CAPITULO - 1
Era por volta das cinco da manhã, meus ouvidos explodindo apenas com os fones nos ouvidos, é ontem meus pais brigaram novamente, e sempre é por motivos bobos, mas bem, é a vida.
Me levantei com a "maior vontade do mundo", andei calmamente até a minha porta, encostei minhas mãos levemente na maçaneta, porém, com relutância desisti de abrir, olhei para minha escrivaninha, desviei meu olhar para minha janela, e não havia mais graça nelas, nem em nada ali. Quando eu tinha meus três anos, eu imaginava um jardim maravilhoso diante a minha janela que eu chamava de meu, e na escrivaninha, eu via uma cidade bem pequena cheia de fadas, pessoas, pessoas bem pequenas, eu os chamava de ..... [...]. Na verdade não me lembro como eu os chamava, por incrível que pareça eu esqueci. Eu só lembro, que o jardim diante minha janela era lindo, que pena que eu não o vejo mais.
Ah, e mais uma coisa, em minha parede havia fotos, sem eu nem mesmo saber quem eram aquelas pessoas que estavam comigo naquelas fotos e que momentos foram aqueles, elas pareciam divertidas, e todos os dias elas estavam na sala da minha casa, fazendo eu me esforçar para me lembrar delas, me fazendo querer lembrar delas e dos momentos que havíamos tido, e de tudo pelo que um dia eu passei na minha vida.
"Vida". A minha "Vida", eu não me lembro de nada do que me aconteceu até os dias de hoje, eu apenas lembro da minha infância, praticamente eu só me lembro das coisas mais marcantes, que realmente me marcaram, das quais eu me sentia muito feliz ou muito triste. Mas para eu me lembrar era bem difícil, e quando eu me lembro não sai da minha cabeça por nada. Eu tento me lembrar do que havia acontecido todos os dias, porém não sei porque era tão difícil me lembrar de uma coisa qualquer que já tinha acontecido, e exatamente não sei o porque de todos me olharem e me vigiarem o tempo inteiro, isso me dá arrepios, e fico com um certo medo, talvez seja pelo o grande fato de eu ter perdido a minha memória.
Enquanto eu pensava todas essas "bobeiras", ouvi alguém na porta bater.
_Ei Cler, Bom dia. - disse a Jooe, a empregada lá de casa que por sinal já era considerada da família, ela tratava todos com tanto amor e carinho e eu gostava dela.
_Ei Jooe. - eu respondi. - com seus olhos ela me olhava tão estranhamente que não sabia ao menos como reagir.
_Trouxe seu café. - disse ela colocando sobre minha cama.
_obrigada Joee. - eu apenas agradeci por esse esforço que ela fez em trazer meu café da manhã até ao meu quarto, não estava com nenhuma vontade de comer, nenhum tipo de comida me satisfaziam naquele momento.
Ela me comprimentou mexendo a cabeça, e virou as costas para se retirar do quarto. Porém ela deu dois passos para trás e se virou novamente para mim e disse;
_ Eu já ia me esquecendo, sua mãe disse para te comunicar para comer e descer logo, porque aquela sua "psicóloga" está lhe esperando como sempre lá embaixo.
Eu agradeci a Jooe, e logo ela saiu do quarto.
Depois de tomar café, escovei os dentes e abri a porta do meu quarto, uma coisa que para mim era tão difícil de se fazer quanto estudar para dez provas de uma vez, sim eu sei, isso parecia apavorante, porque quando eu abria aquela porta, até parecia um mundo imaginário onde eu tinha criado personagens que nem eu mesma me lembrava mais. Era tão estranho, mas mesmo assim andei até a escada onde do lado direito tinha um banheiro e do esquerdo mais dois quartos, coloquei as mãos no corrimão e com muita dificuldade desci todos aqueles degraus.
_Bom dia meu anjo. Me disse uma mulher dos cabelos longos, e bem bonita por sinal. Aquela dizia ser minha mãe, uma pessoa bem agradável das quais eu sentia amar.
_Bom dia, M....m...mãe ? disse gaguejando.
_muito bem meu anjinho, estou tão feliz que você está se recuperando tão bem. A Dr. Jane está a sua espera na sala de estar. E la fui eu novamente como quase todos os dias da semana,onde ela me enchia de perguntas, que deverás eu não queria responder.
