03. Escamas de piche e íris flamejante
Oi, meus bebês!!! Mais um dia 13, mais um capítulo, assim como prometido!
Confesso que eu fico muito animada em postar logo pra vocês porque passo muito tempo surtando pelos jikook de CDA e queria poder surtar logo com vocês também hdsjkahdsakj
Como foi o fds e feriado? Espero que lindinho, repleto de show, alegrias e niver do nosso Jiminho!
Ah, uma pequena nota! Halflings, uma raça que aparece em CDA, é um termo genérico no mundo de D&D para os Hobbits do Senhor dos Anéis :)
Enfim, boa leitura!
#OCúmpliceDeAldebaran
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Com as lágrimas acumulando nos olhos, porém incapaz de deixá-las escorrer, o jovem príncipe apoiava sua mão no vidro da larga janela de seu quarto, sentindo o toque gelar sua mão pela tempestade lá fora. O clima parecia anunciar a dor de seu próprio coração.
Caos. Talvez essa fosse a palavra que resumisse toda a obra. Não havia desdobramento positivo naquele acontecimento, perdera tudo. Perdera sua irmã, perdera a sanidade de seu pai e temia, mais que tudo, perder seu povo. Chorava porque não sabia como impedir o colapso que via tomar cada vez mais forma na tensão política que desenvolvia-se, tal qual uma malévola erva daninha. Mas principalmente sofria por estar ciente da inutilidade do ciclo de terror que assolaria as terras que antes germinavam paz.
Calor. O calor dela era tudo que precisava para que pudesse ser feliz novamente, mas sabia que o tinha perdido para sempre.
Jimin tentou avançar o mais rápido possível durante a noite, com medo de que quando notassem sua fuga, enviassem alguém para impedi-lo. Queria estar bem longe de Radnaii quando amanhecesse, mas executar tal plano era mais difícil do que esperava.
Suas pernas, tão fortes e confiáveis até então, cediam com seu peso a cada centenas de metros. Tinha que aparar a queda com os braços felizmente treinados por causa de suas sessões de arco e flecha e descansar um pouco, daquele jeito, ajoelhado na relva.
O elfo ficava um pouco frustrado com aquelas interrupções, afinal, nunca tinha passado aquela dificuldade e apresentava uma certa resistência em assimilar o fato de que não podia correr como costumava, mesmo que soubesse que aquilo iria acontecer. Racionalizar suas quedas era mais fácil do que cair de fato.
Mas se tinha algo que o impulsionava a continuar e o mantinha leve apesar de não aguentar o peso do próprio corpo era a noção de que finalmente, depois de cinco meses, estava indo atrás de seu irmão. Indo atrás de quem mais amava na vida e de quem mais ansiava reencontrar.
Não sabia para onde ele tinha sido levado, não sabia que criatura era aquela que o tinha sequestrado, não sabia bem por onde começar e nem onde terminaria; mas o simples ato de estar movimentando-se para algum lugar acalmava seus ânimos. Seu primeiro objetivo era a capital, Scorpii.
Tão conhecida por ser o coração do reino de Antares, centro de todas as informações, de todas as raças e de todas as riquezas, ela deveria abrigar respostas para suas perguntas. Suas esperanças de que pudesse encontrar algo de útil por lá eram enormes, afinal, passara a infância inteira ouvindo sobre a cidade de tal forma que o próprio conceito dela parecia uma entidade irreal e respeitável.
Correu como pôde até o céu começar a clarear. Atrás de si, a sua própria vila élfica já naturalmente discreta e escondida não possuía nenhum rastro visível de existência. Quando o sol finalmente nasceu, anunciando de vez o começo de um novo dia, Jimin diminuiu o passo e aproximou-se da floresta que margeava o terreno aberto pelo qual deslocava-se.
Vistoriou o local, um pouco desconcertado com a falta das familiares ninfas escondidas atrás das árvores, achando estranha a falta de magia em forma de criatura. Apenas encontrou alguns animais selvagens e, de longe, ouviu um burburinho que indicava água. Pelo menos algum bom sinal.
Resolveu finalmente tomar um tempo para descansar, escalando com agilidade uma árvore e acomodando-se entre os galhos por via das dúvidas. Não conhecia o mundo externo e seus perigos além das histórias contadas por anciões e livros, então talvez devesse ter mais cautela apesar de Antares normalmente ser considerada segura por seus habitantes. Isto é, se não houvesse por suas terras uma cruel criatura que roubara seu irmão em completa liberdade.
Não deveria lembrar daquele tipo de coisa antes de dormir, pois ficava aflito. Porém o cansaço do corpo que há muito não trabalhava daquele jeito sobrepujou a inquietude da mente quando finalmente deixou as costas recostarem-se no tronco grosso da árvore, que parecia lhe acolher. E, daquela forma, teve seu primeiro sono fora de casa.
