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Capítulo 38 - A rainha x Elfo

Os poderes de Selene são uma junção dos poderes de Uziel com os poderes de controlar as luzes e as trevas.

Não achei justo a Selene não dar uma merecida surra nesse elfo, então, enquanto Thor lutava contra o corpo físico dele, ela lutava contra o corpo astral, ou seja, a alma dele, lembrando que o corpo dela está seguro com Cyrius, só a alma dela está em Niflheim.

Os gifs são uma representação dos poderes de ambos!

Contem 4k de palavras.

Boa leitura❤️

Tem uma chama surgindo no meu coração

Está tomando conta de mim e me tirando da escuridão

Finalmente, eu posso te ver claramente

Vá em frente e revele meus defeitos, e eu vou expor todas as suas mentiras


Veja como eu sairei com cada pedaço de você

Não subestime as coisas que farei


Tem uma chama surgindo no meu coração

Está tomando conta de mim e me tirando da escuridão


As cicatrizes do seu amor lembram-me de nós

Elas me deixam pensando que nós quase tivemos tudo

As cicatrizes do seu amor me deixam sem fôlego

Não consigo evitar pensar que

Nós poderíamos ter tido tudo


(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Rolando nas profundezas

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Você teve o meu coração na palma da sua mão

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

E você brincou com ele, no ritmo da música

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)


Meu bem, eu não tenho história para contar

Mas eu ouvi uma das suas e farei sua cabeça ferver

Pense em mim nas profundezas do seu desespero

E trate de construir um lar por lá, já que o meu, eu não vou dividir



Poderíamos ter tido tudo

Rolando nas profundezas

Você teve o meu coração na palma da sua mão

Mas você brincou com ele, como um soco


Jogue a sua alma através de cada porta aberta

E conte suas bênçãos para encontrar o que procura

Transformo a minha mágoa em ouro precioso

Você irá me pagar de volta e colher o que plantou


(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Nós poderíamos ter tido tudo

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)

Nós poderíamos ter tido tudo

(Você vai desejar nunca ter me conhecido)

Tudo, tudo, tudo

(Lágrimas cairão, rolando nas profundezas)


Rolling In The Deep - Adele


Quando ele separou minha alma pela metade, o choque me paralisou. Somente o peso de suas mãos imundas sobre mim. No instante seguinte, estávamos em uma sala escura, abissal. Ergui-me no ar, sentindo meus próprios poderes me consumirem, uma força bruta e selvagem que me invadia.

— Uziel, isso foi um golpe baixo! — rosnei, meus músculos tensos, prontos para o ataque.

— Vou matá-la. Não quis ser minha esposa, preferiu aquele idiota. O que ele tem de especial? — ele perguntou, a fúria em sua voz era palpável.

— Posso enumerar em ordem alfabética? — retruquei, um sorriso irônico, quase cruel, se formou em meus lábios.

Sem resposta, uma chuva de fogo infernal desceu sobre mim. Reagi instantaneamente, criando um campo de energia eletromagnética ao meu redor. O calor era intenso, força bruta do ataque contra minha defesa, num estrondo constante. 

Em um ataque combinado, canalizando todo o meu poder yin-yang, lancei uma rajada de luz e escuridão em sua direção. Uziel ficou surpreso, atingido em cheio. Deveria sentir satisfação, uma onda de triunfo, mas... nada. Um vazio imenso. O ódio, a raiva, a dor... tudo se dissipou. Meu coração estava estranhamente calmo, esvaziado. 

— Uziel, ainda pode refazer sua vida. Pare com essa ambição ridícula, não vai ganhar nada além da morte! — declarei, minha voz firme, séria.

Observei-o se afastar, seu olhar encontrou o meu, gélido, os olhos escuros brilhando numa ira incontrolável.

— Ridícula? Esse trono seria meu! — ele rosnou, a voz baixa e ameaçadora, como o rugido de uma fera ferida. 

— Não seria seu. Estava prometida a Thor! — respondi, revirando os olhos.

— Selene, a culpa de ter sido prometida a Thor foi de meu pai! — sua voz quase um sussurro.

