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01. Terror na madrugada

Oi, oi, oi, meus anjinhos!!!! Ai, eu estou tãooooo feliz em postar de novo pra vocês!!!

Espero muito que gostem da minha nova bebê!

Boa leitura!! #OCúmpliceDeAldebaran

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A cena mais esperada por ambos os reinos desenrolava-se como se fosse um filme. Apesar das centenas de convidados, poucos pareciam acreditar de fato que estavam celebrando uma aliança que até então era tão distante. O ambiente estava coberto por uma esperança que não sentiam há tempos, como se fosse uma manta que protegeria-lhes pelos próximos anos, quiçá séculos.

A noiva sorria, tão linda que parecia uma miragem no belo vestido branco, leve e solto, que flutuava ao seu redor como se vestisse brisa, nuvem e natureza. Como se houvesse recebido a benção do próprio rio Iredanus pelo casamento, revigorada e bela.

Apesar da constituição física quase ameaçadora do noivo, ele transpirava paz também, tanta que inspirava tranquilidade em todos os súditos presentes na tão aguardada cerimônia. Os cabelos longos e negros como a própria pele foram trançados em flores pela própria noiva, uma bela representação de como estavam ambos juntos em uma harmonia que, com esperança, acometeria os reinos que também uniam-se naquele momento.



— Faz de novo, faz de novo! — As vozes finas e infantis formaram um coro animado, os olhinhos brilhando em encantamento. Jimin riu, amava crianças.

Incapaz de negar tal pedido, o elfo atraiu a atenção dos pequenos para seus dedos novamente. Com facilidade, manipulou o Blesc — como chamavam as pequenas partículas essenciais de magia — presente no ar, moldando-o na forma de serpentinas de luz, como se elas simplesmente surgissem da pontinha de suas unhas.

As crianças gritaram e aplaudiram novamente, completamente encantadas. Apesar de viverem em um mundo repleto de magia, o uso dela era algo um tanto quanto prático — levantar casas, limpar roupas, arrumar ambientes, curar pessoas —, então de fato o pequeno show de ilusionismo de Jimin era um ponto fora da curva no dia a dia um tanto quanto tedioso dos pequenos elfos.

— Já é hora do almoço, acabou o show! — Uma nova voz, adulta e bem humorada, preencheu o ambiente que já estava sendo ocupado por novos pedidos de ilusões. As crianças que estavam sentadas ordenadamente em um semicírculo na clareira vaiaram, frustradas e deixando um biquinho tomar o rosto delas. — O quê? Vocês não querem receber a benção de Iredanus, que nos provê alimento e paz?

— Queremos! — Um grupo de três menininhas defendeu-se e levantou-se prontamente, as mãos na cintura. Ninguém era louco de negar a generosidade do grande rio Iredanus, que provia de bom grado cada uma de suas refeições.

Seguindo o exemplo das três primeiras crianças, as outras também começaram a erguer-se do gramado e ir para casa. Jimin e o recém chegado permaneceram na clareira até garantir que todas encaminhavam-se em segurança aos seus respectivos lares.

— Você tem que aprender a colocar um limite nelas, Jimin — bufou o jovem de cabelos curtos e prateados, passando a mão impaciente entre eles enquanto tentava direcionar um olhar severo para o outro.

— Você sabe que eu não consigo, Jihyun... — Jimin respondeu com um sorrisinho envergonhado antes de abraçar o irmão mais novo e deixar um beijo em sua bochecha. — Bom que eu posso contar com você para me ajudar!

— E lá vamos nós de novo... — Jihyun tentou manter a expressão séria, mas seu coração era mole demais, principalmente pelo seu doce e inocente irmão mais velho, que nem parecia ter deixado de ser criança. — Quer mesmo que eu fique cuidando de você pra sempre?

— Óbvio! — Jimin riu. — Acha mesmo que vai se livrar de mim um dia, maninho?