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Acordou no começo da tarde com o corpo um pouco dolorido. Mas sentia-se revigorado com a sensação, afinal, ela era prova de que tinha voltado a andar e estava no meio de sua jornada.
Espreguiçou-se brevemente antes de ir atrás do riacho que ouviu no começo da manhã, encontrando-o sem muitos problemas. Refletiu se eram as mesmas águas que abasteciam sua vila ao observar a similaridade na tonalidade da água e das pedrinhas cinzentas no fundo dela. Provavelmente. E até que notar aquilo deu uma certa sensação de conforto ao elfo.
Lavou o rosto e no processo percebeu que ainda usava os cabelos soltos. Trançou-os dolorosamente, porque queria que fosse Jihyun fazendo aquilo para ele. Suspirou pesarosamente, encheu seu cantil e bebeu um pouco da água antes de caçar algo para comer. Como não queria deixar sua pausa ainda mais demorada, resolveu comer algumas frutinhas que encontrou na floresta e sabia não serem venenosas. Não que demorar a mais naquele momento fosse fazer diferença para Jimin, que sabia ter uma jornada de tamanho indefinido a ser percorrida depois de uma demora de cinco meses, mas a afobação do primeiro dia fora de casa apenas o deixou mais ansioso e curioso do que o normal.
Logo voltou ao campo aberto que sabia indicar seu caminho pra capital. Tinha mais facilidade de guiar-se durante a noite por causa das inúmeras estrelas e constelações no céu, porém não estava de todo confuso com a rota pelo posicionamento do sol e, no final, preferia andar durante a claridade porque a noite fazia com que se lembrasse demais daquela madrugada.
Permitiu que o ritmo daquela vez fosse mais brando para que suas forças não esgotassem rápido demais. Observou curioso no horizonte a grama ser cortada por alguns pedaços de terra batida. Aquilo era uma estrada? Não sabia que havia vilarejos grandes tão perto de sua própria aldeia daquele jeito.
Com o coração batendo mais forte em seu peito, talvez de expectativa ao ver indícios de um mundo tão diferente do seu por aí, aproximou-se de tais estradas. Ficou feliz em perceber que conseguia ler os dizeres nas placas que a margeavam. Passara tanto tempo lendo élfico que não sabia mais se lembrava da escrita padrão também.
Sentiu o coração martelar no peito ao ler que havia uma pequena vila chamada Pervii a pouco tempo de caminhada de onde estava. A primeira aldeia que visitaria em sua vida, exceto a própria e as florestas próximas desta durante a Guerra.
Refletiu como ela seria... Teriam outras raças das quais tanto ouvira falar nas histórias contadas pelos mais velhos e lidas pelos livros? Ouviu dizer que nem todos os habitantes de Antares viviam em casas na árvore que nem eles, mas não conseguia imaginar tão bem o que era uma casa sem ser uma árvore para falar a verdade.
Deixou de lado os questionamentos, resolvendo ver aquilo por conta própria e seguiu a direção da placa. Ela desviava seu caminho levemente para direita, mas o elfo achou que a pausa valia à pena, pois nem mesmo sabia se estava indo para o lugar certo. Por mais que soubesse ter que ir pro sul, era um pouco diferente de conhecer a localização exata de Scorpii.
Andava pela estrada nervoso, pensando como seria ver uma pessoa que não fosse de Radnaii, sua aldeia natal, e pensou que iria desmaiar quando aconteceu de fato. A comerciante que viajava pela estrada tranquilamente com seus produtos observou curiosa a reação do elfo, a encarando com olhos arregalados como se fosse uma assombração.
A maga riu um pouco e jogou um pequeno pedaço de metal na direção do jovem de cabelos prateados e pele cor de cobre, tão exótico. Deduziu pela pintura em tinta prateada pelo rosto dele e pelos anéis do mesmo tom nos cabelos trançados que era um elfo das tribos que viviam isoladas ao resto de Antares.
Era raro encontrá-los, pois dificilmente deixavam suas aldeias escondidas e as exceções normalmente eram elfos mais jovem rebelavam-se, querendo conhecer o resto do mundo. Era incrível como a revolta da juventude era quase um atributo coletivo, independente de raça. A mulher sorriu e deu um aceno antes de voltar à sua caminhada, feliz. Era considerado uma sorte entre os viajantes deparar-se aquele tipo de elfo, teria um bom dia.
Jimin pegou com agilidade o pedaço de metal que lhe fora lançado, os olhos brilhando de curiosidade. Abriu a mão, revelando um pequeno broche cor de bronze no formato de uma flor. Sorriu agradecido e prendeu o enfeite em sua blusa azul clara, perto do peito. Contente, refletiu que o mundo externo não parecia tão terrível quanto estava imaginando.
