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08. Conta passos

Oi, meus buscapés!! Tudo bem com vocês?

Pra quem tomou susto porque não é dia 13, eu perguntei pro pessoal no meu twitter o que gostaria de "mimo" pro #ikusweek, que é um eventinho que eu faço na semana do meu aniversário com conteúdos relacionados às minhas fanfics e falaram que queriam capítulo extra de CDA! (E podemos comemorar o niver do Guinho junto também, amoooooooo!)

Enfim, é isso! Boa leitura, não se esqueçam do votinho e espero que gostem!

#OCúmpliceDeAldebaran

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Hesitou, julgando não ter forças para existir com a consciência eternamente aprisionada na culpa que carregaria, pelas vidas das quais era responsável. E, no fim, a força de dar um ultimato não partiu dele, e sim de alguém em que decerto aquela condenação doía ainda mais.

Herói do povo, era o que diziam. Era como fora proclamado quando os conflitos foram resolvidos com o pontapé inicial e sacrifício de terceiros. Não merecia tal posto, porém agora como governante também não usufruía do privilégio de negar os títulos, pois a paz necessitava de histórias e heróis como pilares. Mesmo que não fosse herói, e nem merecedor daquilo. Mesmo que não tivesse sido forte nem para carregar consigo o peso da decisão mais cruel que deveria ter feito e fora terceirizada.

Honra. O jovem príncipe, agora rei, achava que nunca mais seria merecedor de gozar daquele atributo que admirava desde a tenra infância. Provavelmente a criança que foi estava decepcionada com o adulto que se tornara, tão longe de seus próprios ideais. Porém aquilo não era mais relevante.

Há muito aquela criança tinha sido enterrada, sem direito a cerimônias nem funeral, na maior profundidade de seu peito. Apenas uma das inúmeras vítimas daquela Guerra.



— Mimi, já falei que é para você parar de sair correndo! É hora do banho! — A mulher atravessou a porta aberta pela menina, parecendo impaciente.

Isto é, até dar de cara com os dois desconhecidos em frente à sua casa, estancando em seu lugar. Seu olhar pousou, preocupado, no homem alto e estranho que ajudava a criança a equilibrar-se.

Jimin observou a mulher por mais um tempo, percebendo que ela estava dentro da aparência dos elfos que tinha visto até então em Antares. Possuía os cabelos castanhos claros, olhos escuros e a pele um pouco mais pálida do que a da população de Radnaii. Assim como Jimin, possuía orelhas afiladas, e assim como Taeyeon, parecia mais jovem do que realmente era.

— Bom dia! Meu nome é Jimin e esse ao meu lado é o Jungkook, somos apenas viajantes de passagem — disse para a mulher, tentando acalmá-la. Sabia que eram viajantes inusitados, mas não pensou que ela pareceria tão tensa assim. Talvez fosse instinto de mãe. Ajoelhou logo depois, ficando da altura da menininha que o fitava curiosa, ainda segurando as mãos enluvadas de Jungkook. — Oi! Você é a Mimi então?

— Mimi, para dentro! — a mulher mandou com seriedade antes que a garota, que abrira a boca para responder, falasse algo.

Acatou a ordem da mãe, afastando-se silenciosamente com um sorriso amarelo e entrando na casa. A mulher fechou a porta atrás de si após verificar se a filha realmente tinha ido tomar banho e aproximou-se dos viajantes com os braços cruzados, desconfiada.

Jungkook permaneceu quieto, parado, como se nem estivesse ali. Jimin avaliou se aquele era algum tipo de estratégia dele: fingir que era uma árvore para não ter que responder ninguém.

— Desculpa a intromissão... — Jimin pediu ao perceber que ele que teria que fazer as conversas por ali.

— O que vocês querem? — a mulher cortou, diretamente. Os olhos ferinos deixavam claro que não estava brincando ali e Jimin entendeu a preocupação.

— Não sei se a resposta é convincente de fato para você, mas eu queria conhecer a Mimi. — Jimin abriu o jogo. — Os donos da taverna contaram que existia uma criança que não sabe fazer magia, e eu queria conhecê-la.

