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Capítulo 40 - Nosso sonho

Contém 3724 palavras.

Boa leitura

Eu poderia ficar acordado

Só pra te ouvir respirar

Te ver sorrir enquanto dorme

Enquanto você está longe e sonhando

Eu poderia passar a minha vida

Nessa doce rendição

Eu poderia ficar perdido neste momento para sempre

Cada instante que passo com você

É um momento que valorizo

Não quero fechar meus olhos

Eu não quero adormecer

Porque eu sentiria sua falta, amor

E eu não quero perder nada

I Don't Want To Miss A Thing - Aerosmith

Meus olhos não se desgrudavam dela. Sua barriga avantajada de sete meses era uma visão tão linda, tão perfeita, que me deixava nas nuvens. Estávamos planejando a apresentação real dos padrinhos dos bebês, um plano para o futuro, caso algo nos acontecesse. Ainda não sabíamos o sexo dos bebês, preferíamos a surpresa, embora a curiosidade me roesse por dentro. Não ousei usar meus poderes para descobrir, não queria contrariá-la. Mas algumas coisas já estavam pré-definidas: o primeiro a nascer seria herdeiro do trono e da casa Aruna, o segundo, herdeiro da casa Jawzahr, que pertencia a Cyrius e foi passado para Selene, e o terceiro, da casa Asger.

Mentiria se dissesse que estava feliz com a ideia de um dos meus filhos ser herdeiro de Uziel, mas, ao menos, ele faria diferença na casa Asger, ela não poderia continuar da mesma maneira.

— Já pensou se nascem três meninas? — Selene perguntou, sua voz suave quebrando meus pensamentos.

— Será que terei tanta sorte assim? — perguntei, rodeando os braços ao redor de sua cintura, sentindo o calor de seu corpo contra o meu. A ideia de três versões dela em miniatura me enchia de um amor incomensurável.

— Sorte? — ela perguntou, um sorriso brincalhão em seus lábios.

— Sim — respondi, beijando com suavidade sua bochecha, fazendo-a rir. — Imagina três versões de você em miniatura. Meu coração não vai aguentar!

— Podem ser iguais a você — ela retrucou, risonha, fazendo-me revirar os olhos.

— Espero que não! — resmunguei, um sorriso escapando dos meus lábios.

— Por que não? — ela perguntou, virando-se para olhar em meus olhos. — É o homem mais lindo que eu já vi!

Seus lábios encontraram os meus num beijo apaixonado, profundo, que me deixou sem fôlego. Puxei-a para mais perto, sentindo meu coração acelerar. Mas uma leve ondulação sob sua pele chamou minha atenção, me fazendo separar-me dela com um suspiro.

— Adoro quando eles mexem — coloquei a mão sobre seu ventre, sentindo os leves chutes dos bebês.

— Eu também — ela respondeu, colocando sua mão sobre a minha, nossos dedos entrelaçados.

Sorri, levantando-me com ela ao meu encalço. Ela suspirou, aninhando-se contra meu peito, buscando meu calor e minha proteção.

— Precisamos ir — declarei, observando o vestido lavanda claro misturado com pedrarias. — Nem preciso dizer, mas você está linda.

— Obrigada — ela respondeu, um sorriso radiante em seus lábios. — Você também está lindo, meu rei!

Circulei os braços em sua cintura, sorrindo em sua direção. O amor que sentia por ela era avassalador, infinito.

— Selene, antes de ir... quero dizer que escolhi um casal de padrinhos...

— Disse que faríamos isso juntos! — ela resmungou, cruzando os braços, um leve tom de reprovação em sua voz.

Sorri, elevando a mão para acariciar sua bochecha lentamente. Ela sorriu, inclinando a cabeça para o lado, desmanchando seu semblante irritado.

— Eu sei — respondi, beijando a ponta do seu nariz. — Mas devemos muito a eles, quero ajudá-los também.

— Está falando sério? — ela perguntou, os olhos marejados de emoção.

— Sim — respondi, minha voz firme e cheia de amor. — Confie em mim.

A sala de reuniões estava repleta de pessoas: todos os conselheiros, minha família reunida. A ausência da minha mãe pesava no ar, por questões de reino, ela não poderia estar presente, mas deixou claro que viria mais tarde. A expectativa e a apreensão eram palpáveis, uma tensão que me deixava inquieto. Selene estava ao meu lado, notei que sua pele estava mais pálida do que o normal, o peso da gravidez estava se tornando cada vez mais difícil para ela.

