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Capítulo 23 - Caindo em desgraça I

Contem 3788 palavras.

Boa leitura ❤️

Eu achei que tivesse sido machucado antes

Mas ninguém nunca me deixou tão ferido

Suas palavras cortam mais fundo do que uma faca

Agora preciso de alguém para me fazer respirar de novo


Tenho a sensação de que estou afundando

Mas eu sei que conseguirei sair vivo

Se eu parar de te chamar de meu amor

Siga em frente


Você me assiste sangrar até não poder mais respirar

Tremendo, caindo de joelhos

E agora que estou sem seus beijos

Vou precisar de pontos


Tropeçando em mim mesmo

Sofrendo, implorando por sua ajuda

E agora que estou sem seus beijos

Vou precisar de pontos


Assim como uma mariposa é atraída pela chama

Oh, você me seduziu, eu não podia sentir a dor

Seu coração amargo e frio ao toque

Agora vou colher o que eu plantei

Estou sozinho com a minha raiva


Tenho a sensação de que estou afundando

Mas eu sei que conseguirei sair vivo

Se eu parar de te chamar de meu amor

Siga em frente


Stitches - Shawn Mendes

Os raios solares lentamente preencheram o local, dando uma claridade um pouco incômoda. Ao abrir os olhos, percebi que estava completamente por cima de Thor, meu corpo encaixado contra o dele, como se fôssemos peças do mesmo quebra-cabeça. A textura áspera da sua pele contra a minha ainda me deixava febril, quase pedinte. Não contive minhas mãos ao acariciar os longos cabelos ruivos sedosos, sentindo a maciez deles entre meus dedos. O cheiro dele, uma mistura de sua própria pele com o aroma das ervas que ele usava, me envolveu como um abraço quente e reconfortante. Era um aroma que me pertencia, que me trazia uma sensação de pertencimento, de total segurança e intimidade.

— Humm... — ele murmurou levemente, abrindo os olhos. Seu olhar intenso, um amarelo-esverdeado profundo como uma floresta antiga, aqueceu meu corpo, fazendo-me arrepiar. Ele sorriu ladino, apertando-me contra seu corpo.

Um doce beijo, lento e cheio de promessa, foi deixado em meus lábios. Sorri, completamente fascinada. Era como se estivesse olhando para um universo inteiro em seus olhos. Não era apenas desejo físico, era algo mais profundo, algo que me deixava confusa e, ao mesmo tempo, maravilhada.

— Bom dia, esposa — ele murmurou, deslizando as mãos pelas minhas costas nuas, o toque dele me fazendo estremecer. A pele dele, quente e firme contra a minha, me fez lembrar da sensação de segurança que nunca senti antes. — Já mencionei o quanto gosto da sua pele contra a minha?

Seu olhar ascendeu, como se visse a maravilha mais bela do universo. Minhas bochechas coraram sob o peso de sua admiração. Escondi meu rosto em seu pescoço, beijando-o suavemente, sentindo a textura macia de sua pele sob meus lábios. A respiração dele, quente e ofegante, contra meu ouvido, me fez estremecer. Thor era tão diferente de tudo que conhecia. A intensidade dos seus sentimentos, a sua honestidade, a sua ternura... tudo era tão novo, tão intenso. E essa pureza... Será que nunca amei Uziel? Será que foram apenas os sonhos e ilusões de uma adolescente?

Sorrindo, entrelacei minhas mãos em suas longas madeixas ruivas, sentindo a maciez e a textura sedosa dos fios entre meus dedos. Puxei-o para mim, o calor do seu corpo contra o meu, como se fôssemos uma só pessoa. Nossos lábios se encontraram em um beijo doce e lento, como um mel derretendo na boca. A doçura inicial se transformou em algo mais profundo, mais intenso, quando sua língua encontrou a minha em uma dança sensual e envolvente. Um arrepio percorreu meu corpo, como uma onda de choque elétrica. Ele me puxou para cima do seu corpo, suas mãos deslizando sob minha pele, me eletrizando por inteiro. O calor do seu corpo contra o meu, a textura da sua pele contra a minha, como se fôssemos uma só pessoa.

Afastei-me, olhando-o completamente encantada, seu sorriso radiante me enchendo de uma alegria que transbordava. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que me deixava sem fôlego. Sentia-me a pessoa mais sortuda do universo.

