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06. Tenuidade do despertar

Oiii, meus buscapés!! Que saudades!! Mas como sempre, mais um dia 13, mais um capítulozinho pra vocês!

Muito muito obrigada mesmo por lerem e estarem contando as teorias de vocês, eu tô amando demaaaaais!! Hihihi ai, eu sou muito sortuda mesmo de ter buscapés tão inteligentes e fofoss

Boa leitura! #OCúmpliceDeAldebaran

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Fugir do próprio reino havia, no fim, sido uma boa escolha. Porém o príncipe logo entendeu que não era o suficiente, porque as consequências que desenrolavam-se daquilo que descobriu eram muito mais profundas e fatais do que sequer poderia imaginar. Afinal, era jovem e carregava consigo aquela vã esperança de que o mundo fosse bom.

Findar o conflito continuou sendo uma missão impossível, contudo era a única missão que tinha para si. Não por falta de deveres, mas porque nada importava mais para ele do que a segurança das pessoas que naquele momento morriam em vão. E pior morriam em vão pela honra e pelo nome de outra vítima despropositada.

Força de vontade e uma determinação que mais parecia fogo, engolindo todo o resto em suas chamas vivas, nunca lhe faltou. Faltava destrançar aquela intricada trama de conspirações, entendê-las e, se tudo desse certo, achar o fio principal. O fio que, puxando, descosturaria todo o resto.

Findaria sua busca com aquilo, porém ansiava mais que tudo que sua fé nas pessoas não tivesse o mesmo destino.


Jimin encontrava-se em uma floresta escura. Tão escura que só reconhecia ser uma floresta pelo som do farfalhar das folhas com o vento da noite e por trombar com troncos diversas vezes.

Apesar de parecer ameaçadora por causa da cegueira que lhe causava, Jimin ainda sentia-se confortável ao caminhar a esmo dentro dela. O que ele estava fazendo ali? Não lembrava, talvez devesse procurar algum sinal de vida. Onde estava Jungkook?

— Alguém aqui? — perguntou baixinho, mas apenas teve os sons da natureza lhe respondendo, da grama debaixo de seus pés.

Resignado, voltou a andar cautelosamente para não trombar com nenhuma árvore. Apesar do avanço ser lento e basicamente imperceptível por causa de toda a situação — estava escuro demais para enxergar o quanto tinha avançado e não era capaz de ver para onde estava indo —, Jimin continuou paciente. Talvez a momentânea falta de suas pernas e a primeira noite que fugira de Radnaii tivessem lhe ensinado um pouco o valor de ser paciente e valorizar cada avanço feito.

Caminhou pelo que pareceram longos minutos até um pequeno rastro de luz aparecer, contornando as árvores invisíveis para o elfo até então de um cinza fraco e quase melancólico. Jimin encarou o local desconfiado, não lembrava-se de vê-lo surgir, como se simplesmente tivesse aparecido de repente. Imaginou se tinha caminhado por tanto tempo que talvez tenha ficado distraído a ponto de não ver aquela mudança.

Sem ter mais para onde ir, seguiu a luz, com mais facilidade e rapidez agora que conseguia distinguir os arredores. Enquanto aproximava-se, a origem dela ficava mais distinta, desenhando uma abertura entre as árvores. Provavelmente alguma clareira que era iluminada pela lua.

Como se para provocar a estranha calma com a qual movimentava-se até então, um grito rasgou a noite silenciosa, tirando completamente o ar dos pulmões de Jimin.

Era o grito do Jihyun, exatamente como naquele dia.

Sem nenhum tipo de cautela, Jimin simplesmente correu em direção à clareira. Em direção ao seu irmão. Sempre iria na direção dele, não tinha nenhum outro propósito além daquilo. Aplicava toda sua força nas pernas, querendo ser o mais veloz possível.

O cenário limitado e escuro que rodeava sua visão até então abriu-se para uma enorme clareira iluminada pela lua. Mas seu brilho, em vez de azulado e gentil, era cinzento e frio, como se todas as cores tivessem sido roubadas dela. No centro do local estava Jihyun, sendo segurado por aquela criatura enorme que o sequestrou.

Jimin tirou seu arco das costas, puxando rapidamente uma flecha da aljava e posicionando-a com maestria. Assumiu uma postura mais agachada, firme no chão, mas ao mesmo tempo pronta para que pudesse se locomover para qualquer lugar.