Puxei uma cadeira para que Selene se sentasse.

— Majestades! Bom vê-los em perfeita saúde! Creio que já escolheram os padrinhos? — Sir cumprimentou, sua voz serena, mas a expectativa em seus olhos era evidente.

Sentei-me ao lado de Selene, entrelaçando minha mão na dela, transmitindo-lhe força e segurança.

— É um costume em Alfheim nomear padrinhos para os herdeiros — declarei, minha voz firme e confiante. — Antes de falar sobre quem seriam, escolhi um casal que não são casados para serem os padrinhos do primeiro filho.

Um alvoroço inesperado percorreu a sala. Murmúrios de surpresa e incredulidade ecoaram, mas Selene sorriu levemente, apertando minha mão em sinal de apoio.

— Eles precisam ser casados! — murmurou um dos anciões, o choque evidente em sua voz.

— Sim, entendemos se for algum Deus, mas sendo de Alfheim, deve ser casado! — Sir concordou, sua voz carregada de dúvida e preocupação.

— Eles são solteiros? — Odin perguntou, seu olhar penetrante me analisando.

— Ela é viúva e ele é solteiro — respondi, meu tom confiante. — Creio que não tenha problema.

Lancei um olhar maroto para Selene, que retribuiu com um sorriso cúmplice.

— Se é o caso, então eles podem se unir em casamento se for da vontade deles — Odin concluiu, um sorriso leve em seus lábios.

Assenti, sem conter o sorriso. O plano estava funcionando perfeitamente.

— Quem seriam? — Sir perguntou, sua desconfiança evidente.

— Cyrius e Asha — respondi, minha voz firme.

Um silêncio pesado caiu sobre a sala, seguido por engasgos e murmúrios de surpresa.

— Asha é viúva há pouco tempo, seus filhos têm que... — um ancião começou, sua voz carregada de objeções.

— Ambos são solteiros — Odin interrompeu, sua voz imponente silenciando qualquer objeção. — Creio que não haja motivos para ter nenhum impedimento, estou errado?

— Senhor Odin... — o ancião tentou argumentar, mas Odin o interrompeu com um olhar firme.

— A não ser que ambos não queiram — retruquei, minha voz firme e implacável. — Quero que eles sejam os padrinhos do meu filho ou filha mais velho.

Olhei para Cyrius, seus olhos estavam arregalados, fixos em mim, cheios de surpresa e hesitação. Asha também estava visivelmente surpresa, mas havia uma chama de esperança em seus olhos. Era injusto, cruel mantê-los separados, dois corações que se amavam tanto, presos pelas amarras da tradição e do luto.

— Então? — perguntei a Cyrius, minha voz suave, mas firme.

A expectativa era palpável, a tensão na sala era cortante. Ele tossiu, nervoso, incapaz de articular uma palavra.

— Eu... eu... Thor... — ele gaguejou, a hesitação evidente em sua voz.

— Se for do desejo de Cyrius, eu aceito — Asha declarou, sua voz firme e corajosa, interrompendo-o. — Uma união será benéfica para ambas as famílias.

Senti uma profunda admiração por sua força e determinação.

— Asha, mas seus filhos, o que eles dirão? — Cyrius perguntou, sua voz quase um sussurro, a preocupação estampada em seu rosto.

— Pergunte para eles — respondi em seu lugar, meu olhar firme e confiante.

Era hora de deixar que os jovens expressassem suas opiniões.

Dois jovens rapazes entraram na sala, ambos com expressões sérias, passos firmes e decididos. Sentaram-se ao lado da mãe Arthur e Ivar, os filhos de Asha. Arthur, o líder da casa Frode, era alto para um adolescente, com longos cabelos negros e olhos azuis como os da mãe, transmitindo uma aura de poder e maturidade. Ivar, líder da casa Gorm, era ligeiramente mais baixo que o irmão, com cabelos castanho-escuros e olhos verdes penetrantes, irradiando uma aura de serenidade e sabedoria. Ambos me olhavam com respeito, mas também com uma certa curiosidade.

— Nossa, como vocês cresceram! — Selene murmurou, seus olhos marejados de emoção.