Quanto mais aproximava-se de Pervii, mais pessoas encontrava na estrada. Mas daquela vez o elfo caminhava altivo e otimista, exibindo orgulhoso o broche que ganhara de presente e a confiança que começou a ter no mundo fora de sua aldeia. Olhares curiosos ainda pesavam em cima do elfo, todos em Antares sabiam reconhecer as tribos reclusas, principalmente os viajantes.
Jimin sorriu ao ver de longe cercados rodearem algumas construções. Algumas tendas de acampamentos margeavam a entrada principal do vilarejo, pois aquele era um ponto de encontro conhecido entre os viajantes nas terras de Antares, reunindo principalmente comerciantes e curandeiros especializados.
Ficou curioso com as estruturas têxteis, nunca tendo visto nada parecido além das próprias roupas e lençóis. Achou engraçado pessoas viverem dentro de lençóis. Alguns viajantes que estavam sentados do lado de fora das tendas, cozinhando o almoço em fogueiras ou simplesmente aproveitando um tempo ao ar livre começaram a observar o elfo encarar a tudo e todos, admirado. Tinha visto magos, halflings, outros elfos e até mesmo orcs! Tantas raças que só ouvira falar, bem na frente de seus olhos, era incrível! Jihyun com certeza acharia muito interessante.
E Jimin, que tinha começado a ficar empolgado com toda a viagem, murchou ao lembrar o principal objetivo dela. Sentia muita falta de seu irmão e parecia que o enxergava em qualquer coisa que pusesse seus olhos em cima. Criava em sua cabeça diálogos com o mais novo e imaginava as reações dele com naturalidade, costume talhado através de uma vida inteira juntos. Jihyun com certeza acharia toda aquela estrutura e seres diferentes encantador.
Os espectadores observaram confusos a mudança de humor do elfo estrangeiro por um momento, mas logo deixaram para lá, ocupando-se com as próprias coisas. Jimin caminhou mais pela estrada que cumpunha a entrada do vilarejo, finalmente sendo capaz de enxergar ele, de fato, por trás das tendas.
Ficou ainda mais maravilhado ao ver as construções de pedra e madeira. Era tão diferente da casa da árvore... As residências e estabelecimentos eram coloridas e os olhos de Jimin brilharam, nunca tinha visto nada do tipo.
Entrou em uma das ruas mais estreitas do vilarejo e foi engolido pela multidão. Mercadores ocupavam quase todo o pouco espaço disponível, anunciando supostos artefatos mágicos, relíquias dos reinos e iguarias nunca antes vistas. Jimin sentia-se tentado a obter cada uma daquelas coisas, facilmente convencido das maravilhas de forma um tanto quanto ingênua.
Observou um pouco melhor como as coisas funcionavam, percebendo que quem pegava algo anunciado pelos mercadores entregava algumas contas pretas e levemente achatadas na mão destes. Como os anciões de sua aldeia apenas saíram desta para lutar na Guerra, ninguém tinha muito conhecimento sobre moedas para passar através da geração, e ver aquilo foi curioso para Jimin, que não conhecia nem o conceito de escambo. Cada um realizava sua vocação da forma que queria em Radnaii e a compartilhava com os outros a seu bel-prazer.
Continuou caminhando, achando que seria mais prudente de sua parte apenas observar, desacostumado demais com tudo aquilo que acontecia. Chegou ao final da rua e, consequentemente, ao outro lado do vilarejo, refletindo o que fazer sobre aquilo. Tomou um susto ao ter uma porta aberta ao seu lado e um orc atravessar ela com dificuldade e cara de pouco amigos.
Ergueu o olhar, percebendo que o estabelecimento de paredes de um tom vermelho barroso possuía uma placa de madeira perto da porta. Nela, estava entalhada a palavra "taverna", mas Jimin não fazia a mínima ideia do que seria aquilo. Mas também havia o desenho de um copo, o que fez com que ele deduzisse que seria algum tipo de lugar para comer. Alguns elfos em sua tribo gostavam de cozinhar alguns pratos mais exóticos para o resto da tribo... Seria algo parecido?
Aproveitou a porta ainda aberta pela saída do enorme orc de pele esverdeada para bisbilhotar o interior do estabelecimento, mas antes que pudesse decidir se parecia seguro ou não, foi empurrado para dentro por outra pessoa que parecia querer entrar logo depois dele. Não reclamou e nem xingou, apenas recuperou o equilíbrio antes de observar o ambiente ao seu redor com cautela.
— Não é permitida a entrada com armas. — Um orc grande e robusto de pele azulada postou-se na frente de Jimin, impedindo que ele continuasse andando. O elfo cambaleou para trás com o susto, trombando as costas em alguém: o mesmo indivíduo que o empurrara para dentro.
O homem atrás de si suspirou resignado e baixinho, pegando o enorme machado que tinha atrás das costas e apoiando-o em uma parede que possuía várias outras armas enfileiradas. Jimin observou tudo assustado e sentindo-se minúsculo perto deles. O orco definitivamente tinha mais de 2,10m e o homem que lhe empurrou parecia ter no mínimo 1,90m.