O ataque...O primeiro ataque a Asgard foi mesmo ordenado pelo pai de Uziel!

— Foi ele que atacou Asgard! — exclamei, a voz carregada de dor.

Uziel assentiu, a irritação evidente em seus gestos.

— Aquele idiota agiu por impulso. Ele foi trocado pelo seu pai, amava sua mãe, pediu a uma bruxa que utilizasse um feitiço para retirar todas as suas emoções, mas a cada alguns anos a magia se enfraquece e ele acabou fazendo essas besteiras — Uziel confidenciou, a voz carregada de amargura.

— E o que ele pretendia? — perguntei, tentando manter a calma, apesar do turbilhão de emoções dentro de mim.

— Queria que Odin atacasse Alfheim. Seu pai seria morto e sua mãe ficaria viúva — ele explicou com a voz seca e monótona.

Ele queria a morte do meu pai, mas não era forte o suficiente para isso. Em sua frustração, machucou milhares de pessoas inocentes, que nada tinham a ver com sua obsessão doentia.

— Ele machucou inocentes e seria em vão. Minha mãe jamais ficaria com ele! — rosnei, a raiva me consumindo.

— Concordo, ele foi além de um imbecil! Ficou irado quando tudo deu errado, pior quando soube que a rainha deu à luz ao herdeiro, no caso você — Uziel revirou os olhos, irritado. — Todos sabíamos que você era prometida, mas não foi reportado quem era, apenas seus pais sabiam. Se não fosse isso, sua mão seria dada a mim.

Membros da realeza casavam-se entre si. Era correto pensar que, se não fosse Thor, se não estivesse prometida a ele, como herdeira e filha da primeira casa, e Uziel sendo o segundo na sucessão ao trono, ele seria meu noivo.

Minha vida inteira poderia ser diferente, mas por conta de uma guerra, encontrei a paz e o amor.

Não conseguia pensar em querer que isso não acontecesse. Seria pensar em nunca ter conhecido Thor. Mas desejar trilhar esse caminho significa comemorar as mortes.

— Era para você ser minha desde sempre! — Uziel rosnou, os dentes cerrados, a voz baixa e ameaçadora.

— Eu fui! Você que jogou tudo fora! — retruquei, incrédula.

— Meu pai queria vingança, queria desgraçar sua vida, assim ele estaria desgraçando sua mãe. O segui, pois para mim, apenas o trono importava. Não queria você — ele respondeu com uma sinceridade crua em suas palavras.

Franzi o cenho, analisando-o cuidadosamente. Nunca o vi tão... vulnerável.

— Por que está me contando tudo?

Uziel suspirou, desviando o olhar.

— Porque desde que retirei o maldito feitiço, sinto emoções, principalmente culpa... mas não é somente isso — ele fechou os olhos com força, as mãos em punho, as unhas cravando na pele. — Nunca fui eu mesmo com você, mas estou agindo em conjunto com a razão. Precisa saber de tudo antes de morrer. Devo isso à memória dela.

Ele estava pensando em nossa filha?

— Meu pai acelerou seu casamento com aquele imbecil. Ele incitou os jotuns a atacar Alfheim. Minha casa foi proibida de proteger os reis. Meu pai estava presente quando o jotun matou seu pai. Sua mãe foi a última a morrer, e só foi morta porque se recusou a ficar com meu pai — ele declarou, a voz firme.

Arregalei os olhos, o pavor me congelando. Era culpa dele, sabia disso, sabia que a casa Asger não cumpriu seu dever naquele dia. Mas ouvir em alto e bom som que meus pais foram assassinados... era doloroso demais. As lágrimas ameaçaram transbordar.

— Seu pai é um monstro! — rosnei, os dentes cerrados, a voz baixa.

— Sim, ele é! — Uziel concordou, para minha surpresa.

— E você é igual a ele! — exclamei, sentindo meu corpo tremer.

Uziel me olhou em choque.

— Não sou! — ele retrucou, nervoso, a voz trêmula.

— Uziel, você desgraçou minha vida. Foi cúmplice da morte dos meus pais, embora não tenha participado diretamente, sabia de tudo. Pior, você matou a sangue-frio sua própria filha, sangue do seu sangue, matou-a friamente sem pensar nas consequências — declarei, a voz carregada de dor.