— Majestade, bom vê-la! — Arthur cumprimentou-a com cortesia, sua educação impecável. — Parabéns pela sua criança, que venha com muita saúde!

— Arthur, não precisa dessa pompa toda, os vi crescer! — Selene retrucou, seu tom divertido quebrando a formalidade. Um sorriso se formou nos lábios de Arthur.

— Fala como uma velha! — ele replicou, seu tom brincalhão fazendo Selene rir.

— Selene, está linda — Ivar a cumprimentou com mais informalidade, seu tom amistoso e caloroso. — Estou ansioso para ver seus filhos!

Olhando-os daquela maneira, observando a serenidade e o respeito em seus rostos, tive a certeza de que o enlace entre Cyrius e Asha não seria barrado por eles. A nova geração estava pronta para abraçar as mudanças, para construir um futuro livre das amarras do passado.

— Prazer em conhecê-los pessoalmente — cumprimentei, meu tom amigável, buscando quebrar a tensão. Os dois jovens me olharam, seus rostos sérios e impassíveis.

— Por que nos chamou aqui? — Ivar perguntou, sua impaciência evidente. Arthur lançou-lhe um olhar gélido, repreendendo-o.

— Seja mais cordial para com seu rei! — Arthur repreendeu o irmão, sua voz firme e controlada. Ivar bufou, envergonhado.

— Desculpe! — Ivar pediu, sua voz baixa e arrependida.

— Tudo bem — respondi, buscando manter um tom calmo. — Prefiro mesmo ser direto. Escolhi sua mãe e Cyrius para serem os padrinhos do meu filho mais velho.

Os dois irmãos se entreolharam, numa conversa muda, seus rostos revelando uma mistura de surpresa e hesitação.

— Mas não pode, porque eles não são casados — Ivar concluiu, sua voz ainda um pouco insegura. Arthur assentiu em concordância silenciosa.

— Vocês dariam a bênção para o casamento? — perguntei, minha voz direta e incisiva.

Arthur olhou seriamente para o irmão, depois desviou o olhar para sua mãe e para Cyrius, que se mantinha tenso em seu lugar.

— Concedo a bênção — Ivar falou, sua voz suave, mas firme. Seu olhar, cheio de carinho, pousou sobre sua mãe.

O mais velho, Arthur, mantinha-se encarando Cyrius em silêncio, seu olhar impenetrável. Temia que ele não aceitasse a união entre sua mãe e o elfo.

— Arty, fale algo! — Ivar cutucou o irmão, sua impaciência se manifestando novamente. Arthur resmungou, visivelmente incomodado.

— Cyrius, por que quer casar com a minha mãe? — Arthur perguntou, sua voz fria e direta. Cyrius suspirou, visivelmente nervoso. Ia intervir, mas a mão de Selene segurou a minha com firmeza. Seu olhar, cheio de orgulho e confiança, pousou sobre o jovem. Ela sabia o que ele estava fazendo.

O elfo arregalou os olhos, engolindo em seco. A pergunta era direta, implacável. Não sabia o que dizer, tinha medo de admitir em voz alta o que sentia. Arthur mantinha-se o encarando, impassível, sem nem piscar.

— Eu amo a sua mãe desde a infância — Cyrius declarou, sua voz firme, apesar do nervosismo. — Nunca pude tornar reais meus sentimentos, pois ela, desde seu nascimento, fora prometida ao seu pai, e eu respeitei isso.

O jovem assentiu em silêncio, levantando-se da mesa. Com um movimento rápido e decidido, ele empunhou sua espada, apontando-a na direção de Cyrius, que o observava surpreso.

— O matarei se a magoar — Arthur rosnou, seus dentes cerrados, a fúria contida em sua voz.

— Arty! — Ivar puxou o irmão, seus olhos arregalados de espanto e preocupação.

— Dou a minha bênção — Arthur respondeu, sua voz firme, apesar da emoção. — Quero a felicidade dela, mas se for preciso, matarei quem a fizer sofrer!

— Meu filho! — Asha o puxou para um abraço apertado, deixando-o envergonhado perante todos.

— Mamãe, estamos em público! — Arthur exclamou, corado, sua pose séria desfeita em meio ao abraço.

Sorri, aliviado e feliz.

— Parece que teremos um casamento! — declarei, meu tom bem-humorado, buscando aliviar a tensão que ainda pairava no ar.

