30. It: A Monocelha
OLÁ, PESSOAL!
Primeiro capítulo de 2018, yay! *comemora* Sim, a demora continua sendo pelo bloqueio, mas aqui está o capítulo novo <33 espero que gostem e não esqueçam de comentar, estou notando uma queda no engajamento de vocês pela história, então vamos recuperar esse fôlego e seguir com o rolê!!!!
Não esqueçam de acessar o tumblr da história (tcaocmn.tumblr.com) ele está cheio de quotes, quizzes e informações extras sobre os personagens; espero que gostem <3 E se alguém quiser entrar no grupo do whatsapp, é só chamar no inbox.
De todo jeito, é isso, espero que gostem e até breve; tchauzinho sz
_______________________________________________________________________________________
— Pati!
Pela décima vez, minha voz ressoa pelo Campus agitado e cheio de alunos carregando bandejas com o almoço; em mais uma tentativa falha, tento puxar Patrícia na direção da barraquinha da "Maratona da Ajuda", sob protestos da mesma.
— Não, não, não e não! Meus pés, minhas regras!
Com um suspiro de derrota, largo seu braço, passando a mão pelo meu cabelo.
— Por favor, Pati, você prometeu. — minha voz sai em tom de súplica e o emaranhado de cachinhos dourados apenas balança o rosto, cruzando os braços.
O prazo para as inscrições na Maratona da Ajuda é até hoje e, apesar de termos prometido participar juntos, Pati simplesmente tirou seu nome da lista sem que soubéssemos; toda essa situação nos levou à levemente humilhante cena de puxões de braço e gritos.
— Eu já disse que não vou! Por favor, não me forcem a utilizar A Força contra vocês. — murmura, com uma expressão mais séria do que o comum no rosto, e eu apenas comprimo os lábios.
— Vamos lá, Pati, você mesma disse que estava começando a se animar com toda a situação. — Nathália diz ao meu lado, gesticulando com as mãos.
— É. — Daniel concorda com uma voz tímida, enfiando as mãos nos bolsos, mas logo sorri gentilmente: — E lembre-se que eu prometi te carregar caso você não aguentasse, hm?
Dou um sorriso fraco enquanto o encaro, logo depois dirigindo meu olhar de volta para Pati; por algum motivo, eu sinto que há algum sentimento dele por ela, mesmo que ele tenha negado.
— Tudo bem, Patrícia, vamos fazer o seguinte. — Lucas dá um passo pra frente, parecendo estar impaciente. — Você vai pra Maratona e eu te compro um box novo de Harry Potter. Que tal?
— Você não vai me comprar, Luca. — Patrícia diz, desviando o olhar e cruzando os braços, mas logo depois sussurra: — Qual box, mesmo?
Encaro toda a situação sem saber se me assusto ou rio e logo me coloco na frente dos dois, balançando os braços.
— NÃO! — minha voz sai mais alta do o esperado e eu engulo em seco, logo repetindo: — Quero dizer... não! Você não vai comprar um box de livros pra ela! — torno a olhar para Patrícia — E, sim!, você vai participar da Maratona. Por favor, Pati, pelo Clube.
Atrás de mim, Daniel, Nathália e Lucas repetem em uníssono "É, pelo Clube".
Durante alguns segundos, Pati parece estar pensativa, como que hesitando, mas logo um sorriso surge em seu rosto, e ela exclama junto à um pequeno salto:
— Ok!
Dou um suspiro de alívio, rindo da sua troca de humor rápida, e assim que nos dirigimos de volta para a Barraquinha, a funcionária parece nos encarar com um certo estranhamento.
Assim que Pati termina de assinar seu nome, a mulher usando uma blusa com um broche do TCA no peito logo tira a prancheta de cima da mesinha; quando já estamos dando meia-volta e comentando animados sobre a Maratona e a nova temporada de Stranger Things, um pigarro pode ser ouvido e logo nos viramos.
Encaro a funcionária com um sorriso fraco e inclino a cabeça. Fazendo uma careta, ela apenas murmura:
— Da próxima vez, gritem menos.
— Hm... — dou uma risada nervosa — Iremos tentar.
Sem saber como reagir, olhamos uns para os outros, automaticamente andando para longe dali e, assim que chegamos de volta na nossa "mesa de sempre", nos encaramos novamente, e a única coisa que conseguimos fazer por longos minutos é rir.
***
— Tudo bem, tudo bem, momento "teorias da conspiração". — Nathália diz, animada, e pega uma das lanternas, a acendendo próxima ao rosto e forçando uma voz "assustadora": — O que aconteceu no laboratório de Química?
Desde o ocorrido da inscrição da Maratona, as coisas correram normais e, de certo modo, pacatas; o dia da Maratona é amanhã, começando bem cedo — infelizmente —, e nossos pais até virão para a escola pra assistir tudo.
Pati está mais animada e eu estou um pouco ansiosa, admito, mas vai ser uma experiência nova. De todo jeito, estaremos todos juntos e isso é o mais importante.
— Sinceramente, eu não me importo muito. — murmuro, pegando mais um sushi na caixinha do Sushi daora; as reuniões do Clube têm se tornado cada vez mais frequentes, o que não faz muito bem para o meu sono. — O que importa é que não tivemos aula.
— Provavelmente foi só Walter White fazendo uma visita ao TCA. — Pati responde, com um ar de despreocupada, e nós quatro a encaramos, céticos. — O que foi? Nunca assistiram Breaking Bad?