— É... — Acompanhou a gargalhada doce de seu irmão. — Acho que não sou capaz de tal feito heróico.

Acostumados à naturalidade tranquila que tinham um com o outro, os dois irmãos começaram a caminhar lentamente para sua casa. Mesmo que a aldeia dos jovens elfos fosse calorosa e sempre disposta a ajudar, eles eram dependentes mais um do outro do que de seu povo em si, vivendo em certo isolamento.

Afinal, desde que se lembravam por gente, eram os dois e apenas eles. Transformados em órfãos pela Grande Guerra Mágica, Jimin e Jihyun cuidaram-se sozinhos quando todos os adultos estavam empenhados em defender seu reino, Antares, contra Aldebaran. E continuariam cuidando-se sozinhos agora, nos dias de paz.

Jimin torceu o nariz ao entrar em casa e perceber que o irmão já tinha preparado o almoço. Jihyun era o melhor herbologista da aldeia completamente composta de elfos, e talvez por isso até mesmo as comidas que preparava tinham um gosto terrível de remédio.

— Oh, meu querido irmão! — Jimin colocou a mão no rosto, dramático. — Não acredito que, mesmo tão ocupado, você tenha cozinhado o almoço! Pode deixar que eu cuido disso, é o mínimo que posso fazer como o mais velho.

— Para de tentar fugir da minha comida, Jimin. — Jihyun revirou os olhos ao ouvir a mesma ladainha de sempre. Aproximou-se do caldeirão em que preparara a sopa, servindo um pouco em uma cuia e estendendo-a para Jimin. — Come, vai fazer bem para sua saúde.

— Não tenho dúvidas... — Jimin murmurou chateado enquanto pegava a comida, o cheiro forte de ervas que ela emanava impregnando suas narinas. Queria dizer que provavelmente tinha saúde pelo resto de sua vida do tanto de sopa com gosto de remédio que já havia tomado, mas guardou para si. Afinal, já sabia o que Jihyun iria responder: "só coma, Jimin".

Os dois sentaram-se de frente para a raiz protuberante que utilizavam como mesa. Como todos os elfos por aquelas terras, moravam em uma grande árvore, as raízes e troncos moldados por magia de forma a transformá-la em uma casa, vivendo em harmonia com a natureza. Comeram com tranquilidade também, não havia muita pressa em suas vidas de modo geral.

Jihyun contou um pouco sobre sua manhã. Apesar de ser um herbologista, raramente alguém precisava de poções... No máximo algum elfinho travesso que comia uma frutinha errada durante suas empreitadas na floresta e intoxicava-se. Portanto, acabava por ocupar-se criando novos remédios e distribuindo aos trabalhadores alguns suplementos de magia, para que pudessem repor esta com mais facilidade. Jimin teve mais certeza ainda de que estava almoçando algum remédio que Jihyun tentou criar mais cedo.

— Acho que vou pro córrego pegar um peixe pro jantar — Jimin sugeriu, buscando pelo menos uma refeição agradável no dia.

— Boa ideia — Jihyun concordou. — Quer que eu trance seu cabelo?

Se Jimin podia usar magia para trançar seus cabelos? Claro que sim. Mas era mimado e amava receber carinho de seu irmão mais novo, então apenas concordou animado. Jihyun sorriu porque, apesar de tudo, gostava de poder demonstrar pequenos cuidados com Jimin; era do tipo que confessava com ações o que nem sempre fazia por palavras.

Talvez não fizessem muito jus aos papéis de irmãos mais velho e mais novo, pois tinham temperamentos muito distintos do esperado. Jihyun, por ser mais sério e pé no chão, parecia ter mais idade, cuidando de Jimin com seu jeito inocente e puro.

Mas se Jimin era daquele jeito, foi para proteger seu amado irmão mais novo. Afinal... Se não houvesse esperança e luz na vida de dois orfãos, como iriam seguir em frente?

