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Capítulo 27 - Nosso pequeno amor


Contém 3732 palavras

Boa leitura❤️

Nós já passamos por momentos difíceis

Passamos pela luz do sol, passamos pela neve

Todas as cores dos climas

E estivemos nas alturas

Por cada canto do céu

E ainda estamos firmes e fortes

Você tem todo meu amor

Faça  chuva ou faça tormenta, eu sou todo seu

All My Love - Coldplay

A pergunta dela me pegou desprevenido. Um turbilhão de emoções me invadiu, me deixando sem palavras. A preocupação com Selene, a alegria pela gravidez, a incerteza do futuro, tudo se misturava em meu peito, me sufocando. Incapaz de articular uma resposta coerente, apenas murmurei que avisaria que não iríamos à festa. Selene não estava bem para encarar a todos, e não era o momento de revelar nossa gravidez.

Meus passos foram rápidos, apressados, saí do quarto sem olhar para trás, sem dar a ela a oportunidade de me deter. No corredor, encontrei um dos guardas responsáveis pela nossa segurança. Trocamos apenas algumas palavras, rápidas e concisas, e a mentira estava feita. Eles já sabiam da presença do médico em nossos aposentos, então apenas confirmei, fingindo que o atendimento era para mim.

Melhor deixar a gravidez em segredo o máximo que conseguirmos, assim evitamos que ela se estresse e dará tempo dela se recuperar totalmente.

Ao voltar para o quarto, vejo-a se ajeitando sob os travesseiros. Ela sorriu para mim, como se fosse o próprio raio de sol. Não controlei o sorriso em resposta, me aproximei, com movimentos suaves e cuidados, a ajudei a se sentar, ajeitando os travesseiros em suas costas.

— Selene, está confortável assim? — minha voz era baixa, um sussurro rouco, meu rosto próximo ao dela, meu hálito quente contra sua pele.

O olhar de Selene, furtivo, atingiu como um raio. Um rápido vislumbre, um instante fugaz que me deixou sem fôlego. Ela desviou o olhar imediatamente, mas não antes que visse o rubor intenso que pintou suas bochechas, uma delicada aquarela de rosa sobre a pele macia. Meu coração disparou, um ritmo frenético que ecoava na minha respiração ofegante. A proximidade dela, a beleza inegável... tudo isso me causava uma dor aguda, uma pontada de desejo e frustração. Era uma tortura deliciosa estar tão perto, sentir sua presença tão próxima e, ao mesmo tempo, ser impedido de tocá-la. A perfeição dela era quase insuportável, uma beleza tão intensa que me machucava.

— Estou bem, não se preocupe — sua resposta foi um sussurro fraco, quase inaudível, mas que carregava em si uma fragilidade que me partia o coração.

Meus olhos se prenderam aos dela, meu peito apertado por uma mistura de amor e dor. Vê-la tão triste me causava uma dor lancinante. Não seria um tolo a ponto de acreditar que um recomeço entre nós seria impossível, mas agora tínhamos outras prioridades: a vida dela e a vida do nosso filho. Se fôssemos ficar juntos novamente, o tempo, encontraria o caminho. Por enquanto, tudo o que importava era protegê-los.

A porta se abriu arrombada com violência. Aquele estrondo foi o prenúncio da tempestade que se aproximava, o motivo do nosso afastamento, agora estampado diante dos meus olhos. Olhei para ele, incrédulo, a boca seca, a garganta apertada. Mas Uziel, com a arrogância que lhe era peculiar, ignorou qualquer vestígio de decoro. Ele entrou no quarto como se fosse dono do lugar, caminhando diretamente em direção a Selene. Aquele ar de superioridade me encheu de uma raiva que me queimava por dentro.

— Soube que passou mal, como está? — a voz dele, carregada de um falso cuidado, soou como uma agressão em meus ouvidos.

Cada palavra dele era uma faísca, incendiando a pólvora da minha paciência. Minha irritação transbordava, um vulcão prestes a entrar em erupção.

— O que pensa que está fazendo entrando no quarto dessa forma? — a voz de Selene, fria e cortante, cortou o ar como uma lâmina.