Cyrius, sentado ao lado de Asha, saltou na cadeira como se só naquele momento tivesse compreendido a magnitude do que estava acontecendo. Seus olhos brilhavam, cheios de surpresa e alegria.

Ajoelhado no chão, Cyrius puxou um colar de onde surgiu uma aliança simples, mas elegante. Asha parecia saber do que se tratava, seus olhos se arregalaram e ela levou a mão aos lábios, surpresa, mas também radiante de felicidade.

— Asha Gorm e Frode, aceita ser a minha esposa? — Cyrius perguntou, sua voz emocionada, carregada de amor e esperança.

— Oh! Cy, mas claro que sim! — Asha exclamou, sua alegria transbordando. Um sorriso radiante iluminou seu rosto, dissipando qualquer vestígio de dúvida ou hesitação.

Ele colocou a aliança em seu dedo, um gesto simples, mas carregado de significado. Ela o puxou para um abraço terno e apaixonado, selando o compromisso com um gesto de amor profundo. Apesar do embaraço visível em alguns rostos, os dois amantes sorriram levemente, imunes a qualquer julgamento externo.

— Obrigada! — escutei a voz de Selene sussurrando em meu ouvido.

— Eles merecem a felicidade — respondi, meu tom suave e carinhoso. — Assim como a gente.

Seu sorriso se alargou, refletindo a minha própria alegria.

— Podemos casar semana que vem! — Asha declarou, sua animação contagiante.

Sua espontaneidade fez todos rirem, quebrando a tensão que ainda pairava no ar. Os conselheiros eram os únicos que mantinham o semblante fechado, a tradição e a formalidade ainda pesavam sobre eles.

Mas nada ofuscou a beleza daquela cena. Asha e Cyrius esperaram uma vida inteira para serem felizes, para encontrarem o amor verdadeiro. Não poderiam, e não deveriam, perder mais tempo.

— E os outros padrinhos? — Sir perguntou, sua voz formal quebrando o clima de alegria e nos lembrando do propósito da reunião.

Observei os conselheiros, seus rostos não expressavam felicidade. A ideia de um segundo casamento naquele contexto era incomum, uma quebra de tradição. Mas era melhor que se acostumassem. Não permitiria que meus filhos sofressem da mesma maneira que Asha e Cyrius sofreram, ou que fossem forçados a um casamento como Selene foi.

— Meu irmão será padrinho do segundo filho — declarei, minha voz firme e confiante. Loki, sentado ao meu lado, arregalou os olhos, surpreso com a minha decisão.

— Sério? — Loki perguntou, um sorriso se formando em seus lábios. A surpresa e a alegria eram evidentes em seu tom.

— Claro — Selene respondeu, piscando marotamente para ele. — Somos uma família!

— Porra, obrigado! — Loki murmurou, emocionado, escondendo o rosto entre as mãos.

Sorri em direção ao meu irmão, ele era um pateta, sim, mas tinha um bom coração. Eu o amava por isso.

— Apenas ele? — Sir perguntou, sua voz séria e interrogativa.

— Não me importo se quiser colocar uma bela elfa do meu lado! — Loki retrucou, seu tom brincalhão e provocativo. Vi o ancião ranger os dentes, visivelmente irritado.

— Será apenas ele — repliquei, minha voz firme, encerrando o assunto.

Meu irmão me olhou marotamente, ele sabia que deveria interrompê-lo, ou ele diria mais besteiras. Cerrei os olhos para ele, como um aviso silencioso. Loki sorriu, levantando os braços em sinal de rendição. Ele era pateta, sim, mas não era burro. Em uma única noite, quebramos várias tradições daquele lugar. Não queria ocasionar uma guerra, não naquele momento.

— O terceiro filho, por ser herdeiro de Uziel, por lei deve ser seu afilhado — Sir declarou, sua voz séria e implacável.

Suspirei, a irritação me consumindo. Nem por cima do meu cadáver! Já era o bastante o bebê ser herdeiro dele. Aquele homem não merecia ter qualquer influência na vida do meu filho.

— O terceiro será afilhado de Odin! — Selene retrucou, sua voz firme e inesperada, surpreendendo a todos na sala, inclusive a mim.

— O quê? — Sir perguntou, sua incredulidade evidente em sua voz.

Seus olhos se arregalaram e sua expressão era uma mistura de choque e indignação.