— Bom dia, marido, creio que devemos nos levantar — respondi marota, sentando-me sob seu corpo desperto, sentindo a firmeza e a textura da sua pele contra a minha. — Temos muito que fazer.

Ele suspirou descontente, me agarrando como uma muralha de músculos, me prendendo em seus braços fortes e protetores. Sorri ao ver que ele não faria nenhum esforço para sairmos dali.

— Não quero! Prefiro passar o dia inteiro agarrado com você! — ele murmurou manhoso contra meus cabelos, sua voz rouca e sensual. O calor da sua respiração contra minha pele, e um arrepio me percorreu a espinha.

Suspirei, aninhando-me mais contra ele, sentindo o calor do seu corpo contra o meu. A sensação de conforto e segurança me envolveu por completo. Por mais que soubesse que teria que me separar e voltar para a realidade, a vontade de ficar ali, em seus braços, era incontrolável.

Mas não podíamos renegar nossos afazeres, que eram muitos. O reino também precisava de nós.

— Gostaria muito de passar o dia em seus braços, mas você tem a reunião com os conselheiros e devo participar da reunião com os comerciantes referentes ao novo método de diminuição de impostos que você impôs, majestade — beijei seu peitoral, sentindo a textura da sua pele contra meus lábios.

Por mais que quiséssemos, precisávamos ser responsáveis. Fora que o tempo para ficarmos juntos era longo.

— Já que insiste! — ele resmungou, me soltando com relutância, mas seu olhar era ameno e levemente brincalhão. — Mas no almoço você é minha, preciso da minha dose diária de você!

Suas mãos entrelaçaram meus cabelos, puxando-me para um beijo carinhoso, mas cheio de paixão. Seus lábios macios contra os meus, e o calor do seu corpo contra o meu. Meu coração disparou loucamente na minha caixa torácica.

— Serei toda sua no almoço! — murmurei ofegante, levantando-me sob seus protestos.

— Você é minha sempre! Eu que aceito dividi-la para o bem do povo! — ele resmungou, e não consegui controlar o riso divertido.

A reunião estava demasiadamente longa, e uma sensação de aperto, como uma mão invisível esmagando meu peito, me deixava inquieto. Minha respiração estava mais rápida, superficial, e meus músculos estavam tensos, como cordas de arco prestes a arrebentar. Não sabia se devia ao fato de Uziel, pela primeira vez, não fazer parte da reunião, ou a alguma outra coisa.

Os resmungos arrastados dos anciões ecoavam na sala, como o murmúrio de um rio subterrâneo. Entrelacei os dedos sob meu queixo, a madeira da mesa fria e áspera contra minha pele, tentando me manter focado, mas minha mente fervilhava como uma panela de água prestes a ferver. Meu olhar vagava pela sala, observando os outros conselheiros.

Apesar de Uziel se manter quieto nas últimas reuniões, sua ausência era um vazio notável. Nunca faltou antes, mesmo nos dias em que seu deboche era explícito, principalmente quando surgiam questões culturais que não entendia.

— A casa Asger deveria cuidar disso, não é Uziel... — Sir, o ancião, parou, seu olhar vagando pela sala, fixando-se por um instante na cadeira vazia do elfo. — Ele não está aqui?

Também queria saber onde esse rato se enfiou! Minha mão apertou a madeira da mesa, meus dedos branquearam. O que esse idiota estava aprontando?

— Uziel está indisposto, pediu para avisar que não poderia comparecer à reunião de hoje — Amis respondeu.

— Isso deveria ser anunciado no início da reunião! — Sir rosnou, apontando para Amis. A veia em seu pescoço latejava, e seus olhos brilhavam com uma fúria contida. A sala ficou silenciosa, a tensão pairando no ar como uma névoa densa. — A casa Hagen poderia ser até solicitada para apoio, mas a casa Asger é designada para o treinamento de combate!

Uziel quem treinará os recrutas?

Confiar tanto poder a alguém tão respeitado, sobre mentes jovens e tão suscetíveis à influência, era um risco enorme. A admiração que inspirava poderia ser facilmente usada para manipular seus pupilos, moldando-os à sua própria imagem, sem que eles percebessem.

