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Capítulo 24 - Caindo em desgraça II

Contém 3580 palavras.

Boa leitura❤️

Lembranças agridoces

Isso é tudo que estou levando comigo

Então adeus, por favor, não chore

Nós dois sabemos que não sou o que você, você precisa

E eu sempre vou te amar

Eu espero que a vida te trate bem

E eu espero que você tenha tudo o que você sonhou

E eu te desejo alegria e felicidade

Mas acima de tudo, te desejo amor

I Will Always Love You - Whitney Houston

Um aperto insuportável me invadiu, esmagando meu peito como se algo invisível o apertasse. Meu coração disparou, um ritmo frenético que ecoava em meus ouvidos, ofuscando todos os outros sons. Um nó se formou na minha garganta, me sufocando, impossibilitando a passagem do ar. A sensação era tão intensa que minhas mãos se fecharam em punho, meus dedos se cravaram nas palmas.

Não podia estar perdendo ele!

— Sempre se entrega sem limites para ele... Cansei de lutar contra isso! — sua voz, fria e cortante como um pedaço de gelo, me atingiu como um golpe direto no coração. Seus lábios estavam finos, quase imperceptíveis, e seus olhos, normalmente cheios de calor, estavam agora frios e distantes, como dois pedaços de obsidiana.

— Não me entrego a ele! — protestei, a dor e a indignação transbordando, como um rio rompendo sua margem. Minha voz tremia, carregada de desespero, e o calor das lágrimas escorria pelo meu rosto, queimando minha pele.

Thor suspirou pesadamente, fechando os olhos com força, como se estivesse lutando contra um mar de emoções turbulentas. Seus ombros estavam tensos, seus músculos contraídos. Quando os abriu, seu olhar estava derrotado, como se tivesse perdido uma batalha que nunca quis travar. Lágrimas silenciosas escorriam pelos cantos de seu rosto, deixando um rastro brilhante em sua pele. A visão me causou um aperto no peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado.

— Selene... por que não me contou que estava tomando precauções para evitar uma gravidez? — sua voz era um sussurro trêmulo, carregado de uma dor profunda que me atingiu como uma onda de choque.

Como admitir que estava com medo?

Medo de reviver a mesma dor, de perder outro filho, de ser despedaçada novamente.

— Sempre fui sincero com você. Nunca a pressionei para isso — sua voz, embora calma, carregava um tremor sutil, como se ele estivesse lutando para controlar a dor crescente. Seus ombros estavam tensos, seus músculos contraídos. Ele fez uma pausa, respirando fundo, como se estivesse tentando conter uma onda de emoções que ameaçavam transbordar. — Entenderia se me dissesse que não queria ter filhos... jamais a obrigaria.

— Thor, eu... — minha voz falhou, presa entre o desespero e a culpa, como se estivesse engasgada por um nó na garganta.

Ele balançou a cabeça em negação, voltando a arrumar suas coisas com uma frieza que me gelou por dentro. Cada peça de roupa que ele dobrava era como uma facada em meu coração. Seus movimentos eram precisos, mecânicos, como se ele estivesse anestesiado pela dor.

— Está livre para viver seu romance doentio com ele. Ninguém jamais saberá... Mas a partir de agora, me procure apenas para assuntos do reino. Nossa união pode ser indissolúvel aos olhos de todos, mas se pudesse... — ele pausou, sua voz falhando brevemente antes de endurecer, como se estivesse se forçando a manter o controle. — Já estaria de volta a Asgard.

— Espera, por favor, me escuta! — implorei, agarrando seu braço com desespero, como se minha vida dependesse daquele toque. Minhas unhas cravaram-se em sua pele, deixando marcas profundas.

Thor parou, seu olhar cansado e devastado, como se ele tivesse envelhecido décadas em um instante. Seus ombros estavam curvados, sua postura encolhida, como se ele estivesse tentando se esconder de mim, de si mesmo.

— Selene... cansei de correr atrás do seu amor — sua voz era um sussurro áspero, carregado de uma dor profunda.

— Thor! — chamei, segurando seu rosto com desespero, tentando encontrar um resquício de sentimento em seus olhos, um sinal de que ele ainda estava ali, comigo. Meus dedos tocaram sua pele com delicadeza, mas minha força era insuficiente para quebrar aquela barreira de gelo que o separava de mim.

Seu olhar estava vazio, frio como o inverno mais cruel, como um abismo sem fundo. Ele se afastou sem hesitar, pegando suas coisas com uma frieza que me gelou por dentro. Ele me deixou sozinha... com meu coração despedaçado.