Obrigou-se a observar melhor a situação, estranhando-a. Tanto a criatura quanto Jihyun estavam virados em sua direção, mas nenhum dos dois esboçou nenhuma reação ao vê-lo. Por mais que seu irmão estivesse com a boca tampada pelo raptor, esperava que ele esperneasse, ou pelo menos o olhasse daquele jeito que sempre tiveram um com o outro, refletindo a vida que compartilharam nas íris igualmente acinzentadas.

Sempre pensou que seria bom ver seu irmão novamente, independentemente da situação. Seria bom só de saber que ele estava por ali, em algum lugar. Ou razoavelmente perto para que pudesse correr atrás dele. Mas apesar de toda a familiaridade nos traços, nos curtos cabelos prateados, aquilo parecia estranho.

Tensionou a corda de seu arco, mirando na cabeça da criatura parada até então. Apesar da proximidade com Jihyun, o raptor era muito mais alto e Jimin confiava na própria mira. Não machucaria Jihyun com um ataque daqueles. Isto é, se a criatura não tivesse começado a tomar iniciativa em seus movimentos.

Ela levantou Jihyun, indicando claramente que tinha intenções de usá-lo como escudo. Jimin xingou-se baixinho por não ter sido mais rápido e começou a rodear os dois lentamente pela clareira, pé ante pé, ainda agachado, tentando analisar suas possibilidades.

Piscou, e Jihyun desapareceu. Sobrou só a criatura, que acompanhava com a cabeça seus movimentos mesmo que não tivesse olhos, nem nada em seu rosto. Jimin olhou perdido e desesperado ao redor, procurando seu irmão, mas sem deixar com que o enorme inimigo saísse de vista, sabia o quão perigoso ele era.

Piscou de novo e a única coisa que ocupava sua visão era o rosto sem traços daquele ser horrível, a menos de um palmo de seu próprio. Encarando-lhe com olhos inexistentes.

Congelou no lugar, incapaz de mover-se enquanto estava sob o escrutínio do vazio da expressão da criatura. O coração batia rápido e sentiu sua coluna ser tomada por um arrepio. Nem respirava mais.

Observou estático enquanto pequenas manchas escuras começavam a fazer-se visíveis no couro uniforme que parecia compor aquela armadura estranha e tão sem vida. Titubeou ao perceber que as manchas, cada vez mais escuras, formavam um rosto disforme. Dois olhos e uma boca.

O líquido negro que acumulava-se nos locais era tanto que começou a verter, escorrendo pelo resto do que mal poderia considerar-se um rosto. Jimin apenas pôde assistir, horrorizado, os olhos que pareciam escorrer lágrimas pretas e a boca da qual escorria sangue da mesma cor.

Encarou sem piscar, com medo do que poderia acontecer se o fizesse de novo e confuso sobre o que aquilo significava. O jeito que aquele líquido negro traçava caminhos cruéis pelo couro deforme era quase melancólico e Jimin sentiu pena.

Isso é, até um sorriso, maligno e cruel esboçar-se entre a cachoeira negra que parecia empoçar a grama sob seus pés. Foi a última gota para que Jimin afundasse em desespero, completamente aterrorizado por aquilo, suando frio.

— Jimin? — Jungkook foi acordado pelo grito de pavor do outro. Os olhos ainda um pouco sonolentos pousaram no elfo aterrorizado.

Jimin encontrou-se sentado em uma cama improvisada de folhas, com um tecido leve escorregando entre as pernas. Encarou as próprias mãos, perdido no fluxo dos acontecimentos, ainda suando frio e com o coração tão acelerado que parecia querer sair pela boca.

Tentou controlar a respiração, refletindo que aquilo provavelmente foi um pesadelo. Um pesadelo terrível, de um jeito que não lembrava-se de ter, nem durante a Guerra. Abriu e fechou as mãos, sua consciência ainda flutuando, desnorteada, entre sonho e realidade. Tudo que passou... pareceu real demais para ser um sonho.

— Você está bem? — Jungkook perguntou, agachado ao lado de Jimin, que estava tão distraído que não percebeu a movimentação do outro. Não percebeu, mas no momento sentia-se grato por esta. A sensação fria do toque metálico das luvas do Jungkook em suas costas era um lembrete confortável da realidade que de fato vivia.