Franzi o cenho, minhas sobrancelhas se juntando em uma linha fina e tensa acima dos meus olhos. A pele ao redor da minha boca se contraiu e senti uma tensão muscular na minha mandíbula. Bati os dedos levemente contra a mesa, o som seco e preciso ecoando na sala silenciosa. 

— Marcaremos essa reunião para outro dia, mas quero que fiquem cientes de que, responsável ou não, serei eu quem dará a palavra final. Então, os novos recrutas deverão lutar contra mim para provar que são dignos — decretei, minha voz implacável.

Observei os anciãos, seus rostos pálidos, seus olhos arregalados em choque e incredulidade. A respiração deles ficou mais rápida, e pude sentir a tensão emanando deles como um calor abafado. Seus corpos se enrijeceram, como se tivessem sido atingidos por um raio.

Achei que tinha sido claro. Alfheim estava sob minha proteção, e não permitiria que os velhos hábitos continuassem. Não permitiria que Uziel tivesse qualquer influência sobre os jovens recrutas.

— Senhor Thor... majestade, perdoe-me, mas duvido que jovens recrutas possam vencê-lo — Amis murmurou, sua voz quase inaudível, sua incredulidade evidente em sua expressão. Seus ombros estavam curvados, sua postura envergonhada.

Não contive um sorriso irônico, um som baixo e controlado que ecoou na sala silenciosa.

— Claro que não podem. Sequer vão encostar em mim — declarei com honestidade, minha voz firme, mas com um tom de deboche que os deixou ainda mais tensos. — Mas, só de ficarem em pé na minha frente sem tremerem, já é um treinamento.

Eles concordaram, sem ousar me olhar nos olhos. Seus corpos estavam rígidos, como se estivessem congelados pelo medo.

— Cyrius, marque o treinamento para amanhã. Quanto antes começarmos, melhor — olhei para o elfo que assentiu, sua expressão séria e determinada.

O exército de Alfheim não será fraco, não mais!

Suspirei aliviado ao sair pelo corredor, o ar fresco me envolveu e deixei escapar um sorriso involuntário. Estar livre da reunião antes do tempo era um bálsamo, especialmente sabendo que a reunião de Selene teria uma pausa nesse horário.

Nunca imaginei que seria assim em minha vida. Estava agindo como alguém completamente rendido e apaixonado, e não fazia questão de esconder. Selene era a parte alta do meu dia, a luz que iluminava até os momentos mais sombrios. Cada vez mais, meus sentimentos por ela cresciam, como flores desabrochando na primavera, e não conseguia suportar nem a mínima distância entre nós.

Ao avistar a porta entreaberta de sua sala, meu coração disparou de alegria. Mas o sorriso se desfez instantaneamente ao vislumbrar quem estava com ela. Meu corpo agiu antes que pudesse pensar, ocultando-me na sombra do corredor, como um predador à espreita. A adrenalina pulsava em minhas veias e minha respiração ficou mais rápida, cada batida do meu coração ecoando em meus ouvidos.

A discussão acalorada preencheu o ambiente, suas vozes se elevando em um tom que não reconhecia. Paralisei diante da abertura, completamente invisível aos olhos deles. O que ele estava fazendo ali com ela?

A expressão no rosto de Selene, normalmente serena, estava agora marcada pela tensão. Seus lábios se comprimiram e as sobrancelhas se franziram, sinais claros de que a conversa não era apenas uma troca amigável. Uziel gesticulava com as mãos, sua postura aberta e dominante, como se estivesse tentando impor sua vontade a ela.

— Não sente nada por mim? — a voz de Uziel ecoou pela sala, ele cruzou os braços, sua postura rígida e dominante. — Então por que se protege com ele?

Selene ficou pálida, recuando até encostar na mesa, seu corpo tremendo como uma folha ao vento. Uziel aproveitou-se de sua fragilidade, aproximando-se ainda mais, com uma intimidade desconcertante.

— O quê? — a voz dela era um fio de voz, quase inaudível, carregada de medo.

— Sei que toma precauções para não engravidar. Nunca fez isso comigo... Por que faz com seu marido? — a pergunta de Uziel foi um golpe certeiro, atingindo-me como um raio. Meu sangue gelou nas veias e uma onda de choque percorreu meu corpo.

