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Capítulo 20 - Conselho

Tradução do nórdico antigo

Kæra = querida.

Þú ert ljós mitt, ekki hafa áhyggjur = Você é minha luz, não se preocupe.

Contém 3770 palavras.

Boa leitura ❤️


Não estou tentando ser diferente

Não estou tentando ser descolado

Só estou tentando me entregar a isso

Diga-me, você também está?


Você consegue sentir onde está o vento?

Você consegue sentir ele passando

Por todas as janelas

Deste quarto?


Porque eu quero te tocar, amor

E quero te sentir também

Eu quero ver o Sol nascer

Sobre seus pecados, só eu e você

Esquente as coisas, estamos em fuga

Vamos fazer amor esta noite

Nos aproximar, nos apaixonar

Tentar


Mas você nunca ficará sozinha

Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer

Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer

Amor, eu estou bem aqui


 Dusk Till Dawn- Zayn (feat. Sia) 


O desjejum foi inusitado e divertido, apesar de me deixar um pouco desconcertada em algumas partes. Não estava acostumada a abordar assuntos íntimos na frente de todos, como Loki sempre fazia questão de fazer. Mas não podia culpá-lo totalmente, já que os demais, mesmo sem verbalizar, pareciam pensar o mesmo que ele, pelos sorrisos contidos e olhares maliciosos. Apesar disso, não sentia raiva dele. Meu cunhado era divertido, especialmente por causa da maneira como ele e Thor agiam um com o outro.

Ver Thor, um Deus com mais idade do que conseguia contar, irritado e constrangido, foi um pouco engraçado e me ajudou a sair do embaraço. Sempre quis ter irmãos. Infelizmente, mamãe não pôde ter mais filhos, mas ver Thor e Loki agindo como crianças às vezes era lindo e divertido.

Nunca imaginei que fosse viver novamente uma cena tão calorosa como a de hoje. Desde que minha filha morreu, meus pais respeitavam muito meu luto, e nossas refeições eram calorosas, mas não tão alegres como antes. Depois da morte deles, piorou. Não tive motivos para sorrir como agora, e isso, de certa forma, aqueceu meu coração.

— Acredito que esteja na hora — Thor mencionou, segurando delicadamente minha mão.

Olhar para ele me tirou por completo de órbita. Seus olhos pareciam tão intensos quanto o sol, como se contemplassem o próprio universo.

Meu coração disparou e, sem querer, sorri.

Thor me trazia tantas emoções diferentes, boas e inusitadas, mas todas me aqueciam de uma maneira que fazia as feridas parecerem cicatrizar. Ele me olhava da mesma forma que meus pais se olhavam, e isso me dava tanta esperança.

— Então vamos, meu rei? — perguntei provocativa, sorrindo com o coração aos tropeços.

Thor devolveu o sorriso, elevando minha mão até seus lábios, onde depositou um suave beijo.

— Sim, Kæra — respondeu com um enorme sorriso, retribuindo a provocação.

Por todos os deuses! Ele me chamou de querida!

Thor simplesmente declarou seu afeto na frente da família, sem se importar!

Apelidos carinhosos eram reservados para momentos de intimidade do casal!

Seu sorriso aumentou, como se percebesse exatamente o efeito que causou em mim. Meu coração parecia prestes a saltar do peito.

— Acredito... uh... Senhor... Sogro e cunhado, sintam-se à vontade para participar da reunião. É do interesse de ambos também — murmurei, ainda nervosa.

Droga, Thor! Você me deixou completamente desconcertada na frente da sua família!

Odin sorriu minimamente, levantando-se, e todos o seguiram, iniciando a caminhada até a sala do conselho.

— São dez conselheiros, certo? — Loki perguntou curiosamente.

— Sim, dez famílias, todas com um papel fundamental em Alfheim — respondi, a voz ganhando um tom mais firme e orgulhoso à medida que explicava. — Elas formam o núcleo do poder no nosso reino, e cada uma tem um papel muito específico, com raízes profundas na história de Alfheim.

Loki assentiu em entendimento ao mesmo tempo que Thor, me fazendo sorrir levemente.

