Capítulo 26 - Preocupações & Revelações.
~~<○MIGUEL○>~~
— Eu acho que eles combinam muito — Victoria fala enquanto olhava ambos dançando.
— Eles riem muito juntos, me pergunto sobre oque conversam e como se entendem tão bem? — Falo enquanto pegava uma outra bebida servida por um garçom.
— Só quero ver quando for a hora de jogar o buquê — Orion falava sentado numa cadeira com garfo na boca desfrutando um pedaço de uma torta.
— Não tenho interesse em me casar tão cedo assim — Falo junto com Victória.
— Ainda... — Meu avô fala.
— Mudando de assunto, vai mesmo entregar a casa para ele? — Olho meu avô.
— Francamente ela está abandonada por tempo demais, e afinal a mansão Lankaster não é o lar dele....Pare para pensar Miguel, ele nunca se sentiu em casa aqui, ele apenas aguentou por vocês e sua mãe...Ele odeia o pai com todas as forças, mesmo morto essa cicatriz que seu pai deixou nele nunca vai embora...Viver nessa casa não é algo que Nevil realmente quer, mas ele nunca vai contar, ele só não alugou um quarto em uma pousada próxima porque você pediu para ele ficar...
Eu olho para meu avô e desvio o olhar quieto sentindo um espinho na garganta, isso me deixou surpreso, será que eu estava sendo egoísta apenas para me beneficiar com Nevil? Ele realmente odeia essa casa...Deve odiar e eu nunca parei se quer para pensar nisso, ele aguentou ficar aqui por nós, mas oque o dono dessa casa, meu pai, o fez passar não é algo que eu me atrevi a pensar.
Óbvio que eu quando criança não sabia de castigos, ou do Nevil sendo tratado como um nada pelo meu pai ou alguns empregados que tentavam bajular meu pai de certa forma machucando Nevil, só descobri quando passei a ficar próximo do Nevil nos treinos e via alguns hematomas que tinha certeza que eu não havia causado com a espada de madeira.
Agora estava sentindo meu peito pesar lembrando dessa cena, eu não devia o forçar a ficar aqui, eu estava sendo egoísta e nem me dei realmente conta disso, o quanto estar nessa casa o machucava, cerro os punhos e respiro fundo:
— Me dê um minuto — Me afasto um pouco.
— Miguel — Meu avô tenta me chamar e apenas ergo a mão pedindo um tempo.
(....)
"Eu estou bem, eu estou...Que Droga Nevil, porque não falou nada!"
Eu parecia um insensível aos sentimentos do meu irmão, meu avô realmente sabia entender Nevil melhor que eu e agora parecia um grande babaca por não ter entendido isso, como fui esquecer de tudo....Eu me apoio no batente da varanda aos fundos da casa e pude ouvir passos enquanto fechava meus olhos ouvindo a porta da varanda ser fechada abafando um pouco o som da musica:
— Sou tão insensível assim? — Pergunto.
— Você não é insensível — Ela estende uma taça para mim e pego suspirando tomando um gole — Nevil esconde bem as coisas, não quer se ligar para o passado então óbvio que ele não iria falar, até seu avô tentou falar, mas você é teimoso e não ouve?
Ela dá um peteleco em minha testa e viro o rosto para ela segurando sua mão depressa estando com expressão fechada e viro o rosto:
— É sério...Você não entenderia — Solto a mão dela bebendo o resto.
— Seu pai fez alguma coisa pelo que entendi.
Aperto a taça e cerro os dentes com minha magia reagindo fazendo uma aura ficar ao meu redor com meu cabelo se agitando e ela recua um pouco e respiro fundo tentando me acalmar de novo com a aura parando e ela volta a se aproximar quando sinto um tapa forte em minha nuca me fazendo derrubar o copo:
— Chefe, perdão meu desrespeito, mas porque você se segurou!? — Ela me olhava irritada — Toda vez que um assunto chega a te incomodar você só engole e joga para o fundo! Como espera se recuperar assim, hein? Você pode ser treinado para não demonstrar emoções, mas estamos sozinhos e não tem que impressionar ninguém, francamente eu não sei se você é louco ou totalmente idiota!
