Era estranha a sensação de ter vivido aquele dia, um déjà vi, a estranha sensação de ter perdido algo importante.

Jogara bola com a trupe JMNF, mas a incessante sensação de que algo, que deveria acontecer, não aconteceu, ainda estava ali.

Me arrumara para ir à escola, e nunca antes eu olhara para minhas coleções e sentira falta de algo, mesmo checando tudo, ainda parecia que faltava alguma coleção, ou algum objeto. Fui até a minha mesa onde um pequeno diário repousava, peguei-o e abri numa página amassada, um rabisco em palitinho ocupava todo o espaço e só aumentava o déjà vu.

Eu achara que a escola seria chata como sempre, com os professores a falar coisas que os alunos nunca se lembrariam e depois cobrariam um assunto totalmente aleatório em suas provas, mas eu me surpreendi, a diretora da escola viera até a nossa sala e apresentara um aluno novo, seu nome era Thomas, sua feição me era familiar, ainda mais pelo seu Black Power que, de imediato, me hipnotizou.

O garoto se sentou ao meu lado e quando falou um oi! discreto eu soube que o conhecia de algum lugar, mas de onde?

Mas tarde, naquele mesmo dia, eu e Felipe voltamos correndo para casa, nossa mãe tinha nos prometido um refeição de brilhar... Fora exatamente essas palavras que ela usara.

— Chegamos mãe! — Anunciara Felipe abrindo a porta para que eu passasse.

Nossa mãe já arrumava a mesa, já colocara os pratos e os talheres.

— Tomem um banho e desçam aqui para o banquete.

Não demoramos no banho, mas quando descemos vimos a casa toda decorada com o tema estrela e um lasanha na mesa, também com esse desenho.

— A vocês dois... Por sempre estarem juntos! — Anunciara minha mãe pegando uma garrafa de refrigerante e uma garrafa de vidro, a qual continha vinho, e as colocou no centro da mesa, a garrafa de vidro brilhou tão forte quanto uma estrela e logo em seguida sumiu, eu e meu irmão ficamos boquiabertos sem saber o que havia acabado de acontecer.

— Vamos comer! — disse minha mãe se sentando a mesa.