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Capítulo 17

- Que está acontecendo com ela? - Christopher surge ao meu lado gritando como um louco - Edgar?! - Grita.

Ponho novamente meus ouvidos em seu peito. Sua pele está fria, seu corpo mole, porém consigo sentir o palpitar desajeitado do seu coração. Está viva, viva...

- Ela é como uma daquelas criaturas vivas mas sem alma de que falava e também leu naquela noite - Diz sem ponto, sem vírgula, não sei se estava a exclamar ou a perguntar o que Anna é agora - Mataste-a?!

Viro-me para ele, descolando finalmente meu ouvido dos seios de Anna. Acusou-me. Ele me acusou de tê-la matado.
- Mataste-a?! - Seus olhos se abrem como se eu fosse o Drácula e estivesse sugando sangue novo diante de seus olhos. Pude ver que me olhava como quem olha um monstro. Eu.
Ergo-me carregando Anna no colo, viro-me de costas para ele e caminho na direçao da minhonete, saindo da floresta.
Os passos de Christopher atrás de mim podem ser ouvidos, às vezes tenho a impressão de que sua respiração está ofegante e ao mesmo tempo contida. Como de quem está chorando e tenta abafar o som. Choro também. Não externamente, pois é como se toda vida dentro de mim estivesse também em um sono profundo, mas choro por dentro, na alma. Não bastasse viver com o peso da morte de Juliet viveria agora com a culpa pela morte de Anna? Talvez Christopher tenha razão... Eu sou um monstro.
Não pensei em nada além dos batimentos cardíacos de Anna até chegar ao carro. Temo que ela esteja agora como meu pai. Temo que a vida não habite mais nela. Temo perdê-la para sempre. O que será de mim agora? A ideia de não tê-la mais em meus braços é insuportável. Novamente o vazio me consome, maior e mais forte, arrancando o resto de humaninade que há em mim. Ponho-a no banco traseiro do carro e sigo caminho de volta à casa de Victor. Não dou-me o luxo de me verificar se Christopher segue-me ou não.

##

Uma vez ultrapassado o limite da floresta, deparo-me com Eloah. A garotinha corre para o interior da casa e segundos depois reaparece acompanhada do pai. Victor fita-me e eu não consigo encará-lo. Paro, abro a porta do carro.

