Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 1 - A lenda.

Foi entre lágrimas e gemidos que Diêval pôs suas mãos na cabeça em busca de algum pensamento lúcido que pudesse tirá-lo daquele lugar.

Seus pés descalços estavam dormentes, seu corpo cansado e exausto mal conseguia se mover. Gotas gélidas de água pingavam do alto da caverna e dividiam-se em minúsculas partículas ao chocar-se contra sua nuca, mas nada daquilo verdadeiramente o incomodava, apenas o fato de estar sendo roubado. A cada segundo podia sentir seus pensamentos serem sugados pelo COVIL. E ele é prisioneiro de si mesmo, ou da falta de sua própria essência.

Com muita dificuldade e dores extremas Diêval tentou lembrar-se de como foi parar naquele lugar. Aos poucos, conforme a dor em sua cabeça aumentava, sua visão passava lentamente a fazer sentido. Percebeu que estava descalço, seus pés doíam, suas roupas estavam rasgadas e embebidas do sangue que escorria do corte pequeno, porém profundo, em seu braço direito; agora tudo o que lhe cobria eram trapos. Reconheceu o lugar escuro e assustador, a caverna com corredores que jamais chegam ao fim. Gotas pingavam em sua cabeça e conforme seus sentidos voltavam aquilo começou a incomodar. Com dificuldade se levantou e meio cambaleando conseguiu andar. Depois de alguns passos notou que seus pés estavam úmidos, havia um pequeno riacho que acompanhava o corredor e chegava na altura de seus tornozelos. O visgo imundo trazia-lhe uma sensação estranha entre os dedos. Seus pés ardiam, sangravam, mas enquanto tentava inutilmente estancar o corte mais profundo não conseguia lembrar de como o mesmo havia surgido. Aquelas paredes eram tão traiçoeiras, o chão áspero como escamas de uma grande serpente... Como saber o que lhe feriu?

O barulho da água era a única coisa suave no lugar em comparação ao cheiro e temperatura. Era frio e tudo fedia. Fedia A sangue, a morte, e a medo.

Algo se contraiu dentro de sua cabeça trazendo-lhe uma insuportável dor. Mordeu os lábios para não gritar; mais sangue escorreu pelo novo corte. Mas em sua situação, independentemente do quanto doía, a única coisa que conseguia pensar era "Estou vivo!" Enquanto tentava fixar em sua mente já moribunda um plano de fugir dali.

Agora que sabia sua localização e em que deplorável estado ele se encontrava, juntou forças para conseguir suportar a dor e procurar lembranças em sua mente perdida. Lembrou-se de como acordou pela manhã: deitado ao lado de sua amada, o calor do corpo dela esquentando seu peito e seus carinhos despertando em seu corpo nu as melhores das sensações. Lembrou-se de abraçá-la e dizer em seu ouvido que a amava, lembrou-se  do sorriso que arrancou dela e de como ele não se desfez com o beijo.

Eram boas lembranças. Vivas lembranças. Vida.

Neste momento um bramido de raiva, ódio, fúria e desespero ecoou pelo corredor, como se saísse das entranhas de um grande animal. Uma nova contração de dentro da cabeça de Diêval o fez torcer-se de dor. Lágrimas escorriam quentes pelo seu rosto, gemidos saíam de seus pulmões. Com um grande esforço Diêval retomou seus pensamentos e mergulhou mais uma vez em suas lembranças. Lembrou-se de estar partindo, de sua amada dizer "volte logo meu anjo". Pensar nela lhe fazia tão bem, e lhe trazia tanta dor. Por ela ele faria qualquer coisa, por ela valeria a pena lutar para voltar para casa. Mas como se seu próprio eu fora-lhe roubado?

Lembrou-se de se preparar para fazer trilha, de caminhar longas horas até a entrada daquele maldito lugar, de achar que sabia o que estava fazendo. O local era lindo. Ele planejava levar sua amada para ver o lindo jardim de flores coloridas e exuberantes e as altas árvores que marcavam a entrada daquela estranha caverna.

Lembrou-se de lendas contadas a beira da fogueira em noites frias, onde se falava de uma caverna amaldiçoada que servira de covil para antigos demônios que lutavam para roubar a essência que fora dada à principal criação de Deus: o homem. Demônios que se tornaram a própria alma da caverna e ficavam à espreita para roubar de homens perdidos a sua porção humana: Os pensamentos.

Lembrou-se de não se importar, de juntar coragem e boas razões, se aproximar, entrar, sentir a estranha presença de um ser nunca visto ou imaginado antes por ele, de ser jogado brutalmente para o interior da caverna e perder a consciência. Lembrou-se da vida. Lembrou-se da luz.

Em meio a todas aquelas lembranças e a dor que elas lhe causavam, Diêval juntou o resto de suas forças físicas e mentais para erguer-se do lamaçal e correr em direção a um ponto claro e distante que acreditava ser a luz do dia.

Mais um bramido pôde ser ouvido, o que levou Diêval a olhar para trás. Viu a imagem que tanto lhe fez temer ao entrar na caverna, uma sombra. Era algo como a própria noite, que apagava de uma vez todo vestígio de luz ao seu redor. Mais escura que a escuridão, mais tenebrosa que as trevas.

Sua cabeça latejava e a sensação de algo querendo sair trazia-lhe uma dor insuportável. Lutando com todas as forças ele correu em direção à luz. Percebeu a sombra se aproximando. Lágrimas, gemidos, dor. O corredor continuava com uma leve curva para a direita. Mais uma vez a dor, parecia que algo empurrava seu crânio de dentro para fora. Ele caiu. Quanto mais pensava mais doía. Quanto mais lembranças ele conseguia ter mais lágrimas. A sombra se aproximou ainda mais e levado pelo medo, Diêval encontrou forças para erguer-se e correr. Enquanto corria seus pensamentos levaram-lhe de volta para casa, sua mãe de costas para ele e de frente ao fogão à lenha, o cheiro da comida, as tigelas distriduídas na mesa de madeira. Foi quando ele viu: Corpos. Dezenas, centenas de corpos vivos — via-se pelo movimento dos pulmões —, largados de todas as formas, como se estivessem dormindo, imóveis, mas com olhos abertos que nunca se fechavam; um olhar distante e perdido. Corações batendo, pulmões respirando, sangue correndo pelas veias, mas sem vida, sem espírito.

A dor, a dor. Diêval caiu no chão e gritou, não suportava mais. Sangue escorreu de seus ouvidos e nariz enquanto teve suas últimas lembranças: Juliet prometendo-lhe amor eterno.

— Deeeus! — Foi sua última súplica.

Mais um bramido foi ouvido, mais alto, mais assustador... Foi a última coisa que ouviu quando a sombra se aproximou, lançou seu corpo ferozmente contra a parede da caverna e roubou-lhe por completo seus pensamentos, sua essência, seu ser.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro