• 20 •
PONTO DE VISTA BEATRIZ
— O sexto! — Entrego mais um copo de shot para Matheus que me olha fazenda careta, certeza que não estava aguentando mais.
Depois do nosso beijo no sofá, parecíamos estarmos mais próximos, obviamente mais íntimos porque beijamos, mas é diferente.
Nosso beijo na noite do sofá havia sido incrível, eu realmente não esperava muito, mas fui surpreendida de uma maneira boa, parece que foi o encaixe perfeito. No outro dia, fomos para o barco e ficamos bastante grudados, eu gostei, mas penso no depois. Hoje estamos aqui, mas quando a viagem acabar, cada um voltará para sua casa e como ficaremos? Moramos tão longe um do outro, então penso que isso será só por agora e não criarei muitas expectativas.
— Sério, eu estou no meu limite, você aguenta mais que isso? — Ele pergunta esfregando os olhos.
— Aguento! — Respondo enquanto estou apoiada no balcão da cozinha e várias pessoas passavam por nós, que estávamos um em cada canto do mármore. — Parece que alguém vai ganhar mil reais!
— Se quiser já te mando agora. — Ele diz meio embolado, me fazendo rir.
— Não precisa... Era só para a gente se divertir. — Deixo o pequeno copo na mesa. — Mas e a outra parte da aposta, o que vai me dar?
— Hum... Pensarei com carinho e à noite te falo. — Ele responde em um tom safado.
E então sinto alguém passar por mim desferindo um tapa na minha bunda, me viro imediatamente procurando pela pessoa em completo desespero, eu não estava esperando por isso. Quando vejo, Matheus está segurando o cara pelo colarinho, eu não sei como ele foi tão rápido assim.
— Está maluco, cara? — Ele segura o cara pelo pescoço, que parece aflito e sem graça.
— Foi mal, foi sem querer. — Ele responde em desespero com todos a nossa volta olhando.
— Sem querer, vai ser o murro que vou te dar! — Matheus solta o cara e já me aproximo, puxando-o, vendo Juliana e Teto chegarem. — Tu vai pedir desculpas para ela e vai ralar daqui!
— Desculpa! — Ele diz olhando para mim e vira de costas saindo rápido dali me deixando sem reação.
— O que aconteceu? — Minha irmã se aproxima.
— Vou ali fumar... — Matheus se retira com o semblante sério.
— Eu estava aqui conversando com o Matheus e passou esse cara e deu um tapa em minha bunda! — Explico indignada.
— Que otário! — Teto diz. — Vou ver se esse cara já vazou mesmo.
Teto sai andando me deixando ali com Juliana.
— Vamos lá para piscina, tem muita festa pela frente ainda. — Ela segura minha mão me tirando dali.
Juliana me leva até onde estavam bebendo perto da piscina, com Wiu e Ana. Ela era muito simpática e eu havia gostado bastante dela, mas era um pouco tímida, o que é normal, com o tempo as pessoas iam se enturmando.
— Achei legal da parte dele... — Juliana comenta sobre Matheus.
— O que aconteceu? — Ana pergunta e Ju explica tudo o que havia acontecido minutos atrás. — Caramba, você está bem?
— Sim, não foi nada de mais, só um sem noção bêbado. — Dou de ombros.
— Acho que ele gosta bastante de você... — Ana diz e aponta com o olhar para cima.
Me viro para trás vendo Matheus na sacada do segundo andar fumando enquanto seus olhos estavam cravados em mim.
— Pode até gostar, mas não tem futuro. — Respondo me virando novamente para elas.
— Por que não? — Ju pergunta indignada.
— Olha onde nós dois moramos... Nós só vamos nos ver quando acontecer algum show em São Paulo ou acontecer viagens como essa. Não poderei ficar pedindo folga para sempre! — Respondo e ela concorda com a cabeça, eu sei que eu tinha razão. — Sei que minha mãe e meu tio são donos da empresa, mas não posso ficar pegando folga para ver alguém, preciso trabalhar também!
— Você tem meio que razão... — Ana concorda. — Mas se quiserem mesmo, vocês dão um jeito.