A dor foi uma explosão, uma lâmina afiada rasgando meu interior, dilacerando-me por dentro. Um calor escaldante me consumiu, enquanto um frio intenso me percorria a espinha. O gosto metálico do sangue na minha boca e o cheiro acre do meu próprio suor. Minhas mãos, úmidas de suor frio, se fecharam em punho, cravando-se na minha pele, deixando marcas vermelhas e doloridas. A visão turva, as pernas bambas, o estômago se revirando em uma onda de náusea. Um grito rasgou minha garganta, um som animal e desesperado, enquanto a agonia me esmagava, me sufocando. O ar me faltava, e um peso imenso sobre o meu peito. As lágrimas, um rio implacável, inundaram meu rosto, borrando minha visão. 

Perdi-o... para sempre!

Meu corpo paralisou, a dor profunda e torturante se espalhou por mim, como se um peso imenso esmagasse meu coração. O ar me faltou, e a realidade se distorceu.

O amor da minha vida se foi, e a culpa me consumiu como um veneno, corroendo cada parte de mim.

Desde o primeiro momento em que nos vimos, ele sempre me deixou confortável. Mesmo quando minha desconfiança me isolava, ele permanecia ao meu lado, um farol em meio à tempestade, me mostrando que ainda havia alguém em quem poderia confiar.

Como pude ser tão cega e fazer isso com alguém que me amava?

Ele mentiu para o próprio pai para me proteger, criou uma farsa para evitar que eu fosse punida perante os anciões apenas por não ser virgem. Sempre pensou em mim, sempre me colocou como prioridade, e era assim que retribuía?

A verdade estava estampada em meu rosto, e apenas agora percebia: o amava perdidamente. Meu amor se construiu lentamente, tijolo por tijolo, mas o primeiro passo foi na nossa primeira conversa. Ele disse que não se importava se eu era pura ou não. O jantar romântico, onde ele preparou tudo com tanto carinho, me fez sentir como se fosse a joia mais rara do universo.

Joguei tudo fora! Não soube reconhecer, nem aceitar o amor que ele me oferecia. Não podia culpar meu coração tomado pela escuridão, mas a verdade era que a luz que ele trazia me assustava. Inconscientemente, afastava tudo que era bom, aprisionada pelo puro medo.

Uma batida na porta me tirou do torpor. Meu coração disparou e corri para abrir, acreditando que era ele. Mas, ao ver que não era Thor, um suspiro descontente escapuliu dos meus lábios, como se toda a esperança se esvaísse.

— Cy! — me atirei em seus braços, a dor transbordando em lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Ele me acolheu, claramente assustado, seus braços hesitando por um momento antes de me apertar contra seu peito, como se estivesse tentando me proteger do mundo.

— O que aconteceu? — ele perguntou, sua voz aflita, os olhos arregalados de preocupação.

— Estraguei tudo!

"A imagem dele ao meu lado, ainda adormecido, tornava cada manhã uma explosão de alegria silenciosa. A cada pensamento nele, um calor agradável se espalhava pelo meu corpo, enquanto meu coração batia forte, um ritmo frenético que tentava ignorar para me concentrar nos meus afazeres. O cheiro do seu cabelo, da sua pele, ainda impregnado nos lençóis, era um conforto que me impedia de me concentrar.

Esquecê-lo era como tentar segurar água na mão. A lembrança de seu sorriso, do seu toque, me invadia a todo momento, me distraindo, me deixando inquieta. Seu perfume, que ainda impregnava meus cabelos, me lembrava constantemente da sua presença.

Meus olhos se fixavam no relógio, cada segundo que passava parecia uma eternidade. A ansiedade me corroía por dentro, uma sensação física, palpável, como se mil formigas me escalassem a pele. O desejo de estar em seus braços era avassalador, uma necessidade tão intensa que me deixava sem fôlego. Esse amor, tão novo, tão intenso, me fascinava e me assustava ao mesmo tempo, como se ele fosse a chave para um universo que estava apenas começando a desvendar, um universo que me enchia de medo e expectativa.

A batida na porta ecoou na sala, como um trovão que me arrancou dos meus pensamentos. Um arrepio percorreu minha espinha, interrompendo o fluxo cálido dos meus pensamentos. A decepção me atingiu como um golpe ao reconhecer os passos firmes e decididos que se aproximavam: não eram os de Thor.

— Desculpa incomodá-la, mas podemos conversar? — a voz de Uziel me fez saltar, como se um choque elétrico tivesse percorrido meu corpo.

Olhei-o incrédula, a mente em um turbilhão. Como ele tinha a ousadia de aparecer ali, depois de tudo o que aconteceu?