- Menino, estás de volta! - exclama e corre em minha direção. Abraça-me. Abraço-o de volta. Lembro-me de Juliet, do meu pai e de como Anna está agora. Lembro-me de gritar para Juliet, de odiar meu pai, de conduzir Anna à morte. As lágrimas começam a brotar em meus olhos e não tento contê-las. Derramo meu espírito em um pranto de dor enquanto Victor, assustado, tenta entender o que aconteceu. No fundo eu sei que ele é tudo o que me resta. E que, como minha única família, é o único capaz de entender que farei tudo para salvá-la.
- Diga-me, menino, que houve com ela? - Pergunta alguns minutos depois. De alguma maneira percebeu que algo aconteceu a Anna. Talvez Christopher tenha lhe sussurrado algo sem que eu percebesse.
- Eu não sei... - Confesso - Ela foi lá. Ela estava comigo quando vimos... uma espécie de sombra. Nós corremos, mas quando estávamos perto da saída ela caiu aos prantos. Segurava a cabeça com força e gritava como um animal. Eu... a carreguei. Mas quando saímos... - E então terminar de narrar o que aconteceu doía demais.
- Leve-a para dentro, Chritopher. - Ordena ao filho.
- Não. - O interrompo - Eu a levo.
Levanto-me com a visão embaçada, abro a porta do carro. Lá está ela... Seu corpo magro, mas muito bem desenhado, coberto por roupas que não costumava usar. Seus cabelos negros cobriam-lhe a face e sua boca semiaberta lembrava alguém em sono profundo. Carregro-a em meus braços e caminho em direção à casa.
- Ela está viva - Sussurro para mim mesmo - Tem de estar viva.
Ao passar pela porta, vejo Eloah pôr as mãos na boca e fechar os olhos. Penso ter visto uma lágrima, mas não posso dizer com toda a certeza. Chritopher, que havia caminhado na minha frente, estava sentado na mesa da sala de jantar. Victor caminha em silêncio ao meu lado.
- Devemos pôr ela na cama até que saibamos o que está acontecendo. - Diz-me.
Subo a escadaria com Anna nos braços, pressionando-a contra meu peito, até chegar no quarto de Eloah, onde ela se acomodou desde a primeira noite. Deito-a na cama. Estamos só nós três no quarto, eu, Anna e Victor.
Ao colocar Anna na cama, sento-me ao seu lado esperando as perguntas que eu sei que virão. Só não sei como explicar que fui eu que fiz isso com ela.
Victor senta ao meu lado e põe suas mãos sobre as minhas. Sim, ninguém faria isso se não fosse um pai. Olha-me com ternura, o que faz as lágrimas ameaçarem cair outra vez. Não sou digno de ternura, de compaixão, e sua atitude me consome. Há amor transbordando em seu olhar, um amor que faz-me acreditar que poderei ser perdoado, um dia.
- Conte-me o que aconteceu, menino. - Pede-me. E decido contar tudo desde o princípio. Sinto necessidade de que ele me conheça, de que saiba o que eu fiz, mas sobretudo o porquê de cada ação.
Comecei a contar-lhe sobre o dia em que Juliet pediu-me para buscar a verdade sobre meu pai. Contei-lhe sobre o dia em que respondi-lhe com um grito e quando a vi morrer a poucos metros de distância. Narrei o momento em que eu e Anna decidimos procurá-lo e, por fim, tudo o que aconteceu no Covil.
- Sento-me culpado pela morte de Juliet... Não podia desistir de ir atrás do Covil, entendes? - Digo ainda sem coragem de olhar em seus olhos - Mas se eu pudesse, se houvesse como voltar no tempo, teria a poupado de tudo isso.
- E como farias isso? - Pergunta-me, levando-me a olhá-lo confuso - Não a terias trazido? Ou, quem sabe, não a terias beijado? Ou ainda terias a amarrado em alguma dessas árvores para que ela não fosse atrás de ti?
Fico sem palavras. Onde ele quer chegar?
- Edgar, eu sei que se ela pudesse escolher faria tudo novamente. Ela teria vindo até aqui, mesmo que contra a tua vontade. Ela teria amado-te, mesmo que tu não o fizesses. E, acredites, ela teria ido salvar-te.
- Mas isso custou-lhe a vida! Não deixa de ser minha culpa.
- Não foste tu a pessoa que moldou o caráter dela e a tornou uma pessoa tão convicta de suas vontades e decidida a viver. Ela é o que é, menino. Não podes mudar isso por mais que queira.
- Onde queres chegar, afinal?
- No centro da tua dor. - Diz-me e sorri. Que maneiras estranhas de demonstrar sentimentos - Eu queria que entendesses que não és o culpado pela morte de Juliet ou pela morte de Dieval. Poderia dizer o mesmo sobre a menina Anna, mas ela não está morta.
- Não?! Como sabes?
- Não está meio que na cara? - Pergunta-me como se a resposta fosse óbvia. Olho para Anna, procurando uma resposta - Os olhos... - Diz.
Ah, seus olhos! Eles estão fechados, não abertos como o de todos aqueles corpos e como diz o livro sobre O Covil.
- Ela está dormindo, deduzo. Só precisa descansar. Deixemos ela dormir e amanhã, quando ela acordar, estará tudo bem. - Olho-o - Precisas mais de ajuda do que ela.