Ele fechou os olhos com força, como se sentisse uma dor física.

— Selene, não existe um dia de paz na minha vida. Não sabe o arrependimento que carrego. Faria qualquer coisa para tê-la aqui — ele sussurrou, a voz rouca, carregada de uma dor profunda.

— Não acredito em você! — exclamei, a voz firme, apesar do tremor em minhas mãos.

Ele suspirou, seu olhar perdido.

— Selene, possuo um feitiço em meu coração. Nunca soube identificar sentimentos, por isso ele nunca enfraqueceu. Nunca senti nada. Quando a bruxa retirou o feitiço e fez com que eu conseguisse entendê-los, o peso da culpa foi... insuportável — ele respondeu, honestamente, desviando o olhar.

Balancei a cabeça, as lágrimas de irritação ameaçando transbordar.

— Quando soube da sua gravidez, não senti nada além de satisfação, pois o plano estava dando certo. Mas então terminei com você, e seu coração continuou intacto. Tive que seguir outro caminho... — ele continuou, a voz baixa, quase um sussurro.

— O plano era que enlouquecesse por você me trair? — perguntei com a voz trêmula.

— Assim seria expulsa grávida e com a vida desgraçada. Mas você não me amava — ele resmungou, a amargura em suas palavras era pungente.

— Você é um cretino!

— Cuidei de você ao longe. Sabia de tudo sobre sua gravidez. Por isso, soube exatamente quando deu à luz... — ele continuou, sem se afetar com minha resposta. — Fiquei irritado quando soube que era menina. Quando peguei Luna nos braços, não senti nada. Ela se manteve quieta. Na hora, pensei que ela fosse uma idiota inocente como você. Mas ela... ela me reconheceu, mesmo a renegando. Ela me reconheceu...

— E ainda assim você a matou! — retruquei, a dor da perda me atingindo com força.

— E não senti nada, não conseguia sentir... — ele concordou, a voz embargada. — Mas quando o feitiço foi retirado, a bruxa teve que colocar sentimentos em mim... e descobri que Luna é o único ser que amei verdadeiramente. Sou atormentado todos os dias com pesadelos de sua morte. Tenho raiva de você por não ter me impedido, mesmo sabendo que a culpa foi minha.

— Sinto culpa também, por não tê-la protegido. Mas não tinha nada que pudesse fazer. Infelizmente, confiei na pessoa errada desde o início — retruquei, a voz baixa, carregada de tristeza.

Uziel suspirou pesadamente, seu olhar percorrendo meu corpo da cabeça aos pés. Ele parecia refletir sobre seus próximos passos, sua expressão indecifrável. Quando seu olhar pousou em meu ventre, dei um passo para trás instintivamente. Apesar de meus poderes serem superiores, sua experiência em combate me deixava nervosa.

— Selene, essa é a última chance que vou lhe dar. Em nome do amor que sinto por Luna, case-se comigo e faça-me o rei de Alfheim — ele declarou, sua voz baixa e intensa, me deixando em choque. — Cuidarei de você e do seu filho como se fosse meu. Teremos mais filhos. Será tudo como deveria ter sido desde o início.

— Está louco! — exclamei, sentindo meu corpo inteiro tremer.

— Só quero consertar tudo. Sabe que só será feliz comigo. Nós nos dávamos bem quando éramos namorados! — ele insistiu, sua voz firme.

— Deixa de ser idiota, você mesmo admitiu que nunca foi sincero comigo!

Ele suspirou pesadamente, a frustração evidente em seus ombros.

— Na cama sempre fui — ele respondeu, olhando-me com uma intensidade que me deixou desconfortável.

— Deve ser por isso que nunca me senti bem transando com você! — revirei os olhos, a ironia amarga em minha voz.

Uziel rangeu os dentes, o som audível mesmo no meio daquela sala.

— Essa é sua resposta? — ele perguntou, sua voz baixa, contida.

— Amo Thor. Lutarei pelo futuro ao lado dele, e nesse momento estou mais que disposta a matá-lo!

