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Capítulo 9 - Tensão na festa


A imagem é gerada em IA, uma representação de Selene e Thor dançando.

3570 palavras.

Boa leitura ❤️

E apesar da estrada ser longa

Eu olharei para o céu

E na escuridão eu encontrei

A última esperaça que não deixarei ir

E cantarei junto

Eu tenho tudo que preciso quando estamos juntos

Dou uma olhada em volta e vejo uma vida doce

Estou presa na escuridão, mas você é minha lanterna

Que está me fazendo sobreviver nesta noite

Meu coração dispara quando você brilha em meus olhos

Não dá para mentir, é uma vida doce

Estou presa na escuridão, mas você é minha lanterna

Flashlight - Jessie J

Confesso que a cerimônia não foi nada do que imaginei que seria, pois senti uma conexão sem igual com ela, algo que não esperava. Seus olhos brilhando, mesmo que ela tentasse esconder, a visível alegria, embora fosse por se divertir com minha confusão das cores, ainda assim, conseguiu deixá-la mais linda, algo que pensei ser impossível, mas cada dia Selene me mostrava ao contrário.

Sua alma brilhava tanto que todos podiam ver, menos ela.

Sabia que seu coração estava mergulhado no mais profundo abismo, não ousava sequer imaginar o tamanho de sua dor, pois ela perdeu a filha de uma maneira trágica e brutal, um tempo depois perdeu as pessoas mais importantes de sua vida, provavelmente pela ganância. Sua vida inteira foi marcada por eventos trágicos, normal ela não se sentir confortável.

E foi vendo o brilho em seu olhar enquanto descrevia nossos votos, o desejo e vontade de viver, que fez com que me decidisse: não queria apenas ajudá-la, queria lhe dar paz, conquistar e cuidar do seu coração, tornar esse casamento real.

Obviamente terei desafios, mas sei que ela vai valer a pena, principalmente se corar toda vez que for elogiada por mim ou sorrir timidamente com a simples verdade de que ela é a mulher mais bela que já vi.

Nosso contato visual foi quebrado por nossas famílias. Selene foi puxada para um caloroso abraço de Asha e Cyrius, que parecem ter carinho de pais com ela, pois o sorriso alegre em resposta foi lindo, enquanto as mãos grandes da mamãe me puxavam para um caloroso abraço.

— Meu bebê, foi uma linda cerimônia! — Jord sorriu, me soltando.

Sorri, retribuindo o contato.

Selene se afastou de Asha e Cyrius. Sem me conter, mantive o braço em sua cintura, trazendo-a para perto de mim.

— Mamãe, esta é minha esposa, Selene — sorri, olhando para a elfa corada. — Selene, esta é minha mãe, Jord.

Os olhos intensos de Selene foram em direção à mamãe, sorrindo levemente, apesar de sentir uma certa tensão, não entre as duas, mas ao redor, visto que todos estavam com os olhos voltados em nossa direção.

— Querida, é um prazer conhecê-la! — Jord segurou levemente sua mão, deixando Selene mais tensa. — Bem-vinda à família, espero que esse casamento traga muita felicidade aos dois!

— É um prazer lhe conhecer também — Selene sorriu sem graça, puxando a mão de volta. — Desculpe pela reação, é automático.

— Não precisa se desculpar, entendo, quem deve desculpas sou eu, pelo que meu povo fez com o seu. — Jord respondeu, triste.

A tensão percorreu o lugar, deixando ambas totalmente sem jeito.

Poderia ser pior...

— AH!

O grito abrupto de Selene me fez pular. Loki a pegou nos braços, girando-a com um sorriso idiota na face.

— Bem-vinda, cunhadinha! Nem adianta essa cara assustada, sou o pacote de Thor, mas não mencionei antes para que não desistisse — Loki retrucou, rindo.

— Larga ela, idiota!

O sorriso dele apenas cresceu, revirando os olhos, a puxei de volta para mim, Selene nos olhava atônita.

Claro, ela não era acostumada com essas demonstrações de afeto!

— Não seja ciumento! — Loki resmungou.

— Loki, não comece! — Odin se aproximou, inclinou-se cautelosamente em nossa direção. — Desejo que ambos sejam felizes.

