergonhadas pedem uma foto. Sem problema algum, os três concordaram com um sorriso no rosto e tiram as fotos com as meninas que estavam doidas nos rapazes.
— Tira uma foto para nós, por favor? — Uma delas se aproxima de mim me entregando seu celular.
— Claro! — Concordo pegando o aparelho de sua mão e aguardo todos se posicionarem. — 1... 2... 3.
— Muito obrigada! — A menor das duas me agradece pegando o celular da minha mão e sai com sua amiga saltitando.
— Você parece famoso... — Comento com ele enquanto caminhávamos até um lugar que havia vários pufes para sentar.
— Pareço? — Me olha divertido e eu dou de ombro, brincando.
Caminhamos até um amontoado de puff's. Me sento, observando Matheus se sentar ao meu lado direito e Pedro ao meu lado esquerdo.
— Eu não conhecia. — Respondo, enquanto prestava atenção na música que tocava ao fundo.
— Não pode contar com a Beatriz, ela não conhece nada. — Juliana diz dando um gole em sua bebida e eu faço o mesmo naquela caipirinha forte.
— Eu não te julgo, eu não conhecia a Xuxa. — Teto da de ombros acendendo algum tipo de cigarro.
— O quê? — Todos falamos juntos, virando a cabeça para olhar para ele.
— Quantos anos você tem? — Pergunto sem acreditar.
— 21 poxa! — Responde inocente, olhando para todos que o olhavam indignados.
— Isso é impossível! — Matheus diz sem acreditar também balançando a cabeça.
— Até quem nasceu hoje conhece! — Wiu fala, me fazendo rir.
Ficamos ali bastante tempo julgando Teto e rindo das comparações do que não conhecíamos e depois decidi me levantar para buscar outra bebida. Por que ninguém fala sobre o quanto é difícil caminhar na areia com tênis? Parece que você está com os pés presos!
— Tem algum outro sabor de caipirinha? — Pergunto ao barman que se dividia em cinco para preparar tudo ao mesmo tempo.
— Temos de morango, maracujá, kiwi...
— Morango, por favor! — Peço e ele concorda indo preparar.
— Você é a irmã do Pedro, não é? — Me viro para o lado vendo um homem baixo se aproximar.
— Sim, você seria...? — Tento parecer simpática, eu odeio esse tipo de abordagem.
— Meu nome é Pedro também, sou o amigo dele que está fazendo essa "festa" aqui! — Ele sorri simpático.
— Ah, sim, prazer! — Concordo sorrindo sem mostrar os dentes.
— Não sabia que ele tinha tanta irmã gata. — Seu sorriso amarelo aparece e enrugo meu nariz por um segundo, mostrando meu descontentamento. Era assim que eram seus flertes?
— Sua caipirinha! — O barman interrompe e eu quase dou um beijo em sua boca por isso e agradeço.
— Vou indo, obrigada pelo convite, está muito legal a festa! — Dou um passo para o lado e ele da também.
— Onde vocês estão sentados? — Pergunta e eu dou mais um passo começando a caminhar.
— Estamos sentados em alguns puff's ali. — Aponto sem interesse.
— Vou te acompanhar. — Diz e eu concordo contra minha vontade.
Me aproximo da roda que gargalha com algo e ao me verem com o garoto ficam em silêncio por um momento.
— Pedro! — Ele cumprimenta meu irmão passando no meio de todos, me sento onde estava ao lado de Matheus. — Estava conversando com sua irmã...
Ele puxa mais um puff e se senta ao lado do meu irmão.
— Ela é uma gata!
Desvio o olhar e meus olhos quase chegam a minha nuca. Matheus prende o riso ao meu lado e lhe olho sem entender.
— Ela é gata mesmo! — Pedro concorda e me olha sem graça. — E aí, bacana sua festa... Estava fazendo o quê?
Pedro tenta mudar de assunto, mas era melhor não ter dito nada.
— Estava conversando com sua irmã, às vezes conseguia um beijo! — Ele me olha e dá uma piscada.
— Com licença! — Me levanto e saio andando, que homem sem noção.
Passo por algumas pessoas e pergunto onde fica o banheiro, uma garota me aponta o lugar e eu vou até lá. Entro no banheiro que parecia uma cabana feita de bambu, muito bonitinho por sinal.
Enrolo um pouco no banheiro, dando tempo para o homem sair da roda. Lavo minhas mãos, checando meu cabelo no espelho, a luz do banheiro era fraca, mas conseguia enxergar. Após alguns minutos, decido sair do banheiro, empurro a porta e um escuto um baque, como se eu tivesse batido a porta em alguém.
— Desculpa! — Digo rapidamente, dou um passo para fora do banheiro e vejo Matheus com a mão na cabeça. Começo a rir instantaneamente de nervoso e constrangimento.
— Eu poderia ter ido para casa sem essa porta na cabeça. — Ele gargalha junto comigo massageando a testa com uma mão enquanto a outra segurava um copo vazio já que o líquido foi parar no chão.
— Desculpa! Doeu? — Fecho de vez a porta atrás de mim e levo minha mão a sua testa verificando como estava.
— Está tudo bem, talvez amanhã apareça um calombo e todos vão perguntar quem bateu no Matuê, colocarei a culpa em você. — Seu sorriso se alarga com a probabilidade de me ferrar.
— Você não faria isso... — Seguro o riso. — O que estava fazendo aqui?
— Eu estava esperando para ir ao banheiro, poxa! — Matheus responde como se fosse óbvio.
— Banheiro feminino? — Arqueio uma sobrancelha captando sua mentira.
— Ah, é? — Ele roda os olhos pelo banheiro procurando uma placa até ver o feminino. — É...
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