— A minha família sempre esteve no poder, vinda da ramificação principal, a Casa de Aruna. A história de nossa casa remonta à fundação de Alfheim, quando o primeiro rei, Arandor, foi coroado por sua sabedoria e coragem durante a grande crise que ameaçou nossa existência. Ele trouxe esperança a todos os elfos, unificando os reinos dispersos sob uma bandeira comum. O nome 'Aruna' significa luz e esperança, pois Arandor iluminou o caminho para uma nova era. Foi ele quem estabeleceu a base das leis, assegurando a união das casas e o fortalecimento do reino. Somos os responsáveis por manter as tradições vivas e nossa influência é sentida em cada canto de Alfheim — respondi, sentindo o orgulho crescer em mim.

Sempre tive muito orgulho das minhas origens, sabendo o quanto fomos importantes para trazer esperança aos demais, esse era um dos motivos que me faziam seguir em frente. Arandor foi quem trouxe a luz sobre os elfos, não podia ser eu a trazer a escuridão.

Era por isso que serei forte e a luz do meu povo!

Desviei o olhar para Cyrius, que mantinha um sorriso suave em minha direção.

Cyrius vem da ramificação secundária, a Casa Jawzahr, o nome vem de 'olho do céu'. Seu primeiro antepassado foi um astrônomo lendário, responsável por mapear os céus e estudar os corpos celestes que governam o destino dos elfos. Sua sabedoria sobre as estrelas e os ciclos lunares foi essencial para a estabilidade do reino, pois ele introduziu práticas e rituais ligados à observação do céu que ajudaram a guiar decisões importantes no passado — sorri, sentindo o olhar orgulhoso de Cyrius. — Eles sempre mantiveram a posição de respeito, não pela força militar ou pela política, mas pela sua profunda conexão com o cosmos, como guardiões do equilíbrio natural.

Os olhos de Loki brilharam em curiosidade, enquanto Thor permanecia atento à conversa, absorvendo cada palavra.

— Por conta disso, o nome dele está relacionado às constelações? — Loki perguntou, interessado.

— Sim, todos da sua casa têm nomes ligados aos céus.

Loki sorriu, como uma criança empolgada, mas logo uma ruga surgiu entre seus olhos.

— Pensei que Uziel fosse o segundo na linha do trono. Como isso se encaixa com Cyrius, já que ele é da segunda casa? — Loki perguntou, fazendo Thor suspirar ao meu lado.

Cyrius apressou o passo, parecendo desconfortável, mas não conseguiu evitar ser o centro das atenções. Parou abruptamente, como se tivesse tomado uma decisão, embora seu olhar ainda transmitisse melancolia.

— Sabe da história dos elfos e seus relacionamentos? — Cyrius perguntou a Loki, que assentiu, fixando os olhos no elfo.

Cyrius suspirou profundamente, um olhar triste atravessando seu rosto.

— Fui apaixonado por uma mulher, mas ela foi prometida a outro desde o nascimento. Não quis me relacionar com mais ninguém, não queria fazer outra pessoa sofrer o que sofri. Por isso, também não tive filhos — ele balançou a cabeça, como se os anos de dor o fizessem pesar mais.

Loki ergueu a sobrancelha, compreendendo a profundidade das palavras de Cyrius.

— Sua família terminou com você? — Thor perguntou, o tom curioso e interessado.

— Sim. Meus parentes morreram nas últimas guerras. Como líder e sendo da segunda casa, nunca participei diretamente. No fim, sobrou apenas eu — Cyrius respondeu, seu tom melancólico.

Odin observou com um olhar sério, como se estivesse ponderando o peso da responsabilidade.

— Por isso, Cyrius, não está apto para ser rei. A sucessão precisa ser baseada não só na sabedoria, mas também na continuidade genética. Um rei deve ter descendência, para garantir que o reino se mantenha unido e forte — Odin comentou, com seriedade.

Cyrius assentiu, seus olhos suavemente voltaram-se para mim.

— Então, escolhi Selene para ser minha herdeira. Ela continuará o legado da Casa Jawzahr — Cyrius declarou com um orgulho evidente.

Sorri, misturando amor e melancolia. Ele era como um pai, não só por cuidar de mim, mas por me entender de uma maneira única, estando ao meu lado em todos os momentos. Queria poder fazer algo para ajudá-lo a ser feliz, pois sabia o quanto ele e Asha sofriam por não poderem realizar o sonho de estarem juntos.

— E as outras casas? — Odin perguntou, retomando o rumo da conversa.