Quando criança, Jihyun precisava de um motivo para acreditar que valia à pena tentar, e só poderia ser convencido pela fé e crença inabaláveis de Jimin de que o mundo, no final, era bom. Precisava de um propósito e uma razão de ser, que Jimin cultivou de bom grado, comendo escondido frutinhas tóxicas para que seu irmão colocasse a paixão por herbologia em prática.

Jimin era cuidado porque sabia que Jihyun sentia a necessidade de cuidar. Foi assim quando eram crianças solitárias, e eram assim agora, adultos em sua aldeia.

O mais novo levantou-se e postou-se atrás de Jimin, correndo os dedos pelos cabelos prateados como os seus, porém longos, desembaraçando-os. Com costume, pegou alguns pequenos anéis de prata com os símbolos de sua tribo que usavam tradicionalmente em penteados e começou a trançar os fios na lateral esquerda da cabeça de Jimin, contornando-a como se fosse uma coroa. Deixou que a ponta da trança embrenhasse no cabelo que deixara solto do outro lado. Jimin e Jihyun não saberiam nem dizer quantas vezes já não tinham feito aquilo.

— Obrigado, maninho! — Jimin saltou de sua cadeira ao perceber que o irmão tinha terminado de ajeitar seu cabelo. Deixou outro beijo estalado na bochecha dele, que bufou com falsa impaciência.

Como tinha maior facilidade em manipular magia, Jimin estendeu a mão para as vasilhas, limpando-as antes de subir para a parte de cima da casa a fim de pegar seu arco longo e sua aljava. Antes de pendurá-los nas costas, amarrou a corda no arco e contou rapidamente o número de flechas. 13. Perfeito.

— Se precisar de alguma coisa, é só tocar seu chifre de luz — Jihyun apontou o objeto mágico preso na cintura de seu irmão enquanto pegava um livro de poções da grande estante feita de galhos da casa deles.

— Igualmente — Jimin respondeu, o olhar pousando no artefato que seu irmão também carregava. Chifres de luz eram cornetas especiais que enviavam mensagens exclusivamente a outros antarienses, entregues apenas a mensageiros na época da Grande Guerra Mágica; e, para eles, a única herança que possuíam dos pais.

Saiu em direção ao córrego, atravessando silenciosamente a floresta com a qual estava tão acostumado. Sorriu, apreciando o som dos passarinhos cantando e a movimentação das ninfas da floresta observando-o curiosamente. Gostava de seu lar e de viver tranquilamente com Jihyun, a perda de seus pais e a Guerra já era emoção demais para uma vida, não fazia questão de explorar novos lugares.

O burburinho da água pura logo fez-se ouvir e Jimin andou despreocupadamente até a margem, a terra molhada cedendo abaixo de suas botas de couro. Observou por alguns minutos a correnteza do riacho e o percurso dos diversos peixes que tinha, reluzindo com suas escamas brilhantes sob os raios solares assim como a água clara e cristalina fazia.

Rapidamente tirou uma das fechas da aljava e colocou-a no arco, tensionando sua corda. Sabia que o fundo, coberto de pedrinhas cinzentas e redondas, era bem mais profundo do que parecia, então mirou em peixes mais perto da margem e, por consequência, mais próximos da superfície. Queria ser metido e capturar dois com uma flechada só, porém percebeu um pouco chateado que eles nadavam distantes um do outro.

Soltou a flecha já posicionando outra e mirando em um peixe vizinho, rápido o suficiente para que conseguisse capturá-lo antes que ele fugisse completamente ao ver o abate de seu conterrâneo. Sem perder tempo, debruçou na margem para puxar os peixes para si pelas penas da flecha antes que fossem levados pela correnteza.

Retirou as flechas dos peixes, consertando-as rapidamente com magia antes de devolver para sua aljava. Apoiou ambos na margem do córrego, juntando as mãos e murmurando uma pequena prece à grande generosidade de Iredanus pelo alimento e agradecendo aos peixes pelo sacrifício, desejando encontrá-los através do Blesc que permeava seu mundo, de onde todos vieram e para onde voltariam.