Jimin olhou curioso o homem do machado apoiar um enorme escudo metálico na parede também, fazendo um barulho alto. Parecia pesado. O elfo estava curioso para entender sua raça, já que tinha a aparência de um mago, mas magos, pelo que sabia, utilizavam magia e não carregariam armas daquele porte.
— Você também. — O orco cutucou Jimin, que apenas assistia toda a cena curioso.
— Mas eu não carrego armas! — o elfo retrucou. Tirando quando seu irmão tinha sido sequestrado, nunca lutara na vida.
— Esse seu arco é de mentira por acaso? — O guarda apontou o objeto em suas costas. — Vá, tire ele.
— Oh, é verdade... — Jimin riu envergonhado, tirando o arco e a aljava das costas. — É que eu só uso pra caçar, nunca pensei como se fosse arma...
O orc não pareceu ligar para a justificativa de Jimin, só queria cumprir seu serviço de proteger a taverna. A cidade de Pervii recebia todo tipo de viajante, mas nem todos eram simpáticos, então tinham que se proteger como podiam.
Apoiou suas armas junto às outras no recinto e, depois de fazer aquilo, refletiu qual era seu objetivo ali. Não sabia. Finalmente pôde olhar o ambiente sem interrupções, percebendo mesas redondas de madeiras espalhadas por todo o salão com o chão feito do mesmo material. Diversas raças estavam sentadas ao redor das mesas, alguns seres em grupos, outros sozinhos. A maioria bebia algo amarelado em grandes canecas de madeira, mas assim como as outras coisas, Jimin não reconhecia o que era.
Animou-se ao ver comida em uma das mesas, um pouco curioso de como era a alimentação das pessoas fora de sua aldeia. Perdido sobre o que fazer, olhou para a cara do orc, que já tinha percebido o cheiro de leite vindo de Jimin apenas pelo jeito que os olhos do elfo brilharam em encantamento ao fitar uma taverna mal cuidada cheia de gente mal educada.
— Que tipo de lugar é esse?
— Uma taverna.
— O que se faz em uma taverna?
— Bebe, conversa, senta... Só não pode lutar aqui dentro. — O orc pontuou novamente, talvez preocupado até demais com seu trabalho. Jimin riu baixinho.
— Não pretendo lutar — garantiu. — O que eu faço agora?
— Não sei, você que tem que saber.
Jimin suspirou frustrado com a falta de resposta clara e olhou ao redor mais uma vez, enxergando um balcão. Não sabia o que era um balcão, claro, mas a forma que uma pequena mulher andava atrás dele trazendo canecas e conversando com outros seres sentados dava a entender que ela tinha uma espécie de destaque dentro do estabelecimento.
Caminhou timidamente até lá e sentou-se em um banco de madeira vago na frente do balcão, percebendo só depois que era ao lado daquele homem que o empurrou na entrada; a estatura avantajada reconhecível de longe. Curioso sobre ele assim como tudo ao seu redor, Jimin deixou seu olhar repousar no desconhecido.
Usava uma leve armadura de couro marrom escuro em duas peças, uma que cobria o torso e os braços, e outra que cobria as pernas por cima de peças de roupa pretas. Calçava botas negras e robustas, provavelmente de couro também. Mas aquilo não era o curioso, e sim as luvas de metal que utilizava. Jimin só tinha visto armaduras daquele material na Guerra, porém apesar do pouco conhecimento, sabia que os lugares mais importantes de se proteger era a cabeça e o tórax. Então... Por que apenas luvas de metal?
Deixou-se ser hipnotizado pelos reflexos que a liga de um profundo cinza fazia ao que o homem movimentava uma das mãos despretensiosamente, talvez com impaciência ao esperar o que é que tivesse pedido no bar. Ainda mais interessado, Jimin ergueu o olhar, encarando o lado esquerdo de seu perfil.
Tinha cabelos negros e olhos da mesma cor, o que deixou Jimin um tanto impressionado, achando incomum. Todos em sua tribo possuíam olhos claros, normalmente acinzentados, então percebeu as diferentes cores de olhos de todos os viajantes que cruzou até então, muitos deles de íris escuras. Mas uma íris completamente negra daquele jeito... Talvez fosse a perspectiva de onde estava olhando, porque era realmente muito diferente.
O homem subitamente virou o rosto, dando um pequeno susto no elfo por ter sido pego encarando-o. Jimin riu baixinho por um momento antes de aquietar-se novamente, preso no olhar dele. A orbe esquerda realmente era negra, não tinha sido impressão sua, tão escura que não havia diferenciação entre a pupila e a íris, tão profunda que Jimin sentiu que poderia ser sugado para dentro. Mas não era aquilo que deixou Jimin sem palavras.