— Uziel pertence à casa três, nomeada Asger, as lanças de Deus. O primeiro guerreiro da casa foi o grande herói que, sozinho, conseguiu proteger Alfheim dos jotuns durante a grande invasão. Sua coragem e força o tornaram uma lenda viva. A Casa Asger é composta por guerreiros e militares, aqueles que lideram os exércitos, os generais, em tempos de guerra. São, em essência, os protetores do reino — respondi, com um tom mais seco e emburrado.

Thor fechou completamente o semblante ao mencionar Uziel, como se o nome dele causasse uma pressão invisível no ar. Não consegui impedir o movimento da minha mão, que se deslizou até a dele, buscando um conforto silencioso. Quando seus dedos envolveram os meus, senti sua tensão diminuir, e seu olhar, que antes estava fechado, suavizou. Ele sorriu de leve, como se entendesse sem palavras o que essa simples troca significava para mim.

Nossa atenção foi desviada para o lado. Apesar de Odin puxar Loki para longe, evitando que ele fizesse alguma brincadeira, ele ainda resmungou alto.

— Asha pertence à quarta casa, a Gorm. Conhecida por sua sabedoria e habilidades estratégicas. Seus membros são respeitados por sua capacidade de trazer equilíbrio às decisões do conselho. Por casamento, ela é líder da Casa Frode, a casa dos astutos em negociações e acordos políticos. Ela tem dois filhos, mas nenhum está em idade de assumir o cargo de conselheiro, então ela comanda a quarta e a quinta casa na mesa do conselho — retomei a conversa.

— Qual a idade dos seus filhos? — Thor perguntou, curioso, para Asha.

— Meus gêmeos têm quinze anos. Ambos homens, então cada um herdou uma casa. Arthur é o mais velho por alguns segundos, herdará a Casa Frode. Já Ivar herdará a Casa Gorm.

— Mas, se Arthur é o mais velho, por que ele não vai herdar a quarta casa? — Loki perguntou, curioso.

Asha sorriu amorosamente para Loki.

— Ele é o mais velho, herdará a casa de seu pai, como de costume. Como tive dois filhos, posso designar a minha casa para Ivar — Asha respondeu, serena.

— Então, se tivesse somente um, ele herdaria as duas? — Loki perguntou, curioso. Asha assentiu, e ele riu. — Como isso? Ele teria mais poder que os outros!

— Somente até ter filhos, se ele tiver dois, o poder é novamente distribuído — Asha explicou.

— Não é uma obrigação ter dois filhos? — Loki perguntou.

— Para o conselho, não... — Asha respondeu, me olhando com uma expressão incerta.

Senti-me desconfortável com a troca de olhares entre eles, como se a conversa tivesse me incluído de forma inesperada.

— Sir pertence à Casa Gustaf, a sexta ramificação no conselho, também conhecida como bastão dos deuses. Eles são especializados em rituais e cerimônias importantes — continuei, tentando mudar o foco da conversa.

— Aquele que realizou nosso casamento? — Thor perguntou, sorrindo de leve.

— Sim, ele tem a autoridade para a realização de todos os rituais em si. Por conta disso, tornou-se o "líder" do conselho antes da sua coroação — expliquei.

Thor assentiu, parecendo entender.

— Amis pertence à Casa Hagen, a sétima no conselho, responsável pela proteção de Alfheim. Eles comandam a segurança do reino e seus habitantes, sendo subordinados à Casa Asger — disse com um rosnado, claramente irritada.

Não era culpa deles, mas não conseguia afastar a dúvida crescente.

O que estavam fazendo quando meus pais precisaram de ajuda?

Como falharam em proteger os reis?

A raiva se espalhou dentro de mim, mas então, um leve carinho em minha bochecha me trouxe de volta à realidade.

Olhei para cima e encontrei os olhos amarelo-esverdeados de Thor. O toque suave de sua mão, o carinho silencioso em seu olhar, fizeram a raiva diminuir, pouco a pouco.

Thor era como a luz, dissipando minha escuridão.

— Se estivermos incomodando, é só falar — Loki fez sua presença ser notada, interrompendo o momento.

Suspiramos juntos, ambos querendo claramente ficar a sós.

