Ato I - Recrutamento
Ante as palavras de Aled, um sorriso demoníaco estampa os lábios de Samara, pois, ela sabe o que as palavras dele significam.
Mesmo que Stefan e seu clã de idiotas tenham levado Elissa para longe, e, nesse momento, para ela, pouco importa para onde eles a levaram, deixaram o caminho livre para eles!
Eles acham que salvaram Elissa, mas, não sabem o quanto estão enganados.
Os idiotas nem imaginam que aquela menina está com seus dias contados e que, muito em breve, ela receberá a visita do deus da morte.
E. enquanto este momento não chega, tudo o que eles têm de fazer é coroar Damon como rei de Limmura, pois aquela menina já é carta fora do baralho!
Aled não deixa de notar o sorriso nos lábios de Samara e, ele sabe, no mesmo instante, que ela entendeu o que ele quis dizer. Sorri.
― Fico satisfeito que tenha entendido, minha cara. – a voz de Aled se faz ouvir.
― Sempre, meu caro. – responde Samara.
― Qual será o nosso próximo passo? – questiona Teodor, se juntando a conversa dos dois.
― Vamos falar com Damon. – responde Aled, sem rodeios – Pois, a noite é longa e, até o amanhecer, tudo tem de estar pronto para o nosso grande anúncio. Eu e Samara iremos falar com Damon e, enquanto isso, Teodor, Bethanie e Nivriti irão com alguns cavaleiros de minha ordem atrás de todos os que podem ainda estar no palácio, quero que reúnam todos na sala do trono, pois, pessoalmente, irei interroga-los, a fim de saber de que lado estão.
― Faremos isso imediatamente. – a voz de Bethanie se faz ouvir.
― Ótimo. – Aled volta a falar – Agora, chegou a hora de nos separarmos, pois, a noite é longa e ainda temos muito o que fazer.
E, após dizer estas palavras, Aled faz sinal para que Samara o siga, o que ela faz imediatamente.
Os dois começam a caminhar pelos corredores do palácio, onde, eles nada dizem, pois, a pressa para que cheguem aos alojamentos militares fala mais alto e, além disso, Aled não precisa dizer nada a Samara, pois, os dois se entendem como ninguém, os dois planejaram isso juntos e, além de tudo, a única pessoa em quem ele confia cem por cento é em Samara. O resto, ele não confia. Mesmo em seus aliados, ele simplesmente não consegue confiar cem por cento, pois, nunca se sabe de quem se pode sofrer uma traição.
Não demora muito, e, os dois chegam ao alojamento militar, onde, ainda em silêncio, adentram os corredores e chegam a porta de um quarto, que, Aled não se dá ao trabalho de bater na porta e adentra o recinto sem fazer qualquer tipo de cerimônia, para encontrar Damon o encarando com uma clara impaciência. Seus olhos azuis, única semelhança que tem para com sua meia-irmã Elissa, o encaram de forma muito mais do que impaciente, ao mesmo tempo em que a sua voz se faz ouvir:
― Você demorou.
― Olha lá como fala comigo, rapaz. – Aled fala de forma seca – Lembre-se de com quem você está falando, antes de se dirigir a mim de forma tão desrespeitosa como o fez.
― Perdoe-me. – Damon volta a falar – Não tive a intenção de ofendê-lo, Sir.
― Apenas lembre-se de que não irei tolerar qualquer tipo de comportamento parecido com este vindo de você no futuro. – Aled volta a falar – Lembre-se de quem eu sou e do que você era antes de eu encontra-lo, e, tal como eu irei lhe fazer rei, posso destrona-lo.
Ante as palavras de Sir Aled, Damon nada responde, apenas faz um sinal afirmativo com a cabeça, em concordância, pois ele sabe que, sem Aled, ele realmente não é nada, e, se quiser chegar a ser coroado rei, como ele tem certeza de que será, terá de fazer tudo o que este homem quer que ele faça.
Bethanie e Nivriti estão fazendo exatamente o que fora ordenado por Aled, caminhando pelos corredores do palácio, a fim de reunir todos os que se encontrarem pelo palácio, a fim de que Aled possa interrogar a todos.
Como as duas bem sabem, a noite está passando e, quando o dia amanhecer, tudo terá de estar pronto para o próximo passo que Sir Aled irá dar.
As duas sabem que escolheram o lado certo nesta luta e que embora Saphyre esteja ao lado de Elissa, que ela escolheu o lado errado nesta batalha.
O lado vencedor é o lado de Sir Aled e, tão logo o dia amanhecer, ele fará questão de mostrar isso ao mundo. Muito em breve, a palavra dele será lei, pois, mesmo que ele coroe Damon, as duas sabem que efetivamente ele será o homem no comando, que o bastardo no trono será apenas uma figura decorativa.
Sim, elas escolheram o lado vencedor.
Chegam ao final de um corredor com duas bifurcações e, Bethanie não perde tempo em dizer:
― Nivriti, eu acho melhor nós nos separarmos. Demoraremos o dobro do tempo para cumprirmos nossa tarefa se ficarmos juntas, pois, infelizmente, não temos como saber quantas pessoas ainda estão aqui, e, quanto antes nós as reunirmos, melhor será.
― Você está certa, Bethanie. Eu vou pela direita e você pela esquerda. Nos encontraremos no local combinado por Sir Aled ao amanhecer.
― Perfeito.
E, após concordarem com este plano de separação, as duas mulheres se separam, a fim de cumprirem mais rápido a ordem dada por Aled.
Lala chega até os aposentos da Rainha Elissa, e, vê a porta aberta, mas ninguém ali. Adentra a antessala até chegar ao quarto principal, e, o que vê ali são algumas manchas de sangue pelo chão, além do quarto completamente vazio.
Olha para as poças de sangue no chão com preocupação, pois, elas lhe dão a certeza de que algo realmente aconteceu ali, mas, o que é este algo, ela infelizmente ainda não sabe.
A preocupação toma conta de seu olhar, ao mesmo tempo em que, ela tem certeza de que algo aconteceu ali, além de estranhar o fato de a Rainha Elissa não estar ali também.
Mas, a jovem maga não tem tempo de pensar qualquer coisa, pois, ela houve passos se aproximando atrás de si. Ela imediatamente olha para trás e, vê Bethanie a encarando com um sorriso demasiado cruel em seus lábios, sorriso este que faz com que Lala sinta a sua espinha gelar.
― Sir Aled a espera imediatamente na sala do trono. – a voz de Bethanie soa fria como o gelo.
― Sir Aled? – Lala pergunta de forma inquisitiva.
― Sim, Sir Aled. – Bethanie responde, de forma impaciente – O Líder da Ordem dos Cavaleiros da rainha, caso tenha esquecido. Ou irá desobedecer a uma ordem superior, minha cara?
― De forma alguma. – Lala volta a responder – Farei conforme me for ordenado.
E, ante as palavras de Lala, Bethanie sorri.
Joash está quase desmaiado quando Linn finalmente chega até ele. Sem perder tempo, a menina imediatamente se aproxima dele, deixando um pouco do medo que ela sente das pessoas para trás, afinal de contas, no momento, ela precisa ajudar, afinal de contas, foi para isso que ela veio até aqui, para ajudar!
― O que aconteceu? – Linn não consegue deixar de perguntar.
― Fui atacado...! – Joash responde com certa dificuldade – Não sei explicar ao certo o que aconteceu...!
― Quem foi? – Linn se vê perguntando.
― Não posso dizer ao certo...! – continua Joash – Tenho minhas desconfianças, mas, acusar uma pessoa sem provas...
Joash não precisa terminar de proferir as palavras, pois, Linn entende muito bem o que ele quer dizer, assim como também entende que o perigo que os dois correm ali é muito maior do que ela sequer poderia imaginar. Agora, mais do que nunca, ela precisa agir e deixar todos os seus medos de lado, para que possa ajudar este homem e salvar os dois, pois, sente que o perigo está muito próximo dos dois.
― Precisamos sair daqui! – é a única coisa que Linn consegue dizer – Acha que consegue andar?
Joash não tem tempo de responder a pergunta da jovem, pois, neste momento, Nivriti chega ali, e, olha para os dois com demasiada indiferença, para em seguida proferir:
― Vocês dois, devem ir imediatamente a sala do trono.
― Por ordem de quem? – Joash não consegue deixar de perguntar, a voz ainda fraca.
― Por ordem de Sir Aled. – responde Nivriti de forma fria.
― Finalmente achei você! – uma voz feminina se faz ouvir.
Leon olha para trás, e, vê uma bela maga olhando para ele, Bethanie, se ele não se engana, pois, como está há pouco tempo na corte, ainda tem dificuldade de memorizar todos os nomes a quem fora apresentado.
Presta atenção no semblante da mulher, e, ela o encara com profunda impaciência. Seja lá quem for ela, sente que deve tomar muito cuidado, pois, ela é uma mulher perigosa.
― Estou aqui. – Leon responde de forma fria, tentando incorporar o personagem que precisa, pois, mesmo que não saiba a quem exatamente esta mulher serve, seu instinto diz que ele deve tomar muito cuidado com ela.
― Estou vendo. – Bethanie volta a falar – Mas, não o estará por muito tempo. Sir Aled aguarda a todos na sala do trono, não se demore a aparecer, isso se não quiser ir contra a coroa.
― Sou leal a Sir Aled. – é tudo o que Leon consegue responder.
― Isso nós veremos. – Bethanie volta a falar.
E, após dizer estas palavras, Bethanie vira as costas e se retira. Mais uma vez sozinho, Leon se dá conta de que chegou o momento onde terá de provar sua "lealdade" a Sir Aled.
Antes de cumprir as ordens que lhe foram dadas por Sir Aled, Teodor limpa um pouco dos ferimentos que lhe foram causados por Stefan e, enquanto ele faz isso, o ódio toma conta de si. Ódio por ter subestimado aquele homem que jurou proteger Elissa desde o dia em que ela nasceu.
Sente um ódio muito grande de Stefan, pois, para ele, aquele homem não é apenas o Protetor da Rainha, mas, sim, o homem que lhe tirou esta oportunidade. Pois a verdade é que ele, Teodor, é que deveria ser o homem a estar na posição mais alta que um cavaleiro poderia alcançar.
E, ele não se importa com o fato de que historicamente ele nunca poderia ascender a tal posto, visto que para ele, capacidade vai muito além de um nome de família, e, Stefan só ocupa aquele posto por conta disso, um nome de família, além do fato de claramente ele possuir sentimentos por aquela jovem, só um tolo não enxerga isso.
Mas, isto está prestes a mudar, pois, muito em breve, Damon será coroado rei e, com isso, ele, será consagrado o Protetor do Rei e, quando isso acontecer, Stefan nada mais será do que uma sobra do passado.
Wahum continua sua caminhada pelo jardim. A cada segundo que passa, aumenta a certeza de que algo está acontecendo, só que, infelizmente, ele ainda não sabe o que está acontecendo, e, por isso mesmo, é que ele sente, em seu coração, que é imprescindível descobrir a verdade, a fim de que ele possa agir da melhor forma possível.
Não sabe ao certo ainda qual é a melhor forma de agir. A única coisa que sabe, é que precisa agir, o mais rápido possível!
Olha para o céu, para a noite iluminada que se faz presente, e, faltando algumas horas até o amanhecer, ele não se sente nem um pouco cansado, ao contrário, se sente cada vez mais disperso e agitado, como se as horas de sono perdidas não lhe fizessem falta.
Novamente, ele escuta passos, como se alguém estivesse se aproximando. Não perde tempo e, olha para trás, a tempo de ver Sir Teodor o encarando de forma indiferente, para então dizer:
― Wahum, não é?
― Sim, Sir. – responde Wahum.
― Vá imediatamente para a sala do trono, isto é uma ordem.
― Uma ordem de quem?
― De Sir Aled, líder da Ordem dos Cavaleiros da Rainha.
Arissa usou grande parte de seu poder para tele transportar seu pequeno grupo do Palácio Real de Limmura para a Casa Mãe da Ordem das Magas, onde, no mesmo instante, Saphyre ordenara que Stefan levasse a Rainha Elissa para seus aposentos privativos, o que foi feito imediatamente.
Agora, ela apenas espera em seus próprios aposentos, completamente cansada, pois, usara muita energia para fazer o que ela fez.
Mas, embora esteja se sentindo fraca, não se arrepende, em hipótese alguma, do que fez. Ao contrário, se tivesse que fazer tudo de novo, ela o faria sem nem ao menos pensar duas vezes.
Sente que fez a sua parte, mas que, mesmo assim, ainda é pouco e que, por isso mesmo, pode continuar a colaborar para o bem da Rainha. Mas, para que possa continuar a fazer a sua parte, precisa descansar para recuperar as forças, pois ela sabe que, a partir de agora, precisará se tornar cada vez mais forte, pois, ela sabe que seus os inimigos da rainha são fortes e perigosos, e, por isso mesmo, ela precisa estar cada vez mais forte, isso se quiser lutar por aquilo que acredita.
Em seus aposentos privativos, Ethel sente um misto de sentimentos tomar conta de si. Por um lado, ela está feliz pois, graças a Arissa, pelo menos, no momento, a Rainha está bem. E, uma outra parte de si está furiosa, pois, infelizmente, ela não pode terminar sua luta contra Samara.
É claro que ela sabe o quanto Samara é perigosa e, ao que tudo indica, poderosa, mas, mesmo assim, ela queria ter terminado aquela luta.
Por Ayla!
No mais íntimo de seu ser, ela sente que deve isso a Ayla!
Não foi capaz de evitar sua morte, e, esta é uma dor que carregará para sempre em seu coração. Assim como carregará o desejo de acertar contas com Samara um dia, em nome de Ayla.
Mas, no momento, ela sabe que não é nisso que tem de pensar.
No momento, tem de pensar na rainha Elissa e no que a traição de Sir Aled significa, pois, por mais que ela tente não pensar, sabe o que tudo isso significa!
Sabe que, o que aconteceu esta noite, foi claramente uma declaração de guerra a Rainha Elissa e sua legitimidade ao trono e que, a partir de agora, nada mais será como antes e, por isso mesmo, ela não tem certeza nenhuma do que será do reino daqui para a frente. A única coisa da qual ela tem a mais absoluta das certezas é de que a sua lealdade está e sempre estará com a Rainha Elissa.
Por ordem de Saphyre, Stefan levou Elissa diretamente para os aposentos da maga. Um cômodo com uma decoração demasiado simples, mas que, não deixa de ter a sua elegância em meio a simplicidade escolhida por aquela maga.
Uma cama king size no meio do quarto, onde Stefan imediatamente deitou a rainha. Colchas e fronhas de seda branca na cama, amplas janelas no aposento, as quais cortinas também de seda branca as decoram, enormes cortinas que vão até o chão. Uma mesinha de cabeceira ao lado da cama, e, em cima dela, alguns vidros de tamanhos variados contendo algumas poções. Uma penteadeira e, em cima dela, nada além de uma escova de cabelos e, uma cadeira em frente a penteadeira.
Na cama, Elissa encara Stefan, Saphyre, Vince e Jonas com seus olhos azuis carregados de dor e de agonia, suas vestes empapadas com seu sangue fazem com que a rainha se pareça muito mais com uma maltrapilha do que com alguém da realeza.
Jonas não perde tempo e se aproxima da Rainha, colocando as suas mãos na região abdominal dela, e, no mesmo instante, um brilho dourado começa a emanar delas, passando diretamente para o corpo da monarca.
Stefan assiste a cena com um olhar da mais pura preocupação, pois, ele não sabe ao certo se Jonas conseguirá curá-la. Olha para Vince e Saphyre e, percebe que os dois podem estar pensando o mesmo que ele.
Jonas começa a suar frio, enquanto suas mãos continuam a emitir aquele brilho dourado. Ele encara a Rainha, que continua com uma expressão de dor em seu rosto.
Jonas não perde tempo e se esforça mais, buscando a fonte de sua magia de cura e, a transferindo para a rainha, a fim de buscar a fonte daquele mal.
Ele fecha os olhos e aprofunda o seu poder, mandando-o para o corpo da jovem monarca. Elissa grita de dor ao sentir o poder de Jonas irradiar para o seu corpo e, no mesmo instante, o padre sente o seu poder se irradiando no corpo da jovem, até se deparar com um poder de trevas, como se formasse uma parede, impedindo que o seu poder avance.
E, quanto mais ele envia o seu poder contra essa parede de trevas que encontra no corpo da jovem rainha, que continua sem conseguir conter os gritos de dor. Stefan não perde tempo e se aproxima de sua rainha, segurando-lhe uma das delicadas mãos.
― Não solte...! – Elissa pede.
― Não vou soltar! – garante Stefan, olhando bem no fundo dos olhos da jovem e dando-lhe esta certeza.
E, enquanto Jonas continua a avançar com a sua magia, ele vai sentindo aquela parede, como se fosse de trevas, cada vez mais forte, e, toda vez que sente a sua magia se chocando contra esta magia nas trevas que se arraigou na Rainha, ouve os gritos dela, e percebe que, se continuar assim, não irá conseguir fazer nada por ela, arenas fazê-la sofrer. Então, ele apenas se afasta, para espanto de Stefan, que não perde tempo em perguntar:
― O que houve?
― Magia das trevas. – Jonas responde sem perder tempo – Tão forte como eu nunca antes havia sentido em minha vida.
Ante as palavras de Jonas, a atenção de Saphyre se volta imediatamente para ele, um antigo temor tomando conta de seu coração. No mesmo instante, a expressão de seu rosto muda, tomando um ar mais contemplativo, o que não passa despercebido por nenhum dos que se encontram no quarto.
― O que isso quer dizer? – Stefan não consegue deixar de perguntar.
E, ante a pergunta do Protetor da Rainha, Saphyre hesita por um momento, pois, ali, em frente a monarca, não é o momento para ela responder a esta pergunta. Um pergunta simples, mas que, carrega uma resposta que é muito mais do que delicada.
Vince, calado até então, compreende a hesitação no olhar da maga, e, apenas faz um sinal negativo com a cabeça para Stefan, que entende exatamente o que ele quer dizer, pois, seja lá o que Saphyre saiba, não pode ser dito na frente da rainha.
Notas da autora: interações até domingo, para o dia seguinte, e, para aqueles que estão no palácio, estarão reunidos na sala do trono conforme o desejo de Aled.
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