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Capítulo 04

* Sugestão musical para capítulo:
Bad Liar - Selena Gomez

     O resto da sexta-feira e o sábado de manhã passaram num corre-corre de preparativos silenciosos. Enquanto pesquisava filmes e experimentava roupas, dois pensamentos intrusivos insistiam em rondar a sua mente: seria o David sincero? Ou teria alguma motivação oculta por trás daquele convite repentino? Aquele pensamento parecia persegui-la, alimentando a desconfiança e a inquietação. Será que ele estava mesmo interessado em sair com ela, ou era tudo uma grande piada elaborada? E o outro: o que será que Brandon e Marylin estariam fazendo naquele momento? Será que também estariam se preparando para o sábado à noite juntos?

     A imagem dos dois, sorrindo e felizes, como se o mundo não doesse, pinicava como um espinho mal colocado, mesmo em meio à excitação nervosa pelo encontro com o David. Marjorie passou horas pesquisando filmes em cartaz, comparando sinopses, lendo críticas online, tudo com um sorriso nervoso nos lábios. Acabou reduzindo as opções a duas comédias românticas que pareciam razoavelmente inofensivas e, secretamente, um pouco interessantes. Mandou mensagem pro David com os títulos, esperando pela resposta dele com uma ansiedade crescente.

     Enquanto esperava, o quarto virou um campo de batalha improvisado. Roupas jogadas pela cama, sapatos amontoados no chão, um exército de frascos e potes de maquiagem a postos na penteadeira. Marjorie experimentou combinações de roupa que variavam entre o "casual e descolado" e o "casual e um pouco mais arrumadinho", cada look sendo minuciosamente analisado no espelho, sob o olhar crítico e divertido da Marylin.

     — Relaxa, Marge, parece que você vai encontrar um príncipe, não o David Walker — comentou Marylin, sentada na cama, vendo a irmã trocar de roupa pela quinta vez. — Ele vai gostar de você de qualquer jeito. Você fica sempre bem.

     — Mas e se eu estiver demais? Ou de menos? E se eu escolher o filme errado? E se a gente não tiver assunto? E se ele se arrepender de ter me chamado e passar o filme inteiro revirando os olhos? — Marjorie listava as suas neuras, o tom de voz subindo a cada “e se”.

     Marylin revirou os olhos, num gesto exagerado.

     — Marjorie, para com isso! É só um filme! E mesmo que dê tudo errado, o mundo não vai acabar. E, além disso, é você, Marjorie! É impossível dar errado com você. Você é… você!

     Marjorie suspirou, sabendo que Marylin tava tentando ajudar, do jeito otimista e prático dela. Mas a real é que, pra Marjorie, não era “só um filme”. Era o David. Era a inesperada chance de… de quê, exatamente? Ela ainda não sabia. Mas sentia que tinha algo em jogo naquele sábado à noite, algo que ia além de pipoca e telona. A cada minuto que passava sem resposta do David, a ansiedade da Marjorie crescia, mas não era só a antecipação pelo encontro que a deixava nervosa.

     No fundo, um pensamento teimoso a perturbava: será que ela tinha o direito de se sentir tão animada com o David, enquanto o fantasma do Brandon ainda assombrava os seus pensamentos, e enquanto a Marylin... a Marylin provavelmente estaria radiante, aproveitando o sábado à noite com o garoto que Marjorie secretamente gostava? A culpa e a confusão se misturavam à excitação, num cocktail amargo e agridoce que a deixava ainda mais inquieta.

     O celular vibrou em cima da penteadeira, embaixo de um monte de blusas indecisas. Mensagem do David. Marjorie quase pulou pra pegar, o coração acelerando de novo.

     “Para Todos os Garotos que já Amei parece bacana. Escolha sábia, Cutler. Te vejo às seis.

     Um sorriso sem querer nasceu nos lábios da Marjorie. “Escolha sábia”. Ele tinha curtido a escolha dela. Ou, pelo menos, não tinha odiado. Já era um começo, certo?

