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Capítulo 13

* Sugestão musical para capítulo:
Motion Sickness - Phoebe Bridgers

     Marjorie correu para fora do “The Green Door”, o ar frio da noite batendo no rosto quente e molhado pelas lágrimas. Não sabia para onde ia, apenas corria, guiada pelo instinto de fuga, querendo deixar para trás o barulho das risadas, o escárnio das palavras de Jake, o olhar confuso e aparentemente impotente do Brandon, a sombra constante e agora ainda mais dolorosa da Marylin.

     As ruas movimentadas do sábado à noite transformaram-se num borrão indistinto enquanto Marjorie corria, sem rumo, sem direção, apenas com a necessidade urgente de se afastar daquele lugar que se tornara, em questão de minutos, palco de uma humilhação pública e da confirmação dolorosa da sua solidão.

     As lágrimas escorriam livremente agora, sem que ela sequer tentasse as conter. Misturavam-se com o vento frio da noite, molhando o seu rosto, embaçando a sua visão, mas Marjorie não se importava. Deixava-as correr, como se a libertação das lágrimas pudesse aliviar um pouco o peso insuportável da dor que sentia no peito.

     O nó na garganta apertava, dificultando a respiração, e o estômago revirava-se numa náusea emocional que ameaçava dominá-la por completo. Aquelas palavras cruéis do Jake, a forma como ele expôs a sua vulnerabilidade e o seu fracasso romântico na frente de todos, tinham sido como um golpe baixo, um ataque direto ao seu ponto mais fraco.

     “Abandonada pelo David antes mesmo de terem algo…” A frase ecoava na sua mente, repetidamente, como uma tortura silenciosa. Era a verdade nua e crua, exposta de forma tão cruel e pública que a vergonha e a humilhação se misturavam à dor já existente, criando um cocktail explosivo de emoções negativas que ameaçavam consumi-la por dentro.

     Marjorie diminuiu o ritmo da corrida, o corpo exausto e a mente em turbilhão. Percebeu que já não estava mais nas ruas movimentadas do centro, mas sim numa área mais residencial, com casas esparsas e árvores escuras ao longo da calçada. O silêncio da noite era mais intenso ali, contrastando com o barulho e a agitação que deixara para trás, mas o silêncio, ao invés de acalmar, apenas amplificava o eco da sua dor e da sua solidão.

     Sentou-se num banco de praça solitário, sob a sombra de uma árvore frondosa, as pernas tremendo, a respiração ainda ofegante, o rosto inundado de lágrimas. Encolheu-se sobre si mesma, abraçando o próprio corpo numa tentativa desesperada de se aquecer do frio da noite e, principalmente, do frio da alma.

     O milkshake “terapeuticamente descontaminante” parecia agora uma piada cruel, uma ironia amarga do destino. A “descontaminação emocional” prometida pelo David, o “oásis de descontaminação existencial” do “Green Door”, tudo se revelara uma farsa, uma ilusão passageira que terminara num desastre ainda maior do que o ponto de partida.

     Marjorie enterrou o rosto nas mãos, sofrendo em silêncio, deixando as lágrimas correrem livremente, sem resistência, sem vergonha, apenas com a dor crua e nua a consumi-la por completo, na escuridão da noite fria de sábado, sentindo-se mais sozinha e desamparada do que nunca em toda a sua vida.

     O telemóvel de Marjorie vibrou no bolso do casaco, interrompendo o fluxo silencioso das suas lágrimas. Por um instante, ela hesitou, sem vontade de interagir com o mundo exterior, preferindo se afundar na sua dor e solidão. Mas a vibração insistente persistiu, como um pequeno chamado em meio à escuridão da noite.

     Relutantemente, Marjorie tirou o telemóvel do bolso, o ecrã iluminando o seu rosto ainda molhado pelas lágrimas. Uma mensagem. De um número desconhecido. O coração deu um salto hesitante no peito. Seria… David? E por que razão usaria um número desconhecido? A confusão misturava-se com uma ponta de esperança, uma faísca de curiosidade que lutava para romper a barreira da tristeza.

     Deslizou o dedo no ecrã, abrindo a mensagem, o ar preso nos pulmões.

     “Cutler, espero que essa mensagem te encontre sã e salva. Sei que saí meio “à francesa” do Green Door e que te deixei numa situação… complicada. Mil desculpas por isso. Não foi nada “terapeuticamente descontaminante” da minha parte, eu sei. Mas o problema com o meu irmão era real, e precisei mesmo ir. Só queria saber se você está bem. E se chegou em casa em segurança. E se o estrago emocional da noite foi muito grande, considerando o… “panorama urbano hormonal” pré-bar. E se o milkshake, apesar de tudo, teve algum efeito terapêutico mínimo que seja. Resumindo: me diga que você está inteira. E que a gente pode retomar o nosso programa de descontaminação existencial (e talvez até os estudos científicos sobre abraços terapêuticos) em breve. Walker (o guia pouco convencional arrependido, mas ainda cientificamente curioso).

     Marjorie releu a mensagem, os dedos a tremerem levemente enquanto deslizavam pelo ecrã. As palavras do David, digitadas com a sua típica mistura de sarcasmo, humor auto-depreciativo e uma inesperada preocupação genuína, invadiram o seu mundo de dor e solidão como um raio de sol inesperado num dia cinzento.

     Um sorriso hesitante brotou nos seus lábios, pela primeira vez em horas, um sorriso genuíno que derreteu um pouco do gelo que se instalara no seu coração. A mensagem do David era inesperadamente reconfortante. E engraçada. E inesperadamente atenciosa. E… sim, até um pouco charmosa, se ela se permitisse admitir.

     O “garoto problema” sarcástico e egocêntrico da Northwood, afinal, parecia ter um lado bem mais complexo e interessante do que ela jamais imaginara. E, mais do que isso, parecia realmente se importar. Pelo menos, um pouco. Pelo menos, com ela.

     A dor ainda estava lá, o ciúme e a humilhação ainda latejavam no fundo da alma, mas a mensagem do David tinha conseguido criar uma pequena brecha na escuridão, uma luz tímida que lhe permitia entrever a possibilidade de um novo capítulo, de uma nova aventura, de uma nova descontaminação emocional, talvez, com a companhia improvável e surpreendente de David Walker, o guia pouco convencional que, apesar de tudo, parecia ter o dom de transformar sábados à noite desastrosos em algo… inesperadamente promissor.

     Com os dedos ainda a tremerem levemente, Marjorie começou a digitar uma resposta, um novo sorriso, agora mais leve e confiante, nascendo nos lábios, enquanto a noite de sábado, mais uma vez, mudava de tom, e a promessa de um novo começo, ainda incerta e enigmática, começava a desenhar-se no horizonte da sua vida, sob a forma de uma simples mensagem de telemóvel, enviada por um garoto problema com um dom especial para o sarcasmo, os milkshakes de chocolate e, quem sabe, até para a descontaminação emocional de exploradoras perdidas em noites de sábado implacavelmente cruéis.

     "Walker,

     Não afogada. Milkshake: milagroso (quase). Descontaminação existencial… retomamos? Estudos sobre abraços… prosseguimos?(Depende. Próximo milkshake por sua conta? E sem fugas dessa vez, combinado?).

     Cutler. (Ainda cientificamente curiosa, apesar de tudo)."

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