Assim que terminou seu ritual, sentiu a água límpida do riacho em sua frente espirrar em seu rosto e riu, sabendo que tinha caído em alguma pegadinha das jovens ninfas do rio. Se havia uma raça atentada quando criança eram elas! Jimin achava fofo, assim como as crianças que gostava de entreter todo dia antes da hora do almoço, então produziu uma pequena ilusão, desenhando uma bela flor em forma de luz no meio do riacho para diverti-las.

Em compensação, enquanto voltava para casa levando os peixes, recebeu cogumelos frescos e um punhado de ervas de presente de uma das ninfas da floresta que o observara mais cedo. Jimin sorriu, agradecido, enquanto a mulher etérea afastava-se timidamente. Tinha impressão de que aquelas ervas eram para Jihyun, e não para ele, e sorriu mais ainda. Seu irmão era muito fofo mesmo, ele entendia a ninfa.

Com permissão da árvore, pegou alguns gravetos de seus galhos, colocando-os debaixo do braço. Ao chegar na clareira em frente à sua casa, procurou uma grande pedra lisa para começar a preparar o jantar. Limpou a poeira e a terra de cima dela com magia, apoiando os peixes ali.

Acendeu uma pequena fogueira ao seu lado para que ela pudesse começar a fazer fumaça. Tirou uma pequena faca que guardava dentro de sua bota direita e começou a limpar os peixes. Se fosse Jihyun, com certeza cozinharia o peixe inteiro e... Não gostava nem de pensar no gosto amargo de entranhas e nas escamas duras contra os dentes. Realmente foi uma boa ideia ter se disposto a pegar o jantar.

Cheirou as ervas que recebeu, separando as que tinham um aroma agradável para que pudesse utilizar de tempero. A verdade é que conhecia uma quantidade razoável de plantas por influência do irmão, mas não tinha visto aquelas ainda, teria que perguntar o que eram para Jihyun mais tarde.

Afiou alguns gravetos com a faca, espetando os peixes temperados e cogumelos neles antes de fincá-los ao lado da pequena fogueira a fim de cozinhar lentamente a comida. Com certeza o sol já teria se posto quando a comida ficasse pronta, mas Jimin gostava de fazer as coisas com tranquilidade, achava mais gostoso daquele jeito.

Não tinha motivos para ter pressa, afinal, o dia de amanhã seria exatamente igual aquele: tranquilo, sem grandes acontecimentos. Que nem fora durante todos os últimos dez anos. Talvez tentasse brincar com as ninfas do rio de manhã cedinho, antes de seu show de ilusão para as crianças da tribo.

Enquanto o peixe defumava, Jimin distraiu-se treinando um pouco sua magia. Basicamente, as ilusões funcionavam através da manipulação do Blesc, então, quando tinha momentos vagos, fechava os olhos e concentrava-se em sentir o fluxo das partículas ao seu redor. Quanto melhor as sentia, melhor conseguia manipular e, por algum motivo, sempre conseguia captar um maior fluxo perto de riachos e lagos. Definitivamente era a benção de Iredanus.

Jihyun não demorou muito a aparecer, descendo com suavidade da casa na árvore com seu livro. O cheiro de fumaça e do peixe temperado cozinhando atraíram sua atenção. No final das contas talvez também tivesse uma certa preferência pela comida de Jimin, mesmo que não fosse tão saudável quanto a sua, claro.

Ao ver que Jimin estava concentrado treinando, deitou em outro canto, folheando o livro em cima da grama verde da clareira enquanto esperava pacientemente a comida ficar pronta e o irmão terminar os afazeres. Às vezes invejava a habilidade de Jimin com magia, mas logo percebia que definitivamente não tinha tanta dedicação quanto ele com a prática, pois preferia passar seu tempo livre estudando herbologia e colhendo plantas que existiam do que procurando partículas invisíveis de Blesc por aí.