Não que a realidade fosse tão boa assim de fato, seu irmão ainda havia sido sequestrado, aquela criatura maligna ainda existia e estava à solta, e ainda não sabia para onde ir. Frustrado, percebeu que o sonho nada mais foi do que um reflexo de sua própria realidade e aquilo preencheu seu peito do temor agoniante que tentara ignorar até então.

Jungkook não soube o que fazer quando viu o elfo literalmente murchar na sua frente. Já estava preocupado com a forma que ele simplesmente desmaiou na clareira, mas nunca imaginou que além de sequelas físicas pudessem haver emocionais também.

— Quer comer? — voltou a questionar, baixinho, tentando chamar a atenção de Jimin. — Eu não cozinho bem como você, mas eu fiz uma sopa.

O elfo virou o rosto para encarar o homem que sentiu-se estranhamente intimidado pelos olhos acinzentados que pareciam conseguir enxergar todo seu interior. Mas obviamente aquilo era impossível, porque se Jimin visse seu interior já teria fugido há muito tempo.

Jimin sorriu fraquinho, tentando acalmar-se com a presença gentil do Jungkook. A preocupação refletida naquele olhar lembrava-lhe que havia coisas boas no mundo e, um pouco mais tranquilo, puxou o rosto dele para mais perto, deixando um beijo grato em sua bochecha.

— Vamos comer, sim... — respondeu manso, sem dar tempo de Jungkook terminar de corar com o toque que recebera. Assim que percebeu que Jimin examinava seu próprio corpo por baixo do lençol, vendo se estava tudo certo, foi buscar as roupas do elfo.

Levantou-se, foi para perto da fogueira que tinha acendido mais cedo, agachou-se, pegou a muda de roupas que tinha lavado no rio e ergueu-se novamente. Nenhum dos movimentos era fora do normal, mas Jungkook sentia-se estranho. Talvez fosse o resquício do beijo na bochecha, que lhe confundia com uma sensação de ardência junta a um geladinho a mais quando o vento tocava seu rosto.

Quando voltou, Jimin já estava de pé, testando a força das pernas e alongando o corpo. Apesar de teoricamente ter acostumado-se com aquilo, Jungkook ainda ficava sem graça em ver Jimin nu daquela forma, tão naturalmente.

O elfo riu baixinho quando percebeu que a primeira peça de roupa que lhe foi oferecida era sua calça, vestindo-a com rapidez para cessar o desconforto alheio. Colocou sua camisa e amarrou o corset intrincado com agilidade, demonstrando os longos anos de uso advindos do orgulho pela sua cultura.

— Tem isso aqui também... — Jungkook afundou a mão em uma das pequenas bolsas que carregava consigo, tirando o pequeno broche de bronze que Jimin ganhara da viajante em seu primeiro dia fora de Radnaii. — Tirei para lavar suas roupas, me desculpe.

— Você está se desculpando por ter cuidado de mim e das minhas coisas? — Jimin perguntou incrédulo, pegando o broche da mão de Jungkook com cuidado. Não sabia o que tinha acontecido desde que desmaiou, nem quanto tempo tinha ficado desacordado, mas sabia que, se estava bem e seguro, foi por causa de Jungkook.

— Mas é que eu... mexi nas suas coisas e em você sem sua permissão — Jungkook murmurou fraquinho, observando em silêncio e com o rosto teimando em corar Jimin aproximar-se.

O elfo procurou algum pedaço de tecido menos grosso do que a armadura de couro que Jungkook utilizava, encontrando, satisfeito, um pedacinho da gola da camisa preta que ele utilizava por baixo. Com cuidado para não espetar Jungkook, colocou o broche lá.

— Difícil eu te dar permissão para qualquer coisa desmaiado. Se dependesse disso, eu estaria apodrecendo na Clareira do Massacre, não? — questionou retoricamente, mas mesmo assim Jungkook assentiu, sem graça. Automaticamente buscou com a mão o broche que Jimin tinha prendido nele, desacreditado, mas logo lembrou-se que não tinha sensação de tato com as luvas metálicas e desistiu da ação. — Você não tem que dar desculpas, eu que tenho que te agradecer, Jungkook.

— O que é isso? — Jungkook apontou para o broche, desviando do assunto. Nunca poderia aceitar nenhum agradecimento de Jimin e sabia disso. E a vontade de pedir desculpas por tudo só crescia a cada dia.

— Um broche, bobo. — Jimin riu. — Você sabe o que é, até guardou pra mim... Recebi de uma viajante no meu primeiro dia fora da aldeia, logo antes de te conhecer. Percebi que o bronze combina muito mais contigo e com sua armadura do que comigo.