— Dalibor pertence à Herleif, a oitava casa, conhecida por sua lealdade e força nas batalhas, fundamentais em combate e estratégia militar. São os guerreiros que ficam sob as ordens diretas da Casa Hagen, formando o grosso das forças militares em tempos de conflito. Normalmente são enviados para combates de guerra, enquanto os Hagen protegem o reino, mas ambos são comandados pela Asger.

— Isso significa que Uziel protegeu o reino durante o último ataque? — Thor perguntou curioso.

— Não ele, pois a casa ainda estava sob o comando do pai dele, mas sim — respondi.

Thor assentiu com o semblante fechado.

— Hakon, da Casa Manning, pertence à nona casa. São os poderosos e honestos, responsáveis pela criação, regularização e cumprimento das leis do reino.

Os malditos que impõem suas regras cruéis às mulheres desde o início!

— Letholdus, por sua vez, pertence à décima casa, a Casa Rangvald. Seu nome significa "julgamento poderoso", pois são os juízes do reino, aqueles que decidem o destino dos acusados e dos infratores.

Tirando Asha e Cyrius, não confiava em mais nenhum deles, mesmo que eles verdadeiramente sentissem pelos meus pais.

— Thor tem que agradar ao conselho? — Odin perguntou após um tempo em silêncio.

— Não, ele é o rei, mas não pode destituir nenhuma das famílias do conselho, eles fundaram Alfheim, ele não tem esse poder, mesmo sendo o rei.

Sabia o quanto ele queria tirar Uziel do conselho, mas infelizmente não seria possível fazer isso.

Não queria agir cegamente, queria que ele pague pelo que fez, sem que me sujasse!

— Entendi, não posso expulsar o maldito daqui — ele resmungou com o semblante fechado.

Segurei suas mãos nas minhas, apertando-as em meu peito, onde meu coração batia desesperado.

— Þú ert ljós mitt, ekki hafa áhyggjur — murmurei apaixonadamente.

Thor sorriu largamente, entendendo exatamente o significado por trás de simples palavras.

Era você quem estava me trazendo para a vida, não ligue para mais ninguém!

Saber que não podia fazer nada oficialmente contra aquele maldito me irritou. Não que precisasse de alguma permissão, mesmo tendo que obedecer às leis aqui, ainda era um Deus, por tanto, era a autoridade máxima.

Mas como passar por cima de tudo que Selene estima?

Ela queria excluí-lo de forma justa e não podia fazer nada a não ser aceitar. Só que Uziel fazia questão de me irritar a todo momento, não escondendo seu interesse por Selene, se atrevendo a dar em cima dela, mesmo após tudo que fez.

O toque delicado dela me tirou da miséria, seu olhar disse tudo que precisava para acalmar meu coração, sorri entrelaçando nossas mãos. Assim, entramos no maldito salão, onde os conselheiros já nos esperavam.

Sir se levantou junto aos demais, com uma breve reverência, e designou a cadeira da ponta, que pertenceu ao pai de Selene.

Isso era injusto!

Ela era a herdeira, não podia tirar seu lugar!

Ignorando a todos, puxei-a para que se sentasse na cadeira, sob seu olhar incrédulo. Assim como os demais do recinto, ignorei, puxando uma cadeira para sentar ao seu lado, olhando sério para cada um, os desafiando a falar algo.

Como esperado, todos ficaram em silêncio.

Ao menos me respeitam por ser quem sou!

— Alegra meu coração ver que Selene casou-se com alguém que honra seu sangue — Cyrius murmurou alegremente, seus olhos brilhando em nossa direção. — Atitude mais nobre vista!

Sorri levemente, embora não houvesse motivo algum para que fosse reverenciado por fazer o mínimo.

— Concordo, Selene é a herdeira, apesar de não poder governar... é muito nobre mostrar respeito para com ela — Uziel comentou com a voz amena.

O que ele queria com esse teatro?

Meu olhar encontrou o seus, pela primeira vez não via a frieza de sempre, mas ainda assim não gostei da sua atitude.

Ele queria se fazer de bom moço, não somente para todos no recinto, mas para Selene também. Não poderia perder o controle, não por algo tão estúpido, era tudo um jogo para ele, pois se falasse algo, todos me veriam de forma errada, enquanto ele somente cumprimentou meu gesto.

— Obrigado, mas não há nobreza em meu ato. Apenas estimo minha esposa e tenho respeito por suas origens. Se estou aqui, é totalmente por ela, não ao contrário.