— O que você faz aqui? Deveria estar na reunião com Thor! — rosnei, a indignação fazendo minha voz sair mais alta do que pretendia. Ao pronunciar o nome do Deus, vi Uziel fazer uma careta, como se estivesse mordendo um limão, o desconforto evidente em seu rosto.

— Selene, preciso conversar com você. Prometo que não vai demorar. Até deixarei a porta aberta! — ele insistiu, a ansiedade transparecendo em sua voz trêmula. Sua inquietação me deixou desconfortável, como se houvesse um peso no ar entre nós.

Assenti, ainda confusa, tentando decifrar sua postura. Ele estava tão... pacífico?

Uziel começou a andar em círculos diante de mim, suas mãos inquietas se movendo como se quisessem escapar de sua própria ansiedade. Minha sensação de desconforto aumentou, uma inquietação que se espalhou por mim. Nunca o vi agir assim, e a verdade era que nunca soube ao certo quem ele era, mesmo quando ele fingia ser alguém em quem podia confiar.

— Uziel... — minha voz saiu num sussurro, uma mistura de preocupação e hesitação.

— Selene, uma bruxa usou um feitiço em mim desde o momento do meu nascimento, por ordem do meu pai! — ele rosnou, a força em sua voz me pegou desprevenida.

— Como assim? — perguntei, a confusão estampada em meu rosto.

Ele parou no meio da sala, as mãos em punho, o corpo curvado como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros.

— Meu pai... ele mandou que a bruxa me lançasse um feitiço para impedir qualquer sentimento de nascer em mim. Por isso sempre fui frio, calculista, incapaz de sentir... nunca... nunca senti nada — disse ele, a voz ansiosa e trêmula, como se cada palavra fosse um esforço desesperado para que acreditasse nele.

Suspirei pesadamente, um peso se instalando em meu peito.

— Sinto muito por você, mas o que tenho a ver com isso? — retruquei, meu olhar cético e desafiador.

Ele olhou para mim com uma expressão difícil de ler, uma mistura de dor e esperança, sua vulnerabilidade exposta de uma maneira que nunca conheci antes.

— Pedi à bruxa para retirar o feitiço. Eu... eu descobri que, apesar de tudo, me apaixonei por você. Tudo o que fiz, a maneira como agi, tudo foi por causa do que meu pai ordenou. Fui controlado, manipulado... mas agora sou livre disso — ele disse, a voz tremendo, enquanto seus olhos marejados refletiam uma mistura de dor e esperança.

Ele... estava me dizendo isso agora? Depois de tudo? Uma tempestade de emoções se agitou dentro de mim, enquanto a incredulidade se misturava com um fio tênue de esperança. A lembrança da dor que ele causou me segurava em um abraço apertado.

— Selene, me perdoe! Sinto tanto, de verdade! — ele murmurou, sua voz carregada de desespero enquanto passava a mão nervosamente pelo rosto, como se tentasse afastar a dor que suas próprias palavras provocavam. O gesto parecia uma tentativa de limpar não apenas as lágrimas, mas também a culpa que o consumia.

Não sabia o que pensar. Ele sempre foi tão bom em manipular tudo ao seu redor, um maestro de ilusões, mas, por um momento, vi algo genuíno em seus olhos. Aquela fraqueza, aquela vulnerabilidade, me fez hesitar. Mas a lembrança da dor que ele causou me lembrava que a confiança era um luxo que não podia me permitir.

— Estou atormentado. Tenho pesadelos todos os dias... com nossa filha — ele soluçou, as mãos se apertando contra a garganta, como se tentasse sufocar o choro. A angústia em sua voz ecoou em mim, e a imagem de sua dor me atingiu como um soco no estômago, fazendo meu coração tremer.

A dor tomou conta de mim, se espalhando como um veneno, mas não pude deixar que a piedade o dominasse. A raiva e a dor se entrelaçavam em meu peito, um lembrete de que não podia mais cair nesse jogo, não podia permitir que ele me manipulasse novamente.

— Uziel...

Ele se aproximou rapidamente, suas mãos trêmulas segurando meu rosto, e fiquei paralisada, atordoada com a proximidade dele. O calor de seu corpo me envolveu, mas o contato apenas despertou em mim um nojo que me fez querer recuar.

— Eu amo você, Selene. Realmente amo você, e me arrependo do que fiz a ela. Merecia queimar em Helheim por isso. Me perdoa, por favor! — ele implorou, seu rosto tão próximo que podia sentir sua respiração quente. Seus olhos estavam repletos de uma dor que não sabia se era verdadeira, e a vulnerabilidade dele me deixou confusa, uma tempestade de emoções em meu interior.