— Obrigada, meu sogro! — Selene respondeu, corada.

Mamãe passou a conversar animadamente com Asha. Apesar do visível desconforto da elfa, ela a tratou bem, enquanto o pai engatou uma conversa com Cyrius, com Loki se intrometendo vez ou outra. Selene apenas seguiu os olhando, com um sorriso mínimo nos lábios, tirando toda a atenção da nossa família.

— Tem muitas diferenças, mas formamos uma boa equipe — admiti, aumentando seu sorriso.

— Quer dizer, família! — ela retrucou.

Eles se afastaram, dando espaço para outros nos cumprimentarem. Apesar de detestar essa atenção, segui os protocolos. Quando o último saiu, puxei-a novamente para meus braços, pois estava louco para termos uns minutos apenas nossos, talvez até mesmo dançar, mesmo que detestasse dançar.

Como ela se encaixava tão bem aqui?

Selene sorriu alegremente, aceitando meu contato, embora um ligeiro rubor cobrisse sua face, deixando-a mais bela.

— Para quem não gosta de multidões, está se saindo bem — ela comentou, alegremente.

Sorri, aproximando-me da nossa mesa, sem soltá-la nenhum segundo.

— Bom, preciso me acostumar, afinal nossa vida será assim — murmurei, puxando a cadeira para que ela se sentasse. — Além disso, você está comigo, então enfrento qualquer coisa.

— Vou me lembrar disso quando se recusar a revisar as papeladas do reino ou ficar emburrado com tantos bailes da corte — ela sorriu abertamente ao ver minha careta.

— Aí é maldade comigo!

O riso dela ecoou, me fazendo rir levemente também.

A noite estava lentamente preenchendo os céus, deixando as luzes cintilantes do salão mais evidentes. As músicas e risadas preenchiam o ar, uma amostra da alegria que parecia transbordar ao nosso redor.

Uma tensão invisível arrepiou minha nuca, uma sensação estranha e irritante. Meu olhar encontrou o dele, aumentando a tensão dos meus músculos, pois Uziel sequer fazia questão de disfarçar a raiva no olhar.

O caminhar lento em nossa direção não chamou a atenção, pois todos pareciam estar numa bolha, entretidos com a festa. Mesmo assim, seus passos pareceram ecoar em meus ouvidos, como estrondos altos e potentes. Minhas mãos fecharam-se em punho, assim como a energia começou a circular em minhas veias.

Uziel parou em frente à nossa mesa, inclinando-se com um falso respeito, sob seu sorriso malicioso.

— Minhas... sinceras felicidades ao casal — sua voz gotejou sarcasmo. — Espero que aproveitem muito.

Ele frisou a palavra "casal" com tanto nojo que me arrepiou por completo.

Que audácia era essa dele nos provocar?

Levantei-me, ficando mais alto que ele, que não se importou. Um idiota sorriso brincou em seus lábios, como se ele estivesse se divertindo com a situação.

Meu sangue começou a esquentar, a corrente elétrica percorreu meu corpo de forma forte e intensa. Tentei conter a tempestade furiosa que se apossou de mim, evitando iluminar e, por consequência, cegar o ambiente, mas o ar ao meu redor começou a crepitar com eletricidade, a ira em meus olhos ficou nítida.

— Falarei apenas uma vez, fique longe da Selene! — rosnei baixo e ameaçador.

Uziel abriu um sorriso malicioso, olhando-a por inteiro, antes de se aproximar mais de mim.

— O que experimentará, já usei até cansar — Uziel sussurrou.

A fúria explodiu como uma tempestade, peguei-o pelo pescoço, deixando a eletricidade escapar e queimando o elfo. Os raios começaram a dançar ao redor dos meus dedos, enviando ondas elétricas para Uziel, que sequer se movimentou, seguiu olhando friamente para meus olhos.

Vou esmagá-lo!

Como ele ousava falar assim dela?

Esse verme merecia uma morte lenta e dolorosa.

— Thor! Pare! — Selene implorou, com a voz tremendo. — Aqui não, não agora!