— Padrinho é equivalente a pai ou mãe — Selene respondeu, sua voz calma, mas firme. — Acho justo meu sogro, avô do bebê, representar esse papel.

— Isso não... — Sir começou a protestar, mas Selene o interrompeu com um gesto suave, mas determinado.

— Aprovo a ideia — segurei firme sua mão, transmitindo-lhe meu apoio incondicional.

— Fico honrado com o convite! — Odin respondeu, sua voz embargada pela emoção.

— Estão quebrando todas as nossas leis! — Sir rosnou furiosamente, batendo com força na mesa.

— Se não está contente, podemos votar — respondi, minha voz firme e desafiadora. — Quem é contra?

Meu olhar percorreu os anciões, desafiando-os a se oporem. Como previ, todos evitaram meu olhar, sua hesitação e medo eram palpáveis.

— Está decidido! — Selene decretou, um sorriso vitorioso em seus lábios. Seu olhar triunfante encontrou o meu. Sir bufou, contrariado, mas não podia fazer nada.

O dia do casamento de Asha e Cyrius finalmente chegou. O acontecimento foi revolucionário em Alfheim, nunca houve um casamento como aquele. Os rituais que Asha deveria fazer foram simplificados, considerando que ela já foi casada. Não havia necessidade de tantos protocolos. A água na qual ela se banhava era a mesma usada para benzer a noiva, o mesmo ocorrendo com o noivo.

Estava ansiosa, esperando que Asha terminasse sua purificação. Ao me ver parada ali, com os óleos essenciais em mãos, ela arregalou os olhos, surpresa.

— Selene, és a majestade, não deveria estar me servindo! — Asha murmurou, sua voz carregada de surpresa e um pouco de incômodo.

— Hoje sou a sua família — respondi, meu tom suave e carinhoso. — Vem e deite aqui.

Indiquei a cama, meu gesto transmitindo conforto e apoio. Ela riu graciosamente, aliviada com minha insistência.

— Está com uma enorme barriga — Asha tentou me convencer a desistir, sua preocupação evidente. — Não deveria se esforçar.

— Asha, não se deve irritar uma grávida — resmunguei, meu tom divertido, buscando acalmá-la. — Por favor, sente logo!

Vi um sinal de rendição em seus olhos, e um sorriso se formou em meus lábios.

Minhas mãos passaram harmoniosamente pelas costas dela, sentindo a maciez de sua pele, tão suave quanto uma pétala de rosa. Invoquei os deuses, pedindo que eles fossem felizes por muitos anos, que seu amor durasse para sempre. A emoção me tomava, e lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto.

— Querida? — Asha me chamou, sua voz suave e preocupada. Ela percebeu que estava chorando sobre ela.

— Não se preocupe — respondi, minha voz embargada pela emoção. — Estou emocionada de vê-los assim. Vão ser muito felizes!

— Já disse isso, mas preciso repetir — Asha respondeu, seu sorriso radiante e sincero. — Obrigada pelo que fizeram!

Passei longos minutos massageando a pele de Asha, sentindo a maciez sob meus dedos. Ela esteve ao meu lado durante anos, assim como Cyrius. Ambos mereciam toda aquela felicidade. Junto com Thor, organizei uma verdadeira festa, um festival de alegria para celebrar o amor deles. Queria espalhar a felicidade que sentia, afinal, eles eram minha família também.

— Sua pele está bem macia — murmurei, meu tom brincalhão, buscando quebrar a tensão. — Cyrius vai amar!

Asha corou, sua timidez evidente.

— Selene! — ela exclamou, envergonhada.

— Não preciso dar dicas de como seduzir o Cy, vou? — continuei a brincadeira, aumentando o rubor em suas faces. Seu sorriso, apesar do embaraço, era radiante.

— Céus, pare com isso! — Asha resmungou, envergonhada, fazendo-me gargalhar. Uma leve batida na porta interrompeu nossa brincadeira.

— Sim? — perguntei, curiosa, indo atender.

Os filhos de Asha, Arthur e Ivar, estavam parados na porta, carregando os utensílios para o ritual do fogo. Seus rostos eram sérios, mas havia um brilho de expectativa em seus olhos.

— Podemos entrar? — Ivar perguntou, seus olhos fechados em respeito. Arthur permanecia ao seu lado, com a mesma expressão.