Soube que Jimin parou de meditar uns bons quarenta minutos depois, ao sentir um peso em cima das suas costas. Resmungou curto, o pouco ar que sobrara em seus pulmões ao ser esmagado daquele jeito tirando um pouco a dramaticidade da coisa.

— Sai, Jimin, você é pesado! — Tentou inclinar o corpo para o lado desejando fazer o irmão cair. Deu certo, porém o mais velho aproveitou que caíra de lado para puxar o irmão contra seu peito, dando um abraço agarradinho.

— E você é chato, maninho... — Jimin murmurou manhoso com um biquinho, mas sorriu ao sentir o outro relaxar em seus braços. Jihyun reclamava demais, mas nunca negava carinho vindo do doce irmão mais velho.

— Os peixes estão com um cheiro muito bom...

— Agradeça à sua namoradinha por isso.

— Minha o quê?

— Vai se fazer de bobo agora, maninho? — Jimin levantou-se, apoiando o tronco com a mão a fim de poder enxergar o rosto de seu irmão. Riu, vendo que este já estava corado. — Nem acredito que sou cunhado de uma ninfa da floresta!

— Ai, Jimin! — Jihyun sentou-se também, revoltado e completamente vermelho. — Também não é bem assim...

— É como então? — Jimin perguntou, os olhinhos inocentes brilhando cheios de animação para cima de Jihyun; achava romance tão... Romântico. Por mais redundante que aquilo parecesse, era um tanto quanto encantador para o elfo bobo e inocente.

— A gente é só... Amigo. — Jihyun coçou os cabelos curtos, um tanto encabulado. — Ela gosta de passar tempo comigo quando eu vou pra floresta, só isso...

— Ela é tão linda... — Jimin suspirou, perdido nos próprios pensamentos fantasiosos, já planejando como seria o casamento do irmão com a tal ninfa, ele poderia criar ilusões para decorar e...

— Ela é... E muito engraçada também...

— Você consegue falar com ela? — perguntou curioso, afinal, como nenhuma ninfa tinha falado com ele na vida, achava que eram mudas.

— Através de palavras não... — Jihyun explicou, confirmando a teoria de Jimin. — Mas acho que não precisa também... As expressões dela já são suficientes, ela também usa gestos para se comunicar e sabe escrever em élfico e na escrita padrão.

— E qual é o nome da minha cunhada?

— Não é sua cunhada! — Jihyun reclamou de novo, revirando os olhos impaciente para o irmão mais velho. Tão insistente... — Eunha...

— Hm... Sua amiga Eunha é tão linda... E gentil! Ela pediu para eu te entregar essas ervas e cogumelos. — Apontou a pedra lisa ao lado da fogueira onde limpou os peixes e deixou as plantas para secar para que Jihyun pudesse conservá-las depois.

O mais novo engatinhou pela grama até onde Jimin mostrara, pegando as ervas entre os dedos para observar melhor, feliz, animado e, obviamente, apaixonado. Eunha realmente era incrível... Tinha coletado várias plantas que passara a última semana inteira procurando em vão, interessado em produzir uma nova pomada cicatrizante. Iria passear na floresta amanhã para agradecer a ninfa pela ajuda propriamente.

— Que plantas são essas, aliás? Eu não reconheci... — Jimin perguntou.

— Uma é alecrim, essa aqui é uma gota de luz e essas aqui são tulipas de seda. Se você destilar a seiva da gota de luz e misturar com as pétalas masseradas da tulipa, dá para criar uma pasta para machucados...

— E o alecrim?

— É pra cheirar bem — Jihyun riu.

— Usei certo então — Jimin falou animado antes de dar um sorrisinho levemente travesso pela ousadia que ia falar. — Você pode tentar começar a usar também, maninho.

— Você está reclamando de como eu tempero minhas coisas, Jimin?

— Longe de mim! — Fez-se de sonso. — Olha, acho que o peixe está pronto já!