O suspiro escapou dos meus lábios, um som rouco e áspero, enquanto meu peito queimava. Uma descarga elétrica percorreu meu corpo, do topo da cabeça aos dedos dos pés. A vontade de agredi-lo, de lançá-lo para longe, era incontrolável, avassaladora. Mas a culpa era dela. Foi Selene quem o trouxe para nossas vidas, quem o permitiu entrar em nosso espaço, em nosso relacionamento.

— Minha querida, apenas fiquei preocupado, desculpa pela maneira em como invadi o seu quarto — a ênfase que ele deu à palavra "seu quarto" ecoou no silêncio do aposento, um golpe certeiro, uma demonstração clara de que ele sabia muito bem que não estávamos mais juntos.

Aquele tom de voz carregado de ironia... Sabia, ele não perderia a oportunidade de esfregar na minha cara a nossa separação.

Meu olhar se fixou em Selene, a fúria me consumindo. Cruzei os braços, os músculos tensos, a raiva me petrificando. Ela suspirou, um som fraco e resignado, desviando o olhar para Uziel, sem conter a carranca.

— SAI AGORA DAQUI! QUANTAS VEZES VOU TER QUE FALAR PARA SE AFASTAR DE MIM? — a voz dela ecoou pela sala, carregada de uma raiva que transcendia a simples irritação.

Ele tentou se aproximar. Um movimento quase imperceptível, mas que meu corpo reagiu instantaneamente. Minha mão disparou, agarrando seu braço com força, segurando-o firmemente no lugar. O choque, as correntes elétricas percorrendo meus dedos, o calor da raiva me queimando por dentro. Ele não pareceu se importar, ou talvez fosse apenas uma demonstração de superioridade, uma tentativa de me menosprezar.

— Não acabe com minha paciência, saia agora desse quarto! — a voz saiu rouca, áspera, um rosnado carregado de ameaça.

Uziel revirou os olhos, num gesto de desprezo. Com um puxão brusco, ele libertou o braço da minha mão, parando a poucos centímetros de mim. Seus olhos, sempre frios e calculistas, agora brilhavam com uma irritação contida, uma chama de desafio que me incendiava por dentro.

— Pare de ser um troglodita! Não pode me afastar dela! — a arrogância escorria de suas palavras, uma provocação descarada.

Uma veia pulsava na minha testa, latejando com a força da minha fúria. Fechei os punhos, os nós dos dedos branqueando, pronto para o confronto físico, pronto para o que fosse preciso para afastá-lo de Selene.

— Ela é minha esposa, posso, sim, afastá-lo dela! — o grito escapou da minha garganta, um rugido animal, carregado de raiva, de dor.

— Pelo que Selene falou... esse casamento é apenas uma fachada, ela está agindo assim apenas porque está em sua presença, sozinha comigo ela não é tão arisca — aquele sorriso, aquele sorriso cruel e triunfante, me atingiu como uma facada.

Retraí-me levemente, um movimento involuntário, uma demonstração de fraqueza que ele percebeu imediatamente. O sorriso dele se alargou, um sorriso vitorioso, cruel.

A lembrança dela em seus braços invadiu minha mente, queimando-me por dentro. Queria esquecer, queria apagar da minha memória, mas era impossível. A dor era física, palpável, uma ferida aberta e sangrante.

— Isso é mentira, nunca falei nada e muito menos fiquei sozinha com ele! — a voz dela, carregada de raiva, cortou o ar.

Meu olhar permaneceu fixo nele, a fúria me consumindo por dentro. Sabia que ele estava mentindo, que era uma praga, que se deleitava em destruir tudo ao seu redor. Mas naquele momento, suas mentiras, mesmo que carregadas de uma semente de verdade, pouco importavam. O que importava era acalmar Selene, protegê-la daquela tormenta.

— Não acredito mais em você, saia desse quarto agora! — o rosnado escapou dos meus lábios, carregado de uma ameaça velada, mas a raiva era tão intensa que as correntes elétricas percorreram meu corpo, como se estivesse prestes a explodir.

