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Capítulo 8

     Por um momento não consegui entender o que estava acontecendo. Olhei para o tronco da árvore parcialmente quebrado á minha frente e lembrei-me.

     Uma dor insuportável faz-me fechar os olhos mais uma vez. Toco de leve minha cabeça e não surpreendo-me ao ver sangue em meus dedos. Sei exatamente como vim parar aqui e que já estava sangrando antes de apagar. Sinto-me tonto e tenho de fazer esforço para não ceder ao desejo de fechar os olhos outra vez e adormecer. Preciso sair daqui.

     Ponho as mãos no volante e tento reorganizar meus pensamentos: A caminhonete está destruída. Estou ferido e perdendo muito sangue. E mesmo com as grossas gotas de chuva posso ver a fumaça que sobe do capô do carro. Deus, o carro pode explodir!

     Abro o porta-luvas, retiro o colar de Juliet e saio do carro, cambaleando feito um bêbado.

     Ainda chove, e muito. Seguro nas mãos com o máximo de força que consigo o colar e a chave e caminho pela estrada, em busca de ajuda. Esta deve ser a estrada menos movimentada que já vi, pode demorar até que eu encontre alguém. Antes de caminhar olho para trás, como se ainda houvesse uma parte de mim ali, preso na caminhonete. Volto a forcar-me na estrada à minha frente e caminho.

     As gotas de chuva encharcam minhas roupas e meus cabelos, aos poucos também lavaram a ferida e o sangue que manchava meu rosto. Lentamente a exaustão vai tomando conta de mim e as dores tornam-se maiores. Minha cabeça lateja e eu pestanejo para tentar enxergar algo em meio à forte chuva. A cada passo que dou penso naqueles que me esperam: em Anna e Victor. Penso em meu pai e sei que uma missão me espera, tudo isso não pode acabar agora. Não pode!

     Já se passaram alguns minutos, e não encontro mais forças para caminhar, meus olhos fecham-se contra a minha vontade e meus passos tornam-se cada vez mais dispersos. Abro os olhos novamente e tento dar mais um passo. Sinto a dor dos meus joelhos chocando-se contra o chão no momento em que meu corpo para de obedecer aos comandos mentais e, involuntariamente, estendo as mãos para evitar que meus rosto se choque contra a estrada.  

     Lágrimas, sangue e gotas gélidas de chuva misturam-se em minha face. Sinto frio, sinto dor... Mas acima disso tudo, eu sinto medo.

     Tenho medo de que a vida seja mais frágil do que a morte... E que eu não consiga chegar ao meu destino final. Tenho medo de nunca mais perder-me no olhar encantador de Anna ou rir das histórias contadas por Victor. Tenho medo de nunca descobrir o que aconteceu com meu pai. Tenho medo de tornar-me apenas um ser insignificante que daqui a alguns anos estará condenado ao esquecimento. E nunca conseguirá cumprir com seu dever enquanto vivo.

     Sinto as lágrimas esquentarem-me o rosto e ir escorrendo cada vez mais forte, tornando-se em um pranto alto e doloroso. Os soluços tiram-me ainda mais dos poucos sentidos que ainda tenho. Não importo-me em chorar, em gritar pedindo ajuda, em demonstrar que tenho fraquezas e que estou morrendo, ignorando totalmente a dor física. O mundo deveria ouvir meu pranto, o mundo deveria cantar minha dor!

     Entre soluços ouço um barulho muito alto, como de algo explodindo. Certamente a caminhonete explodiu, e eu estou aqui, a salvo... Ou não. Mas de que me adianta não morrer dentro do carro para morrer aqui na estrada, tremendo de frio e chorando de medo?

     Choro até a exaustão levar meu corpo até o chão. As gotas da chuva entoam uma melodiosa canção, e, decidido a não mais lutar para encontrar forças, fecho os olhos.


##


     Acordo com a cabeça latejando. Levo as mãos até meu rosto com dificuldade, sinto dor ao tocar numa área alta na cabeça e também ao tocar no queixo, onde não sinto o relevo de um corte, mas dói muito. Abro os olhos e observo confuso as telhas que encaixam-se em cima de madeiras num telhado velho. Tento sentar-me, mas minhas costas doem. Sinto os cobertores que estão sobre mim e a superfície macia de uma cama, onde estou deitado.

     - Cuidado, estás machucado! - Ouço alguém dizer e se aproximar.

     É uma mulher, deve ter quase minha idade. Ela tem cabelos mais claros do que os de Eloah, são de um loiro radiante, que preenchem o espaço acima de seus ombros com cachos perfeitamente desenhados. Também vejo seus olhos, de um azul escuro. Por algum motivo, sinto falta de Anna.

      - Onde... - Tento perguntar onde estou mas a área dolorida do meu queixo não me deixa terminar. Logo minha cabeça também começa a doer.

     - Não te esforces!  - Ela me adverte - Estás muito ferido.

     Minha cabeça começa a latejar e fecho os olhos tentando não demonstrar o que sinto. Todo o meu rosto dói, meus joelhos e braços também. Abro os olhos e fito-a na esperança de que ela entenda que eu não consigo falar, mas tenho um milhão de perguntas para fazer.

     - Calma, eu explicarei tudo. Fiques aqui.  - Ela diz como se estivesse a ler meus pensamentos. E como se eu realmente pudesse levantar-me e sair. Ela sai do quarto e fecha a porta atrás de si.