- Eu?!
- Tu. Por que não vais banhar-te e descasar um pouco? Quando estiver mais calmo, procure-me.
- Mais calmo? Acreditas mesmo que isso acontecerá?
- Ora, não sejas tão... adolescente! É claro que ficarás mais calmo. Depois da dor sempre vem o torpor.
- Ótimas palavras de encorajamento.
- Vês? Já estás até sendo irônico. Mas é bom que descanses mais.
Senti-me um pouco culpado por ter respondido Victor com um leve tom irônico no meio dessa situação. Assenti e desci as escadas. Um bom banho cairá muito bem.
A água do chuveiro faz meu corpo sentir alívio. Eu estaria chorando, mas Anna precisa da minha força, e não serei eu a dar a sentença desta vez. Ela vive! Ela vive e todo o mundo deveria cantar por isso! Espero mesmo que logo ela acorde e que esteja tudo bem outra vez.
Saio do banho, visto-me e decido caminhar floresta adentro, num sentido em que nunca havia caminhado.
- Ela está bem? - Uma voz doce me faz parar. Viro-me. Eloah.
- Victor disse que ela só está dormindo.
- Acreditas nisso? - pergunta-me com um tom de súplica.
- Acredito.
Ela sorri. Oh, que sorriso mais encantador! Agora imagino o que tanto fascinou Anna em Eloah. Ela é verdadeira, em cada uma de suas ações e reações.
- Conheces o rio?
- Que rio? - Respondo com outra pergunta. Há um rio por aqui?
- Venhas, te levarei até lá.
Sigo-a. Eloah levanta seu vestido na autura dos joelhos e põe-se a caminhar por entre as árvores seguindo um caminho já muito marcado por pés que passaram por ali. Nunca havia reparado nesse estreito caminho.
- Eu gosto desse lugar. - Diz ao chegarmos num rio caudaloso depois de quase quarenta minutos de caminhada em silêncio. Não aguento mais caminhar pela floresta. Avisto de longe um cais e Eloah corre em sua direção.
Corro para acompanhá-la, chego ofegante ao mesmo.
- Não haviam me falado antes desse rio.
- Quando tu e Anna chegaram, tínhamos coisas mais importantes para tratar. - Diz e senta-se ao cais, tira os sapatos e mergulha os pés nas águas do rio. Faço o mesmo.
- Quantos anos tens mesmo?
- Quinze.
- És uma garotinha muito especial. Bem... Tu e Anna eram muito amigas, não?
- Somos. - Percebo a diferença do tempo verbal e me castigo internamente por isso.
- Sim, claro.
- Ela gostaria de conhecer esse lugar...
- Amanhã ela acordará. Seria bom se a trouxesses aqui.
Eloah dá uma gargalhada contida - Não acho que ela queira vir aqui acompanhada por mim.
Sorri - Recado entendido, mocinha.
- Edgar...
- Sim?
- Não desistas dela. Ela sabia o preço que teria de pagar para salvar-te e mesmo assim foi para O Covil.
O engraçado é que ela só é uma garota de 15 anos... E conseguiu deixar-me sem respostas.
- Quando se ama muito alguém, pode-se esquecer ou deixar de lutar por sua felicidade?
- Não.
- Tens certeza? - Pergunto querendo levá-la a prestar atenção em sua resposta. Ou tentando deixá-la sem palavras como vingança...
- O que achas que entendo sobre o amor?
Então deixa-me outra vez sem ação. Ela parece tanto com o pai... E agora, que responderei?
- Huum... Pela sua idade, deduzo que muito pouco.
- Eu sei que o amor nunca falha. Meu pai leu para mim essa frase há muito tempo. Não é o bastante saber disso?
- Seu pai é um homem sábio...
- Não foi essa a pergunta que fiz. - Diz sorrindo. Que coisa!
- Não, não foi. E, sim, é o bastante saber que o amor nunca falha. Por isso eu não desistirei dela, Eloah.
Ela sorri, satisfeita - Sabes... Ela também te ama, por isso não podia deixar-te partir e tampouco ignorar sua dor. Vês como o amor não falha? - Ela levanta-se, sacode os pés para tirar o excesso de água e começa a calçar os sapatos - Existem algumas verdades absolutas, meu pai disse uma vez, uma delas é isso. O amor...
- Verdades absolutas... Isso lembra-me a busca do meu pai por provar a existência do mal.
- É, uma coisa tem sempre a ver com a outra.
Sorrio. É uma pena não ter parado para ouvir Eloah tempos atrás.
- Eloah, Anna falou algo sobre o livro das lendas?
- O livro que conta a lenda do Covil? Falou, mas acho que somente o mesmo que disse a ti.
- Eu só não entendo como saímos vivos. E, principalmente, como eu não senti nada.
- É difícil dizer. Acho que nunca antes duas pessoas entraram ao mesmo tempo no Covil, talvez ele só consiga roubar os pensamentos de uma pessoa por vez.
- Que perspicácia!
Ela ri - Ou a resposta seja mais simples ainda: o amor nunca falha, te lembras? - Desta vez quem ri sou eu - Ou simplesmente não tem explicação.
- Como assim não tem explicação?
- Ah, eu não entendo muito bem. Meu pai chama de milagre.
Ela começa a seguir o caminho de volta. Acho melhor segui-la, preciso conversar com Victor agora que "estou mais calmo".

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