A íris que realmente o espantou foi a direita, que ardia como a maior e mais vívida fogueira que vira na vida. Assustou-se porque realmente parecia que haviam chamas no olhar do outro, mas tentou racionalizar e deduziu que aquela ilusão de ótica era criada pelo reflexo da luz nos desenhos alaranjados e vermelhos de seu olhar. Jimin sabia bem sobre ilusões de ótica.
— Aqui sua bebida, jovem. — O silêncio dos dois que encaravam-se foi quebrado quando a pequena halfling apareceu por detrás do balcão, pousando um grande copo de madeira na frente do homem alto depois de subir em um banquinho para ficar em uma altura boa.
Jimin despertou-se de seu pequeno transe de admiração. Talvez realmente tivesse sido capturado pela íris negra, ficou tanto tempo preso nos olhos do outro que era a única explicação válida. Observou a mulher mais de perto agora, refletindo por que não fizera o balcão mais baixo para que pudesse alcançá-lo também.
Na verdade Jimin não tinha certeza se ela era uma halfling, pois nunca tinha visto outras raças de verdade. Mas com aquela estatura ela poderia ser uma halfling, uma anã ou uma duende e a primeira opção era mais provável. Inclinou-se no balcão para tentar enxergar os pés da mulher e averiguar se eram peludos, mas voltou a sentar discretamente após ser frustrado por um par de botas.
— Ah... — o homem grande murmurou baixinho, olhando o conteúdo de seu copo. — Eu queria água...
— Onde já se viu um homem do seu tamanho beber água? — a balconista retrucou, parecendo ofendida. — Aceite a bebida, jovem! Agora você, meu pequeno espírito de luz, em que posso ajudar?
— Eu? — Jimin apontou para ele mesmo, confuso se ele era o pequeno espírito de luz dela. A mulher concordou com um riso, não era difícil perceber o cheirinho de leite e inocência naquele elfo. — Não sei.
— Você tem Dien? — A mulher começou pelo básico, paciente. O homem de olhos exóticos observou a cena enquanto tomava um gole de seu copo, admitindo a derrota, e torcendo o nariz com o sabor.
— O que é Dien?
— É isso aqui... — Tirou do bolso algumas das contas pretas achatadas. Jimin arregalou os olhos, reconhecendo-as.
— Vi alguém segurando isso lá fora também!
— Então, bençãozinha de Iredanus, aqui no mundo real a gente usa Dien para conseguir as coisas. Você pode trocar o fruto de seu trabalho também, mas vamos admitir que levar contas em uma bolsa é bem mais conveniente do que carregar uma cesta de peixes se sua profissão é ser pescador, por exemplo.
— O quê? — Jimin arregalou os olhos. — Vocês transformam o peixe nessas continhas? Com Blesc? Por favor, me ensine a manipular Blesc assim!
— Não, não! — a mulher gargalhou com a inocência do outro. Aqueles elfinhos achando que tudo poderia ser resolvido com magia... — Vamos com exemplo do pescador... Você pescou um peixe, certo? Aí você pode ir até alguém que queira esse peixe e pedir Dien em troca dele. Com esse Dien, você pode comprar coisas.
— Comprar? — perguntou Jimin, pouco familiarizado com a palavra.
— Conseguir algo em troca de Dien, isso é comprar — explicou com mais paciência do que deveria. Mas fazer o que se em todos aqueles anos administrando a taverna era a primeira vez que um elfo tão despreparado para o mundo aparecia? E ele era adorável demais! — Vocês não compram coisas na sua tribo, bençãozinha de Iredanus? Ou trocam?
— Não... A gente só faz o que gosta. E dá pros outros, sem precisar nada em troca.
— Que curioso... — a halfling comentou, um tanto admirada. — Bem... No resto do reino é diferente. Para conseguir as coisas você precisa de Dien, e para consegui Dien, você precisa vender algo.
— Vender?
— É o contrário de comprar. Para comprar você entrega Dien em troca de algo, para vender você dá algo em troca de Dien.
— Que confuso...
— Pois é, mas vou seguir suas tradições e te oferecer algo sem pedir nada em troca — a mulher disse, levantando as sobrancelhas. — O que você deseja?
— Mas... Isso não é ruim para você? — Jimin perguntou, confuso.
— Considere um presente por ter tornado-se um cliente. Um dia quando voltar por essas bandas você compra algo aqui com o Dien que tiver. Um banquete, faça uma festa se for o caso.
— Pode ser! — Jimin sorriu, animado com a ideia. Seria tão incrível passar por ali depois de ter resgatado Jihyun, comprar várias coisas que ainda não sabia o que eram com o Dien que coletaria e fazer uma grande festa! Ah, sim, ter seu amado irmão de volta definitivamente seria uma festa.
— Bem... Primeiro, o que quer beber? Licor de mirtilos da neve é nossa especialidade. Também temos cerveja, vinho, alguns sucos...
— Neve? Tem neve por aqui? — Jimin sentia-se cada vez mais enganado por tudo que aprendeu na vida. Tinha certeza que só no norte e nas terras-além-do-mar nevava!