Estava surpreso vendo ela explodir de uma vez comigo e logo ela vira o copo de uma vez e se senta no batente deixando o copo de lado cruzando os braços e as pernas, eu olho para ela e relaxo os ombros um pouco, era estranha, mas me mantinha calmo nessa situação:
— Desculpe, eu me acostumei a segurar tanto minhas emoções que hoje faço isso automaticamente Victória — Falo e me sento ao lado dela, talvez por estar meio zonzo ou por já ter bebido mais de uma bebida diferente, era melhor para mim falar de uma vez — Nossa vida nessa casa com aquele homem era um maldito inferno, Nevil era oque sofria mais...Mas como eu era um idiota cego querendo amor e atenção de um covarde, eu não sabia do que meu pai fazia! Quando começamos a virar irmãos eu tentei fazer isso parar e sabe oque aconteceu? Ele fez de tudo para nos afastar, nos forçava a estudar, estudar e trabalhar, ele me fez calar a boca de uma forma que nunca podia falar nada ou o pior acontecida, quer saber exatamente oque?
Começo a tirar as malditas luvas e logo ergo as mãos desfazendo o feitiço mostrando as costas das minhas mãos cheio de pequenas marcas de queimaduras feitas por charutos com chamas mágicas, ela cobriu a boca e eu ri cansado jogando as luvas longe:
— Eu fiquei tão aliviado quando ele morreu! Eu não estava aguentando mais! Mas não podia ser o fraco agora? Se eu não fosse o homem da família meus irmãos nunca teriam sua paz! E que belo irmão eu sou, nem mesmo pensei em como ele ia se sentir voltando pra essa maldita casa! — Falo deixando as mãos na minha cabeça já falando alto quase gritando de raiva, minha respiração pesou e meu peito doida demais — No fundo eu queria que meu pai tivesse morrido de uma doença e não minha mãe! Ela deve me achar um fra-
Sou interrompido por um abraço forte me fazendo perder o equilíbrio caindo sentado com ela tendo rosto contra meu peito:
— Victoria?
— Pode chorar...Não é fraco por isso... — Ela fala em um sussurro.
Eu tremi um pouco fechando minhas mãos e soluço abaixando minha cabeça e logo lágrimas embaçaram minha visão, apenas a abraço de volta como uma criança sentindo tudo vir de uma vez chorando, não iria gritar para não atrair gente para esse lado, Victoria apenas acariciava minhas costas quieta e respiro fundo conseguindo me acalmar um pouco minutos depois:
— Victória...Obrigado — Abraçava ela segurando seus ombros em seguida.
— D-Disponha — Ela sorri um pouco corada.
— Acho que tenho que me desculpar com meu irmão — Falo enquanto olhando em direção a porta onde ouvimos musica alta e ouço ela ri — Qual a graça?
— Depois tá bom, não seja apressado agora — Ela ri apoiando o rosto em meu ombro.
— Okay, okay... — Suspiro enquanto ajeitava meu cabelo olho as luvas do nosso lado.
— Isso dói? — Ela questiona segurando minha mão — Eu sei que tem anos, mas sem duvida devem ser doloridas..
— Na época de inverno é que incomoda mais, oculte oque foi danificado.. — Falo baixo e uma aura azul fica em minhas mãos fazendo as marcas sumirem — Eu prefiro manter elas escondidas, não gosto de lembrar disso...Mas não fica muito tempo oculto, então por isso uso luvas...
— Entendi, mas maquiagem também esconde e não precisa de magia sabe disso, né? — Ela questionou.
— Não precisa...Enfim, melhor voltamos para festa ou vão notar — Falo enquanto eu coloco minha luva ainda olhando adiante secando meu rosto esfregando um pouco.
Ela não responde e viro o rosto para ela, ela estava corada olhando para mim e sinto um leve frio da espinha olhando seus lábios alguns segundos:
— Victoria.
— Ah sim, vamos voltar — Ela levanta e eu acompanho com calma pegando as taça vazia e fazendo os cacos de vidro no chão sumirem logo e abro a porta.
— Você tem certeza que está bem? — Ela pergunta, mas antes de responder ouvimos vozes e a puxo de volta fechando a porta depressa.
— Alguns convidados devem estar andando por ai — Sussurro espiando pela janela perto da porta vendo algumas amigas da Catherine passarem — Por pouco nos pegam aqui sozinhos e..
— Miguel... — Ouvi me fazendo parar e olhar para ela.
Ela estava contra porta me olhando com o cabelo um pouco bagunçado pela puxada rápida e minhas mãos estavam perto de seu rosto enquanto ela me olhava corada e logo engulo em seco:
— Isso não está facilitando nada — Ela fala.
— Eu quem diga — Falo a olhando.
— Bem, vamos logo com isso então — Ela fala puxando minha gravata.