Uziel sorriu, desviando um olhar intenso para Selene.

Apertei as mãos em punho abaixo da mesa.

Maldito!

— Senhor Thor, creio que Selene lhe falou como funciona o conselho? — Sir chamou a atenção de todos.

Acenei em resposta e ele sorriu levemente.

— Como informado, cada casa da família real tem apenas um representante. A casa dois foi passada para Selene, num gesto nobre de Cyrius. Então, precisam ter dois filhos, o mais velho herdará o trono e o outro a casa dois.

Selene ficou rígida ao meu lado, olhei-a discretamente, mas seu semblante totalmente fechado não me deu nenhuma pista, além do óbvio: ela abominava a ideia.

Ela não queria mais filhos?

Entendia que ela sofreu demais por perder sua pequena recentemente. Nunca pensei em conversar sobre o assunto, afinal, nosso casamento estava no início. Não podia negar meu sonho de ser pai, mas se ela não quisesse, apenas respeitarei sua vontade, pois jamais poderia obrigá-la a nada, ainda mais se tratando de um ser inocente que sofreria mais que nós dois juntos.

— Somos dez votos aqui, obviamente você possui soberania perante todos, sua vontade prevalece quando é algo de suma importância e descartável perante o conselho, mas se for posto em dúvida, seu voto contará como um — Sir continuou.

— Entendi — troquei um olhar rápido com meu pai, que apenas assentiu.

— Claro que não precisará lidar sozinho nas questões do reino, terá o direito de escolher entre um dos conselheiros — Sir mencionou, olhando-me sério, então desviou brevemente o olhar para Selene, voltando para mim logo após. — Muito nobre mostrar respeito por sua esposa, mas ela não poderá lhe ajudar, já que se pudesse, seria a rainha.

Isso seria meramente uma cláusula perante todos, pois não pretendia excluir Selene de nada.

— Gostaria que Cyrius me auxiliasse — respondi, arrancando um sorriso doce de Selene.

Um silêncio percorreu o local, sendo interrompido por uma suave, mas chamativa batida contra a mesa.

— Perdão, majestade, mas por séculos a minha família tem sido escolhida como auxílio ao rei! Desde a criação de Alfheim, como herdeiro da casa, sou um guerreiro habilidoso e perfeito para esse cargo, já que possuo experiência com os jotuns! — Uziel rosnou irritado.

Não segurei o riso.

Ele não imaginava que o deixaria por perto, não?

— Sou um Deus, matei sessenta e seis jotuns sozinho, quando estava completamente entediado! — respondi arrogante, o olhar dele ascendeu uma fúria que não tinha visto até esse momento e meu sorriso aumentou. — Protegerei eu mesmo Alfheim.

Uziel fechou as mãos em punho, apertando tanto que pude ver as unhas fincando contra a pele. A ira emanada do elfo foi intrigante, pois somente o via com uma frieza e deboche sem igual.

Sorri ladino e ele rangeu os dentes.

Vou te colocar no seu lugar, maldito!

— Sir, devo escolher quem eu quiser ou quem vocês querem? — perguntei debochado.

Os demais conselheiros mantiveram covardemente os rostos voltados para a mesa, salvo por Asha e Cyrius, que não escondiam o sorriso, além do meu pai e irmão.

— Se seu desejo é que Cyrius seja auxílio, então assim será — Sir respondeu polidamente.

Uziel bateu o punho contra a mesa, num gesto incomum de descontrole.

— Tsc! Ele mal chegou e quer mudar nossos costumes! — Uziel rosnou furioso.

— Algum problema?

Mantive o sorriso debochado, aumentando sua ira. Loki não aguentou e riu, tossindo logo em seguida para disfarçar, apesar do claro deboche em seu semblante.

— A minha família protege Alfheim desde os primórdios! — Uziel respondeu furioso.

— Se a sua família protege tanto Alfheim contra os jotuns, o que estavam fazendo durante o ataque que culminou na morte dos pais de Selene? — perguntei arrogante.

O clima pesou diante da acusação, nenhum ousando respirar. Percebi que meu pai manteve o semblante orgulhoso, mas os conselheiros mantiveram o medo estampado em suas faces.

Sabia que esse ataque foi armado, queria apenas saber se era apenas um rato ou se teria mais envolvidos, pois vingarei os pais de Selene e tudo que ela passou aqui.