— Não, bençãozinha de Iredanus, apenas no extremo norte. Conseguimos esses mirtilos com mercadores viajantes. Vale uma quantidade boa de Dien...
— Oh...
— Vou te dar só um pouquinho do licor. Você já bebeu álcool?
— Acho que não...
— Pois tome cuidado! Não exagere e não aceite bebida de estranhos! — avisou, o tom de voz maternal. Ah, que aquele elfinho era fofo demais... Se pudesse o adotaria.
— Mas você é uma estranha e está me dando bebida...
— Eu posso — retrucou a mulher, parecendo ofendida. Colocou um pequeno copo na frente de Jimin e entornou um líquido meio translúcido, a cor arroxeada. — Sou sua conhecida aqui.
— E qual é seu nome?
— Jina.
— Prazer, Jina. — Jimin curvou-se respeitosamente, como era de praxe fazer com os mais velhos. Jina quis morrer com tamanha a educação do pequeno elfo, realmente queria poder adotá-lo. Lindo, fofo e educado! — Agora somos conhecidos.
— Só se eu souber seu nome, jovenzinho!
— É Jimin! — O elfo abriu um sorriso grande, feliz com sua primeira conhecida fora da Radnaii.
— Ótimo, Jimin. Agora prove o nosso licor da casa, é ótimo. — Apontou para a pequena taça em sua frente, de vidro. Coisa fina.
Jimin bebericou o líquido oferecido, sentindo os olhos lacrimejarem um pouco apesar do sabor doce e gostoso. Arriscou tomar um gole, sentindo a garganta inteira queimar.
— Por Iredanus! Como vocês colocaram uma magia de fogo na bebida? — Admirou o resto do licor que havia na taça assustado.
— É álcool, bobinho. — A halfling riu. — Vou trazer um prato de comida para você agora, tudo bem, bençãozinha?
— Oh... Obrigado! — Jimin respondeu, corado. Estava acostumado a receber as coisas dos outros por causa de sua cultura, mas já percebia que isso não era normal ali e que deveria ser especialmente grato pela gentileza.
— Eu também gostaria de um desses... — O homem que parecia esforçar-se para beber a cerveja finalmente viu uma chance de intervir. Assim como vários outros clientes, ele queria fazer um pedido, mas não conseguia porque a halfling encontrava-se entretida demais com o elfinho que adotou em sua cabeça simplesmente porque quis.
Ela o prescrutou com seriedade, muito diferente do olhar afável para Jimin, que nem pagando pelo serviço estava. Concordou com a cabeça e começou a descer do banquinho para ir até a cozinha buscar os pratos.
— Mas tire essas luvas horrorosas para comer! Essa é uma taverna de respeito — reclamou antes de desaparecer pela porta do balcão.
O homem ficou em silêncio novamente, olhando para as próprias mãos cobertas um tanto inquieto. Jimin voltou a encará-lo, a curiosidade antes interrompida pela mulher voltando à toda. Estava aprendendo tantas coisas novas que até ficava tonto.
— Hm... — Ele levantou os olhos bicolores novamente para Jimin ao perceber que estava sendo observado. — Me desculpe por ter trombado em você.
— Oh, é verdade! — O elfo nem lembrava-se mais de tal acontecimento. Tinha tantas coisas pra prestar atenção... Será que acostumaria-se com a vida fora de Radnaii em algum momento? — Tudo bem. Imagino que tenha sido sem querer, né?
— Sim — o homem concordou baixinho, o tom de voz grave quase inaudível, e voltou a olhar para as próprias mãos.
Depois do diálogo breve, Jimin começou a observar os outros seres que ocupavam o aposento já que o outro ficou em silêncio. A maioria das mesas do aposento era ocupada por halflings, pequenos que nem a mulher que os atendia. Uma delas possuía um grande grupo de orcs e Jimin percebeu que divertia-se em observá-los tão perto dos halflings por causa da diferença de tamanho.
Alguns magos almoçavam, as feições parecidas com as élficas que estava acostumado, porém sem as orelhas pontudas. Pelo que sabia, a diferença entre magos e elfos era a necessidade de artefatos mágicos para manipular Blesc por parte deles, mas por muitos anos achou que fosse a mesma coisa, imaginando que mago era qualquer um que usasse magia. Às vezes nomes eram pouco convenientes mesmo.
E, apesar de tudo, também havia elfos na taverna, mas Jimin não reconhecia-se neles apesar das orelhas pontudas. As vestimentas eram comuns, nada aparentemente representando sua tribo, o que era um traço muito cultural de Radnaii — e de todos os outros elfos das tribos isoladas. Aquilo era muito estranho para Jimin, que vestia com orgulho a blusa azul claro de manga longa, com as runas elementais de Radnaii bordadas; o corset branco que representava o suporte que eles recebiam da magia ao redor da cintura esguia; os anéis de prata trançados em seu cabelo. Era tudo uma parte tão intrínsceca do que era e de sua história que observar os outros elfos o fazia refletir se não tinham uma tribo para chamar de sua.