— Toda dia a mesma coisa... Minha filha não faz mal a ninguém, nos deixem em paz! — a mulher resmungou entredentes, fazendo os olhos de Jimin arregalarem-se. Jungkook engoliu em seco. — A gente não vai deixar Dietii, sempre moramos aqui! Já tivemos que mudar de casa, nos deixem viver em paz!

— A Mimi parece ser um amor mesmo... — Jimin levantou a mão para apoiá-la no ombro da mulher, mas lembrou-se que não estava em Radnaii, e parou a ação no meio do caminho. — Não sabia que estavam tratando vocês mal... Me desculpe chegar dessa forma.

A mulher observou Jimin atentamente, os braços ainda cruzados. Ponderou o que ele tinha falado e analisou novamente a aparência tanto do elfo exótico quanto daquele homem de olhos estranhos ao seu lado, provavelmente um mago. Suspirou levemente, parecendo um pouco mais tranquila.

— Eu sou a Joohyun — respondeu à apresentação de Jimin mais cedo. — Por que você quer conhecer minha filha? De onde vocês vieram? Por que eu confiaria em vocês?

— Verdade... — Jimin pareceu refletir sobre os questionamentos. — É estranho confiar sua filha a dois homens que você nunca viu na vida. Desculpa minha falta de modos, eu ainda não aprendi muito bem sobre a cultura geral. Eu vim de uma tribo de elfos eremitas e Jungkook, ao meu lado, está me acompanhando até a capital. Dietii era apenas uma parada, mas quando eu ouvi sobre a Mimi na taverna fiquei curioso e quis conhecê-la. Eu lidava com crianças enquanto ainda morava em minha aldeia, então acho que o que me trouxe até aqui foi essa parte nostálgica.

— Você realmente é um elfo eremita? — Joohyun insistiu.

— Sim...

— É verdade que vocês são especiais? — A mulher descruzou os braços, o semblante subitamente frágil. Jungkook piscou os olhos, tentando acompanhar o fluxo das coisas. Jimin também ficou surpreso, perguntando-se o que tinha de tão especial em ser de um povo que vivia em reclusão. — Você pode ajudar minha filha?

— Não sei... — Jimin respondeu com sinceridade e a mulher, tão rapidamente quanto ficou empolgada, murchou. — O que aconteceu?

— Minha filha nunca conseguiu manipular magia. Em geral, todas as crianças começam a manifestar algum elemento até os 7 anos... A Mimi já tem 9 já e nada... E desde que uma comerciante passou por essa cidade e deu um livro a ela, ela fica... construindo essas coisas. — Apontou para a pilha de sucata que acumulava-se na frente da casa.

— E por que vocês mudaram de casa?

— Porque o resto dos habitantes acha que ela carrega alguma maldição de Iredanus — a mulher bufou, desacreditada. — Conversei com alguns viajantes e parece que em Antares aumentou o número de crianças que não sabem manipular magia, mas aqui em Dietii ela é a única. Morávamos no coração da aldeia, mas incomodavam-se tanto e insistiam tanto para que nos afastássemos que uma hora a gente foi embora mesmo. Achei que seria melhor para ela também... As pessoas julgavam muito.

— Que horror! — Jimin não aguentou e tampou a boca, estupefato, enquanto arregalava os olhos, repudiando tudo aquilo. Que tipo de aldeia era aquela que julgava uma criança? Que adultos eram aqueles que não tinham compaixão, que não sabiam ser maduros e aceitar as diferenças? Nunca tinha visto nada parecido em Radnaii e, cada vez mais, percebia a bolha em que vivera toda sua existência. Suas pequenas reclamações sobre a própria tribo pareciam dissipar-se, diluindo em seu peito ao que ele era inundado de injustiças do mundo externo. — Isso é um absurdo! A Mimi não tem culpa de nada!

— Sim, eu que tenho... — A mulher apoiou a mão no próprio ventre, o semblante triste. Olhou momentaneamente para a porta pela qual a filha tinha entrado. — Foi muito cruel de minha parte colocar uma criança sem magia no mundo... Ela não merecia isso.