Suas mãos delicadas pousaram em meu peito, olhei para ela, vendo além da raiva contida, uma dor e culpa em seu olhar, mas também a mágoa. Minha raiva começou a diminuir, sendo substituída por uma sensação de impotência. Não podia fazê-la passar uma vergonha em público.

Soltei-o como o pedaço de merda que ele era, puxando-a para junto de mim. Ela não vai ficar perto desse maldito!

Selene se sentia responsável por tudo que aconteceu e isso aumentava minha determinação para protegê-la.

Caminhei para longe, nos afastando não somente dele, mas de todos da festa.

Meu interior queimou, senti as mãos trêmulas, pois se não fosse por ela, teria matado sem pensar e seria o melhor, mas não em frente a todos dessa forma.

Como ele ousava falar dela como se ela fosse uma qualquer?

— Sei que ele merece o ódio — Selene sussurrou, com os olhos brilhando em lágrimas não derramadas. — Mas precisamos lidar com isso de outra forma, não quero e não vou me rebaixar ao nível dele.

Respirei profundamente, tentando acalmar a tempestade em meu interior.

— Como quiser, mas ele não ficará sem punição!

— Desculpa!

Olhei incrédulo para ela, a culpa e a vergonha transparecendo em seu rosto triste e melancólico.

Esse cretino! Era para ser nosso dia especial e ele estragou!

— Está pedindo desculpa pelo quê? — perguntei, confuso.

— Pelo que teve que ouvir...

Ela estava se referindo...

Selene sentia culpa pelo que o maldito falou!

— Selene, não tem que pedir desculpas por isso, ele é um maldito!

— Mesmo assim, me sinto suja...

Olhei em choque para ela.

Como ela, que era um ser tão puro, poderia sentir isso?

Ela não tinha culpa de nada, ele quem era o maldito da história!

Sem conter, segurei seu corpo, deixando-a sentada no muro baixo, para que ficasse na minha altura.

— Preste bem atenção no que direi — segurei seu delicado rosto em minhas mãos, olhando fixamente em seus olhos profundos. — Não existe ser mais puro que você, sinto vontade de matá-lo por ter encostado em você, é verdade, mas é porque... ele não merece você.

Selene arregalou os olhos, completamente ofegante.

Como ela não via?

Ela era linda, altruísta e estava disposta a seguir em frente, pois precisava proteger seu povo. Não queria deixar sua alma ser suja pelas trevas, pois sabia que, além de não ser o melhor caminho, isso somente a faria mal. Como ela poderia não ver que era algo que ele jamais mereceu?

Uziel era um ser mesquinho, que pensava somente no poder, ele não deveria nem ao menos respirar o mesmo ar que Selene!

Sentia tanto que nossos destinos não tivessem se cruzado antes, talvez ela devesse saber do acordo de casamento mais cedo. Não que ela tivesse culpa, mas para que pudesse ajudá-la, assim sua filha poderia estar conosco.

— O quê? — sua voz, aturdida, me divertiu.

Sorri abertamente, passando um dos braços em sua cintura, trazendo-a para junto do meu corpo.

— Você é tão perfeita que não consigo entender o que viu nele, merecia alguém que a tratasse como preciosidade, você é o ser mais puro e precioso que já tive o prazer de conhecer — respondi honestamente, sentindo uma onda de melancolia. — O mais triste é que jamais vai esquecê-lo, pois elfos amam apenas uma vez.

Isso era o que me deixava mais puto, as chances dela foram perdidas, por mais que sejamos felizes, ela nunca vai me amar, já que amou ele...

Selene sorriu triste, colocando a palma de sua mão contra a minha, ainda em seu rosto.

— Não tem o que esquecer, pois eu não amo ele...

A resposta fez meu coração disparar loucamente.

— Não?

— Thor, preciso que saiba que realmente cheguei a acreditar que eu o amei, mas os sentimentos que tive por ele me cegaram completamente, não vi nada, não ouvi ou sequer consegui raciocinar, pois tudo era ele. Sinto muita raiva dele, isso não posso negar, mas é justamente esse sentimento que me dá a certeza de que não o amo, pois amor de verdade não vira ódio.

A puxei para meus braços, num terno abraço, sentindo-a tremer levemente contra mim, assim como senti meu próprio corpo trêmulo.