     — Ele respondeu! Ele gostou do filme! — Marjorie anunciou pra Marylin, como se tivesse acabado de decifrar um código secreto.

     Marylin riu, balançando a cabeça.

     — Ótimo! Viu? Sem neura. Agora veste qualquer roupa e relaxa. Relaxa mesmo. Parece que você tá indo pra uma entrevista de emprego, não pro cinema.

     Respirando fundo, Marjorie tentou seguir o conselho da irmã. Escolheu um vestido leve e florido que fazia ela se sentir confortável e ela mesma. Sapatilhas discretas, um make leve, o cabelo solto e esvoaçante. No espelho, a imagem que encarava de volta era a da Marjorie Cutler, versão “indo encontrar o David Walker”, levemente nervosa, mas também levemente animada.

     As horas se arrastaram até seis da tarde. Marjorie chegou no Cityplex uns dez minutos antes, o coração batendo que nem tambor. No meio da multidão animada do cinema, observando os casais de mãos dadas e os grupos de amigos rindo despreocupadamente, Marjorie se sentiu momentaneamente deslocada, quase intrusa.

     Era aquele tipo de felicidade despreocupada que ela sempre imaginou para si, mas na sua fantasia, era o Brandon quem estaria ao seu lado, e não David Walker. A lembrança do sorriso do Brandon, e da forma como ele a fazia sentir-se aquecida... contrastava dolorosamente com a excitação nervosa e a apreensão que a dominavam agora, antes do encontro com o David.

     O saguão do cinema tava lotado de gente, casais de mãos dadas, grupos de amigos rindo e conversando alto, famílias com crianças e baldes de pipoca. Marjorie procurou o David no meio da multidão, se sentindo meio deslocada naquele ambiente de sábado à noite, rodeada por pessoas que pareciam saber exatamente pra onde estavam indo e o que esperar.

     E aí, ela viu.

     Encostado numa parede perto da entrada das salas de cinema, braços cruzados no peito, o olhar fixo no movimento do saguão. Ele usava uma camisa escura e calça jeans, um look casual, mas que de alguma forma caía perfeitamente nele, realçando aquela aura taciturna e intrigante.

     Ao ver o David, encostado na parede, Marjorie sentiu um aperto na garganta, sim, mas não era o aperto familiar e confortável que o Brandon sempre lhe causava. Era algo diferente, mais intenso, quase elétrico. Atração? Curiosidade? Talvez um pouco dos dois. Mas no fundo, bem lá no fundo, uma vozinha teimosa sussurrava que aquilo não era nada.

     Não era o sentimento calmo e seguro que ela secretamente sonhava com o Brandon. Era algo mais complicado. Mais arriscado. Mais… perigoso, mais... David Walker.

     Respirando fundo uma última vez, Marjorie caminhou na direção dele, tentando manter a pose e um sorriso que, esperava ela, não parecesse muito nervoso. Era agora. O filme. O encontro. O desastre ou talvez a aventura.

     Sábado à noite com David Walker.

     Enquanto Marjorie se aproximava, David desencostou da parede e endireitou o corpo, o olhar encontrando o dela. No rosto dele, não havia sorriso aberto nem expressão de nervosismo, apenas uma intensidade calma que de alguma forma acalmava o turbilhão interno da Marjorie. Ele parecia… ele mesmo. Despreocupadamente David Walker. E isso, paradoxalmente, fez Marjorie se sentir um pouco mais segura.

     — Cutler — ele disse, a voz grave e ligeiramente rouca soando baixa por cima do burburinho do saguão. Acenou com a cabeça num cumprimento quase imperceptível. —  Em cima da hora como sempre, hein? Ou quase. Quase achei que tinha me dado bolo.

     Marjorie sorriu de leve, aliviada por o gelo inicial ter sido quebrado com uma provocação familiar. Em cima da hora como sempre? Ela franziu levemente a testa, ligeiramente confusa. Será que ela sempre se atrasava tanto assim? Ela não se considerava atrasada crônica, mas admitia que gostava de chegar no limite em alguns compromissos. E será que o David tinha notado isso? Será que ele prestava atenção nela o suficiente para reparar num detalhe tão insignificante como o seu ligeiro descuido com horários? A ideia de que David Walker a observava secretamente, mais do que ela jamais imaginara, fez um arrepio inesperado percorrer sua espinha.