— Joohyun! — Jimin não aguentou e, rompeu as barreiras físicas para segurar a mão da mulher entre as suas. — Não fale esse tipo de coisa! Viemos do Blesc e ao Blesc voltaremos, Iredanus não amaldiçoa. Deu diversas bênçãos a nós e a magia é só uma delas... Tenho certeza que a Mimi é incrível em várias outras coisas.

— Mas ela é uma elfa... Elfos são seres mágicos — Joohyun pontuou e Jimin ficou em silêncio, porque era verdade.

Jimin sentiu seu peito pesar. A preocupação e o amor da mãe eram tão explícitos que ficou comovido e com saudades dos próprios pais, mesmo que tivesse conhecido muito pouco deles. Repousou uma mão nos chifres de luz amarrados ao quadril sem nem perceber.

— Eu... eu sou muito bom em manipular Blesc... — Jimin comentou, a cabeça fervilhando de ideias porque não podia simplesmente deixar aquilo assim. Todas as crianças da aldeia pareciam manipular apenas fogo ou terra... talvez fosse cultural. E se Mimi, naturalmente, tivesse afinidade com água ou com ar? E se simplesmente não ensinaram a magia que ela era melhor? Não entendia como era a relação dos outros elfos com os elementos, mas teoricamente deveriam ser iguais. — Eu posso tentar ensiná-la...

Joohyun titubeou. Ela tentara ensinar a filha várias vezes antes, chamara vários dos melhores manipuladores da aldeia para passar seu conhecimento, fizera tudo que pudera e mesmo assim... Mimi ainda não conseguia manipular magia. Portanto, possuía uma grande camada de ceticismo, estabelecido com provas cabais nos últimos anos.

Mas o desespero que tinha de dar uma vida normal à filha, de que ela pudesse viver feliz como as outras crianças era mais forte. E cedeu.

E resolveu acreditar, pois não tinha nada a perder. E era um elfo eremita ali, aquilo deveria significar algo. Talvez fosse uma benção que o próprio Iredanus lhe enviou. Sabia que, exceto na Grande Guerra, encontrar elfos eremitas por aí era quase impossível. Receber um, daquele jeito, em sua porta deveria significar algo. Levantou o olhar para Jimin novamente, em uma súplica silenciosa.

— Por favor...

-🐉-

— Mimi, tem algum riacho aqui por perto? — Jimin perguntou no dia seguinte. A garotinha, que até então parecia confusa com a nova visita daqueles homens que sua mãe pareceu ter tanta aversão antes, abriu um sorrisão. Concordou e correu de volta para casa.

— Ah... Vocês vão ter que se acostumar... — Joohyun acompanhou a filha tranquilamente com seu olhar, parecendo habituada com aqueles acontecimentos.

— Acostumar com o quê?

— Vocês vão descobrir em breve. — A mulher deu de ombros, parecendo até mesmo divertir-se com o pequeno mistério.

A garotinha voltou correndo na mesma velocidade alguns segundos depois, quase tropeçando novamente no degrau da porta. E, assim como no dia anterior, ela jogou-se em cima de Jungkook, mesmo que o homem fosse tão silencioso que mais parecia uma sombra. Mas era uma sombra bem alta e grande... e com um escudo e machados enormes. Talvez nunca conseguisse ficar invisível como realmente queria.

Não que uma pequena parte dele achasse encantador o fato de não só ser visível para Mimi, quanto ter sido escolhido como ponto de apoio pela segunda vez, provando que aquilo não era uma mera coincidência. A garota deu-lhe um sorrisinho arteiro antes de virar-se para Jimin e apontar um pedaço de metal circular e acobreado em sua mão.

Jimin ajoelhou-se para conversar melhor com Mimi e observar o que era aquilo entre os dedos pequenos, mas não reconheceu. A garotinha ficou completamente exultante com a expressão de confusão no rosto do elfo mais velho e Joohyun riu baixinho daquilo.

— O que é isso, Mimi?

— É o conta passos do riacho! — Deu outro sorrisão.

— E o que é um conta passos? — perguntou, genuinamente curioso. Jungkook aproximou-se dos dois o mais discretamente possível, igualmente interessado porque nunca tinha ouvido falar daquilo.