— Diga-me... o seu coração está aberto para mim?

Seria capaz de qualquer coisa, apenas para ter uma única chance!

— Sim...

Meu coração se inundou de algo tão puro, profundo que jamais senti, meu sangue ficou quente, mas pela primeira vez não era pelos meus poderes ou pela emoção da luta, era algo diferente, mas tão bom que podia sentir a paz absoluta.

Sem aguentar, aproximei-me de seu pescoço, beijando-a com carinho. O ato a fez suspirar em meus braços.

— Thor...

Afastei-me levemente, sorrindo como um estúpido ao ver seus profundos olhos tão intensos, o semblante entregue de uma maneira que meu coração disparou.

— Tão linda, minha esposa...

Passei o polegar em seus lábios carnudos, sentindo uma vontade incontrolável de beijá-la, sentir que gosto eles teriam, mas não consegui me movimentar.

Selene era especial, prometi que a esperaria e não podia descumprir isso!

— Thor, me beija!

Suspirei, cariciando seu rosto.

— Tem certeza?

— Sim, Thor, me beija!

Com ternura, rocei os lábios nos seus, abrindo-os com gentileza. A boca aveludada contra a minha desencadeou um arrepio em meu corpo. Sem conter, apertei sua cintura, aproximando mais nossos corpos. O suspiro dela entre o beijo apenas incendiou mais minha pele. Suas mãos entrelaçaram-se em meus cabelos, aprofundando o beijo, suas unhas rasparam levemente minha nuca, um leve gemido escapou, fazendo-a suspirar e apertar mais o corpo contra o meu.

Selene queria me matar!

Afastei-me, completamente ofegante.

O olhar dela em minha direção, tão quente que a temperatura do local pareceu subir uns bons graus, aumentando meu desejo. Como um animal faminto, aproximei-me de seus lábios, mordendo-o com sensualidade, tirando um gemido alto em resposta.

— Melhor pararmos por aqui... — sussurrei, beijando a extensão do seu pescoço. — Precisamos voltar para a festa...

Selene sorriu maliciosa, passando as unhas pelos meus ombros. Não contive o gemido, sem nenhum controle, a ergui em meus braços, colocando suas costas contra a parede.

— Não faz assim... — suspirei rouco, sentindo-a cruzar as pernas ao meu redor. — Selene...

Tomei novamente seus lábios para um beijo completamente despudorado, o corpo dela começou a movimentar-se sensualmente ao encontro do meu, a essa altura foi impossível conter a ereção, deixando-a mais solta em meus braços, seus suspiros ecoaram como melodias aos meus ouvidos. Sem conter, minhas mãos vagaram para dentro do seu vestido, apertando com força suas nádegas, ocasionando um gemido baixo em meu ouvido.

— Thor...

Minha mente ferveu, deixando-me completamente alucinado por ela. Distribui uma sequência de beijos na base de seu pescoço, descendo vagarosamente rumo ao colo. O som da festa invadiu o espaço, me trazendo para a realidade.

Estamos na nossa festa de casamento, em público praticamente, não podia proclamá-la como minha em um canto qualquer!

— Selene, precisamos voltar, estamos há tempos sumidos... — sussurrei ofegante, sentindo-a morder o lóbulo da minha orelha. — Ah... caralho!

Para Helheim, com os pudores sociais, somos casados e que se ferre o restante!

— Que interessante... da cerimônia para a lua de mel... ainda bem que fui eu a procurá-los — uma voz brincalhona ecoou pelo local.

Por todos os deuses de Asgard, ele não poderia surgir em outro momento?

— Loki!

O sorriso maroto dele me irritou demais, mas apesar disso, senti alívio, mesmo ele sendo um intrometido, melhor que seja ele que outro, além de que Selene merecia mais que isso.

Cuidadosamente, a coloquei no chão, seu rosto ficou totalmente rubro e ela evitava olhar para Loki.

— Desde quando está aí? — perguntei, irritado.

Loki riu maliciosamente, deixando Selene mais envergonhada.