O semblante de Uziel se fechou, endureceu, como se uma máscara de gelo tivesse se formado sobre seu rosto. Seus olhos, antes carregados de desafio, agora estavam frios, implacáveis. Antes que ele pudesse retrucar, uma nova presença surgiu na porta. Cyrius.

— Uziel? — a voz dele, carregada de surpresa e descrença, interrompeu o clima tenso. Seus olhos percorreram o quarto, pousando em cada um de nós, antes de um suspiro pesado escapar dos seus lábios. — O que faz aqui no quarto do casal?

Um sorriso irônico, cruel, surgiu nos lábios de Uziel ao ouvir Cyrius enfatizar a palavra "casal". Era uma provocação, um deleite em esfregar na nossa cara a fragilidade do nosso relacionamento.

— Não seja idiota, Cyrius, sabe bem que me preocupo com Selene! — a acidez escorria de suas palavras, um veneno disfarçado de preocupação. Seus olhos, fixos em Cyrius, transmitiam uma frieza calculada. — Escutei que ela desmaiou quando estava sozinha com Thor, fiquei com medo de que ele tivesse ferido ela, por isso vim saber como ela está.

Aquele... Ele estava insinuando que machucaria Selene? A raiva me subiu à cabeça, um turbilhão de fúria que me deixava sem fôlego.

— Não sou você! Jamais encostaria em Selene dessa maneira! — o rosnado escapou da minha garganta, carregado de uma raiva tão intensa que meus músculos se contraíram, meu corpo inteiro vibrando.

Ele riu, um riso curto e cruel, me olhando de canto de olho, com um desprezo evidente.

— Não sei, você é um guerreiro bem sangrento em batalhas, jamais sentiu nenhum tipo de empatia, fora que nos pegou em um momento íntimo, claro que agiria como um bárbaro com orgulho ferido — a arrogância escorria de suas palavras, uma provocação descarada, uma tentativa de me atingir onde mais doía.

Meu sangue ferveu. Dei um passo em direção a ele, impulsionado pela fúria, pela necessidade de silenciar aquela boca. Mas a mão de Cyrius se interpôs, agarrando meus ombros com firmeza, me segurando. O choque, as correntes elétricas escapando do meu corpo, queimando sua pele. Ele não se moveu, não se afastou.

— Está vendo, Cyrius? Ele é violento! Não é seguro ficar perto dela! — a satisfação maligna brilhava nos olhos de Uziel, ele se deleitava no meu descontrole.

— Uziel, chega! Não provoque brigas aqui! — a voz de Cyrius, firme e autoritária, cortou o ar. Ele me soltou, aproximando-se de Uziel, agarrando seu braço com força. — Não sei como soube do estado de saúde de Selene, mas sugiro que saia daqui, não é do seu interesse!

Uziel se soltou com violência, fazendo Cyrius cambalear levemente. A força bruta, a falta de controle... era assustadora.

— Tudo sobre Selene é do meu interesse, ela é minha mulher, sabe bem disso! — o rosnado de Uziel ecoou no quarto, uma demonstração clara de posse, de direito. Meu peito apertou, uma vontade incontrolável de me lançar sobre ele, de o estrangular. — Mas vou respeitar seu estado, depois converso com ela.

Seu olhar, frio e penetrante, pousou sobre Selene, antes de se voltar para mim, carregado de um desprezo profundo. Então, ele saiu, deixando para trás um rastro de tensão. Cyrius trancou a porta e deixei escapar um suspiro, um som rouco e carregado de irritação.

— Mulher dele? — a pergunta escapou dos meus lábios como um rosnado, carregada de raiva, de frustração. — Não basta ter que ver toda essa merda de cena, agora sou obrigado a escutar isso?

A humilhação era palpável, um peso insuportável que me esmagava.

Ela suspirou, um som pesado e resignado, a fragilidade estampada em seus ombros curvados.

— Thor, não...

Levantei a mão, num gesto brusco, interrompendo-a.

Como fui parar nessa situação maldita?

Chega! A humilhação tinha um limite, e o ultrapassei. Ninguém, absolutamente ninguém, me pisaria. Meu orgulho, ferido e machucado, se recusava a se curvar.