     Movo o meu pescoço para observar o cômodo onde estou. Parece um pequeno quarto, do outro lado de onde está a cama tem uma pequena cômoda e na parede uma pequena janela. Vejo que não está chovendo, sorrio. Sinto a pele do rosto doer com o movimento dos meus lábios sorrindo e paro. Do outro lado tem uma cadeira e ao lado dela a porta. Volto a fitar o teto porque até mesmo mover o pescoço é desconfortável. Toda parte do meu corpo dói.

     Sinto mais uma vez o sono pesar meus olhos e por um momento, quando o torpor promete-me aliviar minhas dores, cedo, e fecho os olhos.

     Acordo tonto. Meu corpo não dói tanto quanto antes, mas minha cabeça ainda lateja como se dependesse disso para continuar funcionando. Minha visão está um pouco embaçada e tenho dificuldade para fixar o olhar em algo. 

     - Pensei que nunca mais irias acordar. - Ouço a voz de um homem. 

     Tento mover meu pescoço para olhá-lo mas desisto quando sinto a dor. Penso nas palavras que ouvi enquanto espero ele se aproximar para que eu possa vê-lo sem me mover. "Pensei que nunca mais irias acordar". Tremo ao entender o que ele verdadeiramente quis dizer com isso. A minha única resposta é dada pelas lágrimas que, silenciosas, escorrem pelas laterais do meu rosto.

     Enfim ele se aproxima, parece pouco mais velho do que a garota que vi a algumas horas atrás. Espero mesmo que tenham se passado apenas algumas horas... Ele tem os cabelos curtos da mesma cor que os da garota, olhos azuis iguais aos dela, mas tem a pele mais queimada, o que mostra que já passou várias horas no sol durante a vida.

     - Estás sentindo-te melhor? - Pergunta.

     Tento sentar-me para responder mas minha cabeça não permite, e não faço questão de esconder uma careta de dor.

     - Vejo que não... - Ele diz desapontado - Sabes como veio parar aqui? - Movo a cabeça devagar dizendo não  - Lembras o que aconteceu contigo antes de cair ensanguentado na estrada? - Aceno que sim - Consegues falar? 

     Abro a boca com dificuldade, pois toda a região do rosto dói, especialmente minha testa e meu queixo. - Dói - Digo por fim.

     - Tudo bem, então apenas ouça: Eu sou Louis, deves lembrar de minha irmã, Viana, ela estava aqui quanto acordaste pela primeira vez. Nós te encontramos na estrada inconsciente, ferido e quase morto no meio da chuva. Te trouxemos para casa e limpamos tuas feridas, mas ainda estás muito machucado, terás de esperar alguns dias para que teu corte cicatrize. 

     Num jorro de emoções sinto mais uma vez as lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Ao menos estou a salvo, mas e Victor? E Anna? Sinto a garganta se fechar pela vontade de chorar que a lembrança de Anna me traz. Quando eu voltarei? E quanto a meu pai? Eu preciso voltar! Tento sentar-me, mas minhas costas voltam a doer e minha cabeça a latejar, então desisto de tentar vencer a dor.

     - Não te esforces! Podes machucar-te ainda mais e atrasar a recuperação. - Ele para um tempo até se certificar que eu não tento mais levantar - Consegues ao menos dizer teu nome?

     - Ed... Edgar. - Digo tentando ignorar a dor no queixo.

     - Pois bem, Edgar, Viana virá aqui trazer-te o que comer e depois poderás descansar.

     Espero quieto pela garota, que agora sei que se chama Viana. Sinto-me confuso. Sinto saudade. Saudade de Victor, de desvendar aos poucos os mistérios que rondam a vida (ou morte) de meu pai, sinto saudade de sentir-me confortável na casa de Victor e de sentir-me vivo dentro da floresta, mesmo que apenas no começo dela. Sinto saudade de Anna.

     O som da porta se abrindo desperta-me de pensamentos, é Viana. Ela aproxima-se da cama e senta na cadeira ao lado da mesma, sorri e começa a por volume atrás de minha cabeça, para que eu fique parcialmente sentado. Tento esconder todo e qualquer sinal de dor ou fraqueza, embora bastasse olhar para mim para saber que estou totalmente debilitado. Ela começa a servir-me na boca (eu sei que é difícil de imaginar, mas ela está a me dar o que comer na boca) com uma sopa de caldo verde. Não tentei contestar e dizer que consigo comer sozinho, primeiro porque estou tão cansado e tonto que seria capaz de derrubar toda a sopa na cama, segundo porque ser tratado assim é bom, além disso, ela é muito bonita. Ao terminar ela tira o volume de trás da minha cabeça e levanta para sair.

     - Então, - Diz quando chega a porta - meu irmão falou-me que te chamas Edgar... Sei que tens uma família  e que em algum lugar há pessoas esperando por ti, mas não tenhas medo. Cuidaremos bem de ti, e logo estarás bem outra vez. - Ela diz e retira-se fechando a porta atrás de si.

     Só permito-me chorar quando a porta trás dela se fecha. Lembro-me então do colar de Juliet, e sinto adrenalina correr por minhas veias ao pensar que posso ter perdido. Não posso levantar-me para procurar, muito menos gritar pedindo para alguém voltar e dizer se encontrou ou não um colar com uma chave presa nele. Cabe a mim esperar...

     Perco-me em pensamentos até sentir meu corpo relaxar enquanto sonhos profundos e extremamente reais tomam conta de minha mente.

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