_Bom dia Dr.Jane, disse eu com gentileza e delicadeza.
_Bom dia Cler, como você está ? Lembrou de algo ?
_Estou razoável, tive sonhos horríveis ontem a noite. Disse passando a mão em minha nuca, no meu cabelo meio desarrumado.
_Me diga tudo, como foi...
_bom, eu sonhei com um homem de preto em meio uma estrada e um carro, isso é oque eu sinceramente me lembro do sonho.
A Dr.Jane e a mulher que eu chamava de mãe, cujo nome era Sr.Khatarine, como todos os chamam, ambos se entreolharam com os olhares de emoção.
_ minha filha, pode se retirar se quiser.
Achei meio constrangedor ela falar daquele modo, pois mesmo assim logo me retirei daquela sala onde eu mesma não me sentia confortável.
andei pelos corredores que tinha vários retratos nas paredes, eu não me lembrava de nenhuma daquelas pessoas, mas gostava de olhar aquelas fotos e apreciar a beleza que tinha em cada um e gostava de imaginar o que cada um ali era para mim e os momentos que eu pude ter com eles mesmo não sabendo quais. Bom olhei para frente e continuei andando, até que me esbarrei na Jooe.
_Jooe me desculpe, estava extremamente destraida. - disse olhando para ela com uma carinha de cão arrependido, me ajoelhei ao chão e ajudei ela a pegar as coisas que caíram, por curiosidade perguntei oque era aquilo.
_ah, filha pare de encomodar a Jooe. - disse minha mãe se aproximando de onde nós estávamos.
_De modo algum Sr.Khatarine. - retrucou Jooe
Passei por minha mãe e susurrei nos ouvidos de Jooe.
_ Me desculpe se fui estrambelhada, coloquei a mão em minha boca e dei uma risadinha boba.
Ela me olhou e deu uma piscadela com seu olho direito, sorriu e foi se embora entre aquele corredor gigante com aquelas coisas na mão, queria saber o que era, mas em vez de ficar curiosa e tentar imaginar mil coisas que poderiam ser.
Resolvi ir á um quintalzinho bem pequenininho porém bem aconchegante, lá ficavam a Loola e o Piquerrucho, eu os chamava desse jeito, eram meus dois cachorros, Loola Bem peludinha e o Piquerrucho era bem levadinho era grande e quando me via logo subia em cima de mim me jogado ao chão mas mesmo assim era fofo. Eu andava de muletas e eles lembiam meu rosto e eu sempre caia no chão, porém era tão bom que nem reclamava do que havia de passado nem podia reclamar, ficar com eles era tão bom que me destraia daquele povo todo.
_vem pequerrucho e Loola, disse percebendo que eles estavam sem comida e sem água, logo peguei ração e coloquei água para eles, eles ficaram todos bobinhos.
Fico imaginando o que se passa na cabeça desses cães.
Avistei uma cadeira de balanço e logo fui andando bem devargazinho até ela, me sentei e coloquei as muletas na parede.
Derrepente ouvi um barulho de porta se abrindo, Era um velhinho que sempre andava por aquele quintal gramado, aquele era meu avô eu amava aquele velhinho de cabelos brancos, do qual era o único que me lembrava e abraçava todos os dias em modo carinhoso, era tão bom ver aqueles cabelinhos brancos que sempre me contava histórias, assustadoras e as vezes bem românticas, adorava meu avô e as caretas que ele fazia enquanto contava aquelas histórias e eu sorria. Ele me deixava animada, uma das histórias dele foi sobre um homem que virava cavalo, sim era visível que eram coisas articulamente inventadas por meu avô mas ele fazia parecer ser tão real quanto nós mesmos, então esse homem de cabelos longos e de sombrancelha bem peluda se apaixonou por uma mulher que por um acaso apareceu na mata enquanto ele se transformava, ele observava ela todos os dias, enquanto ela sempre estava em baixo de uma árvore escrevendo algo em seu caderno, ela por um acaso tinha parado de aparecer naquele local todos os dias como sempre fazia naquele horário, então ele foi a procura dela.
- Vishhhh...[...] Uma longa história que só da para ser contada pelo meu avô, com aquelas caretas estraordinariamente engraçadas e mostrando esperteza do lado de meu avô, gostava disso nele.