Ela estava se protegendo? Minha mente parou, como se tivesse sido atingida por um feitiço. Isso nunca foi um problema para mim. Sempre deixei claro que não a pressionaria, que isso aconteceria quando e se ela quisesse. Mas ela não confiou em mim o suficiente para compartilhar essa decisão?

— C-como sabe? — a voz dela tremulou.

Uziel sorriu levemente.

— Conheço você melhor que ninguém — ele sussurrou suavemente.

O modo como ela olhou para ele me destruiu por dentro. Não era só a dor de vê-la tão perto dele, mas a sensação de estar sendo arrancado de algo que não sabia exatamente o que era. Seus olhos se encontraram com os dele, e por um segundo, o mundo ao redor sumiu. Não havia palavras, mas a troca de olhares era como uma conversa silenciosa que não conseguia decifrar. Queria que ela o afastasse, que negasse qualquer sinal de sentimento, mas seus olhos... aqueles olhos... me diziam algo que não compreendia. Algo que me fazia duvidar de tudo, até do que acreditava saber sobre ela.

O ar ficou pesado, carregado de uma tensão que me sufocava. Senti um nó na garganta e uma pontada de dor no peito. Meu corpo tremia e minhas mãos estavam suando.

— Não me conhece! — a voz de Selene era um fio de voz, quase inaudível, mas carregada de uma teimosia que me surpreendeu. Seus olhos estavam cheios de uma raiva contida, e seus punhos estavam cerrados. Ela se mantinha firme, apesar da fragilidade que via em seus ombros tremendo.

Uziel soltou uma risada baixa, um som rouco e doloroso que ecoou pela sala.

— Selene, pare de fugir do que sente. Errei, faria qualquer coisa para voltar no tempo... daria minha vida para trazer nossa filha de volta — sua voz se quebrou, e pude ver a dor em seus olhos. Ele parecia genuinamente arrependido, mas isso não diminuía a minha raiva. Meu corpo se contraiu, meus músculos tensos como cordas de arco prestes a arrebentar.

A dor a consumiu, e suas lágrimas escorriam livremente pelo seu rosto, como uma cachoeira desabando. Pude sentir sua angústia, sua dor, como se fosse uma extensão de mim mesmo. Uziel se aproximou, com uma calma desconcertante, e a abraçou. No primeiro movimento dela, houve uma resistência, ela se encolheu, parecendo preparada para afastá-lo, como se tentasse manter o que restava de si mesma. Seus ombros estavam tensos, seus músculos contraídos. Mas, lentamente, seus ombros relaxaram e ela cedeu, seus olhos derrotados mirando o chão. Sua postura se tornou mais frágil, mais vulnerável.

A maneira como ela se entregou... foi um golpe no meu estômago. Meu coração apertou, como se uma mão invisível o esmagasse. Sabia que, naquele abraço, ela já não estava mais comigo. Uma onda de desespero me invadiu, me deixando sem ar.

— Eu odeio você... Por que tirou ela de mim? — a voz dela era um soluço, carregada de dor e raiva. Uziel se afastou o suficiente para olhá-la, seus olhos cheios de sentimentos que jamais esperei ver nele.

Uziel a segurou pelo rosto, aproximando-se mais. Seus dedos tocaram sua pele com delicadeza, como se estivessem lidando com algo precioso e frágil.

— Estava enfeitiçado... Jamais faria aquilo se tivesse controle. Eu amo você... — sua voz estava impregnada de uma emoção genuína, uma dor tão profunda quanto a dela.

Ele foi se aproximando, lentamente, seus lábios acariciando os dela com calma. Selene permaneceu imóvel, como se estivesse petrificada, tomando seu gesto como um convite. Ele a beijou. Seu corpo estava tenso, seus músculos contraídos. Ela fechou os olhos com força, como se lutasse consigo mesma. Por um instante, não houve resposta. Então, seus lábios se abriram, mas não em um gesto total de entrega, mas como um suspiro sem controle, um reflexo involuntário.

Para mim, isso foi suficiente. Ela não o empurrou, mesmo que não o abraçasse. Ela ficou apenas no limiar, sem saber o que fazer, mas esse impasse disse mais do que ela queria admitir. Uma onda de desespero me invadiu, me deixando sem ar. O peso da situação me esmagava, e sentia que estava perdendo tudo.