— É um objeto que conta passos — respondeu como se fosse óbvio. E talvez fosse mesmo. Mimi achava graça em deixar tudo ao seu redor o mais óbvio possível e sempre o fazia propositalmente. — Ele mostra os passos que eu tenho que dar até o riacho, olha só!

Mostrou para os dois homens os três números entalhados na parte da frente do objeto. Na verdade, nove números, pois cada um deles possuía três dígitos. Ela apertou um pequeno botão em cima de um dos trios de números, fazendo com que o dígito da unidade girasse e acrescesse um número.

— Eu conto quantos passos eu tenho que dar para chegar em um lugar desse jeito. Mas agora eu baguncei porque tem um passo pra frente a mais! A gente vai cair dentro do riacho!

— Se a gente cair, o Jungkook salva a gente — Jimin respondeu, comicamente sério, o que fez Mimi rir.

— E se ele cair no riacho também? — Mimi julgou o argumento.

— Jungkook pode ficar um passo atrás da gente, aí ele não vai cair, certo? — Mimi arregalou os olhos e assentiu fervorosamente, aprovando o raciocínio de Jimin, que voltou a rir. — Foi você que fez esse conta passos, Mimi?

— Sim, como sabe? — Seus olhinhos brilharam ainda mais de empolgação.

— O conta passos é lindo que nem você, Mimi! Pessoas lindas fazem coisas lindas.

A verdade era que um objeto daqueles só poderia ser criado pela mente imaginativa e sem grandes julgamentos de uma criança. Contar seus passos até um lugar era uma forma pouco prática de locomover-se e decerto um adulto simplesmente decoraria o caminho ou usaria uma bússola ou mapa. Um adulto nunca conseguiria inventar algo tão sensacional quanto um conta passos até o riacho! Muito menos montaria um dispositivo de aparência tão complexa quanto aquele pequeno círculo, que parecia uma junção de diversas ideias e tentativas que empilharam-se até formar aquilo. Quantos conta passos para lugares diferentes Mimi teria?

— Viu, mamãe? Mimi e o conta passos são lindos! — a menina expôs orgulhosa para a própria mãe, muito feliz com seu feito. Jimin e Jungkook ainda encaravam o objeto maravilhados, tendo visto poucas coisas sequer similares.

— Você é muito, muito linda, Mimi. O meu orgulho. — A mulher inclinou-se para deixar um beijo e uma carícia no topo da cabeça da filha. — Agora mostra pra eles onde é o riacho.

Mimi concordou e caminhou até um ponto específico na frente de sua casa, alinhando-se com cuidado e precisão. Provavelmente ela estava em cima do ponto de partida de seu conta-passos e Jimin ficou ainda mais apaixonado pela engenhosidade divertida da garota.

— Qualquer coisa, toque o chifre... — Jimin lembrou antes de despedir-se de Joohyun e ir atrás de Mimi, que já começava a caminhar a passos rígidos, como se marchasse. Jungkook estava logo atrás, a um passo de distância.

Tinha entregado o chifre de luz do Jihyun para a mulher, não só em caso de emergências, mas também como uma espécie de garantia. Joohyun não tinha exigido nada, mas Jimin tinha certeza que deixar sua filha perambular com dois estranhos por aí não era exatamente confortável. Deixou claro o quanto o chifre era importante para ele, e que nunca iria embora sem. E a mulher, ao ver um artefato mágico tão fino e raro quanto aquele, soube que não mentia.

Logo estava ao lado de Mimi, que contava em alto e bom som os passos que dava, a marcha impecável. Parecia completamente concentrada para não perder a contagem do quanto já tinha andado, e Jimin começou a contar junto.

Andaram exatos 986 passos para frente, entrando em uma floresta e, inclusive, simulando que atravessavam árvores como se estas não estivessem ali, já que havia várias naquele caminho de linha reta. Quando andaram tudo para a frente, já era possível ver e ouvir o riacho à esquerda, mesmo assim Mimi não foi diretamente a ele, concentrada em seus passos.