— Mas é uma flor... — pontuou. Flores eram bonitas, puras e amadas por todos. E aquelas eram características do Jimin, não suas.

— Combina mais ainda! — retrucou, entendendo o que Jungkook queria dizer com facilidade com seus fragmentos de convivência até então. — Algumas são exóticas, mas ainda belas. Cheiram bem e cuidam dos outros. A maioria dos remédios do Jihyun eram feitos a base de flores, sabia?

— Jihyun? — Jungkook repetiu, focando no desconhecido para acalmar seu peito que não sabia lidar com as palavras gentis de Jimin. Ele tinha utilizado adjetivos tão... bons. Bons demais para descrever algo que nem ele.

— Vamos comer... — O elfo fugiu da pergunta, percebendo dolorosamente que tinha falado demais. Era tão natural pensar em Jihyun... ele era muito bobo de fato. — E fique com o broche, prefiro ele com você.

Sentaram-se lado a lado na fogueira e Jungkook serviu um pouco de sopa em uma das pequenas cuias que Jimin tinha feito durante a viagem deles. Entregou ao elfo, que aproveitou o conforto gerado pelo calor entre suas mãos e pelo cheirinho da sopa. Não era fresco como as coisas que costumava preparar, pois Jungkook não sabia diferenciar ervas e cogumelos muito bem, nem caçava direito, mas era gostoso mesmo assim.

Sorveu lentamente enquanto Jungkook pegava um pouco de comida para ele mesmo, só então percebendo o vazio no próprio estômago. Refletiu que também deveria hidratar-se direito e pegou seu cantil, feliz em sentir a água dele sem o gosto ruim que ficava ao ser guardada por muito tempo. Jungkook provavelmente tinha reposto o líquido nele há pouco tempo.

Voltou a comer logo depois, sob o olhar preocupado de Jungkook. Não sabia o que tinha acontecido com o elfo, então ainda estava desconfiado se poderia aceitar que estava tudo bem.

— O que aconteceu enquanto eu estava desmaiado? — Jimin quis saber por fim. Quando parou para pensar, nos últimos meses de sua vida foi cuidado mais vezes e por mais tempo do que no resto dela inteira, e isso era muito estranho.

— Eu te levei pra longe da Clareira, achando que poderia ter sido por causa dela... O plano era te levar para a aldeia mais perto para buscar um curandeiro, já que provavelmente não tinha um em Maslii, mas você acordou antes. Fazem dois dias.

— Decidiu viajar pela floresta? — Jimin encarou os arredores.

— A estrada principal estava perigosa — mentiu.

A verdade é que nenhum dos viajantes de Antares encarava com bons olhos um homem ameaçador e estranho como ele carregando um elfo eremita desacordado. Com medo de sofrer algum tipo de represália ou entrar em alguma briga e o elfo acabar sendo ferido, resolveu avançar pela floresta.

Aproveitou para fazer uma pausa também. Tinha passado o dia inteiro carregando Jimin para o mais longe possível da clareira. Estava com fome, sono e... precisava limpar o elfo e suas roupas. E, incrivelmente, no meio do descanso este acordou. Foi um alívio, de fato, pois não sabia se conseguiria arranjar um curandeiro com sua aparência.

— Entendi... Acho que assim é melhor, gosto da floresta.

— E o que aconteceu com você? — Jungkook resolveu sanar a dúvida que mais lhe assustava. Todo o acontecimento foi muito estranho.

— Oh... — Jimin finalmente lembrou-se do fato mais preocupante de todos. — Eu fui manipular Blesc, como sempre. Mas ele estava estranho e me sufocou... Dois dias... Demorar dois dias para me recuperar de asfixia é muito...

— Estranho?

— Sim. O Blesc normalmente comporta-se como se fosse partículas de um grande rio mágico que permeia todo o ar e todas as coisas. Por isso que dizemos que é uma benção de Iredanus — explicou. — O Blesc é como se fosse uma extensão mágica dele. E, aquele dia, ele estava agitado, como se fosse gás, não água.

— Hm... — Jungkook murmurou. Não entendia muito bem sobre magia. — E por que ele ficou assim?

— Não sei, isso é muito estranho... Aconteceu algo do tipo quando... — interrompeu-se, percebendo que quase soltou um de seus segredos de novo. — Quando... eu ainda estava na minha aldeia. Foi a primeira vez, nunca tinha visto nada do tipo.