Me afastei bruscamente, meu corpo reagindo antes da minha mente. Olhei-o com um olhar carregado de raiva, cada fibra do meu ser gritando contra a ideia de perdoá-lo, como se estivesse tentando expulsar a dor que ele trouxe para minha vida.

— Não encoste em mim! — rosnei, me afastando ainda mais, apontando para ele com uma mão trêmula de indignação. A raiva fervia dentro de mim, como lava prestes a entrar em erupção. — Deixa de ser ridículo! Não acredito em você! Não depois de tudo o que fez!

Ele suspirou, a postura dele se tornando mais curvada, como se o peso da rejeição o estivesse esmagando.

— Selene, sei que ainda gosta de mim. Por favor, me dê uma chance. — Ele disse, a voz desesperada, como se estivesse se agarrando a um fio de esperança, cada palavra uma súplica que me atravessava.

Não pude evitar o riso incrédulo que escapou dos meus lábios, um som seco e cortante que parecia ressoar na sala.

— NÃO SINTO NADA ALÉM DE ÓDIO POR VOCÊ! — gritei, apontando para ele com uma ferocidade que deixava claro o quanto estava disposta a lutar.

— Não sente nada por mim? — a pergunta dele cortou o ar, enquanto ele cruzava os braços numa postura irritada. — Então por que se protege com ele?

Meu coração disparou, pulando em meu peito como um pássaro preso. O sangue pareceu gelar nas minhas veias, e uma onda de desespero me atingiu, me fazendo sentir como se estivesse afundando em um abismo.

— O quê? — perguntei, a voz trêmula.

Ele... Ele sabia. Uma onda de pânico me atingiu. Como ele sabia disso? Como ele soube do meu medo de engravidar, de algo que nunca disse a ninguém, nem mesmo a Thor?

— C-como sabe? — perguntei, minha voz falhando, o pânico tomando conta de mim.

Uziel riu, um riso irritante que ecoou na sala, como se estivesse satisfeito por finalmente conseguir me desnudar emocionalmente.

— Eu te conheço melhor que ninguém — ele sussurrou, e aquela maldita voz me atingiu como uma lâmina.

E então ele me olhou, com aquele brilho familiar que só ele tinha, que conhecia tão bem. Mas agora, aquele brilho parecia um engano, uma máscara que escondia a verdade. Sabia que era mentira.

— Não me conhece! — gritei, a voz ecoando como um trovão. A repulsa crescia dentro de mim, uma onda avassaladora que ameaçava me engolir.

Ele não respondeu, apenas sorriu de forma sarcástica, um sorriso que parecia zombar de mim, como se tudo aquilo fosse um jogo. A sensação de manipulação era palpável, como se ele tivesse o controle de cada emoção que sentia. E, por um momento, a sensação de estar presa novamente me envolveu, uma teia invisível que me mantinha cativa, tornando impossível qualquer movimento.

— Selene, pare de fugir do que sente. Errei, faria qualquer coisa para voltar no tempo... daria minha vida para trazer nossa filha de volta...

Ele não pode voltar ao tempo, não pode trazê-la de volta, mas queria isso, queria que ele fosse capaz de trocar sua vida pela dela. Minha pequena, ela não merecia o destino que teve, não merecia ter uma mãe tão fraca que não foi capaz de protegê-la. A culpa me queimava, como brasas ardentes em minha alma, um lembrete constante do que perdi. O que sentia por ele era confuso, uma mistura de dor e raiva, mas queria que ele pudesse voltar no tempo, mas sabia que ele estava blefando. A ideia de permitir que ele tivesse qualquer influência sobre mim novamente era aterrorizante, como abrir uma porta que tranquei com todas as minhas forças.

Seus braços me envolveram de repente, e me vi novamente presa na sua presença, como se uma força invisível me prendesse ao chão. Seu toque queimava minha pele, como uma marca incandescente de seu poder, sua magia me rodeou, me aprisionando novamente em um ciclo de dor e impotência. Não conseguia me mexer, como se minhas próprias ações estivessem sob seu controle.

— Odeio você... Por que tirou ela de mim? — solucei, as palavras saindo como um veneno, escorrendo pela minha garganta, cada sílaba uma punhalada que queria cravar nele.

Ele se afastou um pouco e então, com uma expressão quase dolorida, como se estivesse lutando contra um peso invisível.

— Estava enfeitiçado... Nunca teria feito aquilo se tivesse controle. Eu amo você... — a vulnerabilidade em sua voz era palpável.