Eu não espero mais roubando o beijo dela e ela puxava minha gravata enrolando em sua mão enquanto minhas mãos estavam contra porta sentindo o sabor dos seus lábios:
Seguro sua cintura a puxando para perto durante o beijo, ela não me soltava de forma alguma e eu muito menos queria soltar ela, logo separamos o beijo com a respiração ofegante e olhos focando um no outro:
— Uou...Você ainda é parado nos relacionamentos por que mesmo? — Ela pergunta cobrindo a boca.
— O que?
— Nada — Ela riu ajeitando o cabelo para trás da orelha e pegou um lenço — Melhor limpar seu rosto antes de voltarmos, está sujo de batom..
— O seus lábios estão borrados também — Falo enquanto limpava minha boca.
— Já me ajeito, bem acho.....Que nosso acordo deixou de ser um acordo nesse momento — Ela sorri e seguro seu rosto e me olhou e sorriu de forma desafiante — Dê o seu melhor então senhor Lankaster...
— Bem, vou me esforçar então senhorita Victoria — Sorri.
Terminamos de nos ajeitar e abro a porta deixando passar, ainda sentia o sabor dela em meus lábios com as bebidas anteriores misturadas, realmente nós paramos de fazer disso um acordo e virou uma relação ainda sem saber exatamente até onde isso iria, e eu queria saber até onde iriamos:
"Talvez eu esteja ficando louco"
~~<○CATHERINE○>~~
— Meus irmão vivem as história de amor deles e eu ainda busco o meu, francamente quero só sair e me divertir um pouco...Não penso em casar cedo como Nevil obviamente, mas quero talvez conhecer pessoas — Falo enquanto mordia um doce.
— Te entendo bem, sabe meu irmão acabou de chegar, mas sem duvida está saindo com alguém também, ele sempre foi do tipo namorador e Atena está casando hoje — Elizabeth falava suspirando cruzando os braços — Eu também não estou com pressa e de uma forma ou de outra sei que meu pai vai me oferecer em casamento também quando achar alguém que ele queira.
— Lamento por isso — Falo e ela ri.
— Não, tá tudo bem...Já me preparo mentalmente para isso, eu sei que todos pensam que eu sou ingênua e não sei muito...Mas sobre contratos desse tipo de casamento eu sei bem, se duvidar posso supor que meu pai quer me juntar com o filho mais novo do lorde Sullivan — Ela continua.
— Até já sabe disso?
— Eu tento me dar bem com todos por isso, consigo saber muita coisa...Francamente Catherine eu sinto um pouco de inveja da sua família...Comparada a minha é bem mais calma, meu pai e minha irmã se odeiam, meu irmão o despreza, minha mãe está louca e eu tento manter a família meio unida como um pilar...Às vezes isso me cansa demais — Ela pega uma taça de vinho.
— Sinto por isso, mas francamente nem tudo aqui eram maravilhas, meu pai não era a melhor pessoa também...Como eu achava que era..
— Eu posso imaginar Lankaster e Monsted são famílias rivais entre o poder nessa cidade, nossos pais se detestavam e viviam disputando entre si — Ela continua.
— Nem me fale, mesmo criança eu lembro de meu pai falar por horas sobre como iria superar o seu pai e sairia como vitorioso, porque eles apenas não se ignoravam como gente normal? — Pergunto a fazendo rir.
— Eu não sei, mas estou feliz que agora somos parentes hein — Ela ri erguendo a taça.
— Realmente, eu acho que isso é bom para as famílias e pararem essa richa idiota...Eu apenas quero aproveitar, meu irmão finalmente está de volta, se casando com uma das minhas melhores amigas e sem dúvida vai ficar....Minha felicidade em ver ele feliz não pode ser medida — Eu solto isso olhando Nevil abraçando Atena enquanto ela sorria.
— Eu sei como é, só vai ser um pouco chato voltar a não ter minha irmã em casa.
— Ah, meu avô planeja dar uma propriedade dele aqui caso queira saber — Falo e ela me olha.
— Jura? Que bom, vou poder visitar ela bastante, pode ser divertido — Ela sorri.
— Pode vir me visitar também, ou vamos juntas mesmo, eu também não faço muita coisa mesmo — Falo dando de ombros.
— Combinado — Ela sorri para mim.
— Feito, ah seu irmão parece ter ficado encurralado — Aponto para ele falando com minhas amigas rindo claramente sem jeito.
— Puxou os genes de beleza da família, é tanto uma bênção quanto uma maldição — Ela se finge de dramática.
— Hahahaha — Começo a rir cobrindo a boca.