— E te sufocou também daquela vez?

— Não... Dessa vez foi muito mais estranho. — Pousou as mãos na garganta, relembrando-se da queimação agoniante da asfixia. — Por que o Blesc estaria estranho? E por que me sufocaria? Será que Iredanus está tentando falar algo?

Jungkook ouviu em silêncio os questionamentos do Jimin, refletindo se fazia sentido adorar uma divindade que lhe trazia dor. Como alguém sem fé, não entendia. Nunca acharia que Iredanus estaria tentando comunicar-se através de sofrimento, acharia apenas que estava sendo punido. Refletiu, amargurado, que sua vida talvez fosse uma grande punição. Será que deveria atribuir a responsabilidade de seu sofrimento e infelicidade ao rio mágico que regia aquele mundo também?

Foi desperto de seus pensamentos quando Jimin segurou seu ombro, apoiando a cuia no chão, com a sopa quase no final. O elfo parecia determinado.

— Vou tentar fazer magia. Se eu começar a sufocar, tenta me puxar de volta. Normalmente a conexão mais pura com o Blesc, em que você sente ele, é bastante frágil. A interrupção deve funcionar.

Jungkook concordou apreensivo enquanto observava Jimin fechar os olhos. Não queria que o elfo se colocasse em risco novamente, mas não tinha como opinar muito sobre aquilo de qualquer forma. Restava esperar que desse tudo certo.

Jimin fechou os olhos, concentrando-se para poder senti-lo. Suspirou aliviado ao perceber desde o começo que ele estava normal. Era incrível como quando ele ficava estranho era claro desde o primeiro segundo.

Respirou fundo, deixando que o inspirar e expirar acompanhasse o ritmo das pequenas correntezas que sentia no grande rio de magia. Feliz com a volta à normalidade, mas preocupado com a volta das anomalias, Jimin fez uma pequena prece a Iredanus, suplicando que fosse piedoso a todos os seres mágicos que habitavam aquele mundo, apesar de imperfeitos.

Apesar de observar a respiração regulada do elfo, que indicava que tinha dado certo, Jungkook apenas libertou-se de sua apreensão quando ele abriu os olhos. Jimin encarou o parceiro de viagem com um sorrisinho no rosto, deixando a preocupação derreter-se. Jungkook era tão fofo que Jimin quase fez uma pequena ilusão para entretê-lo, que nem fazia com as criancinhas de Radnaii, mas impediu-se antes.

As palavras de alerta do Seojoon ecoaram em sua cabeça e, naquele momento, conectaram-se com a nova informação que tinha: elfos normais não manipulavam mais de um elemento. Talvez ninguém fora aos elfos eremitas realmente soubesse da existência de ilusões como uma forma de magia e ficou um pouco espantado com a exoticidade das próprias habilidades.

— Obrigado por me vigiar, Jungkook — agradeceu.

— Você fica agradecendo por coisas muito... não sei, que não faz sentido ser agradecido — Jungkook retrucou, meio tímido, e voltou a comer para distrair-se.

— Claro que não, eu sempre agradeço por coisas que me deixam grato... Sou grato por ter me sentido mais seguro e com menos medo em tocar o Blesc de novo, e isso foi possível por sua causa. Quer dizer que eu sou grato a você...

— Talvez você cultive gratidão em coisas demais.

— Talvez você esteja acostumado com pessoas pouco gratas — Jimin devolveu, levantando uma sobrancelha e deixando um biquinho chateado tomar conta de seus lábios. — Como receber agradecimentos é uma coisa que vem dos outros e não de você, é esperado que você não saiba como é se você não receber.

— Hm... — Jungkook apenas indicou que estava ouvindo, sem ter coragem para falar mais nada. Prendeu a respiração quando o elfo enlaçou seus ombros com um braço e aproximou-se.

— Mas assim como você pode não estar acostumado a receber gratidão, você não pode fugir da minha gratidão, porque ela depende só de mim — Jimin falou em um tom provocador, como se o desafiasse. Jungkook corou ao perceber que o elfo mascarava sua gentileza através do tom brincalhão, talvez para que fosse mais fácil para ele aceitar a informação. — Então eu estou grato pela ajuda, sim e, infelizmente, você não pode fazer nada sobre isso além de aceitar.