Voltei-me para ela, meu olhar fixo em seu rosto, agora ainda mais pálido, ainda mais frágil.

— Selene, você quer manter nosso filho, certo? — a pergunta saiu séria, firme, ignorando o semblante surpreso de Cyrius, que acabou de descobrir a gravidez.

— Claro! Por que está falando isso? Você prometeu, Thor...

— Então me escute bem, pois não vou repetir, que você queira ficar perto daquele maldito é da sua conta, mas prefiro que faça isso depois que nosso filho nascer! — o rosnado cortou o ar, uma ameaça velada, mas carregada de uma raiva incontrolável. — Você não vai querer conhecer o quanto posso ser impiedoso, mas não vou deixar que mais uma criança inocente caia nas mãos dele.

— Thor, juro que não cheguei mais perto dele! — as lágrimas escorriam pelo seu rosto, uma demonstração de desespero.

Meu coração se apertou, uma pontada de dor. Mas não podia ceder aos meus sentimentos. Uziel matou a própria filha para atingir seus objetivos, e não permitiria que ele fizesse o mesmo com meu filho.

— Ela está falando a verdade, Thor — a intervenção de Cyrius me fez rir, um riso sem humor, amargo.

— Não importa se é a verdade, ela deu toda abertura para o maldito quando o deixou tocá-la com intimidade, mas aí é a vida dela, por mais que me doa, não posso decidir o que ela quer! — a raiva me consumia, me impulsionando a apontar para ela, a acusar, a me afastar. — Mas, agora ela está gerando um ser que não tem nada com essa história e vou protegê-lo de tudo, mesmo que tenha que afastar o maldito amor da vida dela!

Não consegui suportar o olhar desesperado dela, a dor em seus olhos. Saí do quarto, as pernas bambas, o coração disparado, a raiva e a impotência me consumindo. Aquele maldito, sempre presente, sempre ameaçando destruir tudo!

A luz do sol invadiu o quarto, penetrando pelas cortinas e causando um leve incômodo nos meus olhos. Mas antes que pudesse reagir, uma sombra gentil se interpôs, bloqueando a claridade. Franzi a testa, sentindo um toque suave em meu rosto, uma carícia delicada, como se fosse uma flor frágil.

— Vamos... precisa comer, temos que ver aquele médico — a voz de Thor, suave e carinhosa, quebrou o silêncio do quarto, trazendo consigo um misto de conforto e apreensão.

Abri os olhos lentamente, encontrando o seu sorriso gentil, um sorriso que me enchia de uma esperança tênue. Devolvi o sorriso, mas então prestei atenção nas suas palavras.

— Não quero me consultar com ele! — a irritação explodiu em minha voz, um rosnado carregado de raiva. — Ele queria tirar nosso bebê como se fosse uma praga.

Aquele maldito! Não esquecerei a maneira como ele se referiu ao meu bebê, como se pudesse me desfazer dele e fazer outro!

Thor suspirou, um som pesado e resignado, sentando-se na cama ao meu lado. A preocupação em seus olhos era visível, mas a impotência também.

— Estou irritado com isso, mas infelizmente só tem médicos como ele aqui — a frustração em sua voz era palpável, um reflexo da minha própria impotência. — As elfas não se interessam pela profissão?

Suspirei, exasperada, a frustração me consumindo.

— Existem algumas curandeiras, mas compartilham do mesmo pensamento — a tristeza em minha voz era um espelho da realidade cruel que enfrentava. — Quando tem um problema com o bebê ou a gravidez, é melhor tirar, para não prejudicar a continuidade. Isso piora com a corte, quanto mais alto o cargo, mais somos cobradas.

Thor revirou os olhos, a irritação evidente em cada gesto.

— Falarei com meu pai, pedindo uma médica de Asgard — a decisão em sua voz era firme.

Assenti, buscando sua mão, procurando o seu conforto, o seu apoio. Ele entrelaçou seus dedos aos meus, um gesto simples, mas que me transmitiu uma força imensa, uma sensação de segurança. Um sorriso leve, tímido, surgiu nos meus lábios, uma fagulha de esperança em meio à escuridão.