Deu um para a direita e, logo após, voltou a dar passos para a esquerda. Mimi nem ao menos virou-se, mas sim marchou de lado. Jimin riu baixinho e copiou os movimentos, tanto o passo único à direita quanto os que seguiram-se para a esquerda.

— Por que fomos pra direita, Mimi?

— Porque eu gosto de pisar naquele pedacinho de grama — respondeu com simplicidade e Jimin aceitou. Mimi franziu seu cenho, preocupada. — Eu perdi a contagem!

Não que precisassem de contagem, pois enxergavam o riacho. E não que precisassem andar de lado, pois poderiam simplesmente virar para a esquerda e completar o resto do caminho andando de frente, mas a magia infantil não era a mesma.

— Você acabou de dar seu sétimo passo pra esquerda — Jungkook, seguindo-os em silêncio até então, a lembrou. Mimi deu um sorrisão por cima do ombro e provavelmente, se não estivesse tão concentrada em não perder novamente sua posição, teria abraçado o homem por ter salvado sua jornada até o riacho.

Terminaram de dar os passos e, assim como tinha dito, o passo a mais para frente que acrescentou em seu conta passos até o riacho fez com que o último fosse exatamente em cima dele e ela simplesmente pisou na água. Jimin riu e pulou logo atrás. Queria dizer que era para poder ajudar garotinha caso qualquer coisa acontecesse, mas a verdade era que gostava muito de nadar também.

E Jungkook ficou lá, pronto para salvar aqueles dois que não precisavam de socorro e já gargalhavam alto com o toque fresco da água nos rostos. Como não dava pé para ela, Mimi nadou até Jimin e enlaçou seu pescoço quando cansou, recebendo de volta um abraço carinhoso que indicava o quanto o elfo sentiu falta daquele tipo de coisa.

Jimin encarou Jungkook, que sentou-se na margem para observar os dois. Apesar de não sorrir — realmente quase nunca sorria —, carregava uma expressão leve no rosto, os olhos grandes e redondos brilhando de curiosidade. Espirrou um pouquinho de água nele antes de convidá-lo a entrar no rio também, piscando um dos olhos para indicar que secaria todo mundo no final.

Talvez se Jungkook pensasse melhor, notaria que o melhor era recusar, já completamente à mercê das vontades carinhosas de Jimin, mas pelo mesmo motivo entrou. Porque os pedidos e convites do elfo sempre carregavam, de forma quase surreal, as vontades que Jungkook escondia dentro de seu âmago e, até então, não teve ninguém para tirá-las dali.

Jungkook apoiou seu machado e seu escudo na relva, assim como o arco e a aljava de Jimin, que pegou logo antes dele pular na água. Tirou apenas a armadura de couro que vestia; as luvas ficariam daquela vez para não assustar Mimi, mesmo que pudessem ficar enferrujadas. Com suas roupas negras como o próprio cabelo, entrou no riacho também, suspirando fraquinho com o jeito gostoso que a correnteza fazia com que a água acariciasse sua pele.

Olhou para seu punho, ainda visível mesmo sob a água porque era completamente cristalina, lembrando do buscapé que enroscou-se lá da última vez. Suspirou baixinho com a lembrança, mais nostálgico do que deveria. Mas a imagem que projetava ali foi substituída pela mão pequena de Mimi, que nadou até ele em um momento de distração.

Jungkook ainda não entendia muito bem por que a garota não tinha medo dele. Seria por andar ao lado de Jimin? Desde que começou a viajar com o elfo era, de fato, tratado com menos repulsa, apesar de claramente ainda não ser convidado. Elfos eremitas eram realmente incríveis...

A garota buscou os ombros do homem com um pouco de dificuldade, por Jungkook ser realmente muito mais alto do que Jimin ou qualquer um dos elfos de sua aldeia e Jungkook ficou um pouco sem saber o que fazer. Mal tinha lidado com pessoas adultas, quem dirá uma criança?

Desajeitadamente, tentou segurar o corpo da garota, que começou a rir pelas cócegas que estava sentindo. Jimin, rindo da cena, aproximou-se de Jungkook e ajeitou os braços dele de forma que conseguisse acomodar Mimi propriamente, já cansada de nadar. Jungkook ficou espantado como aquilo realmente pareceu perfeito. De como ao enlaçar as pernas de Mimi, ela conseguia ficar basicamente sentada em seus braços.