Se aproximando de mim ele me observou balançar na cadeira e logo disse:
- Em vez da senhorita ficar aí balançando nessa cadeira com uma cara deprimente, porque não ajuda seu avô a regar a plantação de Margaridas em ? _ Perguntou a mim e logo disse que sim, meu avô tinha uma plantação linda de Margaridas, eu gostava de ir lá pra me esconder e pensar um pouco, lá é um ótimo local para isso.
- Claro que sim Vovô, só vou colocar uma roupa descente, o senhor me espera ?
- Claro minha querida.
Me levantei e subi rapidamente para meu quarto, onde me encontrei com Jooe.
- hm, deixa eu adivinhar, vai dinovo para plantação de seu avô ?
-Acertou. Se entreolhamos e demos risadas.
-Bom vou me trocar, e logo logo vou, Você pode avisar a mamãe ?
- Mas e claro que sim Cler, vá tranquilamente.
Abri a porta de meu quarto que estava totalmente vazio, só havia uma escrivaninha, uma cama e paredes brancas, troquei minha roupa, coloquei um macacão amarelinho e amarrei meu cabelo em rabo de cavalo. Em seguida, desci as escadas delicadamente e devagar para não me machucar novamente que nem semana passada que caí dessa escada. Uma tragédia bem engraçada porém preocupante, uma longa história. Meu avô estava me esperando todo sorridente e me ajudou a descer o último degrau.
- Vamos minha querida ?
- Vamos vovô.
Caminhamos bastante até chegarmos até lá, era alguns metros bem pequenos de casa, porém cada passo valeu a pena, pois o que os meus olhos viam era incrivelmente maravilhosamente bonito.
Tinha uma cerca que meu avô abriu e entramos, estava tudo realmente muito bonito. Entramos em uma cabana que tinha no meio de todas as flores, e pegamos dois regadores começamos a regar as flores. No silêncio dava para ouvir o vento batento nas flores e fazendo elas balançarem, eu paralisei observando as flores balançarem delicadamente e surpreendentemente meus olhares foram apenas para uma flor bem bonita e a maior de todas as outras, nela deparei com uma joaninha bem bonita, e me fez pensar como a natureza era bonita e de como é imprevisível tudo isso.
- Cler ? -Perguntou meu avô sem ao menos entender porquê estava parada observando uma flor.
- Me desculpa Vovô, estava destraida pensando e observando aquela Margarida.
-Oh que linda. - diz ele suspirando.
- quer levá-la ?
- Sério vovô ?
- Sim querida.
- Ah, fico lisonjeada e totalmente feliz, vai ficar linda no meu quarto.
Depois de regarmos todas as margaridas e eu pegar a Margarida que Vovô havia me dado com todo o amor do mundo como se fosse algo grande, deixamos os regadores em cima de um banquinho, e saímos de lá.
Chegando em casa, bem ofegante e cansada, logo me sentei no sofá e respirando fundo ouvi a voz de uma mulher bem alto.
Era minha mãe brigando com o Vovô por ele ter me levado até lá e também pelo meu estado não muito bom.
- Mamãe não brigue com o vovô, eu que quis ir lá.
- CLER ESTÁ FICANDO LOUCA ? OLHE BEM O SEU ESTADO PARA VER SE ESTÁ BEM PARA IR PARA PLANTAÇÕES IDIOTAS. - minha mãe disse aumentando o tom de voz.
- Mamãe não é uma plantação idiota, eu amo ficar por lá, pelo menos eu me sinto bem e não tenho que ficar ouvindo e nem vendo pessoas me olhando e falando de mim, e nem me tratando como um bebê, e vê se se acalma.
-Tchau vovô, fui até ele, dei um abraço nele e um beijo em sua bochecha grande e fofinha, disse que o amava e que logo logo voltaria lá.
Subi para o meu quarto e minha mãe me olhava com uma cara de arrependida e ao mesmo tempo de brava por ter falado a grande realidade na cara dela.
Chegando em meu quarto, abri a porta e me joguei na cama e comecei a chorar, até que eu ouvi um barulho e fui até a janela para ver o que estava acontecendo.
Era um garoto se aproximando da minha casa, cantalorando com fones de ouvido, comecei a rir dele e ele olhou para janela, e me devolveu um sorriso bem simpático, ele fez um sinal para que eu descesse até a rua, confesso que fiquei com medo,mas, por ser curiosa fui até lá.
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