Apesar de ter comentado apenas como uma forma de distrair o irmão mais novo de sua própria provocação boba, a comida realmente estava pronta. Tirou os dois espetos do fogo que apagou com um pouco de terra, para que as cinzas pudessem incorporar nela como e gerar adubo antes de sentar-se ao lado do irmão e entregar um dos peixes para ele.

Comeram em silêncio, talvez porque já conhecessem tanto da vida um do outro e das rotinas estáveis que às vezes nem havia nada para ser dito mesmo. Não os incomodava, afinal, o silêncio era confortável e não existia a obrigação de conversar um com o outro; só compartilhar o mesmo espaço já era mais que o suficiente para inundar os irmãos de calmaria.

Enterraram as sobras junto com as cinzas, e Jimin fez uma pequena magia para acelerar o processo de compostagem. Jihyun, por sua vez, tentou plantar as raízes de uma das mudas de gota de luz que havia recebido na nova terra, torcendo para que ela conseguisse sobreviver depois de ficar tanto tempo fora do solo. Seria útil ter um pé perto de casa.

Passaram mais tempo sentados, observando o pôr do sol, tão belo pintando o céu limpo de dourado e tons de rosa. O vento suave que indicava a chegada da noite corria entre seus cabelos e atingia suas bochechas, nem Jihyun, rabugento, ficava com mau-humor em uma paz daquelas.

Quando o sol trocou de expediente com a lua, transformando o céu em um manto azul escuro pontilhado de infinitas e brilhantes estrelas, os dois elfos deitaram-se na grama. Conversaram sobre as constelações, igual faziam quando eram mais novos e precisavam se distrair ao passar as noites em claro, o sono podendo significar a própria morte no meio do conflito que desenrolava-se entre os reinos.

Jihyun era o que gostava de estudar, então ele conhecia o céu como se fosse a própria palma da mão. Recitava com calma cada um dos nomes e histórias por trás das infinitas constelações enquanto Jimin desenhava com ilusões traços para conectar as estrelas, com cada um de seus significados.

Quando cansaram de ficar ali, matando tempo, simplesmente escalaram novamente sua casa na árvore. Tomaram um chá de ervas — muito saudável, de acordo com Jihyun — antes de ir cada um para o próprio quarto dormir. Jimin pensando em fazer um pequeno show para as ninfas da água no dia seguinte e Jihyun ansioso em encontrar uma ninfa da floresta em especial.

E sonharam, assim como faziam todas as noites, sabendo que o próximo dia seria muito parecido com aquele. Mas não era ruim, não desprezavam a rotina. Sabiam que ela era possível devido a uma paz conquistada com muito esforço e que deveriam ser gratos por ela. E viver ela pelo resto da longa vida élfica, se tudo desse certo.

Se.

Um barulho alto ressoou pela casa na árvore, acordando Jimin de imediato. Não que seu sono fosse especialmente leve, mas elfos de um modo geral eram silenciosos e de passos macios, assim como as criaturas noturnas da floresta, então definitivamente o som não parecia certo e chamou a atenção de sua consciência adormecida.

Era como se um fio, tensionado por muito tempo, tivesse finalmente partido. E o ambiente que parecera seguro e perfeito até então foi coberto por um manto de tensão.

Ressabiado, Jimin pulou para fora da cama, agachando-se e ficando mais atento ao ambiente ao seu redor. Por algum motivo, foi tomado por uma desconfiança estranha e assustadora, que arrepiou-lhe dos pés à cabeça. Por instinto, pegou a faca dentro das botas encostadas ao pé de sua cama. Viviam em paz há 10 anos, provavelmente era imaginação sua, afinal... Nunca sofreram nenhuma ameaça desde então.

Queria estar com seu arco e flecha, porém guardava ambos na parte de cima da casa, pois utilizava-os apenas para caçar ou em torneios de pontaria de sua aldeia. Sentiu-se completamente inseguro, talvez a tranquilidade e rotina realmente tivesse lhe deixado despreparado para quaisquer tipos de acontecimento. Isso é, se esse tal acontecimento para o qual tecia estratégias fosse de fato verdade e não fruto de sua imaginação.