Uma onda de poder me invadiu, uma força bruta e incontrolável. Meu corpo foi inundado por uma forte luz azul, mesclando-se com as sombras. Meus olhos escureceram por completo, absorvendo o poder yin, enquanto pequenas listas de luz me cobriam, mostrando o domínio completo do yang. Elevei-me no ar, ficando a alguns centímetros do chão. Ao abrir os olhos, notei que ele estava deixando seus poderes transparecerem.

— Não sou um bom oponente para você — ele sorriu, um sorriso malicioso, cheio de uma confiança assustadora.

Ele tinha domínio de poderes que não eram poderes de elfos comuns!

— Vejo a curiosidade em seu olhar. Consigo utilizar magia em combate — ele respondeu, sua voz calma.

— Como?

— Nunca se perguntou o motivo de a minha casa ser chamada de a Lança de Deus? — ele replicou.

— O primeiro da sua casa fez emergir uma lança que matou um exército inteiro de jotuns. Por isso, a casa Asger é a proteção de Alfheim — respondi, meu coração batendo forte no meu peito.

— E como pensa que ele conseguiu isso? — ele retrucou, as chamas azuis crepitando ao redor de seu corpo, intensificando a aura de poder que o envolvia.

Eles... Não!

— Pacto de sangue — respondi, aflita, a voz trêmula.

— Asger é composta por elfos diferentes. Por conta disso, os elfos da nossa casa têm a pele negra, diferente dos demais. Alguns têm a pele mais cinza ou mais azulada. Isso é devido à magia. Quanto mais escura a pele, mais magia o elfo possui — Uziel sorriu, um sorriso ameaçador.

Engoli em seco ao observar seu corpo negro, sua pele totalmente escura. Aquilo me deixou sem ar. Significava que ele era bem mais forte que eu?

Sua voz ecoou como um vento cortante. Centenas de lâminas, num azul claríssimo, foram criadas, perfurando minha pele com uma intensidade alucinante. Gemi, a dor me paralisando. Um choque percorreu meu corpo, uma onda de calor seguida por um frio intenso. Cada lâmina era uma agulha de gelo queimando minha carne.

Uma onda de poder me invadiu, uma força bruta e incontrolável. A dor, lentamente, foi passando. A fina camada de luz percorreu meu corpo, moldando-o, fortalecendo-o. Uziel franziu o cenho, surpreso com minha recuperação. Ele continuou o ataque, mas em segundos as lâminas foram lançadas de volta em sua direção, com o dobro da força. Seu grito ecoou, um som de dor e surpresa. Ele estava recebendo o golpe com uma força que nunca sentiu antes.

Aproveitando sua distração, lancei uma chuva de ataques de luz e escuridão, perfurando seu corpo em todas as direções. Ele não conseguia se mover para se defender. 

Um estrondo alto fez o chão tremer, me fazendo vacilar. Ao virar o olhar na direção onde sabia que Thor estava. Um aperto no peito, a angústia me sufocando.

O sussurro de Uziel ecoou com o vento. Mal tive tempo de levantar a guarda antes de sentir um potente soco em meu estômago. Voei metros, o ar saindo dos meus pulmões. Ele partiu para o corpo a corpo, sua velocidade impressionante. A cada golpe, seus poderes pareciam se acumular. Suas mãos ficaram negras e com o dobro do tamanho, aumentando a força bruta de seus ataques.

— Seu marido não ensinou a lutar corpo a corpo? — Uziel perguntou, debochado.

Era forte o suficiente para dar uma surra naquele maldito. Se fiz Thor, o mais forte Deus nórdico, voar com um chute duas vezes, Uziel não era nada.

Transformando meu corpo numa defesa absoluta com o poder do yin, fechei meus punhos, partindo para cima dele. Uziel se manteve na defensiva, surpreso ao ver minha força multiplicando a cada golpe.

Ele pulou para longe, seus olhos eram puro gelo, mas a raiva neles parecia lava. Murmurando baixo, um feixe de luz azul emergiu de suas mãos. Duas espadas de gelo voaram em minha direção, batendo contra minha escuridão, sendo rapidamente absorvidas.

