Capítulo IX
O barulho estrondoso e um forte clarão iluminou toda a residência. Dalila sentiu um nervoso extremo e seu coração pareceu querer sair pela boca, seu corpo automaticamente se arrepiou por inteiro e seus olhos se arregalaram. Gotas de suor escorreram por seu rosto, sentiu-se febril e extremamente assustada — Não pode matar o demônio — aquelas palavras a fizeram estremecer.
O fazendeiro estava parado com o revólver em suas mãos. O mesmo não conseguiu ao menos respirar, estava assustado demais. Enquanto Bálder sorria de forma medonha. Ele abriu a boca e seus dentes estavam pontiagudos, sua cicatriz ainda maior e havia ossos pontudos saindo das linhas temporais do homem.
A dona de casa que era evangélica desmaiou. Nem o som dos seus sessenta e cinco quilos rolando pelas escadas de madeira fizeram o marido conseguir sair do lugar. Ele se tremia por inteiro.
— Acredito que tenha algo que me pertence — esticou os braços.
Ele não conseguiu abrir a boca para falar mais nada. Bálder girou sua cabeça para o lado direito. Passou a caminhar em direção ao homem. A tensão foi percorrida no ar, outro trovão do lado de fora, tão estrondoso que fez a casa tremer. A cada passo do demônio, mais Dalila tremia. Outra vez o fazendeiro se pôs a atirar, aquelas balas pareciam ser de confete, faziam com que Bálder sangrasse, mas não faziam com que ele se sentisse vulnerável, além disso, seu sangue aparentava ser negro.
— O que foi? O gato comeu sua língua? — ele deu um tapa na arma do sujeito, fazendo com que ela caísse para longe.
— V-você... não... eu... — o homem estava babando.
Bálder envolveu suas mãos ao redor do pescoço do homem. O fitou no fundo de seus olhos. O fazendeiro viu coisas horríveis através de seu olhar. Dor e sofrimento. O homem se sentiu fraco, empalideceu-se e ficou extremamente vulnerável.
— De longe eu pude sentir seu cheiro — apertou ainda mais suas mãos contra o pescoço dele. Suas unhas estavam negras cravadas na garganta do mesmo. — cheiro de alma corrompida.
O ar gélido com odor de sangue adentrou as narinas de Dalila. Queria se levantar, mas seu corpo estava extremamente dolorido, além de estar quente. Pode ouvir a tentativa do estuprador gritar, inutilmente. Bálder arrancou a traquéia dele, fazendo com que um esguicho de sangue molhasse sua blusa e com que o homem tivesse uma tremedeira no corpo. A cena foi horrível de ver. Um homem de cerca de um e oitenta, no chão, com a garganta exposta.
— Queria ouvir seu grito, mas infelizmente vocês são fracos demais.
Se direcionou para a senhora caída nas escadas. A mulher estava no fim, deitada, machucada, descabelada e desacordada. A queda havia feito com que ela não tivesse chances de escapatória. Bálder a pegou pelos cabelos. Observou bem seu rosto marcado, ele revisou seus olhos. Colocou a mulher nas costas e seguiu na direção da pobre Dalila.
— Senti saudades, menina fujona.
Dalila se sentiu fraca, sua visão se escureceu e ela perdeu os sentidos, tudo ficou escuro.
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— Bem-vindo ao parque do diabo.
Você pode pisar onde os demônios jogam. É o seu candyland, onde sonhadores dançam. E eu prometo que é seguro 🎶 — a jovem abriu seus olhos de uma vez. Ela estava amarrada, de pé, nua e com sua boca tapada. Em sua frente, a dona de casa, no mesmo estilo do dela. A mulher estava com o cabelo preso e poucos fios grudados em seu rosto.
Bálder estava com uma veste diferente da qual ela costumava o ver, era mais humano, agora não, agora ele estava com um casaco de couro preto e calça do mesmo tecido, seu cabelo estava bagunçado e seu sorriso estava ainda mais maquiavel. Ele estava cantarolando uma música de The Rigs.
— Parece que foi feita para mim, não acha? — passou suas mãos pelo rosto da vítima.
Ele caminhou ao redor das duas. O lugar o qual estavam era escuro, com uma luz amarelada que deixava-o com um ar sombrio, pingos de água caiam em algum lugar dali. Dalila tinha seus punhos acima da cabeça, presos em uma espécie de gancho. Ela percebeu não ter mais febre e nem mais sentir dor nos cortes, assustou-se.