Atravessou seu quarto pé ante pé, silencioso, talvez com medo de descobrir o que tinha causado aquele barulho, mas perdeu o pouco controle que tinha quando um novo som cortou o ar silencioso da noite. Jimin gelou de vez ao perceber que sua desconfiança tinha motivos e, impulsivamente, avançou para sua porta, deixando para lá a furtividade.

Afinal, era um grito de Jihyun.

Chegou na sala bem a tempo de ver os dedos de seu irmão cederem e soltarem de vez o batente da porta de sua casa, no qual agarrava-se e tentava impedir que uma silhueta enorme atrás de si o puxasse para trás. Jimin observou pasmo o semblante desesperado de Jihyun, com a boca coberta por mãos fortes e olhos lacrimejando, ser engolido pela escuridão da noite do lado de fora da casa.

Jimin desesperou-se, afinal, a única arma que tinha consigo era uma faca curta que definitivamente não fora feita para combate. Refletiu se deveria subir e pegar seu arco antes de persegui-los, porém estava morto de medo de perder Jihyun de vista por causa da demora a mais e apenas pulou para fora da casa da árvore.

Rolou para amortecer a queda, enxergando a silhueta enorme e escura que carregava seu irmão já a bons vinte metros de distância. Era tão rápido... Tocou seu chifre de luz, querendo acordar o resto da aldeia para receber reforços, o barulho grosso e alto ressoando pela clareira na frente de onde morava com irmão.

Descalço, correu pela grama e terra vazia, com toda força e agilidade que tinha. Não sabia o que faria quando alcançasse a figura, não tinha nenhum plano, de verdade, mas precisava alcançá-la, precisava fazer ela soltar Jihyun de algum jeito.

Animais noturnos e algumas ninfas que foram acordadas pelo toque do chifres começaram a aparecer debaixo das árvores da floresta, observando assustados e meio escondidos a cena. Talvez todos estivessem tão acostumados com a paz que nem sabiam reagir ao sequestro, nunca esperando que nada de errado e cruel acontecesse em suas vidas, ou na de alguém próximo.

E, apesar de ter tantos espectadores, Jimin sentia-se incrivelmente só, porque a sua distância da silhueta diminuía muito timidamente e daquele jeito não conseguiria alcançá-la... Como era tão rápida? Sinceramente, Jimin estava longe de ser lerdo e não esperava que alguém carregando um corpo que tentava soltar-se, como Jihyun fazia, mantivesse um ritmo tão acelerado.

Tentou criar uma ilusão para interromper a fuga, mas o Blesc que precisava manipular para fazê-lo estava longe demais, Jihyun estava longe demais. No final, a muralha de pedra grande e maciça que procurava formar através da enganação, ficara translúcida, e o fugitivo atravessou ela sem dificuldade.

Seu coração acelerou-se mais ainda quando viu o fugitivo titubear, perdendo um pouco a velocidade. Não entendeu de imediato a razão por trás daquilo, mas apenas correu mais desesperadamente ainda para aproveitar a brecha, o que dera certo.

Como era veloz, com a falta de movimentação do agressor, cobriu a distância que existia entre eles em poucos segundos, percebendo o que acontecera quando foi aproximando-se. Ele não estava completamente só.

Ao contrário das outras criaturas que observavam amedrontadas o sequestro desenrolar-se, uma ninfa da floresta pulou em cima do ser gigantesco. Eunha. Com um corpo parcialmente etéreo não era forte, muito menos sabia lutar, mas agarrou a cabeça do ser não identificado, atrapalhando sua visão e impedindo que continuasse correndo.

O tempo foi perfeito, pois Jimin alcançou Jihyun, Eunha e o raptor no mesmo momento que a ninfa da floresta não conseguiu mais segurar-se na cabeçorra, sendo jogada longe. Jimin pulou, ágil como um gato, em cima do ser cruel que pretendia tomar seu irmão.