— Não se preocupe, cunhadinha, apesar de gostar de sacanagem, não sinto vontade de espiar meu irmão — Loki respondeu animado, ao ver meu olhar irritado, elevou as mãos em rendição. — Juro que recém cheguei, papai queria saber o motivo do sumiço de vocês.

— Estamos indo!

Loki olhou debochado para nós, afinal, visivelmente nossas roupas estavam amarrotadas.

— Oh! Sim... precisa se recompor... — ele retrucou, sumindo.

Cretino! Ele precisava deixar minha esposa mais envergonhada do que já estava?

Selene ruborizou tanto que temi que ela desmaiasse, mas somente começou a se arrumar, em completo silêncio, aumentando minha angústia.

Ela se arrependeu?

Não esperei sentir tanto desejo, embora minha razão gritasse para negar, pois sabia que meu coração não poderia se emendar e tudo no início era lindo, mas meu sangue ferveu, me entreguei por completo ao nosso momento, esquecendo tudo ao redor.

O gosto de seus lábios deixou uma sensação tão eletrizante em meu corpo inteiro, algo que não senti, não dessa maneira, mas não podia negar o quanto era assustador, mas sentir seu corpo contra o meu parecia tão certo.

— Desculpe por isso — Thor sussurrou após um tempo.

— Está pedindo desculpas pelo seu irmão ou pelo nosso amasso? — olhei confusa em sua direção.

— Pelo Loki, ele é um tremendo intrometido — ele respondeu, franzindo as sobrancelhas.

Sim, ele não deveria aparecer assim do nada!

— Você está... não deveria ter feito nada! — ele sussurrou, apressado. — Eu... só pensei que também queria, não vou tocá-la mais.

Olhei completamente em choque para ele, mas seu semblante triste explicou tudo. Meu silêncio, após seu irmão aparecer, deveria tê-lo confundido. Obviamente, ele nunca foi recusado assim e estava pensando que não queria beijá-lo, embora lembrasse de pedir explicitamente seu beijo.

Como Thor podia estar tão inseguro?

— Amei nosso beijo, sentir seu calor... seu corpo entregue ao meu, mas se está arrependida, peço desculpas.

Não consegui evitar o sorriso ao ouvi-lo.

— Meu marido, não estou arrependida, pelo contrário — entrelacei nossas mãos, ocasionando um lindo sorriso em resposta. — Agora vamos!

Chamá-lo assim não foi somente prazeroso para ele, mas para mim também, pois a possibilidade de pertencer a ele, assim como ele pertencia a mim, não era no sentido de servidão e prisão, era apenas complemento, pois sentia paz ao seu lado, com Thor, as trevas não se aproximam e finalmente podia ter a esperança de uma vida feliz.

Sentamos na nossa mesa, comendo entre brincadeiras, o clima leve foi inesperadamente atraente. Thor manteve sua mão na minha, sob a mesa, não fiz questão de afastá-la.

Seu olhar percorreu o salão, com uma leve carranca, que me divertiu, principalmente ao ver a careta para meu povo.

Apesar de não conhecê-lo, conseguia entendê-lo com tanta perfeição, que sinto que poderia escutar seus pensamentos, pois era óbvio que ele pensava em quão arcaico eram os elfos e estava certo.

— O que está tirando tanta a sua atenção de mim? — perguntei, já adivinhando a resposta.

— Apenas pensando nos costumes do seu povo — ele resmungou.

— Em sua maioria, são bem arcaicos.

— Por qual motivo desprezar as mulheres? — ele retrucou, indignado.

— Faço-me essa mesma pergunta desde que nasci — respondi num suspiro.

Seu olhar ardente encontrou o meu, mas o fogo contido neles foi diferente, algo que não vi até agora.

— As mulheres são capazes de gerar a vida, isso dá aos homens descendências que tanto prezam, são o mais próximo dos deuses que qualquer criatura, por conter o milagre da vida e mesmo assim são tidas como incapazes!

A paixão em sua voz me surpreendeu, sobretudo a verdade contida em cada palavra, jamais ouvi um homem falando assim.

— Selene, a única diferença entre homem e mulher é que vocês podem gerar vida e isso está longe de deixá-las incapazes, pois não imagino os homens passando por todas as mudanças e menos ainda dando à luz. Vocês são guerreiras por natureza, apenas por nascerem mulheres.