O homem foi até a mulher que estava na frente de Dalila. Ela passou a se mover na tentativa de se soltar. A menina quis gritar, não queria ver mais pessoas morrerem, ainda mais por causa dela, se ela não tivesse fugido...
— Samira, doce e perversa Samira — tocou o rosto dela, que tentou desviar-se. — nossa querida Lila deve estar imaginando que tu és uma alma inocente, sinto tanto em desapontar-te Lila. Mas nossa Samira tinha apenas cinco anos quando matou o Stuart, lembra? Pobre gatinho, mas claro que ninguém a culpou, afinal, era apenas uma criança — os olhos dela se arregalaram. — entretanto, você não parou, não foi? Era bom ver aqueles seres inocentes sentindo dor, não era? — gemeu alto tentando o fazer ele se calar. — foram tantos animais mortos por um ser cruel como você, que diz ser filha do ser celestial maior que existe... infelizmente terei de cuidar de você de forma mais séria do que da nossa doce Dalila.
Ele retirou de dentro de sua blusa uma faca. A mulher se mexeu freneticamente em busca de tentar se soltar, todavia o seu esforço só fez com que ele sorrisse. Aproximou a faca da barriga dela e pressionou fortemente. Uma pequena parcela de sangue começou a escorrer por sua bacia. Ela gemeu ainda mais alto.
— Calma, eu ainda nem comecei — foi até um armário que ficava grudado a parede e de lá pegou uma vela e fósforos. — gosto desse tipo de brincadeira, um tanto medieval, mas eles eram minha pura essência, filhos meus, que deram origem a pessoas como você.
Com a mão esquerda ele acendeu um fósforo e colocou na ponta da vela, que ficou em vermelho alaranjado. Caminhou na direção da mulher que ainda tentava se esquivar, mas não conseguia, por conta da forte amarra que estava a prendendo. Retirou dela uma tira de couro, após feito isso, pingou a cera que escorria por sua vela. Viu ela então se mexer de forma incontrolável. Sua risada foi gigantesca, ao ponto de fazer Dalila que apenas assistia sentir um enorme arrepio por todo seu corpo.
Ao fundo, era possível ouvir alguns gritos, aparentemente estava próxima a sua antiga prisão, naquele corredor sem fim, o mesmo que ela tentou fugir outra vez. Além das gotas de água que caiam em único som. Pensou por um momento que Bálder fosse a matar.
— Lila, eu não te mataria sem antes tirar o melhor de você — ele pareceu ler seus pensamentos, foi ai então que ela teve certeza, Bálder era o próprio demônio encarnado. — antes que sinta pena do que estou fazendo com essa maldita, gostaria de dizer que ela e seu marido iriam lhe fazer igualmente o que faço aqui.
Seu coração ficou inquieto, além de ter sentido naquelas palavras um tom de verdade. O marido tentou estupra-la e o que viria depois? Nada era pior que sentir sua alma sendo manchada e ao poucos ir perdendo sua integridade e força de vontade de viver.
Antes de tudo, Bálder levou a vela até os cabelos presos da mulher, começaram a queimar por pouco. Viu uma lágrima cair do rosto dela. Lhe desferiu um tapa no rosto.
— Lembra quando tu queimaste aquele ratinho numa fogueira, junto dele todos seu filhotes? — ele se distanciou delas e foi novamente até seu armário. Pegou um litro preto e voltou a se direcionar as duas. — sempre ouço minhas obras-primas me rogarem pragas, dizem que eu irei pagar no fim da vida o que fiz com elas. Mas como o demônio não morre, irei continuar o fazendo sem culpa. Deveriam me chamar de justiceiro, visto que a única pessoa a qual eu devo importunar são seres imundos como vocês duas.
Após proferir essas palavras, a banhou com o líquido dentro do recipiente. O cheiro de gasolina se espalhou rapidamente por todo os quatro cantos daquele mausoléu, assim o considerou, por conter um cheiro de morte. Ainda na tentativa falha de fugir, se moveu desesperadamente. Ele pegou em suas mãos a caixinha de fósforo é a acendeu, lançou contra a cabeça a mulher o palito aceso. O fogo se espalhou rapidamente. Enquanto Dalila chorava desesperadamente por ver aquilo, o demônio sorria.
Aos poucos a carne da Samira foi sendo queimada, ainda com ela viva, desesperada se movendo de um lado a outro. A cena foi horrível, assustadora e traumatizante.
— Não se sinta mal, Lila. Ela era pior que um verme. Além disso, ela é pior que você — ele se levantou e foi em sua direção, ao lado de seu ouvido, proferiu algumas palavras. — e você será a próxima. Então aproveite o show.
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