Capítulo 15 - Seu sorriso
Contém 3265 palavras.
Boa leitura ❤️
Os pensamentos vão te buscar
Em um segundo encontrar
O sorriso que me encantou
Rever o brilho dos teus olhos
Me ensinou o que é o amor
O primeiro beijo ainda está na mente
O seu cheiro ainda está presente em mim
Parece que foi ontem que me conheceu
E hoje é o meu amor
E seu amor sou eu
Me pede o mundo e eu dou
Me pede a lua e eu não vou negar
Não vou medir esforços
Faço tudo que quiser pra te fazer feliz
Não dá mais pra negar que eu me apaixonei
Te amo agora e pra sempre te amare
Trechos da música - Seu olhar - Jorge & Mateus
O toque suave de sua mão em meu rosto trouxe um sorriso espontâneo, daqueles que pareciam se fixar na alma e não saíam mais. Talvez aquele sorriso tivesse sido o reflexo do que ficou gravado em meu coração desde a noite anterior, quando nos entregamos um ao outro de maneiras que nunca imaginei ser possível. Entreguei a ela o que havia de mais profundo em mim: meu coração, sem reservas, sem hesitações, apenas com a certeza de que Selene era a única com quem queria dividir a minha vida. E, embora soubesse que nosso casamento seria um laço eterno, o que mais me encantava era a ideia de caminhar, passo a passo, ao lado dela, escolhendo juntos cada rumo, sonho e cada amanhecer.
Quando abri os olhos, fui recebido pelo encantamento dos seus olhos roxos, tão profundos que pareciam esconder mistérios que jamais ousaria desvendar, mas que, ao mesmo tempo, me chamavam com uma força que não podia resistir. O brilho intenso neles competia com a luz que parecia emanar de seu próprio ser, um brilho tão forte que, por um momento, quase parecia rivalizar com o meu. Sua pele, de um tom creme e suave como a porcelana, parecia brilhar à luz amena da manhã, e seus cabelos, loiros como a areia das praias mais remotas, caíam sobre seus ombros em ondas delicadas, emoldurando aquele rosto perfeito. Um rosto que, apesar da simetria que parecia esculpido pelos deuses, tinha uma leveza e suavidade que tocava o coração. Suas feições finas e graciosas, como a mais delicada das flores, e o corpo esguio e fluido me faziam desejar estar cada vez mais perto, como se pudesse me perder no abraço dela e ali encontrar meu lugar no mundo.
Meu coração, coitado, já parecia ter se acostumado a bater descontroladamente sempre que ela estava por perto, nunca imaginei que alguém pudesse fazê-lo parar de bater e correr tão rápido ao mesmo tempo. Estava me entregando, e isso era aterrorizante.
Como poderia algo tão simples se tornar tão natural para mim? Como nunca soube antes que a presença dela poderia transformar meu corpo em um campo de tempestades silenciosas?
Ainda ecoavam em minha mente as palavras dela, doces e apaixonadas, como uma melodia que não parava de tocar, um verdadeiro frenesi que me consumia por dentro. Cada sílaba parecia atravessar não apenas minha mente, mas também meu peito, reverberando e tornando tudo mais intenso, mais profundo, mais real. Sabia que podia ser qualquer coisa, um Deus, um rei, até mesmo um herói, mas nada, nada nesse mundo era mais importante para mim do que conquistar o coração dela. E pela primeira vez, não me importava com mais nada. O mundo inteiro podia desabar, mas, naquele momento, só ela existia.
Selene seria minha para toda a eternidade. Como não me alegrar com isso? Como não celebrar o fato de que ela havia escolhido ser minha, agora e sempre?
Estou me apaixonando por você.
Simples. Tão simples. E, no entanto, aquelas palavras me elevaram a um lugar tão alto que mal conseguia acreditar. Sentia como se o mundo tivesse parado por um segundo, como se o ar tivesse ficado mais denso, mais cheio de significado. Mas, ao mesmo tempo, um sentimento mais sombrio foi tomando conta de mim. Fui consumido pelo ciúme, confesso.
Sabia que seria inevitável. Que ele, aquele maldito, estaria perto dela. Mas ver aquele maldito se aproximando de Selene, de maneira tão possessiva e arrogante, fazia meu peito apertar. Estava ali, ao lado dela, no meu lugar de direito, e ainda assim ele se atrevia a se aproximar, tocá-la, falar com ela como se tivesse algum direito.
Como poderia não ter ciúmes?
Selene era minha esposa. Tinha um laço com ela que não poderia ser quebrado. Mas, cada olhar entre eles, cada troca de palavras, cada gesto dele parecia um ataque direto. Mesmo sabendo que Selene não o amava, o simples fato de vê-lo tão perto dela, de saber que ele tinha ocupado um lugar tão íntimo em sua vida, mexia comigo de uma forma que nunca soube que era possível.
Devia saber que ele tentaria isso e estar preparado para ver o quanto ele ainda queria disputar o lugar que já havia conquistado, de uma maneira que nenhum outro homem poderia. Ela já era minha, mas ver Uziel ali, perto dela, de uma maneira tão... possessiva, me fazia questionar algo que nunca tinha experimentado: a insegurança.
Nunca me senti inseguro. Desde que nasci, sempre soube que minha força, posição e a confiança das pessoas em mim eram inabaláveis. Mas ali, vendo o modo como ele olhava para ela, sentia um medo irracional tomando conta de mim. Não um medo de perdê-la, mas um medo de que, de algum modo, ele ainda fosse uma ameaça.
O que ele queria ali? Sabia que ele era o pesadelo de Selene. Foi ele quem destruiu sua alma. E, mesmo assim, ele não parecia satisfeito. Quando a pegou pela mão e a fez dançar com ele, algo em mim quebrou.
Mas, mesmo assim, havia algo dentro de mim que me dizia que ela não o amava mais. E esse algo me dava uma sensação de alívio, mas, ao mesmo tempo, a dúvida me consumia. Eu a queria para mim. Queria que ela fosse minha de uma forma definitiva, e tinha que lutar contra algo que nunca imaginei que precisasse: o medo de perdê-la para aquele elfo, aquele maldito que ainda a atormentava.
Não sabia o que fazer com esses sentimentos. Eles eram contraditórios, intensos demais para que pudesse ignorá-los. O que começou como um simples ciúme, uma reação natural de alguém que sente que sua esposa está sendo cobiçada por outro, transformou-se em algo muito mais profundo e perturbador. E, no fundo, sabia que o ciúme era apenas o começo. Estava construindo algo com Selene, algo real e sólido, e isso me fazia querer protegê-la, de todos os males do mundo, mas também de mim mesmo.
Nunca pensei que estaria aqui, sentindo essas coisas. O que mais queria era ser o único a ver aqueles olhos, a tocar aquela pele, a ouvir sua voz. Queria ser o único a ocupar o espaço dela, o único que teria o direito de vê-la se perder em meus braços, de fazer com que ela sorrisse só para mim.
Sim, eu tinha algo a perder. E nunca, em toda minha existência, havia me sentido tão vulnerável.
— Está sorrindo? — ela murmurou, beijando carinhosamente meu peitoral, aconchegando-se mais contra mim. — Gosto tanto do seu cheiro.
Suspirei contra seus cabelos, fechando os olhos por um instante enquanto um arrepio percorria minha espinha. O doce aroma que emanava de seus fios parecia envolver tudo ao meu redor, como uma névoa suave e irresistível. Era o perfume dela, uma mistura de algo tão doce e fresco, mas com um toque misterioso, quase etéreo, como se o próprio ar ao seu redor estivesse impregnado de magia. Cada vez que eu a sentia tão perto, esse aroma me invadia de maneira arrebatadora, entorpecendo meus sentidos, tornando tudo ao meu redor mais distante, mais borroso, até que só ela existia. Era um feitiço sutil, mas profundo, que me embriagava completamente, me fazendo esquecer de tudo, até de mim mesmo, como se fosse levado por um desejo sem controle, um desejo que vinha dela e me consumia a cada respiração.
— Também gosto do seu! — segurei seu queixo, elevando o rosto dela ao nível do meu, admirando os olhos dela. — Ainda mais misturado ao meu.
Selene corou, afundando o rosto em meu pescoço, e não pude segurar o riso.
— Pelo visto, você está de bom humor! — ela brincou, sua voz suave e tão doce.
Sorri, puxando-a ainda mais para perto, envolvendo-a nos meus braços, sentindo a perfeição de seu corpo contra o meu.
— Obviamente! Já que acordei com a mulher mais perfeita do universo em meus braços! — respondi, meu tom carregado de adoração, sentindo o peso de cada palavra.
Ela sorriu contra mim, e meu coração disparou mais uma vez, com a força de uma tempestade silenciosa.
Se meu eu do passado me visse agora, todo derretido apenas com um gesto simples dela, provavelmente riria da situação. Não tinha mais volta, virei um bobo apaixonado!
— Temos que levantar... — ela murmurou, ainda agarrada a mim.
Sua fala contradizia seus gestos, e isso me fez sorrir ainda mais.
— Não! — resmunguei, minha voz cheia de brincadeira, como se não houvesse nada mais importante no mundo do que ficar ali, com ela.
Selene riu, sua risada doce e contagiante, elevando o rosto até ver o meu. Seus olhos brilhavam com um brilho travesso.
— Precisamos levantar, existem pendências que temos que resolver — ela retrucou, ainda risonha, como se a ideia de levantar fosse a coisa mais difícil do mundo.
— Aqui está bem melhor! — retruquei, roubando um suave beijo de seus lábios.
Seus olhos brilharam de uma forma que me fez sentir como se a conhecesse por toda a vida. A malícia e diversão que ela exalava me seduziam de maneiras que não sabia que existiam. E, naquele momento, eu a queria mais do que nunca. Precisava dela, precisava dessa conexão.
— Pretende ficar o dia todo no quarto? — ela perguntou, divertida, e a ideia me agradava.
Sorri, uma ideia maliciosa cruzando minha mente, me inclinei para ela, sem tirar o sorriso do rosto, com os olhos brilhando em malícia de maneira que ela entendeu perfeitamente. O calor de sua pele contra a minha fazia meu corpo reagir de maneira incontrolável, e não pude evitar o sorriso de satisfação ao senti-la próxima, o ar carregado em nossa volta. Abracei-a com força, puxando-a pela nuca, sentindo a suavidade de seus cabelos deslizando pelos meus dedos, trazendo seus lábios carnudos mais uma vez para os meus. Dessa vez, o beijo não foi suave. Não foi apenas uma troca carinhosa, foi uma explosão de emoções reprimidas, de desejos que não consegui mais conter.
Os lábios dela se entreabriram, dando passagem para o beijo se intensificar, e tudo o que queria era senti-la completamente, sentir cada parte de mim se fundindo à dela. Foi urgente e brutal, como se eu quisesse marcar território, como se estivesse tentando imprimir em sua pele que ela era minha. A troca de nossos lábios era como um fogo lento, um incêndio que queimava com suavidade, mas com intensidade suficiente para me consumir.
Seus dedos roçaram suavemente minha pele, enviando faíscas de eletricidade por todo o meu corpo, me fazendo ansiar por mais contato. Ela deslizou pelas minhas costas, até suas mãos se enredaram em meu cabelo, puxando-me ainda mais para perto, como se quisesse me fazer parte dela. Não pude resistir e a abracei com a mesma intensidade, meus lábios explorando os dela com urgência, mas também com reverência. Cada toque sobre ela, cada pressão dos nossos corpos juntos, dizia o que nunca teria coragem de falar em palavras. Meu coração batia em um ritmo frenético, acompanhando cada suspiro dela, cada movimento sutil que ela fazia contra mim.
Ofegantes, nos afastamos, apenas o necessário para que nossos olhares se encontrassem. Ela sorriu com os olhos em um brilho, e a intensidade neles me deixou completamente perdido.
— Ainda precisamos sair daqui? — perguntei malicioso, fazendo-a arfar meu nome. — Podemos ficar... aqui estamos sozinhos...
Ela sorriu, empurrando levemente meu peitoral para longe.
— Para de me seduzir! — ela retrucou, divertida, se elevando sobre a cama, atraindo meu olhar para seu corpo.
Amor, no momento não conseguirei me concentrar ao vê-la dessa maneira!
A pele translúcida parecia brilhar com a luz do sol que se infiltrava pelas janelas, evidenciando ainda mais sua beleza e atraindo meus olhos para suas curvas nuas, com apenas um lençol de seda cobrindo-a parcialmente.
— Thor, fugimos da festa ontem e preciso falar sobre as questões políticas do reino antes da reunião com os conselheiros! — ela replicou, divertida.
— Agora que não saio daqui! — gemi contrariado, puxando-a novamente para meus braços, afundando o rosto entre seus cabelos. Seu aroma me invadiu, me deixando completamente relaxado.
Como ela conseguia ter tanto controle sobre mim?
Ela me tinha em suas mãos e nem se dava conta disso. Se ela quisesse o mundo, daria ele de bom grado a ela, faria qualquer coisa para vê-la feliz.
— Prometo recompensar você! — ela murmurou doce, atraindo minha atenção.
Olhei rapidamente para ela, sorrindo malicioso.
— Mesmo? — deslizei a mão em suas coxas, subindo e descendo sem tirar o sorriso do rosto.
— Não estou falando de sexo! — ela resmungou, dando um leve tapa de brincadeira em meu braço.
— Quem disse que pensei nisso? — retruquei, brincalhão.
Seus olhos se fecharam em fendas, enquanto ela mordia o lábio inferior, tentando conter o sorriso.
— Thor...
— Esposa, sua mente está bem maliciosa, nem pensei nada disso — retruquei maroto, arrancando um sorriso do rosto dela.
— Vamos, que estou faminta! — ela replicou, chamando minha atenção.
— Se é assim, vamos então — respondi, levantando-a no colo.
O sorriso dela se ampliou enquanto a erguia, o corpo dela leve e perfeito contra o meu. Segurei-a com firmeza, sentindo a suavidade da sua pele contra os meus braços.
— Thor, você é impossível! — ela riu, seus braços se envolvendo em torno do meu pescoço.
Não consegui evitar, estava mais do que feliz em tê-la tão perto, sua presença era como uma âncora que me impedia de me perder em um mar de dúvidas.
— E você me encanta cada vez mais — respondi com sinceridade, dando um beijo em sua testa antes de caminhar em direção à porta. — Agora para o banho, que temos um longo dia.
Ela riu suavemente, seus braços ainda em volta de meu pescoço, como se não quisesse que a deixasse ir. Mas, com um último olhar carinhoso, caminhei até o banheiro, ainda segurando-a com firmeza, sentindo a leveza de seu corpo contra o meu.
Mesmo que fosse difícil admitir, não estava preparado para dividir Selene. Desde antes do nosso casamento, a presença dela era constante, preenchendo meu ser e dando vida a emoções que nem imaginei sentir. Sabia que, a partir do momento em que sairmos do quarto, teremos que focar em situações mais sérias, que vão tirar todo o foco dela de mim. Era um pouco imaturo pensar nisso, mas era um sentimento incontrolável, algo que nunca experimentei, mas ao menos conseguia controlar. Só que era impossível não desejar que continuemos assim, apenas nós dois por mais um tempo.
Mas isso não era todo o motivo que me deixava tenso, era uma tarefa desafiadora integrar-me em um reino e costumes tão diferentes dos meus. Alguns já conhecia, não seria difícil me habituar, o problema era que existiam alguns tão arcaicos, que eram simplesmente irritantes.
O que mais me incomodava era a possibilidade de Selene ser afastada do trono. Não pretendia usurpar seu direito, mesmo que para os outros pudesse parecer isso. Ela era a legítima herdeira, e jamais tiraria isso dela. Governaremos juntos, mas sempre com ela no comando, como deve ser, mesmo indo contra as leis dos elfos. Leis essas que precisarei respeitar, mesmo que não concorde.
Mas como podia deixá-la perder seu lugar, sendo que era a herdeira?
O caminho até a sala de jantar foi tranquilo. Selene parecia perdida em pensamentos, enquanto lutava contra a ansiedade crescente. Ao entrarmos, senti os olhares voltarem-se para nós e, pela primeira vez em séculos, senti vergonha. Todos estavam à mesa: meu pai, Loki, Asha e Cyrius. Os sorrisos em seus rostos iam de discretos a descaradamente divertidos. Meu pai parecia satisfeito demais ao nos ver juntos, enquanto Loki...
O idiota tinha um sorriso tão aberto que poderia pensar que rasgaria seu rosto a qualquer momento, ele nem fazia questão de disfarçar.
Por tudo que era sagrado, espero que ele não faça uma piada sobre o que aconteceu ontem!
Não queria que ninguém soubesse do meu ciúme, menos ainda que tivemos uma reconciliação, pois todos se acharão no direito de se intrometerem.
Os aromas da mesa distraíram meus pensamentos por um momento. Frutas brilhantes e viçosas preenchiam tigelas de cristal: maçãs douradas que refletiam a luz suave do salão e amoras lilases de textura fresca. Cada pedaço estava cortado com precisão, parecendo mais uma obra de arte do que comida. Pães macios, com flores incorporadas à massa, exalavam um aroma terroso e doce de tomilho e alecrim. Bolos de lavanda com um leve brilho de mel e torradas crocantes feitas de frutas locais compunham uma verdadeira sinfonia de cores e fragrâncias.
Meu pai, com seu jeito sempre metódico, tomava calmamente um chá feito de lavanda e rosas enquanto espalhava queijo de amêndoas sobre uma torrada. Loki, como sempre exagerado, tinha diante de si uma enorme jarra com um mix de frutas que sequer conseguia identificar e pelo menos quatro bolos diferentes, provavelmente de gengibre, canela, pitanga e lavanda.
Suspirei, puxando a cadeira para que Selene se sentasse ao meu lado. Cumprimentamos todos ao mesmo tempo, e os sorrisos ao nosso redor apenas se alargaram.
— Bom dia! Pelo visto, estamos todos de muito bom humor nessa manhã maravilhosa — Loki iniciou, sorrindo abertamente ao levantar uma taça do seu mix colorido, que mais parecia um arco-íris — A noite deve ter sido esplendida, visto que suas peles estão bem lustrosas...
Selene ficou tão vermelha que temi que desmaiasse. Antes que pudesse reagir, ela pegou uma taça de suco lilás e bebeu tudo rapidamente, sem nem olhar para os outros.
— Loki, cala essa boca! — resmunguei, sentindo meu rosto também aquecer.
— Disse nada de mais! — ele arqueou uma sobrancelha, com semblante inocente. — Apenas mencionei que estão muito bonitos... você que está com pensamentos pecaminosos essa hora!
O tom debochado dele fez o sangue subir à minha cabeça. Olhei para ele de forma ameaçadora, mas, claro, isso só o divertiu mais.
— Sabe, tirando seu tamanho absurdo... você me olhou da mesma maneira que fazia quando era criança... — Loki replicou, debochado.
— Deve ser porque você continua me irritando da mesma forma — resmunguei, seco.
Loki riu alto.
— Thorzinho... você sempre fica irritado quando tenho razão, mas deveria ser mais grato comigo! — ele replicou debochado. Arregalei os olhos, ansioso, e seu sorriso aumentou. — Sou seu irmão favorito, me trate melhor!
Soltei um suspiro que não percebi que tinha prendido.
Certo! Terei que aguentar isso por um bom tempo. O pior era que Loki parecia sempre saber exatamente onde cutucar.
Entre todas as pessoas que poderiam testemunhar meu ciúme, tinha que ser justamente o Loki?
— Agora, mudando de assunto — ele tossiu, chamando a atenção dos demais. — Realmente pensei que essa comida seria uma merda, pois é tão leve, mas é bom!
— Loki, vê se tem modos! — meu pai ordenou, enquanto Loki apenas deu de ombro, continuando a devorar a comida.
Suspirei, começando a comer, sob os olhares divertidos dos elfos presentes, em especial da minha esposa, que olhava de canto, com um sorriso mínimo.
— Imagino que nossa culinária seja um pouco leve para vocês — Asha comentou risonha, os olhos dançando em diversão para Loki. — Pode pedir o que quiser, apenas tenha em mente que não comemos carne.
Era algo que precisarei me acostumar, mas era o jeito deles, fazer o que!
— Sempre podemos ir para Asgard, quando sentir falta — Selene murmurou animada.
Sorri em sua direção.
A visão surgiu em minha mente e meu coração deu um salto. A ideia de viajar a sós com ela, longe de tudo, era mais do que podia pedir.
— Quando tudo estiver resolvido! — Selene prometeu, entrelaçando a mão na minha embaixo da mesa.
Olhei em sua direção, sendo contemplado com os seus olhos brilhando e um largo sorriso em seu rosto, tão lindo como nunca vi nenhum igual. Aqueceu meu coração e tive a certeza de que não estava apaixonado por ela, já a amo completamente, travaria guerras apenas para deixá-la feliz, pois ela era meu amor completo, assim como sabia que talvez um dia eu fosse o seu.
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