A dor do parto foi a mais intensa que senti, além de ser totalmente desafiadora, pois estava sozinha, totalmente apavorada e me sentindo horrível. Mesmo assim, quando segurei minha Luna, toda a dor sumiu.

— Os elfos pregam tanto a castidade e pureza, mas não vejo tanta cobrança nos homens, apenas as mulheres sofrem e é inadmissível, eles se acham no direito de decidir sobre os corpos delas desde que nascem e as mulheres têm a obrigação de servi-los sem ter direito a pensar!

Olhei em choque em sua direção, vendo seu semblante irritado com o assunto.

— Vocês não são nada inferiores e você me provou isso, afinal, como uma guerreira, me venceu, o que nenhum homem foi capaz.

Surpresa era pouco, simplesmente não sabia o que responder, principalmente por nunca ter tido liberdade para expressar meus reais pensamentos sobre o assunto.

— Não concorda?

— Tudo que disse é bem verdade, somos educadas desde a infância, onde a primeira ordem é obedecê-los, ninguém questiona, pois é algo natural, acontece há gerações, mas ainda assim, existem aquelas que querem algo diferente — suspirei pesadamente e sua mão segurou firme na minha. — Entendo que se envolver fisicamente é algo totalmente recriminado, isso é mais pelo fato de que, quando amamos, nosso coração vai pertencer àquela pessoa por toda a vida e, para evitar sofrimento, isso foi banido, mas as mulheres sofrem mais, pois os homens podem se envolver.

— Se puder, fará a diferença? — seu olhar curioso aumentou minha surpresa. — Está em suas mãos, é a futura rainha de Alfheim.

Sorri triste.

— Infelizmente, não, serei considerada consorte, por conta dos meus poderes, não posso governar, logo, fazer a diferença não está em minhas mãos.

— Então está nas minhas!

Como ele podia me encantar mais a cada instante?

Existia tanta bondade em seu coração que era impossível conter minha admiração.

— Evite pensar nisso ou vai ter dor de cabeça, marido — retruquei travessa.

Seus olhos encontraram os meus e um lindo sorriso nasceu.

— Eu adoro seu olhar...

— O quê? — perguntei, atônita.

— Seus olhos são lindos, intensos e totalmente apaixonantes — ele respondeu, foi impossível conter a carranca. — Disse algo errado?

— Eles ficaram assim depois...

Era algo que não gostava de lembrar, toda vez que olhava para meus olhos, pensava no dia em que perdi minha filha.

— Depois que perdeu seus poderes? — ele concluiu, pesaroso.

— Sim.

— Como eles eram?

A curiosidade genuína me fez rir.

Não podia ficar brava com ele por conta disso, era normal que ele quisesse saber mais.

— Eram apenas roxos sem a esclera preta, mas por que essa curiosidade com meus olhos? — perguntei, confusa.

— Gosto da maneira como eles olham para mim — ele respondeu maroto.

— E como eles olham?

— Como se estivessem diante de um enigma que não soubessem resolver, olham com uma curiosidade tão genuína que me encantam cada vez mais.

A resposta me pegou por completo, desprevenida.

— Thor...

— Vamos dançar, esposa? — ele piscou maroto, estendendo a mão em minha direção.

Sorri, aceitando a oferta.

Apesar de sermos um casal atípico, pela grande diferença de tamanho, não me atrapalhou a sentir plenitude em seus braços. A música suave ecoou, lentamente nossos corpos se moveram em conjunto, como um só, minhas bochechas coraram pela intensidade do seu olhar no meu, não pela vergonha, mas pelo desejo crescente e desenfreado.

Merecia isso, alguém que me trouxesse paz, alegria e felicidade, que me tomasse em seus braços e me fizesse esquecer tudo ao redor, que estivesse disposto a me amar de uma maneira profunda e totalmente intensa.

A certeza disso apenas deixou meu corpo mais entregue ao seu, meus pés praticamente flutuavam ao seu redor, seguindo-o por instinto, pois mesmo sem querer, passei a ser um com ele.

https://youtu.be/WllM96U9-aw

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