— Tudo bem... — Jungkook admitiu a derrota com um muxoxo. — Obrigado.

— Obrigado pelo quê?

— Pelas palavras bonitas... E pela gratidão — respondeu Jungkook com dificuldade, as bochechas corando com as palavras tão pouco costumeiras em sua vida até então.

— Aceito sua gratidão... — Jimin pôs as mãos no peito, como se indicasse ter recebido os sentimentos de Jungkook. — É legal, não acha? Sermos gratos um pelo outro...

Jungkook acenou fraquinho em concordância com a cabeça, incapaz de confiar em seu peito para responder aquilo. A verdade era que, por mais que quisesse, não poderia aceitar de verdade a gratidão de Jimin. Escondia com ele algo que minguaria todos os sentimentos e palavras lindas do elfo para si, não só sua gratidão.

O homem alto nunca esteve tão confuso em sua vida. Precisava mentir, porque era sua missão ali. Mas além da necessidade por causa de seu trabalho, uma parcela agora partia de um egoísmo bobo, de uma vontade de poder continuar recebendo aquela luz e aquele calor do elfo que o acompanhava durante sua viagem.

Porém o egoísmo conflitava com uma outra ânsia, a de contar tudo para Jimin, a de ser sincero. A de revelar tudo por apreço ao outro, mesmo que o prejudicasse em sua missão, prejudicasse em seu tímido desejo de continuar sendo tratado como uma boa pessoa, como era tratado por Jimin. Isso tudo porque Jimin, tão gentil, merecia saber a verdade. Jungkook quis chorar com seu próprio dilema moral, sentindo-se fraco.

— Para onde vamos agora? — Jimin perguntou, subitamente preocupado com o jeito que Jungkook ficou claramente angustiado naqueles poucos segundos, tentando distraí-lo. Colocou empolgação na voz, e encarou o parceiro com os olhinhos brilhando em expectativa, fazendo os heterocromáticos de Jungkook afastarem-se, envergonhados. O elfo achava engraçada a forma que as íris tão intensas, flamejantes e completamente negras sempre fugiam, bem ao contrário do sentimento que elas passavam.

— Podemos continuar seguindo para a aldeia que eu ia te levar... Talvez seja bom você consultar com um curandeiro por via das dúvidas, você passou muito tempo desmaiado... — sugeriu.

— Pode ser — Jimin concordou, soltando o ombro de Jungkook de seu abraço e pegando o resto de sopa que tinha deixado para comer depois.

— Acho que você vai gostar dessa próxima aldeia... — Jungkook comentou após um suspiro involuntário pela falta do toque de Jimin.

— Por quê?

— Porque a população dela é élfica.

Jimin arregalou os olhos, surpreso. Só tinha visto elfos como viajantes até agora e começou a ficar agitado com a possibilidade de ter uma aldeia só de elfos. Será que eles também sofreram sequestros? Será que eles tinham pistas? Será que ele poderia falar com um elfo do exterior e descobrir como eram suas crenças e magia?

Eram muitas perguntas. E Jimin esperava tanto receber ao menos uma resposta que a possibilidade de não tê-la acendeu uma pequena chama de terror em seu peito.

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Estranho esse desmaio do Jimin, né? Kkkkkkkkkkkkk o que acharam do sonho (um pouquinho) perturbador? Acham que ele significa alguma coisa? (alô psicanalistas)

Aliás, alguma aposta sobre o que vai acontecer na vila élfica? Teremos ou não #sequestros?

Enfim, espero muito, muito que tenham gostado do capítulo de hoje! Teve os jikook sendo fofinhos pra dar uma acalmada no coração no meio da treta que tá montando, né kkkkkkk Fiquem mais que à vontade para surtar por aqui, no twitter (sou a callmeikus por lá também e fico de olho na #OCúmpliceDeAldebaran) e não se esqueçam de votar no capítulo e indicar pro amiguinho!

Um grande agradecimento à jikookbisexual que começou a betar CDA! Esse capítulo está 100% no grau graças a ela! Tem a revisão dela + a minha revisão, pra deixar tudo bem lindinho e cheiroso! Sobre os capítulos passados, no spirit eles estão com todas as correções já, mas no wattpad eu não corrigi os parágrafos que tinham comentários porque o wattpad tira eles dali e eu sou apegada a vocês :( espero que eles não incomodem muito!

E é isso! Beijinhos de luz e até 13/02 às 19:13!!

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