     — Jamais daria bolo no meu acompanhante de cinema, Walker. Principalmente depois de ele ter sido tão insistente em me convidar.

     David ergueu uma sobrancelha, um sorrisinho de canto brincando nos lábios.

     — Insistente? Eu diria… oportunista. O Brandon, que teve a ideia genial, não se esqueça. Eu só fui o bom samaritano que se ofereceu para te salvar de uma noite de sábado entediante.

     — Ah, então era caridade? Que gentil da sua parte, Walker — Marjorie respondeu, entrando na brincadeira. — Devia ter trazido um vale-presente de agradecimento pelo seu sacrifício.

     — Pipoca já serve como pagamento — David apontou com a cabeça para o balcão, e Marjorie sorriu de leve, entrando na brincadeira.

     Por um breve instante, esqueceu o nervosismo, esqueceu o refeitório, esqueceu a escola, esqueceu até mesmo o Brandon. Mas então, no meio daquela troca de provocações leves, um flash da imagem do Brandon sorrindo para a Marylin invadiu a sua mente, e a lembrança, mesmo rápida, trouxe de volta uma pontada de… ciúme? Inveja? Seja lá o que fosse, Marjorie reprimiu o sentimento, afastando o pensamento intrusivo com um esforço consciente, focando novamente no sorriso de canto do David e no desafio excitante que ele representava.

     — Fome de quê? Doce ou salgada?

     — Hum… — Marjorie fingiu ponderar, embora já tivesse decidido mentalmente que queria a doce, por puro conforto emocional. — Surpreenda-me, Walker.

     David sorriu, um sorriso um pouco mais aberto e genuíno do que os sorrisinhos de canto de costume.

     — Adoro desafios. Duas pipocas médias doces e… o que mais, Cutler? Um refri pra acompanhar?

     — Pode ser — Marjorie concordou, sentindo a tensão nos ombros diminuir um pouco a cada troca de provocações leves e olhares rápidos. Talvez aquilo não fosse um desastre afinal. Talvez, quem sabe, até pudesse ser… divertido.

     Enquanto David ia comprar as pipocas e os refrigerantes, Marjorie observou-o afastar-se, misturando-se na fila do balcão. Mesmo de costas, ele emanava aquela aura reservada e intensa que a intrigava tanto.

     Pensou em como as coisas tinham dado uma reviravolta tão inesperada em tão pouco tempo. Há apenas dois dias, David Walker era apenas mais um rosto no corredor da escola, um nome vago na sua lista mental de “pessoas a evitar”. E agora, ali estava ela, prestes a entrar numa sala de cinema escura com ele, com pipoca doce e uma pontada de expectativa a pairar no ar.

     David voltou com um balde gigante de pipoca e dois copos de refrigerante, equilibrando tudo com uma desenvoltura surpreendente. Entregou um copo para Marjorie, os dedos roçando de leve nos dela enquanto trocavam os recipientes. Um choque elétrico percorreu o braço da Marjorie com o toque, mais intenso do que esperava. Ela reprimiu um arrepio, tentando disfarçar a surpresa.

     — Aqui está, Cutler — David disse, o tom casual de volta. — O banquete está servido. Pronta para o espetáculo?

     — Mais pronta do que nunca, Walker — Marjorie respondeu, pegando na pipoca e no refrigerante, e seguindo-o para a entrada da sala de cinema.

     Enquanto caminhavam lado a lado pelo corredor escuro, o som do burburinho do saguão desaparecendo atrás deles, Marjorie sentiu um frio na barriga, uma mistura de nervosismo e antecipação. As luzes baixaram-se quando entraram na sala, e o mundo lá fora pareceu evaporar-se, deixando apenas Marjorie e David na escuridão promissora do cinema. Que o filme e o que quer que fosse aquilo… começassem.

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