Os fios de cabelo da maioria deles possuía tons mais escuros, ao contrário do dourado e prateado que estava acostumado, assim como os olhos. A pele, por outro lado, era pálida. Foi um tanto engraçado para Jimin perceber que, de todas as raças, a que mais passou tempo olhando foi a própria. Tinha noção que havia diferenças físicas entre outros elfos, mas nunca imaginou que seria tão desconcertante vê-las ao vivo.
— Vem comer, bençãozinha de Iredanus. — Foi chamado por Jina e, interrompeu suas observações, virando-se novamente para frente e encarando um prato de comida que cheirava bem. — Você! Eu já disse que é para tirar a luva, onde estão seus modos?
Jimin observou o homem abaixar seu olhar para as mãos novamente, parecendo resistente em obedecer a mulher. Suspirou fundo antes de retirar as luvas, fazendo com que não só Jimin, mas Jina também, prendessem a respiração de espanto.
O olhar do elfo foi imediatamente atraído para as mãos, cobertas por escamas negras e brilhosas que formava um couro uniforme que parecia continuar para dentro das mangas da armadura que ele vestia. Ao contrário do olho negro que parecia absorver toda a luz ao seu redor, a superfície das escamas lisas reluzia, assim como as enormes e grossas garras que ocupavam o lugar das suas unhas.
O homem não devolveu o olhar, apenas pegou os talheres e começou a comer impassível, as luvas apoiadas ao seu lado no balcão. A halfling ficou um pouco tensa e decidiu ocupar-se atendendo os outros clientes e indo à cozinha, o que foi uma pena para Jimin, que queria perguntar o que era a comida.
— Com licença... — Levou a mão timidamente até o ombro do homem ao seu lado e engoliu em seco quando ele voltou a prescrutá-lo com aqueles olhos tão diferentes. — Você sabe o que é essa comida?
— Hm... — Ele encarou o prato novamente, como se não tivesse parado para pensar no que estava comendo. — Acho que é porco selvagem e repolho. E pão, claro.
— Oh, entendi... Obrigado — Jimin agradeceu antes de orar pelo sacrifício do porco que virou seu alimento e pegar o talher. Espetou um pedaço da carne e provou, impressionado com o sabor de temperos desconhecidos.
Talvez o elfo tenha ficado empolgado até demais, comendo rápido tudo em seu prato pela afobação de provar coisas novas, sentindo-se subitamente cheio depois, até demais. Não costumava comer porções tão grandes em Radnaii.
Afastou o prato para um canto do balcão de forma que pudesse apoiar seus braços e cabeça ali, estufado. Ao repousar o rosto lá, voltou a encarar o homem sentado ao seu lado sem vergonha nenhuma, alheio do quão estranho e até mesmo mal-educado estava sendo.
Observou encantado a forma que as escamas reluziam enquanto o homem comia, refletindo que raça era aquela que não ouvira nem falar. O mais próximo que conseguia lembrar eram draconatos, porém tinha certeza absoluta de que os relatos contavam que tal raça tinha a aparência completa de um dragão, pele feita apenas de escamas e o rosto formado por um focinho grande, além de terem sido extintos na Guerra.
— É tão bonito... — suspirou, pensando alto. Sem pensar muito bem, aproximou seus dedos até a mão dele, curioso sobre qual seria a textura e desinibido demais por ter sempre vivido em uma cultura repleta de contato físico.
A mão que segurava o talher parou de mover-se, tensa, quando sentiu o toque nela. O homem até tinha visto a aproximação, mas como não acreditou de primeira na veracidade dela, acabou sendo pego de surpresa. Ao ver a reação desconfortável dele, Jimin afastou seu toque e levantou sua cabeça do balcão.
— Eu te incomodei? Desculpa... — pediu baixinho, cheio de remorso pela impulsividade. — Não pensei muito bem, só achei tão bonito que...
— Tudo bem. — O outro interrompeu. Ficaram em silêncio por mais um tempo, apreensivos.
— Oh! Te toquei dessa forma, mas nem sei seu nome! — O elfo riu sem graça. — Eu sou o Jimin, e você?
O homem de braços de dragão pareceu ponderar por um momento se deveria continuar conversando com o elfo tão intrometido. Mas, no final, pareceu uma boa opção tendo em vista seus objetivos.
— Jungkook...
— Que nome lindo! — Jimin abriu um sorriso grande e sincero, animado. Adorava perceber que estava conhecendo pessoas novas apesar de sua inexperiência.
— Hm... Obrigado — Jungkook respondeu baixo, voltando a comer e a olhar para frente. Parte dele queria continuar olhando e conversando com o elfo, porque aquele sorriso cativante era bem diferente das expressões que normalmente recebia, mas não sentia-se confortável em fazê-lo.
