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— Adibe, juro, que se você deixar seus lixos na mesa de novo, faço a cabeça do seu pai para te mandar embora da empresa! — Paro em sua frente.
O que mais me deixava com raiva era que Adibe fazia tudo de qualquer jeito porque o pai dele era o presidente da empresa, no caso meu tio, então ele achava que tinha liberdade para tudo.
— Duvido! — Ele me olha rindo e meu sangue ferve.
Saio da sala procurando pelo meu tio que era como andarilho nessa empresa, mal ficava em sua sala que era a sala de todos.
— Alguém viu meu tio? — Pergunto na sala de reuniões que havia algumas pessoas, porém não estavam em reunião, eles negam e eu sigo pelo corredor.
Enquanto caminho pelos corredores, colocando a cabeça dentro de cada sala para procurar João Adibe, meu celular toca.
— O que foi? — Atendo sem nem olhar quem seria.
— Está estressada, gatinha? — Escuto a voz de Matheus e paro rapidamente.
Depois do nosso final de semana meio conturbado, tivemos que voltar à realidade, o que me deixava chateada. Eu queria vê-lo todo final de semana, mas é tão difícil.
— Desculpa, não vi que era você... — Digo, parada no meio do corredor. — A que devo a honra de sua ligação?
— Posso te ligar de vídeo? Está muito ocupada?
— Não, ainda bem que ligou, me impediu de causar a demissão do meu primo. — Solto uma risada nasalada e vejo sua ligação de vídeo aceitando na mesma hora.
— Deixa eu te mostrar um negócio... — Vejo seu rostinho todo feliz no celular.
Ele aponta a câmera para um prédio e demoro cerca de 10 segundos para perceber que era o prédio amarelo da Cimed.
— Matheus! — Digo surpreso e vou correndo para o elevador. — O que você está fazendo aqui?
— Quer que eu vá embora?
— Claro que não! Meu Deus, as meninas vão pirar. — Digo pensando na Júlia.
Assim que o elevador para no térreo, desligo o celular. Matheus tentava passar pela catraca, mas não o autorizavam, o que foi engraçado.
— Tudo bem, Senhor José, ele está comigo! — Sorrio, simpática e aproximo meu cartão da catraca para liberar.
— Bom dia para o senhor. — Matheus diz e, em seguida, seus olhos vão direto aos meus.
— Por que você não me avisou? — Lhe puxo para um abraço.
— Então, é assim que a surpresa funciona. — Ele ri enquanto me encara agarrado ao meu corpo.
— Que raiva! — Lhe dou um selinho. — Vamos subir, não deixe minha mãe te ver, se não ela vai te encher de produtos.
— Então quero vê-la sim! — Diz, me fazendo rir. — E eu quero um tour completo na empresa.
Subimos para o primeiro andar onde ficavam expostos os produtos da empresa, era como uma farmácia, ficava só uma pessoa conferindo a entrada e saída de produtos, qualquer um da empresa podia pegar o que quisesse ali.
— Eu só não deixo você pegar nada aqui porque minha mãe vai descer com você para te dar. — Explico, ela faz isso com todos.
Subimos para o segundo andar, onde ficava o atendimento ao cliente, basicamente um telemarketing, várias mesas, vários funcionários e lá estava ela.
— Beatriz do céu! — Júlia grita, fazendo todos prestarem atenção no que estava acontecendo. — Aí, como eu te odeio, não me avisou, justo hoje que estou feia.
Não aguento e me acabo de rir.
— Essa é a Júlia, como pode ver, muito sua fã! — Apresento a Matheus.
— Muito prazer, Júlia! — Matheus a abraça, ela me olha desesperada. — Beatriz me contou sobre ter uma moça aqui que queria muito me ver.
— É meu sonho! Não acreditei quando Beatriz me contou de você, era obrigação dela te trazer aqui. — Ela diz, tirando o celular para uma foto.
Algumas pessoas, ao reconhecê-lo, se aproximaram também para lhe conhecer e tirar algumas fotos, fizeram uma fila e ele parecia feliz com tudo isso.
Assim que terminamos o tour por esse andar, subimos para o refeitório, era básico e não tinha muito o que mostrar, mas havia pequenas coisas interessantes, como várias máquinas de comida de graça, máquina de café, máquina de doces e muito mais.
No refeitório também havia parte de fora que era aberta para tomar um ar, para fumantes e quem quisesse relaxar no ar fresco.
Pegamos o elevador e fomos para o andar onde ficavam as salas de reuniões, as salas do administrativo, as salas de palestras, a sala do financeiro e mais outras coisas relacionadas.
— Isso aqui é muito grande, puta que pariu! — Matheus diz quando entramos no elevador para subir mais um. — Ainda tem mais andares?
— Temos o nosso andar e o andar aberto, o qual é onde as pessoas vão para descansar ou até trabalhar por lá também. — Respondo.
— Agora consigo ter dimensão do quanto sua família tem dinheiro. — Ele ri. — Acertei a boa.
Rolo os olhos.
— Vamos! — Ignoro sua fala assim que o elevador se abre no nosso andar.
Era onde ficava nossa sala, uma sala de apresentação que raramente usávamos e a sala do meu tio João.
— Matuê? — Juliana pergunta assim que abrimos a porta. — O que está fazendo aqui?
— Não precisa disfarçar, já contei que foi surpresa. — Ele responde, me fazendo arquear uma sobrancelha.
— Então você sabia? — Pergunto a Juliana.
— Alguém tinha que passar o endereço da empresa. — Ela segura o riso.
— Faz sentido... — Digo me virando para Matheus. — Vai ficar até quando?
— Tenho que voltar assim que eu terminar aqui... — Ele segura meu rosto. — Mas daqui a 15 dias estaremos juntos novamente, não é?
— Sim... — Concordo cabisbaixa.
Matheus iria fazer um show em Fortaleza e, por ser em sua cidade, era praticamente um final de semana de folga, então combinamos que eu iria vê-lo.
— Matuê? — Dona Karla aparece na sala e grita assim que vê Matheus. — Estava esperando você chegar!
Ok, então minha mãe sabia.
— Estou aqui! — Ele sorri divertido.
— Vamos descer, tenho vários produtos para te dar! — Ela o puxa pelo braço, me fazendo rir e então descemos até o primeiro andar, onde ficava uma farmácia praticamente.
— Amo esse Cimegripe! — Matheus aponta a caixa na prateleira.
— Quantos você quer? — Minha mãe pergunta.
Fico ali admirando a cena dos dois fazendo as compras de medicamentos e até lubrificante, o que fez eu querer me matar.
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