— Pensei que fosse lutar corpo a corpo. Ficou com medo de uma mulher? — provoquei.

— O maldito ensinou-a a lutar? — ele perguntou, a fúria transbordando em sua voz.

— Acontece que recebi treinamento do meu pai. Nunca contei a você? — perguntei, marota, enquanto ouvia seu bufar de desdém.

Uma enorme bola de luz emergiu das minhas mãos, pulsando com poder. Uziel desviou do ataque por um milésimo de segundo. Rápida como raio, usei o teletransporte, reposicionando a bola em sua mira novamente e explodindo-a diante dele. O impacto foi colossal, fazendo seu corpo voar com brutalidade contra as paredes do lugar.

Utilizei a velocidade da luz para me colocar à frente dele, golpeando-o sem parar. Ele tentava se defender, os braços cruzados, mas não parei. Cada soco que desferia, minhas mãos solidificavam-se com a escuridão, se tornando armas implacáveis.

Uma parede de fogo e gelo se formou ao seu redor, fundindo-se numa barreira de névoa ácida, cercando-o e protegendo-o de mim.

— Covarde, sai daí! — rosnei, batendo contra a parede sem parar, quanto mais quebrava as paredes, mais delas surgiam. — Pensei que fosse um guerreiro, luta, seu miserável!

A potência do meu soco contra a barreira foi tão intensa que a névoa se dissipou, causando um estrondo ensurdecedor. Mal tive tempo de reagir, antes do seu nível de poder aumentar consideravelmente. Seu corpo estava revestido por diversas sombras, e seu tamanho parecia duplicar.

Uziel partiu para cima de mim, seus socos pesando toneladas. O próprio ar estava pressionado para fora de meus pulmões.

— Esse poder, apenas minha alma pode usar... — ele murmurou, um sorriso cruel nos lábios.

Antes que pudesse reagir, minha pele queimou instantaneamente. Não era um fogo comum, queimava minha alma. Meu corpo estava envolto numa escuridão que não conseguia controlar. 

Cobri meu corpo com a luz, expurgando a escuridão. O fogo se apagou ao parar de ser alimentado. Minhas pernas bambearam, senti-me totalmente fraca, exausta. Mas, mesmo assim, consegui revestir meu corpo com os poderes yin-yang, curando minha pele. Minha alma ainda doía do último ataque, uma dor profunda e persistente.

Essa luta não poderia perdurar. Ainda não conseguia usar totalmente meus poderes, mas o importante era que ele não era um bom oponente contra mim. Minha luz era forte contra sua escuridão, mas fraca contra a magia, já as trevas alimentavam as suas. Teria que ser mais inteligente, pois não era apenas força que sempre ganhava. Provei isso quando lutei contra Thor. A única diferença era que Uziel possuía poderes similares aos meus.

Apenas uma chance... uma pequena chance!

Fechei brevemente os olhos, me concentrando totalmente nos meus poderes. Lentamente, um mundo paralelo foi criado, prendendo-o por míseros segundos. Uziel explodiu tudo ao redor, mas, antes que pudesse vir em minha direção, repeti o ataque, aproveitando a velocidade da luz. Corri em sua volta, procurando uma brecha, o ângulo correto.

Ele me olhou furioso, vindo em minha direção. Permaneci correndo, antes de parar abruptamente, erguendo as mãos em sua direção. Minhas garras de escuridão perfuraram sua pele, atingindo seu coração. Vi seus olhos se arregalarem, o choque em seu rosto. O veneno penetrou sua corrente sanguínea. Levou apenas segundos, mas o suficiente para ser um golpe mortal.

Uziel caiu num estrondo no chão, tentando elevar a mão para conter o sangramento, mas não conseguia se mover. Seu corpo estava convulsionando. 

— Droga! Baixei a guarda...

Meus olhos fixaram-se nos dele, e um alívio profundo invadiu meu ser. Ele finalmente era uma página que poderia ser virada. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto caía de joelhos no chão.

— Você... venceu! — ele murmurou, a voz fraquejando, quase apagando-se.

— Tudo poderia ter sido diferente. Poderia ter tido outra vida, mas escolheu esse caminho!