Enrolou as pernas esguias pelo pescoço grosso do homem que mais parecia uma pedra de tão grande e tão firme, enforcando-o guiado apenas pelo instinto. Enfiou a pequena faca com força no que esperava ser alguma veia importante em seu pescoço. Não hesitou, sabia que não tinha tempo para isso e, sinceramente, o desespero para proteger seu irmão era muito maior do que qualquer insegurança por nunca ter lutado anteriormente que Jimin poderia esboçar.

Suspirou aliviado quando, mesmo que a faca tivesse entrado com dificuldade na armadura que tal criatura parecia possuir, fazendo um agoniante ruído metálico soar, sentiu um líquido quente e viscoso escorrer pela fenda que abriu, manchando-lhe. Tinha abatido ele, no final das contas?

E esse foi o grande erro de Jimin. O elfo inocente, que nunca tinha lidado com nada além de caças para a própria subsistência baixou a guarda por um instante ao achar que tinha derrotado o inimigo, principalmente ao sentir o corpo entre suas pernas cambalear, como se perdesse as forças. Mas havia enganado-se.

O inimigo não inclinava-se em direção ao chão porque não havia consciência que sustentasse aquele corpo, e sim porque era sua vez de revidar. A criatura gigante soltou momentaneamente Jihyun e torceu o corpo antes de mergulhar de frente na terra, bem em cima das pernas de Jimin que contornavam seu pescoço.

Os olhos do elfo encheram-se de lágrimas ao sentir o peso descomunal de seu inimigo em cima dos membros esguios de seu corpo. Um arrepio tomou sua coluna e a de Jihyun, que assistia a cena ao lado um tanto atordoado por ter batido a cabeça na queda, quando ouviram um som de estalo soar pelo ambiente. O som dos ossos de Jimin partindo; logo acompanhado por uma dor excruciante que nunca havia sentido na vida

O fugitivo voltou a levantar-se e jogou Jimin longe com os braços fortes assim como fez com a Eunha mais cedo, Jihyun chamou o nome do irmão desesperado antes de ser calado novamente por seu raptor. O elfo mais velho soltou um grito de agonia com o impacto das pernas já quebradas no chão, a dor tão insuportável que sentia sua própria consciência esvaindo-se, o corpo suplicando para que desmaiasse e deixasse de senti-la. Mas não podia, estavam levando Jihyun, a pessoa que mais amava no mundo, para longe dele.

Tentou rastejar no chão utilizando os braços, a vista embaçada por causa das lágrimas da dor que não conseguia ignorar. Mas Jihyun estava cada vez mais longe dele, porque era impossível o elfo acompanhar aquela velocidade sem suas pernas, que pesavam inúteis e doloridas atrás do corpo que tentava arrastar pela grama por puro lamento e tristeza.

Sabia que não conseguia mais alcançá-lo, porém não queria aceitar sua derrota, porque as consequências daquilo eram muito mais dolorosas do que qualquer membro quebrado ou machucado aberto. Então arrastou-se, rastejou pelo chão até não ter nenhum traço da criatura enorme levando seu irmão que seus olhos pudessem enxergar, até seu corpo não aguentar mais tanta dor e desmaiar.

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Começamos bem com Jimin com as duas perneta quebrada e 0 irmãos bem na #pas de cristo shsuahuashusahusa

E aí, o que acharam??? Me contem, por favor! Acho que é a primeira vez que escrevo uma fantasia desde que eu era criancinha hdsajkhdaks espero ter acertado a mão! Acho que minha cena favorita foi a do Jimin perseguindo o sequestrador, e a de vocês?

Bem, como sempre, vocês podem surtar comigo por aqui, no meu twitter @callmeikus e na hashtag #OCúmpliceDeAldebaran que vou ficar olhando!

Beijinhos de luz e até próximo dia 13!

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