— Podemos falar com Asha, ela tem conhecimento com medicina, tem todos os equipamentos, não quero que meu sogro fique sabendo por uma carta — a preocupação em minha voz era evidente.

Seria muito rude comunicá-lo por meio de uma carta, era muito frio, principalmente por ele ser o avô. Sabia que ele ficaria feliz, então melhor comunicarmos pessoalmente.

— Sim, meu pai enfartaria! — um sorriso surgiu nos lábios de Thor.

Não consegui conter o riso, uma gargalhada leve e divertida. A imagem de Odin, o poderoso Deus, correndo em desespero...

— Agora você tem que comer — Thor se afastou, seu toque gentil, um gesto de carinho. Ele me ajudou a sentar, antes de se virar e pegar uma bandeja absurdamente cheia, que ele colocou em meu colo. Arregalei os olhos, surpresa com a quantidade de comida. — Não faça essa cara, coma tudo.

— Thor... estou grávida, mas não precisava trazer comida para um exército! — resmunguei, divertida com a situação. Aquele excesso de comida era um exagero, mas também era um gesto de carinho, de cuidado. Ele riu, levemente sem graça.

— Bem... talvez tenha exagerado, mas pensei que quisesse experimentar tudo — aquele leve constrangimento, a sinceridade em suas palavras me encheram de uma ternura imensa. Ele pegou uma fruta, oferecendo-a a mim, sob o meu olhar divertido. — E você não vai comer sozinha, estamos em três aqui.

Meu coração acelerou, uma batida forte e rápida, um turbilhão de emoções. Aquele momento, a simples ideia de estarmos juntos, eu, Thor e nosso bebê... era a realização de um sonho. Nosso filho, crescendo dentro de mim, nos unia, nos completava. Aquele pequeno ser, ainda pequeno, já era a prova do nosso amor, da nossa família. Um calor imenso, uma onda de amor, me invadiu, me aquecendo por dentro.

Os olhos de Asha brilhavam, um brilho intenso e cheio de alegria, fixos em mim. Ela sorria o tempo todo, um sorriso radiante que refletia a sua empolgação com a descoberta do bebê. Thor, ao meu lado, segurava minha mão com firmeza, seu toque transmitindo uma sensação de segurança, de apoio. Ele não perdia nenhum movimento, nenhum detalhe daquela consulta.

— Querida, esse exame aqui será um pouco estranho, sentirá um leve desconforto, mas não se preocupe, que não fará mal — a voz de Asha era suave, um sussurro que me acalentava, mas que também me deixava apreensiva. Ela segurava uma espécie de antena, um objeto estranho e misterioso, que ela posicionou sobre meu ventre.

Uma projeção etérea surgiu ao meu lado, uma imagem confusa, uma linha tênue e instável, misturada com luzes brilhantes e coloridas. A alegria de Asha desapareceu, substituída por uma expressão de decepção. Ela murchou, como uma flor que perdia suas pétalas.

— Já esperava por isso — a voz dela era baixa, um sussurro carregado de resignação.

— Aconteceu algo? — a preocupação na voz de Thor era palpável, a sua aflição me atingiu como um soco no estômago.

Senti um frio percorrer minha espinha, um arrepio que me gelou por dentro. Um pressentimento ruim, uma sensação de perigo, me invadiu, me deixando petrificada.

— Não! Só que não conseguiremos vê-lo, a mistura dos poderes de vocês dá uma interferência no exame — a voz de Asha, embora carregada de pesar, trazia um tom de explicação. A decepção era palpável, mas a sua serenidade me acalmou um pouco.

Thor franziu o cenho, a preocupação estampada em seu rosto. Ele elevou as mãos até o aparelho, um gesto instintivo, uma tentativa de controlar, de interagir com a tecnologia. Senti uma leve corrente elétrica emanar dele, um choque sutil, mas nada que me causasse dor ou desconforto. A imagem na projeção ficou um pouco mais nítida, as linhas mais definidas, mas a placenta continuava obscura, um véu que impedia a visualização do bebê.

— É minha culpa, né? — a autocrítica em sua voz era evidente, um peso em seus ombros.

Asha sorriu levemente, um sorriso gentil e compreensivo.