A menina levou uma das mãos pequenas até o rosto de Jungkook, fitando profundamente as orbes heterocromáticas e exóticas, sem nem mesmo piscar, com seus olhos grandes e redondos de criança. Ao contrário do que normalmente acontecia, porque ninguém parecia ser capaz de sustentar aquele olhar tão estranho do Jungkook, quem desviou a visão foi ele, encabulado. Mimi riu e, já confortável, apoiou a cabeça no ombro dele, fechando os olhos para descansar um pouco.

Jimin acarinhou os cabelos da garota prestes a adormecer com um sorriso no rosto. Ele realmente amava muito crianças e sentia falta de cada uma que ia assistir seus shows de ilusionismo em Radnaii. Queria poder fazer um exclusivo para Mimi também, mas não podia.

Seus olhos encontraram-se com os de Jungkook, que ainda parecia encantado em estar carregando uma criança no colo. E, ainda mais, como parecia natural segurar ela daquele jeito, como se seu corpo tivesse sido feito para carregar crianças por aí. Era um pensamento completamente ridículo, mas era a única coisa que permeava sua cabeça.

Achando aquilo ainda mais adorável, Jimin levou os dedos até os cabelos de Jungkook, que corou imediatamente. Tinha recebido vários toques de Jimin na última semana, mas mesmo assim estava longe de acostumar-se com aquilo. Estava longe de conseguir receber aquele carinho com todo seu coração, mas também gostava muito da sensação que era ter seus fios entre os dedos dele.

— Vamos aproveitar que a Mimi dormiu para sair do riacho... — Jimin sussurrou. — Agora vamos ter que esperar ela acordar para que eu possa ensinar magia, mas foi divertido, né?

Jungkook concordou fraquinho com a cabeça, quieto e encabulado. Caminhou até a margem do rio com cuidado, tentando deixar suas passadas o mais leves possível, sem querer interromper o descanso de Mimi. Jimin o seguiu, aproximando as palmas das mãos para secá-los.

Aparentemente Jungkook não era o único que apreciava o calor vindo de Jimin quando ele secava as roupas, pois a garota adormecida deu um sorrisinho confortável durante o processo. Afundou ainda mais no ombro de Jungkook, ainda embasbacado com o desenrolar dos acontecimentos.

Quando terminou de secar os outros, Jimin concentrou-se nele mesmo, observando curioso o que Jungkook ia fazer em seguida. Não deu nenhum tipo de dica apesar de ter familiaridade com crianças, queria observar o que o parceiro de viagem, tão tímido, iria raciocinar.

Jungkook quase entrou em crise, sem saber o que fazer. Deveria pedir para Jimin fazer uma cama improvisada de folhas para Mimi cochilar? Mas se ele acordasse a garota na hora de deitá-la lá? Será que deveria simplesmente despertá-la? Afinal, ainda tinha que aprender magia com o elfo... Porém parecia terrível acordar a menina de um sono que parecia tão gostoso.

No final, Jungkook sentou com cuidado sob uma árvore, apoiando as costas no tronco grosso. Deixou que Mimi continuasse dormindo em seu ombro, já que parecia estar bem aconchegada ali. Jimin, que assistia a cena atentamente, amou a solução adorável que Jungkook deu ao problema. Talvez devolvessem Mimi mimada demais para a mãe, mas... esperava muito que Joohyun perdoasse eles, a culpa era dela em ter criado uma filha tão fofa!

Como teria que esperar Mimi acordar de qualquer jeito, avisou Jungkook e foi procurar algumas frutas na floresta em que estavam para que pudessem comer depois. Felizmente, achou várias de aparência madura e teve quase certeza que viu a movimentação de algumas ninfas pelo canto dos olhos.

Ninfas eram seres que viviam a maior parte de sua vida escondidas e as de Radnaii eram a exceção. Exceção apenas com Jimin e Jihyun, na verdade, com quem acostumaram-se depois de longos anos sendo praticamente vizinhos. Porém, mesmo sabendo que não veria diretamente nenhuma ninfa daquela floresta, Jimin ainda carregava um sentimento bom de familiaridade no peito.