Ver aquela cena fez algo em mim se partir, lentamente, como um vidro rachando sob um toque imperceptível. Uma dor aguda, lancinante, me atingiu, roubando-me o ar dos pulmões. Meu peito ficou apertado, como se uma mão invisível o esmagasse, e o ritmo do meu coração diminuiu, tornando-se um eco distante no vazio que me preenchia. A temperatura do meu corpo caiu, e um frio intenso me percorreu, como se estivesse sendo congelado por dentro.

Ela estava ali, entregando-se a ele por livre e espontânea vontade?

Queria gritar, interromper aquele ato, sacudi-la até que ela entendesse a gravidade da situação, mas meu corpo se recusava a obedecer. Meus músculos estavam rígidos, paralisados, como se estivessem petrificados. No fundo, o que mais me doía não era o ato em si, mas a escolha dela.

Mesmo após tudo, ele foi o escolhido!

Minhas unhas cravaram-se na madeira, deixando marcas profundas. A porta, que estava entreaberta, estilhaçou-se sob o impacto da minha fúria reprimida, como se a madeira tivesse sido atingida por um raio. Ambos se afastaram bruscamente, seus rostos marcados pelo choque.

Selene cambaleou para frente ao me ver, seus olhos cheios de medo e culpa. Mas não consegui me mover. Fiquei ali, parado, petrificado, como uma estátua diante dela. Meu corpo se recusava a obedecer, minhas pernas pesadas como chumbo.

— Thor, não é o que pensa! Eu juro! — sua voz, desesperada, cortou o ar, mas não conseguiu alcançar meu coração. A dor era muito intensa, muito profunda.

Senti vontade de rir, de zombar da situação, mas o humor parecia preso em meu peito, aprisionado pela dor.

— Não estou pensando nada, Selene. Estou vendo. Ele é o seu amor, afinal. — dei-lhe as costas, incapaz de continuar. Minhas pernas me carregaram para longe, afastando-me daquela cena dolorosa.

Uma dor insuportável me consumiu, uma onda de desespero que me inundou por completo. Eu a amava mais do que qualquer coisa... e ela preferiu ele. A quem destruiu sua vida. Como ela podia?

Enfrentei incontáveis batalhas sem fraquejar... mas essa perdi antes mesmo de lutar...

O chão sumiu sob meus pés, e meu mundo desabou no instante em que o vi partir, destruído pelo que acabou de presenciar. A alegria que aquecia meu coração foi arrancada sem piedade, deixando para trás apenas um vazio frio e doloroso, como um buraco negro sugando toda a minha energia. Meu corpo ficou pesado, minhas pernas bambas e uma onda de náusea me invadiu, como se meu estômago estivesse se revirando.

Droga! Como pude ser tão fraca? Deixei-me levar por um instante tolo, guiada pelo meu subconsciente, coisa estúpida!

Minhas mãos se fecharam em punho, meus dedos se cravaram na madeira da mesa, a textura áspera e fria era um contraste brutal com a queimação na minha garganta.

Burra!

Não deveria tê-lo deixado entrar na sala. Sabia que ele queria algo. Sempre quis, sempre jogando e manipulando, ainda assim, permiti sua presença, acreditando que tudo estava sob controle. A ilusão de controle me cegou e lhe entreguei a vitória, de bandeja.

— Seu desgraçado! Olha o que fez! — rosnei, empurrando-o com toda a força, mas minha raiva parecia pequena diante do estrago já feito. Cada músculo do meu corpo tremia de raiva e frustração.

Uziel segurou minhas mãos com firmeza, seus dedos fortes e possessivos me aprisionaram. Seu sorriso arrogante fazia minha pele arder de repulsa. Senti-me contaminada pela simples proximidade, como se ele tivesse me tocado com algo venenoso.

— Selene, nós fizemos, você quis ser beijada por mim e sabe bem disso! — ele retrucou, seu tom de voz cheio de sarcasmo e triunfo. Seus olhos brilhavam com uma satisfação cruel.

Estúpido! Ele tanto me infernizou que conseguiu o que queria!

— Mesmo que Thor nunca me perdoe, mesmo que eu perca tudo... — minha voz tremia de ódio contido, um ódio que queimava por dentro, como um fogo devorador. — O reino nunca será seu. Eu mesma mato você, como já devia ter feito há muito tempo!