— Heh, eu sei que ele está é gostando...Falo sério, se nosso pai estivesse aqui ele nem estaria rindo daquele jeito — Ela fala.
— Pena que ele saiu cedo, nem viu seu irmão chegar — Falo cruzando os braços.
— Acredite foi melhor assim, não gostaria de ver confusão no casamento da nossa irmã — Ela rebate — Sério, meu pai e meu irmão não conseguem ficar um segundo sem discutir.
— Então foi até bom, eu sei que ele não gosta muito do Nevil — Falo enquanto ela suspira.
— Eu sei disso, depois do que vi até eu tenho certo medo admito...Meu pai não gosta mesmo dele — Ela fala.
— Não fico surpresa, mas não diria medo, acho que seria desespero — Falo baixo.
— O que? — Ela questionou.
— Nada..
Olho ao redor vendo o professor do meu irmão em um canto girando uma taça nas mãos falando com meu avô e ele vira o rosto para mim no mesmo segundo que desvio:
— Ele é estranho — Elizabeth se inclinou um pouco o olhando e seguro os ombros dela.
— Que?
— O homem da cicatriz — Ela passa o dedo no rosto imitando a cicatriz que ele tinha atravessando seu olho.
— Para de olhar — Pedi e ela ri.
— O que? interesse? — Ela pergunta.
— Até parece — Falo cruzando os braços — Mas ele é um professor, gostaria de aprender algumas coisas sobre magia.
— Legal, mas porque? — Ela pergunta.
— Digamos que...Porque eu não posso, que quero aprender algumas coisas — Ri.
— Você ainda faz coisas escondidas dos seus irmãos, não é? — Ela deixa as mãos na cintura rindo.
— Até hoje nunca contei que aprendi magia de combate de nível prata — Sussurro.
— Sortuda, ainda estou em bronze — Ela sussurra.
— Suspeitei, você cortou o cabelo no verão passado, magia de chamas se espalha rápido...O cabelo é a primeira coisa que nos preocupamos.
— Minha professora me recomendou, eu só disse que queria um novo estilo para todo mundo Catherine — Ela fala.
Rimos juntas cobrindo a boca, obviamente nos dias de hoje fazer bordados, aprender outra lingua ou tocar um instrumento era pouca coisa para nós...Nossas famílias tinham que ter coisas a esconder e pessoas que queremos proteger.
Volto a olhar aquele professor e congelo vendo aqueles olhos verdes focado em nós duas com um sorriso de canto e a saia do meu vestido se agitou um pouco e seguro ela vendo uma brisa verde passando pelos pés dos convidados e logo chegar no braço dele subindo e tomar forma de uma doninha de pelos verdes com a calda agitada tendo a ponta parecendo ligada a uma lâmina curva e as garrinhas parecendo lâminas finas furando uma ameixa oferecida pelo dono:
"Um Kamaitachi...O familiar dele é um mitológico."
Estava em choque, quando alguém tem um mitológico como familiar significa que o nível de magia dessa pessoa era extremamente alto pois a pessoa sem dúvida teria ligação, mesmo que mínima, com os primeiros herdeiros da magia quando ela surgiu nesse mundo:
"Meu deus...."
(....)
~~<○ATENA○>~~
Estava anoitecendo e ajeitava o buquê em minhas mãos sentindo as moças da festa se reunindo aos pés da escada, eram as últimos momentos da festa e estava revirando os olhos nessa tradição boba, ainda mais porque eram um buquê de flores feitas pelo meu marido agora, era difícil para mim querer soltar:
— Muito bem moças! A noiva vai jogar o buquê! — Catherine falava e as moças estavam animadas.
— Dai-me paciência — Suspiro erguendo o buquê — Um! Dois! Três!
Jogo o buquê ouvindo elas animadas tentando pegar e viro segurando a saia do vestido com meus pés doendo um pouco por estar tanto tempo em pé com o salto alto e vejo mãos segurarem o buquê erguidas:
— Peguei — Ouvimos.
As garotas se afastam mostrando Elizabeth segurando o buquê abrindo os olhos devagar parecendo ter sido pega se surpresa e ela logo jogou para trás também erguendo as mãos rindo:
— Desculpa! Eu não! — Ela ri com as garotas quase pegando com o buquê caindo no colo de Victoria a fazendo corar segurando o buquê.
"Acho que teremos outro casamento em breve"
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Miguel e Victoria são meu casal favorito!
Sem dúvida um casal que todo mundo gosta né?
Catherine e Elizabeth tem segredinhos hein Kkkk
Acho que essas famílias tem muito oque esconder.
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