Toda a situação o lembrava tanto de como vivia em Radnaii... Crianças, brincadeiras, cochilos e falta de preocupações... mas sabia que aquela era uma ilusão. Não uma das ilusões que criava para entreter as crianças, mas sim para entreter a si mesmo. Porque não estava em Radnaii, não estava tudo bem e não tinha Jihyun ao seu lado.

Ele realmente deveria estar ali? Realmente tinha direito de sentir-se feliz e nostálgico? Ou estava sendo egoísta? Jimin tinha se disposto a ajudar a Mimi com magia, mas será que teria feito aquilo por ela ou era apenas um desejo individualista de viver como fazia antes?

Sim, as coisas eram diferentes. Afinal, se fossem as de sempre, nunca sua mente estaria tão agitada e angustiada em uma tarefa tão calma quanto colher frutinhas. Voltou até a margem do riacho com o coração pesado.

E lá encontrou não só Mimi dormindo, mas Jungkook também. Apesar dos olhos fechados e da expressão relaxada que tomava seu rosto, ele ainda segurava o corpo da garotinha com muita delicadeza e carinho contra o seu peito. Toda agonia que pareceu inundar Jimin nos últimos poucos minutos dissipou-se imediatamente ao assistir aquela cena.

Aproximou-se devagar, um sorriso tomando seu rosto sem sua permissão. Não deveria sentir-se tão puramente feliz vivendo sem Jihyun. Estava parecendo o resto dos habitantes de Radnaii, que continuou sua vida naturalmente, como se Jihyun não tivesse desaparecido. Como se não tivesse uma peça faltando naquela bela imagem de tranquilidade e paz.

Os olhos de Jungkook tremularam ao ouvir o som baixo das botas macias de Jimin esmagando a grama, o sono leve como prometeu. Assim que percebeu com os olhos semicerrados que aquele era o elfo, permitiu-se relaxar de novo e afundou no próprio sono novamente.

Jimin apoiou as frutas entre algumas raízes da árvore e sentou-se ao lado de Jungkook e de Mimi. Acomodou-se de forma a sentir o calor dos dois, apoiando a cabeça no ombro desocupado de Jungkook e acariciando os cabelos da garotinha com um sorriso fraco, desejando tudo de melhor a ela. Ele queria que ela fosse mais feliz, queria que ela pudesse manipular magia.

Jihyun perdoaria, certo? Jihyun entenderia que Jimin simplesmente não conseguiria fechar os olhos para aquilo... Jimin pressionou seus lábios, reflexivo.

Sim, apesar de Jihyun sempre botar ordem na bagunça que as crianças faziam e puxar a orelha de Jimin por ser coração mole demais, ele era igualmente gentil. Jihyun nunca negaria ajuda a ninguém, muito menos a uma criança. Jihyun nunca deixou de pesquisar os melhores remédios que a natureza poderia lhe dar, nem que fosse para melhorar um mísero arranhão no joelho de alguém.

— Desculpa, maninho... — Jimin murmurou. — Desculpa a demora, maninho... mas você entende, não entende?

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SIM, ESSE ARCO É MTO JIKOOK PAPAIS ENERGY! Espero que estejam gostando apesar das ~bads~ocasionais!

Qual foi a cena favorita de vocês? A minha é eles indo pro riacho usando o conta passos porque a Mimi é mto fofa, que ódioooooo

Obrigada jikookbisexual por ter betado!

Espero muito, muito que tenham gostado do capítulo! Fiquem à vontade pra surtar comigo por aqui ou em #OCúmpliceDeAldebaran lá no twitter! (aliás, hoje eu fiz um quiz de Qual elemento você teria afinidade em CDA! na #ikusweek também!) E muito obrigada sempre pelo apoio quem me acompanha aaaaaaa

LEMBRANDO QUE HOJE VAI TER LIVE MINHA ÀS 20:00!!! Só entrar no twitch.tv/callmeikus e ser feliz!

Beijinhos de luz e até 13/03 às 19:13!

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