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1950

Em 1950 Getúlio Vargas é eleito Presidente do Brasil pelo voto direto. Considerado o "pai dos pobres", Getúlio Vargas até hoje foi o único presidente a chegar ao poder pelas duas vias: Indireta e Direta.

            Também foi no ano de 1950 que mais se vendeu televisores no Brasil, da década de 50. Com o advento da copa do mundo no Brasil, as famílias mais ricas compraram suas televisões. O rádio teve nesse ano, seus anos dourados.

           As músicas de Elvis Presley tocavam todos os dias. Os nossos artistas brasileiros, os cantores, começaram a usar pseudônimos em inglês para que o público nacional acreditasse que eram "importados".

             A Guerra Fria começa a pipocar no mundo civilizado, nos anos 50 do século passado. Porém, foi no dia 23 de agosto de 1950, que dois casais chegam andando na cidade Brechó.

          A população local estava beirando as 5 mil pessoas. O comércio local era a indústria do tecido e a criação de animais.

             Os dois casais param em frente a estátua de Zumbi dos Palmares e ficam em silêncio por muito tempo. Um deles olha para os lados para saber se foram notados.

           E logicamente que são notados. Os homens tem cabelos claros e são brancos. As mulheres, tem os cabelos curtos e usam para escândalo da cidade, calça comprida.

            A moda desse ano, era os homens usarem camisas brancas, iguais as de Marlon Brandon e as mulheres vestidos florais ou saias a cima dos joelhos.

          O padre local, chamado de Padre Leléo, abreviação do nome "Levi Leonardo", 75 anos de idade e pai de uma filha, caminha na direção das visitas.

— Boa tarde. Sou Padre Leléo.

          Os quatro levantam as cabeças para o céu. O homem de óculos escuro de lente redonda e cinza, camisa xadrez e calça de linho branca responde:

— Boa tarde, padre. Somos da capital e estamos procurando um local para morarmos e nós estabelecermos.

              O Padre Leléo acha estranho. As 4 pessoas chegaram andando, embaixo de um calor escaldante de mais 40 graus e querem se instalar numa cidade que tem 10 máquinas de tear, onde fazem os tecidos para venda nas capitais e o gado que vem passando fome com a seca.

— Sem querer ser rude...

— Não gostam de estranhos! Já sei.

— De forma nenhuma! Não temos problema quanto a isso. É que tudo aqui em Brechó é muito atrasado, comparado com a capital. E saber que estão procurando um lugar para morar e se estabelecerem... é inusitado.

— Entendemos. Pelo visto a cidade não tem uma estalagem.

— Podem ficar na casa paroquial pelo tempo que quiserem, até encontrarem uma casa para morar.

— Agradecemos sua hospitalidade. Eu me chamo Paulo Santos, essa é minha esposa: Claudia Santos e meu irmão Alfredo Coutinho dos Santos e sua esposa Tânia Coutinho dos Santos. Somos da Chapada Diamantina.

— Prazer, sejam bem vindos à Brechó.

— O prazer é nosso.

— É só você quem fala? — Dito isso pelo Padre Leléo, os quatro visitantes gargalham e depois param abruptamente.

— É que sempre escolhermos um para falar por todos. — Responde o segundo homem do grupo. Ele é um pouco mais alto e seus cabelos são claros e lisos. Parece uma peruca. — Como somos viajantes e não queremos ficar todos falando ao mesmo tempo, sempre organismos antes quem falará pelo grupo.

— Só mais uma coisa a casa é pequena, mas aconchegante.

— O senhor não ficará chateado se ficarmos lá? Quantos quartos tem?

— Eu não moro na casa paroquial. E são 2 quartos. Volto a falar, a casa é simples!

— O importante é passarmos a noite. Não é pessoal? — Todos balançam as cabeças em sincronia, confirmando o "sim".

O Padre Leléo pergunta sobre as malas, e recebe o silêncio como resposta. O vento quente passa por eles levantando a poeira amarela das ruas de barro.

— Quem é aquele negro? O da estátua de madeira? — Pergunta Alfredo.

Pela primeira vez, desde o nascimento de Débora, o Padre Leléo sente o coração ferver de raiva. A forma como o homem que parece usar peruca fez a pergunta, ganhou do padre o peso da não resposta.

A casa paroquial não fica longe de onde se encontravam. O silêncio segue os cinco como a sombra das três da tarde.

O Padre Leléo puxa do bolso esquerdo da batina, um moio de chaves grandes. Parece que andar com dezenas de chaves, iguais aquelas que abrem calabouços, seja prerrogativa para ser um clérigo.

— Por que usa essa roupa nesse calor?

Pela primeira vez, a voz de uma das mulheres é ouvida.

— A minha batina preta é o símbolo da morte e da minha renúncia em servir o Cristo.

— Poderíamos usar a cor preta, Paulo. — Sugere Alfredo cinicamente.

O Padre Leléo, escuta o som inconfundível de uma tapa bem dada por mulher. O estalo é único. Diferente. Queima as veias... não se enganem, a mulher sabe bater e não bate fraco.

— Não percebeu que ele não gosta dos seus comentários, seu imbecil?

— Tânia... da próxima vez que fizer isso eu quebro seu braço. — A mulher não dúvida do que seu parceiro diz, mas não recua um centímetro da frente dele.

— Vai querer quebra-lo agora? Tenta.

Os dois podem parar. Estão assustando o padre. Já estamos expostos além da conta e loca vai anoitecer, e vocês sabem o que acontece.

Eu e meu esposo pedimos desculpa pelo irmão dela e pela minha irmã. — Fala a mulher loira, que tem os cabelos lisos até os ombros, um metro e cinquenta e oito de altura e uma voz polida.

— Que idioma é esse que a senhora falou?

— Russo.

— Obrigado por responder, a fonética é tão estalada. Digo, parece um pássaro que temos por aqui, chamado Estalador. Não sei como explicar com mais detalhes.

— Esse som estalado é quando a vogal "A", no nosso idioma, vem antes de duas consoantes ou recebe o acento "til". Simples assim. — Responde Claudia.

Enquanto o padre se vira para abrir a porta da casa paroquial, Paulo faz aquele olhar para Alfredo, que somente uma pessoa que já foi chamada de filho de puta sabe como é.

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