Precisava encontrá-lo, me explicar antes que fosse tarde demais. Não poderia deixá-lo pensar que correspondia ao Uziel!

Vê-lo jogando suas roupas sob a cama de forma apressada e desleixada fez meu coração disparar no peito, como se estivesse prestes a explodir. Cada peça de roupa que ele jogava ali, sem cuidado, era como um golpe frio e cruel, atingindo-me em cheio. Senti um aperto na garganta e uma onda de náusea me invadiu.

Não! Isso não pode estar acontecendo!

— O que está fazendo? — minha voz saiu como um sussurro trêmulo, tão fraca quanto minhas pernas que ameaçavam ceder.

— Mudando de quarto! — ele respondeu sem me olhar, sua voz fria e distante, como se estivesse falando com um estranho. Seus ombros estavam tensos, seus músculos contraídos.

— O quê? — perguntei, atônita, meus olhos arregalados em descrença.

Thor se virou de repente, e o que vi em seu olhar me congelou por completo. Aquele vazio gélido... sem dor, sem raiva, sem amor. Era como olhar para um abismo sem fundo, um vazio que me engolia por inteiro, o mesmo olhar que vi refletido em mim mesma quando perdi minha Luna. A lembrança daquela dor me atingiu como um choque, me deixando sem ar.

Não! Por favor, não!

A culpa me consumiu, me envolvendo como uma névoa densa e sufocante. Minha garganta secou, como se estivesse cheia de areia. Meu peito apertou, como se uma mão invisível o esmagasse, roubando-me o ar. Meu corpo tremia e minhas mãos estavam suando. Cada célula do meu corpo gritava por socorro, mas estava paralisada, incapaz de reagir.

— Espera que continue ao seu lado depois do que vi e ouvi? — sua voz era gélida, cortante como uma lâmina de obsidiana, me atingindo como um golpe direto no coração.

Um frio intenso me percorreu, como se meu sangue estivesse congelando nas veias.

— Thor, juro... Não foi nada, eu... — as palavras saíram trêmulas, desesperadas, mas morreram na minha garganta, engasgadas pela amargura que transparecia em sua risada. Um som áspero e doloroso, como o raspar de pedras. Um nó se formou na minha garganta, me sufocando.

Thor elevou as mãos aos cabelos, puxando-os com tanta força que temi que se ferisse. Seus dedos afundaram em seus fios e pude ver a tensão em seus músculos, como cordas de arco prestes a arrebentar. Seus olhos faiscavam de dor e indignação, como brasas incandescentes, quando ele apontou o dedo para mim, sua voz carregada de uma ira sufocante.

— Estava sozinha com ele... Deixou que se aproximasse e, pior, permitiu que ele tocasse em você! Que não se importe comigo, eu aguento... Mas não tem nem um mínimo de respeito por si mesma? — suas palavras foram um golpe implacável, atingindo-me como uma onda de choque.

Era a mágoa falando, mas doeu demais ter isso jogado na minha cara, como se ele estivesse me acusando de todos os meus pecados. Meu corpo tremeu, minhas pernas bambas, como se estivessem prestes a ceder. A respiração ficou presa na minha garganta e um nó se formou ali, me sufocando.

— Ele matou sua filha... A tirou de você da maneira mais cruel possível... a fez sentir uma dor que honestamente espero nunca sentir. Como pôde esquecer disso quando estava nos braços dele? — a voz de Thor quebrou ao final, transbordando uma dor profunda que me perfurou como uma adaga, atingindo-me no meu ponto mais fraco.

— Não fale assim! — implorei, a voz embargada pelo choro, minhas lágrimas escorrendo livremente pelo meu rosto.

— Quer que fale como? — Thor retrucou com um controle perigoso, mas suas mãos tremiam tanto que pude ver faíscas de eletricidade dançando ao redor de seus dedos, como se sua própria energia estivesse prestes a explodir.

Instintivamente, dei um passo em direção a ele, buscando o conforto do seu abraço, mas Thor recuou imediatamente, como se tivesse sido queimado. Seu olhar, frio e defensivo, me atingiu como uma parede de gelo intransponível, me congelando por dentro. Meu coração se despedaçou em milhões de fragmentos, como um vidro caindo no chão.

Estava perdendo ele!

https://youtu.be/VbfpW0pbvaU

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