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Capítulo 16

* Sugestão musical para capítulo:
Lovely - Billie Eilish, Khalid

     A segunda-feira amanheceu na Academia Northwood com a mesma previsibilidade ensolarada de sempre, mas para Marjorie, a atmosfera escolar parecia ter se tornado subitamente mais densa e opressiva. Enquanto caminhava pelos corredores movimentados, a melodia otimista dos Beatles ainda ecoando nos seus fones de ouvido, Marjorie sentia os olhares curiosos e sussurros discretos a acompanhá-la a cada passo.

     No início, pensou ser apenas a sua costumeira paranoia matinal, a sensação de ser o centro das atenções sem ter feito nada para merecer tal “privilégio”. Mas, à medida que avançava pelo corredor principal, o zumbido de vozes foi se tornando mais audível e as frases sussurradas mais claras, atingindo-a como dardos venenosos, perfumados com a crueldade juvenil do gossip escolar.

     “...viu a Marjorie sábado no Green Door?...”

     “...dizem que o Walker plantou ela lá sozinha, depois de uns minutos...”

     “...coitada, jurou que ia ser diferente com o garoto problema...”

     “...abandonada antes mesmo do primeiro encontro de verdade, que mico...”

     O rubor subiu instantaneamente às faces de Marjorie, o sangue a latejar nas têmporas enquanto tentava manter a postura ereta e o olhar fixo no horizonte, fingindo não ouvir, não sentir, não se importar. Mas cada sussurro, cada risinho abafado, cada olhar de “pena” disfarçado, penetrava na sua armadura de indiferença, atingindo-a em cheio no ponto mais vulnerável: a humilhação pública, a exposição dolorosa do seu fracasso romântico, transformado em pasto para a voracidade da fofoca estudantil.

     Marjorie apertou o passo, entrando na sala de aula de Cálculo Avançado como se fugisse de um incêndio, buscando refúgio no silêncio familiar da sala e na segurança relativa da sua carteira no fundo da sala. Mas mesmo ali, entre as fórmulas e os gráficos rabiscados no quadro, a atmosfera carregada de gossip parecia persegui-la, manifestando-se em olhares de canto de olho, sorrisinhos dissimulados e conversinhas sufocadas entre os colegas. Marjorie abaixou a cabeça, abrindo o caderno e mergulhando na complexidade dos números, tentando se afogar na lógica fria e impassível do cálculo para escapar do calor sufocante da fofoca escolar.

     O sinal tocou, anunciando o início da aula, mas o “alívio” do começo das explicações do Professor Davies não durou muito. A cada intervalo entre os exercícios, a cada olhar de “solidariedade feminina” da Brenda ou o sorrisinho de “superioridade masculina” do Kevin, Marjorie sentia o peso da humilhação se intensificar, tornando cada minuto daquela segunda-feira matinal uma tortura silenciosa e implacável.

     No final da manhã, quando o sinal para o almoço finalmente ecoou pelos corredores, libertando os alunos da prisão das salas de aula, Marjorie hesitou em se juntar ao fluxo estudantil rumo ao refeitório. A ideia de enfrentar o olhar compadecido da Marylin, os sorrisinhos maliciosos dos valentões da escola, e principalmente, a possibilidade de cruzar com o Brandon e ser forçada a fingir indiferença e leveza diante de tanta humilhação pública, parecia simplesmente insuportável.

     Enquanto Marjorie considerava a hipótese de se trancar na biblioteca e passar o almoço em silêncio e solidão, uma figura alta e familiar surgiu no corredor, caminhando em direção oposta ao fluxo estudantil e com um ar ligeiramente perturbado. David Walker. Com o cabelo mais despenteado do que o habitual, a camisa do uniforme ligeiramente amarrotada e uma expressão mais séria e concentrada do que o normal, David irradiava uma aura de tempestade emocional que intrigou Marjorie num primeiro momento, antes que a realidade da sua própria situação a atingisse em cheio, transformando a curiosidade em apreensão.

     David parou em frente à Marjorie, os olhos azuis fixos no rosto dela, num olhar penetrante e preocupado.

     — Cutler... você não apareceu no banco, fiquei te esperando — David disse, com um tom de voz mais calmo e direto do que o habitual. — Podemos conversar um minuto? Sei que talvez não seja a melhor hora, mas é importante.

     Marjorie franziu a testa, confusa, mas menos intimidada do que antes pelo tom de voz do David.

     — Conversar, Walker? — Marjorie repetiu, com um tom de voz ligeiramente hesitante. — Sobre o quê exatamente? E por que você parece tão sério? Aconteceu alguma coisa?

     David suspirou, passando a mão pelo cabelo despenteado, num gesto ligeiramente nervoso.

     — É sobre o sábado — David disse, num tom de voz mais baixo, olhando rapidamente em volta para se certificar de que ninguém estava ouvindo. — Eu fiquei sabendo do que aconteceu depois que eu saí do Green Door. E sinceramente, Cutler, eu não gostei nada do que eu ouvi dizer. Principalmente da parte do Jake. Ninguém tem o direito de falar com você daquele jeito. E eu sinto muito por ter te deixado lá sozinha naquela situação. Não devia ter acontecido. E eu queria… queria fazer alguma coisa a respeito.

     Marjorie arregalou os olhos, surpreendida com o tom de voz quase preocupado do David.

     — Fazer alguma coisa, Walker? — Marjorie repetiu, com um tom de voz mais alto e mais apressado, ainda receosa das intenções do David. — Que tipo de alguma coisa, David? Você não vai fazer nenhuma besteira, vai? Tipo… ir atrás do Jake e… começar uma briga no meio do refeitório? Por favor, David, não precisa fazer nada disso! Sério! Eu tô bem, já esqueci tudo isso, foi só uma besteira do Jake e eu sei me virar sozinha. Não precisa se meter nisso. Eu resolvo os meus próprios problemas.

     David negou com a cabeça lentamente, mas o olhar azul permanecia fixo e determinado.

     — Eu sei que você sabe se virar sozinha, Cutler. Eu nunca duvidei disso. Você é a garota mais forte e independente que eu conheço, sabe disso? Mas não é só sobre você, sabe? — David acrescentou, com um tom de voz ligeiramente mais baixo e mais íntimo. — É sobre mim também, entende? Eu não gosto que ninguém se meta com pessoas que…

     David hesitou por um instante, parecendo buscar as palavras certas, antes de concluir com um tom de voz mais firme.

     — Eu não gosto que ninguém se meta com os meus assuntos, Cutler. E o Jake ultrapassou uma linha muito clara no sábado. Ele se meteu num assunto que não era dele. E eu vou deixar bem claro pra ele que isso não vai acontecer de novo. Não é por você, não é por ninguém mais. É por mim. E por princípio, Cutler. Princípio de “garoto problema com tendências a proteger o seu território existencial e científico”, se é que você me entende.

     E com um sorriso ligeiramente sombrio, mas menos ameaçador do que antes, David se virou e caminhou rapidamente no sentido oposto, deixando Marjorie para trás no corredor, com o coração a bater descompassadamente no peito, e uma sensação incômoda e talvez ligeiramente mais confusa do que excitante a pairar no ar daquela segunda-feira matinal que, mais uma vez, se revelava surpreendentemente… David Walker.

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