Ele sorriu, mas era um sorriso triste, em meio a uma careta de dor.

— Meu destino... foi selado desde... que nasci. Não poderia... ter outra vida, não com aquela... minha família — ele declarou, a dificuldade em suas palavras me fazendo suspirar.

O som de passos apressados chamou minha atenção e, ao me virar, vi Thor correndo em minha direção, acompanhado por uma moça. Meu coração disparou. Sem pensar, levantei-me correndo para seus braços. Quando senti seu abraço forte, uma onda de alívio me invadiu.

— Não chore, não gosto de vê-la chorar! — ele disse, segurando-me firmemente.

— Estou tão feliz que esteja bem! — beijei seu rosto repetidas vezes, a alegria misturada com lágrimas, fazendo-o rir. O som daquela risada era como uma melodia suave que me aquecia por dentro.

— Não seria morto, afinal, temos a vida toda pela frente — ele disse, colocando a mão sob meu ventre. Sorri de volta, colocando a mão sob a dele.

— Selene, por... favor — a voz de Uziel ecoou, tirando-nos do nosso momento. Virei-me, o olhar fixo nele. Ele mantinha o rosto sofrido, e a realidade começou a se assentar sobre mim. Se Thor estava ali, significava que o corpo físico de Uziel estava morto. Era apenas questão de tempo até sua alma desaparecer. Meu ataque desintegrou sua essência por completo. Ele simplesmente deixaria de existir.

— Nem morrendo deixa de ser irritante? — Thor perguntou, e a ironia em sua voz fez Uziel rir, mesmo em meio a caretas de dor.

— Selene... eu... líder da casa Asger, torno... seu segundo... filho... meu herdeiro — Uziel declarou com dificuldade.

Arregalei os olhos em completo choque, a mente girando.

— O quê? — Thor perguntou, abismado.

— Ma-majestade... não... deixe meu pai no poder... nem ninguém... da minha casa. Faça uma nova era, por favor — Uziel pediu, começando a tossir em excesso.

O desespero em sua voz era palpável. Thor assentiu sem responder, Uziel suspirou aliviado.

A jovem que veio junto a Thor colocou-se ao seu lado, segurando a mão dele. Uziel arregalou os olhos ao olhá-la, um misto de surpresa e incredulidade estampado em seu rosto.

— Agora tenho orgulho de você — a voz suave dela ressoou no ar, senti um nó se formar na minha garganta ao vê-lo engasgar no próprio sangue, tentando se levantar.

— Lu-luna? — ele perguntou, a esperança em sua voz quase palpável.

— O quê? — perguntei, abismada, soltando-me de Thor.

Ela virou-se em minha direção, reconhecimento me atingiu como um raio.

Era ela!

— Luna! — corri desesperada para abraçá-la.

Senti-la foi como mergulhar nas águas mais frias. A realidade me atingiu com força, aquele era seu espírito. Soltei-me dela, vendo-a sorrir tristemente, e ela se virou para Uziel, que a olhava abismado.

— Uziel...

— Me cha...chame de pai, por... favor — ele pediu, segurando a mão dela em desespero.

— Não posso, estaria mentindo. Não o sinto como meu pai — ela respondeu, o sorriso triste em seus lábios.

Ele fechou os olhos, a agonia estampada em seu rosto. O silêncio entre eles era ensurdecedor.

— En...entendo — ele murmurou, a voz tremulante.

— Mas deixou-me orgulhosa. Uma nova era na casa Asger é seu maior legado. O futuro será mais abençoado — ela emendou, e a esperança nas palavras dela parecia iluminar o ambiente, mesmo que por um breve momento.

— Seria... uma moça... tão linda. Seus olhos... são meus — ele chorou copiosamente, segurando seu rosto com um carinho que nunca vi. — Me... perdoa...

Luna sorriu tristemente, colocando a mão por cima da dele, num gesto de conforto em meio à dor.

— Minha alma encontrou a paz. Agora está na hora de você encontrar a paz — ela respondeu, e o sorriso dela era como um farol em meio à escuridão, fazendo-o sorrir.