Ele foi se aproximando, lentamente, e seus lábios tocaram os meus. Meu corpo não reagiu como costumava ser com Thor. Não houve desejo, apenas uma queimação estranha, uma sensação de incômodo. A culpa me invadiu, paralisando-me, prendendo-me a um passado que queria desesperadamente esquecer. Permaneci imóvel, como se minhas próprias ações estivessem sob seu controle.

Era tão tarde demais. Por que ele não mentiu antes?

Por que ele não viu antes que ter a mim lhe daria o trono? Teria minha filha, assim ela estaria viva!

Seus lábios pressionaram os meus com mais força, e sua magia se intensificou, me aprisionando numa teia invisível. Fechei os olhos, tentando me concentrar, mas minha mente estava em branco, mas não conseguia pensar.

A culpa me queimou como brasas ardentes, uma sensação física que me fez estremecer. Senti minha pele formigar e meus lábios doerem sob o peso do seu toque. A imagem de Thor invadiu minha mente, trazendo consigo a avalanche de sentimentos que somente ele conseguia despertar em mim, tão diferente do nojo que sentia por Uziel.

Como podia ter entregado minha vida a alguém tão desprezível como Uziel? Se nunca o amei, por que me deixei levar por ele? Amava Thor ou era sua luz que me envolvia?

Passei tanto tempo na escuridão que o menor sinal de luz me deixava vulnerável. Suspirei, involuntariamente, e meus lábios se abriram num reflexo involuntário, retribuindo mesmo que minimamente a Uziel."

Solucei profundamente ao terminar de contar. Cyrius me puxou para a cama, me sentando enquanto se ajoelhava diante de mim, seu olhar compassivo e acolhedor, um conforto que não merecia. A dor era tão intensa que mal conseguia respirar, a culpa me corroía como um ácido.

Como pude fazer isso com Thor?

— Selene, por que fez isso? — a preocupação em sua voz me atingiu como um golpe. Ele não estava me julgando, mas a compreensão em seu olhar era mais dolorosa do que qualquer acusação.

— Uziel... ele usou seus poderes, mas a verdade é que... permiti a entrada dele naquela sala, escolhi ficar sozinha com ele e escutá-lo e não usei meus próprios poderes para afastá-lo... porque uma parte de mim... — minha voz falhou, incapaz de expressar a vergonha e o arrependimento que me consumiam.

— Queria ter a certeza do que sente — Cyrius completou, sua serenidade me confortando, mesmo em meio à minha agonia.

— Sim... fui muito burra, não acredito que fiz isso! — respondi desesperada, escondendo meu rosto nas mãos.

Ele nunca me perdoaria, e o entendia perfeitamente. No lugar dele, também não me perdoaria.

Sabia que precisava de tempo, mas tudo que queria era correr para os braços de Thor, pedir desculpas, me explicar. Mas a confiança que construímos com tanto cuidado agora parecia um fio de seda prestes a romper.

Como seria possível reconstruir algo tão frágil?

— Selene, não fale assim. Ainda é muito jovem, e mesmo que com tudo que já passou, a maturidade leva tempo, normal cometer erros — a voz de Cyrius era suave, como um pai. — Se soubéssemos qual o melhor caminho, nunca aprenderíamos. Os erros servem para isso, mesmo que machuquem a nós mesmos e a quem amamos. A vida é assim.

— E se ele não me perdoar? — a pergunta escapou num soluço, minha voz trêmula. — E se ele não conseguir mais me olhar da mesma forma?

Cyrius apertou minhas mãos com firmeza, seu toque reconfortante, mas a compreensão em seus olhos dizia que ele sabia, assim como eu, que palavras não poderiam desfazer o que fiz.

— A vida nos ensina a perdoar, Selene, mas também nos ensina a ter paciência. Thor é forte, ele vai superar. Mas antes de procurar por ele, você precisa ser honesta consigo mesma. Deixe o tempo cuidar de suas feridas.

— Cy, não vou suportar perdê-lo! — a angústia em minha voz era incontrolável.

— Querida, ele está magoado, o que é compreensível. Ele ama você, mas precisam de tempo para que as emoções se acalmem — Cyrius carinhosamente segurou meu rosto. — Ele precisa refletir, e você também. É melhor se afastarem por um tempo, para que não se machuquem mais, mas não perca a esperança.

Solucei, as lágrimas escorrendo sem parar, enquanto concordava. Cyrius se afastou lentamente, deixando-me sozinha com meus pensamentos. Ele estava certo. Precisava de tempo. Infelizmente, teria que arcar com as consequências dos meus atos. Embora tudo que quisesse fosse correr para Thor, precisava me curar, me encontrar novamente antes de poder pedir perdão.

https://youtu.be/3JWTaaS7LdU

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