— Não pode esperar que seu filho não tenha seus poderes, o pequeno deve estar emitindo sua própria aura, não conseguiremos vê-lo até o nascimento — as palavras dela, embora carregadas de uma certa frustração, traziam um tom de admiração.

Meu olhar voltou para a figura etérea incompleta e um sorriso suave brotou em meus lábios. Meu pequeno... ou pequena, já se parecia com ele... Meu coração se aqueceu, uma onda de amor e esperança inundou meu ser.

Será que seria ruivo, como os cabelos flamejantes de Thor? E quanto aos olhos, teria seus lindos olhos amarelo-esverdeados que me deixavam perdida a cada vez que miravam os meus? Seu sorriso... teria que ter seu lindo sorriso, tão encantador que derretia meu coração.

— Selene, não precisa vê-lo, você sentirá, o que é bem emocionante! — a voz de Asha, carregada de carinho, me trouxe de volta à realidade.

Assenti, a garganta embolada, a emoção me sufocando. A lembrança da minha gravidez com Luna, daquela alegria intensa, daquela conexão inabalável... me encheu de uma saudade profunda, de uma ternura imensa.

— Eu lembro... — a voz saiu em um fio, fraca e rouca, carregada de emoção. O aperto da mão de Thor na minha foi um conforto, um apoio, uma demonstração de amor. Suspirei profundamente, tentando controlar as emoções que me invadiam. — Mas está tudo bem?

O semblante de Asha se tornou sério, a alegria anterior substituída por uma expressão de preocupação, de gravidade. Aquele olhar, carregado de responsabilidade, me causou um frio na espinha.

— Não saberemos como ele irá se desenvolver, o chá que tomou é bem poderoso, os sinais vitais estão estáveis, mas não está recebendo os nutrientes. O normal seria estar por volta de vinte e oito gramas, mas está com vinte gramas — cada palavra dela era um golpe, uma sentença que me atingia em cheio. Vi meu rosto refletido em seus olhos, o pavor estampado em minhas feições. Ela suspirou, antes de se aproximar, tomando minhas mãos nas suas, transmitindo uma sensação de conforto, de apoio. — Tomaremos cuidado, não fará nenhum esforço, evite ao máximo usar seus poderes e não passe por nenhum estresse.

— Cuidarei dela, farei o que for preciso para que ambos fiquem bem — a voz de Thor, firme e segura, foi um bálsamo para minha alma ferida.

Asha desviou o olhar para ele, seu olhar sério, carregado de uma responsabilidade imensa.

— Sei que sim, preciso dizer que ela não teve o aborto por sua causa, é por ser seu filho que está aguentando, ele é forte, mas devemos tomar todo cuidado — as palavras dela, embora carregadas de uma certa gravidade, me transmitiram uma sensação de alívio. — Thor, ela não pode, por hipótese alguma, passar por nenhuma emoção forte!

Suspirei, tentando conter as lágrimas que ameaçavam transbordar. Thor se abaixou ao meu lado, tomando meu rosto entre suas mãos, seus olhos firmes nos meus, transmitindo uma sensação de segurança, de proteção.

— Não, amor, não chore! Prometi que vou cuidar de vocês e vou cumprir, nada vai acontecer a vocês! — a sua voz, suave e carinhosa.

— N-não quero... não quero perdê-lo! — minha voz saiu em um fio, fraca e rouca, carregada de desespero.

Thor olhou para Asha, que se afastou levemente, dando-nos espaço, antes de me envolver em seus braços, puxando-me para o seu peito. Deitei a cabeça em seu peitoral, sentindo seu coração batendo forte, sentindo o seu amor me envolvendo, me acalmando.

— Não vai, você nunca mais passará por essa dor, nunca mais! — o seu sussurro, contra meus cabelos, era uma promessa. — Logo teremos ele ou ela aqui, não se preocupe mais com isso.

Assenti, as lágrimas escorrendo livremente pelo meu rosto, enquanto ele me embalava suavemente, transmitindo todo o seu carinho, todo o seu amor. Aquele abraço, aquele conforto, era tudo o que precisava naquele momento.

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