— Exato, mas eu não posso discordar tanto de você porque eu e Teto só nos vemos nessas datas também, por isso não temos nada concreto. — Ju diz me fazendo sentir um pouco de pena, ela gosta muito dele.
— O cara vazou mesmo. — Teto chega na roda.
— Obrigada, Sávinho! — Dou um abraço de lado nele.
— Tamo sempre aí né! — Ele da de ombros se achando e em seguida começa a beijar Juliana, eu e Ana nos entreolhamos sem graça e concordamos em sair dali.
Ela se junta a Wiu e eu entro na casa indo atrás de Matheus. Subo as escadas e vou até nosso quarto, de longe o vejo ainda na sacada e entro, me aproximo abrindo a porta de vidro. Quando ele percebe, apaga imediatamente o que estava fumando.
— Fala gatinha. — Ele joga o negócio longe retirando rapidamente uma bala do bolso.
— Sabia que é bom disfarçar quando estiver encarando alguém? — Fecho a porta atrás de mim.
— Eu não estava te encarando. — Ri sem graça. — Está se achando muito.
— Se você não estava me encarando, eu me chamo Juliana e odeio tequila. — Me sento em uma poltrona que havia ali.
— Da próxima vez disfarço mais então. — Ele se levanta a caminha até mim. — Chega para lá!
Dou o que posso de espaço para ele já que a poltrona era de um lugar, só um pedaço da minha bunda estava sentada, então ele levanta minhas pernas colocando sobre as dele ficando de lado para ele.
— Tu achou demais minha reação, poderia ter pegado mais leve, né? — Ele diz, parecendo estar pensando naquilo há um tempo.
— Achei até leve, poderia ter dado logo um murro nele.
Ele gargalha.
— Eu até ia me desculpar se você tivesse achado demais.
— Está tudo bem! — Sorrio para ele, que leva sua mão até meu cabelo fazendo um carinho ali, sua outra mão repousa nas minhas pernas sobre a sua. — Ainda tem mais alguns shots para você.
— Eu me recuso! — Diz sorrindo. — E te declaro vencedora!
— Você é muito fraco para bebida.
— Meu forte é outra coisa... — Ele sorri com os olhos fechados.
— Já percebi... O cheiro entrega.
— É tudo legalizado, gatinha, não estou fazendo nada escondido. — Ele diz, descendo sua mão para o meu pescoço, ainda fazendo carinho.
— Só escondido de mim. — Solto uma risada.
— Ah, eu te respeito, tá ligado? — Ele tira a atenção do meu cabelo e olha nos meus olhos. — O cheiro não é muito agradável para quem não curte, então não vou sair fumando perto de você.
Solto um sorriso espontâneo sem mostrar os dentes enquanto me inclino para sentir mais seu carinho no meu pescoço, fecho meus olhos apenas para sentir enquanto a música alta toca ao fundo.
Sinto seus lábios nos meus ainda de olhos fechados e assim continuo, retribuo o selinho iniciando um beijo calmo e consigo sentir o gosto da bala que estava em sua boca. Seus lábios estão extremamente macios, deixando o beijo ainda melhor, que já era bom.
Levo minha mão ao seu rosto fazendo carinho ali enquanto nossas línguas dançavam, sua mão que estava na minha nuca me aperta mais forte, exigindo mais de mim.
Me arrumo em seu colo, me deixando de frente a ele, cada uma das minhas pernas ao lado do seu quadril. Suas duas mãos grandes caminham pela minha coxa até meus joelhos enquanto nossas línguas batalham. Sua mão puxa meus cabelos da nuca, me obrigando a tombar a cabeça para trás, para que ele possa ter meu pescoço todo para ele. Minha mão adentra sua camisa, arranho seu abdômen forte, ele grunhe no meu pescoço.
— Beatriz... — Matheus diz em um sopro enquanto eu lhe acariciava. — Não faça isso.
Minhas mãos deslizam para fora da sua regata.
— Não que eu não queira, quero muito, mas se continuar eu não vou parar. — Ele morde minha mandíbula e aperto meus olhos.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro