Ato I - A Proteção da Rainha - Parte II
Arissa, Ethel e Linn acabam de retornar a Casa Mãe da Ordem das Magas e, estão reunidas com Saphyre, Jonas e Vince em um escritório, contando para os três tudo o que aconteceu durante o encontro com Ian.
― Então terá de ser feito esta madrugada. – comenta Jonas, com serenidade em sua voz.
― Sim. – Ethel não perde tempo em responder – Eu só não faço ideia de como iremos levar a Rainha Elissa em total segurança até o porto, pois, a cidade inteira está sendo vigiada pelos homens que servem a Sir Aled e aquela cobra da Samara.
― Temos total ciência disso, minha cara. – é a vez de Vince falar – Mas, não se preocupe com isso, já estamos pensando em um plano para levar a Rainha em total segurança até o porto.
― Podemos contar com a ajuda de Leon também. – Linn toma a palavra, falando baixo e de forma tímida, mas, mesmo assim, chamando a atenção de todos para si – Ele finge estar do lado de Sir Aled, mas a verdade é que está do nosso lado, tentando reunir o máximo de informações possíveis para ajudar. Neste momento, ele está nas ruas da cidade, junto a nossos inimigos. Eu sei exatamente em que rua ele se encontra, e, se for o caso, podemos pedir ajuda a ele para ajudar a levar a Rainha em segurança até o porto.
― Tenho certeza de que a ajuda de seu irmão gêmeo será inestimável, Linn. – Saphyre sorri para a jovem, fazendo com que ela se sinta mais tranquila e confiante.
― Ter a ajuda de Leon facilitará bastante nossa missão. – comenta Arissa.
― De fato. – Vince volta a falar – Agora, temos de pensar em como levaremos adiante o plano da Rainha.
― Eu mesma irei preparar tanto a Rainha quanto a jovem que irá se passar por ela. – Saphyre toma a palavra – E eu garanto que, quando eu terminar, a menina será confundida com a Rainha, o que dará a verdadeira Rainha o tempo que ela irá precisar para chegar em total segurança ao porto.
― Mas isso não colocará a vida dessa menina em risco? – Ethel questiona – Não me leve a mal, Mãezinha, mas, eu não quero, em hipótese alguma, questionar o plano de nossa rainha ou o seu, mas, apenas acho isso arriscado e perigoso demais para ela.
― Entendo os seus temores, Ethel. – Saphyre volta a falar – E, sendo bem sincera, se eu lhe dissesse que não há nenhum risco para Marianne, eu estaria mentindo, mas, posso garantir a você que, eu, pessoalmente, estarei cuidando da segurança dela, assim como também estarei cuidando da segurança de nossa rainha.
― É um peso muito grande para uma pessoa sozinha, Mãezinha. – comenta Arissa – Até mesmo para a Mãe de todas as Magas.
― Não se preocupem. – Saphyre volta a falar – Eu garanto a vocês que conseguirei dar conta de tudo, podem confiar em mim.
Ante as palavras de Saphyre, Jonas confirma com um sinal positivo de cabeça, pois, ele sabe que Saphyre é capaz não apenas disso, mas de muito mais.
― Agora vamos. – fala Vince – Temos muito trabalho até o momento de nossa partida.
Pouco a pouco, os olhos de Elissa vão se abrindo e, seus olhos se encontram com os olhos de Stefan, que a encara de forma totalmente preocupada.
― Stefan...! – a voz da Rainha se faz ouvir.
― Como se sente, Elissa? – questiona o cavaleiro, sua voz carregada de preocupação.
― Não sinto mais dor. – responde a rainha.
Ela tenta se levantar, a fim de se sentar na cama, e, imediatamente, é ajudada por Stefan que, não apenas a ajuda a se sentar na cama, como também arruma alguns travesseiros, a fim de que ela fique melhor acomodada.
― Por quanto tempo eu dormi? – questiona a Rainha.
― Algumas horas.
― E você ficou todo este tempo comigo? – um lindo sorriso trespassa os lábios da rainha.
― Sinceramente, Elissa, não havia nada que me interessasse lá fora.
Ao ouvir as palavras do cavaleiro, o sorriso que Elissa tem em seu rosto aumenta ainda mais.
Ver o sorriso da Rainha faz com que Stefan sinta o seu coração começar a bater mais rápido contra o seu peito. Ele não perde tempo e se senta na cama, ao lado de sua rainha e, gentilmente, toca o rosto dela, delicadamente, Elissa também toca o rosto do cavaleiro.
Lentamente, seus rostos vão se aproximando um do outro, ao mesmo tempo em que seus corações batem forte, no ritmo do sentimento mútuo que um sente pelo outro.
Elissa fecha os seus olhos ao mesmo tempo em que entreabre os seus lábios, que são cobertos pelos lábios de Stefan, que a beija com carinho.
Com ternura.
Com amor.
Elissa corresponde ao beijo com todo o sentimento que transborda todo o seu ser. Desejando, mais do que qualquer outra coisa, que o tempo parasse, para que pudesse ficar nos braços de Stefan para sempre.
Se beijam de forma intensa por vários minutos, em que nada mais parece importar, a não ser um ao outro.
Por fim, seus lábios se separam e, ainda tocando de forma carinhosa o rosto de Stefan, Elissa diz:
― Eu não sei o que nos espera além mar, mas, eu quero que me prometa, Stefan, que, aconteça o que acontecer, você não vai me deixar.
― É disso que você tem medo, Elissa? – ante as palavras da Rainha, Stefan não consegue deixar de sorrir – Não se preocupe, minha querida, eu jamais sairei do seu lado. E pode ter certeza de que matarei qualquer um que tente me separar de você. Jamais se esqueça, você é a minha vida! Tudo o que me importa neste mundo é você, e somente você.
Elissa sente a sua face ruborizar ante as palavras do cavaleiro, está prestes a responder a ele, quando algumas batidas na porta acabam por chamar a sua atenção.
― Pode entrar. – a voz de Elissa se faz ouvir.
No mesmo instante, a porta do quarto se abre, e, Saphyre e Jonas adentram o quarto. Os dois não deixam de notar o cavaleiro sentado na cama da rainha, sua mão entrelaçada a dela.
― Desculpe por interromper, majestade. – fala Saphyre, e, ante as palavras da maga, Stefan parece se dar conta de que ainda segura a mão de Elissa, e, delicadamente à solta, levantando-se da cama em seguida – Mas, está na hora.
― Pode me ajudar a me arrumar, Saphyre? – pede Elissa, de forma gentil.
― É para isso que estou aqui, minha rainha. – Saphyre sorri.
No mesmo instante, Elissa se prepara para se levantar e, antes que ela faça qualquer movimento, Stefan oferece sua mão para ajudá-la a se levantar, e, no mesmo instante, ela aceita a mão oferecida pelo cavaleiro, se levantando em seguida.
Saphyre entrega a rainha um vestido, e, no mesmo instante, Stefan e Jonas deixam o quarto, para que a rainha possa trocar de roupa.
Sozinhas no quarto, Saphyre começa sua tarefa de ajudar Elissa a trocar de roupa, e, a rainha rapidamente tira a camisola que estava usando, para colocar o vestido que a mãe de todas as magas trouxe, um vestido branco, de manga cumprida, muito simples, o modelo usado pelas jovens acólitas e futuras magas.
Devidamente vestida, Elissa se senta na cama e, Saphyre vai até uma penteadeira, pega uma escova de cabelo e se aproxima da cama, para então escovar os cabelos da rainha e prendê-los em um coque frouxo.
― Prontinho, minha rainha. – fala Saphyre, colocando a escova de cabelo na cama e oferecendo uma mão para ajudar a rainha a se levantar – Agora só falta um pequeno detalhe e poderemos partir.
― Que detalhe? – questiona a rainha, seu rosto sendo tomado por uma súbita preocupação – Pensei que tudo já estivesse pronto para a nossa partida.
― E está, minha rainha. Porém, há algo que preciso fazer, para o próprio bem de Vossa Majestade.
― Não compreendo.
E, ante as palavras da rainha, Saphyre nada responde, apenas sorri, e, em seguida, ela fica de frente para a soberana do reino de Limmura, e, estende a sua mão direita em direção ao coração da rainha. E, no momento em que ela faz isso, um brilho dourado começa a emanar de sua mão. No mesmo instante, Elissa entende o que a mãe de todas as magas quer fazer, e, indignada, a jovem rainha dá um passo para trás, impedindo o toque da maga.
― Não, mãezinha! – exclama a rainha – Não posso permitir que faça uma coisa dessas!
― Rainha Elissa! – a voz de Saphyre é repleta de calma e de doçura – Por favor, compreenda que isto que vou fazer é para o seu próprio bem, para termos mais tempo para irmos atrás de uma cura para Vossa Majestade.
― Mas o preço que você terá de pagar por isso...
― Eu garanto, minha rainha, que este é um fardo que eu sou perfeitamente capaz de carregar. Agora, permita-me fazer o que tem de ser feito, pois, infelizmente, o nosso tempo é curto.
E, após dizer estas palavras, Saphyre volta a se aproximar de Elissa, e, novamente, estende a sua mão, que emite um brilho dourado, em direção ao coração da rainha.
Desta vez, Elissa, não faz qualquer menção de se mexer, e, no momento em que a mão de Saphyre toca o seu coração, ela sente algo poderoso tomando posse de seu corpo. Uma energia que, pouco a pouco, faz com que seus olhos vão ficando cada vez mais pesados e, comecem a se fechar.
Saphyre não perde tempo e, antes que o corpo desfalecido da rainha vá ao chão, ela o segura em seus braços.
A mãe de todas as magas sente uma dor muito forte tomar o seu peito, e, não consegue conter um grito de dor. Isto faz com que a porta do quarto se abra de forma abrupta e, Jonas e Stefan adentrem o quarto.
― O que aconteceu, Mãezinha? – questiona Jonas, vendo a expressão de dor que parece tomar conta do rosto de Saphyre.
Os olhos de Stefan estão fixos em Elissa, desmaiada nos braços de Saphyre. O cavaleiro então se aproxima de Saphyre, e, a maga entrega o corpo desfalecido da rainha para o cavaleiro, que o segura com uma grande delicadeza.
― O que aconteceu? – é a vez de Stefan questionar.
Antes que Saphyre possa responder qualquer coisa, Nell adentra o quarto. Ela se aproxima de Stefan e, pede para que ele se abaixe, para ficar mais ou menos na altura dela, o que ele faz imediatamente.
― Não se preocupe, Stefan. – a voz de Nell é carregada de doçura – O que foi feito aqui, é para o bem da Rainha. Ela irá dormir um pouco, para que a magia tome conta do corpo dela, fortalecendo-a para que ela não sucumba ao poder da magia das trevas que, infelizmente, está impregnado em seu corpo.
E, após dizer estas palavras, Nell beija, de forma carinhosa, a testa de sua rainha.
― Mas e quanto a Saphyre? – quer saber Jonas – Quanto isso está custando a ela?
― Nada. – Saphyre não perde tempo em responder – Ou, pelo menos, nada com o que eu não possa lidar.
― Mas teremos que colocar todos os nossos esforços em encontrar uma cura. – Nell volta a dizer – Esta deve ser a nossa prioridade máxima. A propósito, a maga traidora chamada Nivriti está vigiando esta casa. No momento em que Marianne, sair acompanhada de um cavaleiro, ela irá avisar nossos inimigos.
― Exatamente como nossa rainha planejou. – Jonas volta a dizer.
― Sim. – Saphyre toma a palavra – E, quanto mais longe Marianne conseguir levar nossos inimigos, melhor será, pois assim estaremos levando nossa Rainha para o porto, que é nosso objetivo final. Jonas, por favor, traga Marianne aqui, há algo que eu preciso fazer.
Jonas faz o que Saphyre lhe pede, voltando alguns minutos depois, acompanhado da jovem Marianne, que, está trajando um dos deslumbrantes vestidos da rainha, seus cabelos negros, arrumados exatamente da forma como Elissa costuma arrumar os seus cabelos.
A jovem se aproxima de Saphyre, que, sopra na direção da jovem.
― Acabo de lançar um feitiço em você, Marianne. – a voz de Saphyre se faz ouvir – E, qualquer um de nossos inimigos que a vir, a confundirá com nossa rainha, eles apenas não podem ver o seu rosto até que você chegue ao local combinado, atraindo o maior número de nossos inimigos possíveis. Acha que pode fazer isso?
― E farei, mãezinha. – responde Marianne, de forma obstinada – Não irei decepcionar a senhora, tampouco nossa rainha!
― Ótimo. – Saphyre volta a dizer – Você está pronta?
― Estou. Podemos ir no momento em que a senhora quiser.
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