— Eu... amo... você, minha filha — ele declarou, e suas palavras eram carregadas de uma emoção intensa. Antes que pudesse processar, seu corpo começou a iluminar-se por completo, até desaparecer.

Foi completamente diferente do que aconteceu com Luna enquanto bebê e meus pais. Uziel adquiriu uma forma fria, percebi que seu espírito não voltaria mais.

Luna apenas olhou tristemente para o local onde Uziel estava. Podia senti-la triste, apesar de tudo. Era o pai dela, e esse não era o destino que ela queria para ele, cheio de dor, traição e um final trágico, principalmente por suas próprias ações.

— Eu... pensei que tinha libertado você — balbuciei, nervosa, depois de um tempo.

— Não poderia abandoná-la aqui — Luna respondeu timidamente, um leve rubor em suas bochechas.

Ela levantou-se, parando ao meu lado.

— Ela me ajudou desde o início — Thor aproximou-se de nós duas, colocando um braço em volta de mim.

— Que pai mais asno arrumou para mim! — ela resmungou, fazendo-o revirar os olhos.

— Tinha coisas mais importantes para fazer com sua mãe que conversar sobre seus poderes! — ele retrucou e um sorriso travesso se formou em seus lábios.

Luna arregalou os olhos, completamente horrorizada.

— Sou uma criança, não quero saber o que fazia com minha mãe! — Luna resmungou numa voz aguda.

— O que está acontecendo? — perguntei, chocada, ambos riram, a tensão do momento se dissipando.

— Luna apresentou-se para mim como a guardiã de Niflheim e ajudou-me a achá-la — Thor explicou.

— Mas, como ele é um idiota, tive que segui-lo! — Luna continuou, fazendo-o bufar.

— Foi porque quis! — ele resmungou, indignado.

— Se não ajudasse a lutar contra Uziel, teria levado uma surra!

— Está sendo exagerada, tinha tudo sob controle — ele replicou, e uma pequena risada escapou dos lábios dela.

— Fala sério, mamãe, ele estava apanhando! — ela retrucou, olhando para mim.

Olhá-los naquela interação fez meus olhos marejarem. Seria exatamente assim se Luna estivesse realmente viva. Seríamos uma família.

— Mamãe?

— Selene, está sentindo algo?

Thor e Luna se aproximaram, ambos segurando minhas mãos com a expressão preocupada.

— Estou feliz de vê-los assim! 

— Isso é porque minha filha é maravilhosa — Thor declarou, orgulhoso, e meu coração se encheu de amor.

Ela pulou em mim, me abraçando ternamente, sussurrando que escolhi bem. Ela tinha razão. Thor era um ser maravilhoso, capaz de amar incondicionalmente, um ser como se fosse dele.

— Sim, escolhi — sussurrei, soltando-me dela e segurando mais firme na mão de Thor.

Uma leve tontura me fez soltá-lo, e ele me olhou preocupado, assim como Luna.

— Precisa voltar, falta meia hora para o anoitecer em Alfheim — Luna declarou seriamente para Thor, e ele assentiu.

Ao perceber que teria que ir embora, meu coração apertou. Mais uma vez, deixaria minha pequena. Percebendo minha aflição, Luna me abraçou com força, fazendo-me chorar em seus braços.

— Eu amo você, tenho orgulho de tê-la como mãe. Nunca abandonei você. Um dia ainda vamos nos encontrar — Luna declarou, aumentando meu choro.

Braços fortes nos rodearam, e suspirei ao ver que Thor nos abraçava com força. As lágrimas dele caíram em seus ombros.

— Pai, cuide bem da mamãe — Luna murmurou, ganhando um singelo beijo na testa.

— Sempre! — ele respondeu, e sua voz era firme, cheia de amor.

— Vou encontrá-los logo! — Luna anunciou, começando a sumir. Uma onda de tristeza me invadiu.

Os braços de Thor me envolveram, amparando-me. Era doloroso vê-la partir, mas sabia que aquele não era o lugar dela.

— Ela estará sempre conosco!

— Eu sei — respondi, e as lágrimas continuaram a escorrer pelo meu rosto, mas agora eram lágrimas de esperança, de amor e de fé em um futuro juntos.

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