Jungkook terminou de comer pouco depois, calçando suas luvas e tentando terminar de beber a grande caneca de cerveja que recebeu. Jina voltou logo depois para recolher os pratos e mimar um pouco mais seu elfinho fofo.
— Você está indo para onde agora, bençãozinha de Iredanus? — perguntou a halfling enquanto oferecia um copo de suco para Jimin, que não sabia se tinha espaço para beber aquilo também.
— Estou tentando ir para a capital... Eu caminhei em direção ao sul, mas não sei se estou indo pelo lugar certo — respondeu com um biquinho manhoso.
— Bem... Como não sei de onde você partiu é difícil dizer se Pervii era parte de seu caminho para Scorpii — ela ponderou. — Mas se você veio do norte... Provavelmente foi um bom trajeto.
— E agora, continuo seguindo para o sul?
— Então, pode funcionar por parte do caminho, mas dificilmente você vai chegar na localização exata da cidade. Eu recomendaria você seguir as estradas, porque elas levam diretamente à Scorpii, mas alguns clientes falaram que elas andam perigosas.
— Perigosas? — Jimin arregalou os olhos. — Alguém foi sequestrado? Por um ser gigante? Gigante e rápido.
— Não, bençãozinha... — Jina franziu o cenho, preocupada. — São apenas alguns dissidentes que desistiram da vida de trabalho honesto e preferem roubar viajantes. Eles só levam pertences... Nunca ouvi falar de sequestro.
— Ah... — Jimin ficou desalentado com a informação, ou melhor, a falta dela e olhou as próprias mãos em cima da mesa. Não deveria estar tão decepcionado assim... Afinal, era uma boa notícia que ninguém estava sendo sequestrado nas estradas, mas as pistas do rapto de seu irmão pareciam cada vez mais esparsas. Por um momento refletiu se Taeyeon mentiu quando lhe contou que houve rapto de outros elfos em outras aldeias.
— O que foi, meu espírito de luz? — Jina amaciou ainda mais a voz, acariciando o cabelo prateado do elfo.
— Não é nada, Jina, não se preocupe. — Jimin forçou seu sorriso de volta. Talvez fosse melhor que ele guardasse o sequestro para ele mesmo enquanto não entendesse melhor como que o mundo real funcionava. — Então como você recomenda que eu vá para a capital?
— Então, é melhor evitar a estrada principal, caminhando mais próximo às florestas. Seria bom se você achasse um grupo que já tenha feito essa viagem para ir com você... — A halfling pôs-se a pensar. — Talvez pedir para entrar em uma das caravanas que acampa na frente daqui...
— Eu conheço o caminho. — A voz baixa de Jungkook entrou na discussão, atraindo o olhar desconfiado de Jina, que fazia um bom trabalho em ignorá-lo até então. Jimin virou-se para olhá-lo, os olhinhos brilhando em expectativa com a possibilidade de ter seu problema resolvido de forma tão fácil.
— O pessoal das caravanas também... — Jina tentou contestar, preocupada em deixar o elfo tão jovem e ingênuo viajar junto a um homem tão suspeito.
— Estou indo para Scorpii agora, na verdade... — Jungkook parecia ter uma certa dificuldade em fazer a proposta, como se relutasse. Jimin observou curioso o jeito tímido do homem com braços de escamas, achando até mesmo divertido. — Se quiser, podemos ir juntos.
— Mas... — A halfling tentou evitar tal viagem de novo, mas Jimin, empolgado demais com a ideia, foi mais rápido do que ela.
— Vamos então!
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AIIIIIIIIIIIIII, OS JIKOOK FINALMENTE SE ENCONTRARAM!!! O QUE ACHARAM DELES À PRIMEIRA VISTA? HIHIHI ME CONTEM, PLIS, TÔ MUITO EMPOLGADA
Primeiro, quero agradecer muito quem está acompanhando minha filhinha, de verdade. Não tem felicidade maior do que ter gente compartilhando a história aos pouquinhos comigo, quase me derreto de amor! Muito obrigada mesmo! Por todos comentários, surtos na hashtag e até mesmo fanarts (uau)!
Aliás, vou começar a postar spoilers do próximo capítulo mensalmente também, nos dias 26 do mês na hashtag #OCúmpliceDeAldebaran. Não deixem de me acompanhar no twitter, eu sou a @callmeikus lá também!
Minha parte favorita, obviamente, foi o encontro dos jikook, em específico o Jimin encarando sem a mínima vergonha na cara as mãozinhas de dragão do JK, e a de vocês? Hushauashusa
Se estão gostando, não esqueçam de deixar o votinho pra me deixar feliz e recomendar a fific pros miguxos! Eu sempre atualizo rapidinho e prometo não deixar ninguém passar fome!
Enfim, é isso! Beijinhos de luz e até 13/11 às 19:13!!!
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