— Claro, querido, entre! — Asha respondeu, sua voz animada. Ambos abriram os olhos, surpresos com a expressão da mãe.

— Mesmo estando de roupão, duvido que haja alguém mais linda que a senhora — Ivar declarou, sua admiração evidente.

— O ritual dos óleos é feito pelas mães — Arthur explicou, seu tom calmo e respeitoso. — A sua faleceu há anos. Selene assumiu o posto como sua família, assim como nós iremos fazer agora. O ritual do fogo é feito pelo pai, mas podemos fazer, já que o vovô não está mais entre nós?

Seu olhar buscava a aprovação da mãe.

— Claro, meu amor! — Asha respondeu, sua voz emocionada. Suas lágrimas escorriam livremente, um misto de alegria e gratidão.

Ivar segurava o pequeno recipiente de vidro com cuidado, enquanto Arthur acendia a vela. Com destreza e respeito, ele se aproximou da mãe.

— Asha Gorm e Frode, perante este fogo sagrado, eu peço humildemente aos deuses que abençoem seu casamento — Arthur murmurou, sua voz ligeiramente falha pela emoção.

— Que possam viver as mil primaveras juntos e que o amor entre ambos floresça a cada dia — Ivar acrescentou, sua voz suave e sincera. As lágrimas de Asha fluíam abundantemente.

Aproximei-me dela para abraçá-la. Sabia o que ela sentia, Asha pensava que seus filhos jamais iriam concordar com sua felicidade. Mas ela podia ver, agora, que ambos apenas queriam vê-la feliz. 

A vista de Alfheim era deslumbrante naquela hora do dia. Estava na sacada, esperando por Cyrius, era mais do que minha obrigação estar ali. Aquele era um momento crucial, não apenas para ele e Asha, mas para mim também.

— Thor? — a voz de Cyrius ecoou, suave e um pouco hesitante. Seu olhar, ao me ver, era uma mistura de surpresa e gratidão.

— Está pronto para o ritual do fogo? — perguntei, meu tom firme, mas carinhoso. A pergunta o deixou em choque, visivelmente surpreso.

— Mas você é o rei e um Deus! Não precisa fazer isso! — Cyrius respondeu, sua voz carregada de incredulidade.

Ele não entendia a importância daquele gesto para mim.

— Cyrius, nos momentos em que mais precisei, você estava lá por mim — retruquei, minha voz sincera e emotiva. — Isso não é nada comparado a isso.

Meu olhar expressava toda a minha gratidão e afeto. Vi um sorriso se formar em seus lábios, ele finalmente estava compreendendo.

— Faria de novo — Cyrius respondeu, sua voz carregada de emoção. — Sabe que nós vivemos até os setecentos anos. Já tenho quatrocentos e cinquenta anos. Vivi o bastante para ver Arkyn ser rei e ter Selene. Nunca quis me casar, pois estaria iludindo alguém que nunca poderia amar de verdade. Agora estou realizando meu sonho de casar com a mulher da minha vida. Infelizmente, Asha e eu não podemos ter filhos por conta da nossa idade, mas Selene é a minha filha de coração. Com seu casamento com ela, passei a vê-lo como meu filho também.

— Ela também o estima como pai — confessei, minha voz suave e carinhosa. — Assim como eu.

Um nó na garganta, a emoção de Cyrius era contagiante. Vi-o suspirar, tentando conter as lágrimas que brilhavam em seus olhos.

— Vamos ao ritual — Cyrius resmungou, buscando disfarçar a emoção. Seu olhar, apesar do esforço, estava cheio de gratidão e amor.

Assenti, pegando o recipiente de vidro onde a vela jazia acesa. Era um momento solene, carregado de significado.

— Cyrius Jawzahr, perante esse fogo sagrado, abençoo seu casamento — declarei, minha voz firme e cheia de emoção. — Que ele traga a felicidade e o amor para as suas vidas.

Vi Cyrius se entregar ao choro, sua emoção transbordando.

— Obrigado! — Cyrius respondeu, sua voz embargada pela emoção.

Sorri em resposta. Quem deveria estar agradecendo era eu, por todo seu apoio incondicional durante todo aquele tempo. Vê-lo feliz com Asha era tudo que Selene e eu poderíamos pedir.

https://youtu.be/JkK8g6FMEXE

Arthur líder da casa Frode

Ivar líder da casa Gorm

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