— Se-senhor Thor, creio que não sejam necessárias essas acusações — Amis respondeu trêmulo.

Olhei-o curiosamente, o elfo não parava de tremer.

— O senhor é o conselheiro da sétima casa, Hagen, que é responsável pela proteção dos habitantes de Alfheim, certo?

— S-si-sim, se-senhor!

Pelo visto, não teria muito impedimento, já que todos tremiam perante a mim.

— E o que estavam fazendo neste dia em específico?

O pânico entre os conselheiros foi delicioso de presenciar. Um medo evidente e bruto, todos se sentiram na berlinda.

Parece que existem mais ratos aqui...

Desviei o olhar para meu pai, que assentiu brevemente.

Então, a família do Uziel não era a única envolvida no golpe...

— Por que essa pergunta? — Amis perguntou pálido.

— Exatamente o que entendeu, mas se não conseguiu compreender, explico, não tenho nenhuma vontade de mudar seus afazeres, todos continuam como sempre, porém, devo-lhes dizer que Alfheim está sob minha proteção.

E nada a tocará, farei com que esse seja um lar seguro, não somente para Selene, mas para os inocentes que não tinham culpa da ganância desses malditos.

— E o que sua majestade quer? — Uziel retrucou, o deboche evidente em sua voz.

— Quero que a sua casa e a de Amis façam o que deviam fazer, afinal, onde estavam quando tudo ocorreu? — repliquei, olhando-o em desafio.

Nenhum ousou responder, apenas percebi o sorriso discreto de Selene, com uma óbvia admiração.

Isso não tinha nada a ver com o fato de amá-la, não totalmente, apenas não podia permitir mais que seu povo sofresse por incompetentes que não faziam o mínimo.

Quantos morreram no último ataque?

Tudo porque queriam subir ao trono, atentando contra os reis e quem não tinha nada a ver sofreu!

— Mortes deveriam ser evitadas, não vou tolerar que algo assim ocorra aqui novamente!

— Concordo com o rei, se todos estivessem fazendo o seu dever, muitas mortes não teriam ocorrido! — Cyrius declarou apoio.

— Exatamente! E nada disso foi discutido, as casas Asger e Hagen não explicaram o que fizeram durante o ataque, pois os primeiros a morrerem foram os reis! — Asha concordou furiosamente, olhando irritada de Amis para Uziel. — Asger deveria proteger os reis, enquanto Hagen os habitantes, mas isso não ocorreu!

Uziel sorriu sarcástico.

— Está insinuando algo? — Uziel perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Insinuando não, estou afirmando que sua casa não fez o que deveria ser feito! — Asha retrucou em desafio.

— Não devo explicações, afinal, quem estava no comando da casa Asger durante o ataque era meu pai, eu nem em Alfheim estava — o elfo comentou com um brilho estranho no olhar.

— E ele não prestou contas sobre isso, passou logo o comando para você e se afastou, afinal estava tudo complicado com a morte dos soberanos, mas não pense que ficará por isso mesmo! — Asha respondeu entre dentes.

— E o que pretende fazer? — Uziel retrucou debochado.

— Ela nada, quem deve fazer é você — chamei a atenção dele, que assumiu um semblante irado. — Quero uma reunião com todas as casas, especialmente Asger e Hagen, pois tratarei pessoalmente da segurança do reino.

— O quê? — Uziel perguntou furioso.

— Exatamente o que escutou, meu dever é zelar pelo reino e farei isso, estejam todos cientes sobre isso!

— Não devo prestar contas para você! — Uziel retrucou ousado.

Era interessante vê-lo irritado assim, pois a racionalidade estava deixando a desejar.

Não prestar contas ao rei?

Ele disse isso mesmo perante todos?

— Oh, deve sim, afinal, sou o Rei, além de ser um Deus, então, abaixe sua cabeça ao se dirigir a mim, não vou tolerar esse tipo de comportamento! — retruquei debochado, Uziel devolveu o olhar com ódio. — Mantenha-se no seu lugar, não falarei novamente.

O prazer multiplicou-se perante sua face tomada pela ira, mas nada se comparou ao apoio de Selene. Com semblante alegre, ela entrelaçou a mão na minha sob a mesa, olhando-me com tanto orgulho que aqueceu meu coração.

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