Rio baixo e ela apenas dá de ombros, se servindo do último pedaço de pizza. Com um bocejo, me levanto do carpete, encarando o relógio de tela quebrada na parede da antiga C.D.
— Acho que devemos ir agora, já tá ficando tarde e temos que acordar cedo pela maratona. — dou um suspiro, cruzando os braços.
— Tem razão. — Daniel concorda, ajudando Pati e Lucas a se levantaram e passando a mão nos cachos indomáveis. — Aliás, qual o número da camisa de vocês?
— Sete. É meu número da sorte, aliás. — Patrícia responde, sorrindo.
— Quinze.
— Vinte e oito.
— Trinta. — Lucas joga uma das embalagens no lixo. — O que não faz muito sentido, já que eu fui um dos primeiros a me inscrever.
— Catorze. — Nathália sorri para mim. — Acho que os últimos ficaram com os números mais baixos, como a Pati... de todo jeito, os pais de vocês vão vir, sim?
— Definitivamente. — solto uma risada fraca, sabendo do quanto papai estava animado só por me ver correr junto de outros alunos.
Pati e Daniel balbuciam suas respostas e Lucas bufa, parecendo chateado, logo dizendo:
— Meus pais estão discutindo há semanas sobre quem vai vir me ver já que eles mal podem passar 5 minutos no mesmo local sem gritar um com o outro. — ele balança o rosto, contrariado. — Provavelmente nenhum dos dois virá, eles só fazem tudo isso por pura competição, não se importam de verdade.
— Lucas... — Nathália o abraça, apoiando uma das mãos em seu ombro. — Não tem problema, tudo vai se resolver. E não se esqueça de que sempre estaremos aqui, ok? Nós nos importamos.
Ele balança o rosto, com os olhos brilhando, e funga, desviando o olhar.
— Aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade. E, acredite, eu nunca vou deixar vocês. — Pati sussurra, sorrindo timidamente, e eu a puxo para um abraço.
Em questão de segundos, nos encontramos novamente em mais um dos nossos incontáveis abraços coletivos, sem dizer nada, e eu não posso evitar deixar de sorrir e pensar no quanto eu tenho sorte.
"Eu realmente espero nunca deixá-los." — é a única coisa que penso, sentindo meus braços ao redor de Patrícia e Daniel.
***
Assim que acordo e desço as escadinhas da beliche, vejo Pati com o cabelo amarrado em um rabo-de-cavalo e já vestindo a blusa da maratona — roxa e azul, as cores da escola, com o nome "Patrícia Garcia" em cima e o número 7 embaixo — com o short da educação física.
Ainda meio zonza e bocejando, murmuro um "bom dia" que Patrícia responde animadamente — sinceramente, nunca irei entender como ela consegue acordar tão feliz em plenas seis horas da manhã.
Após tomar um banho rápido — depois de esperar décadas já que um dos chuveiros quebrou e a fila de garotas terminou acumulando — e me trocar, Pati e eu descemos até a C.D., sem sinal de Nathália no nosso "ponto de encontro", vulgo entrada da C.D.
— Acho melhor mandar uma mensagem pra ela. — digo para Patrícia, que apenas concorda com a cabeça, e tiro o celular do meu bolso, logo digitando.
<Eu: onde você tá?>
<Nath: fila (gigantesca!!!!) do café da manhã.
venham logo, vocês podem passar na minha
frente.>
<Nath: me agradeçam
depois>
<Eu: <3>
Solto uma risada fraca e coloco o aparelho de volta no meu bolso, explicando rapidamente para Pati toda a situação e rumando para a área do "refeitório" — entre aspas já que o mesmo é ao ar livre, como um self-service; assim que avistamos Nathália conversando com Lucas e Daniel na fila, corremos na direção dos três.
— Pensei que não iam chegar. — diz, sorrindo, nos dando espaço para entrar na fila (e ignorando os olhares de reprovação que outros alunos nos lançam). — Animados, então?
Todos concordamos e sorrimos, logo com a voz de Daniel surgindo:
— Mais ou menos, eu mal consegui dormir direito.
— Por quê? — pergunto, franzindo a testa, enquanto termino de amarrar o cadarço do meu tênis, que insiste em desfazer o nó à cada cinco muito.
— Lucas me mostrou a foto de um cara estranho com monocelha e agora eu tô sonhando com ele todos os dias. — responde, sério, e Lucas ri baixo logo atrás de mim. — Não é engraçado, acredite. Eu posso te mostrar a foto.
Reviro os olhos e dou dois passos para trás, segurando a risada, mas logo dizendo:
— Não, obrigada, pode guardar o maluco da monocelha só pra você.
Os dois dão de ombros, logo mudando de assunto; negando com a cabeça, apenas sorrio de canto, logo iniciando uma conversa com Nathália e Pati sobre a grande pergunta do século XXI: "biscoito ou bolacha?" — sendo a resposta claramente biscoito.
Assim que conseguimos nos servir e terminamos de comer, caminhamos na direção da quadra, ponto de partida da Maratona. Procuro com os olhos, mas ainda nenhum sinal de Guto, Leo ou, até mesmo, meus pais.
Ainda andando ao lado de Pati, sinto Lucas me puxar e os outros três seguem o caminho sem nós, mal percebendo a falta da nossa presença; com um riso fraco, mordo os lábios:
— Você não precisa fazer isso toda vez, é só me chamar. — digo, enquanto ele me conduz até os fundos de uma das salas.
Mesmo que Patrícia, Daniel e Nathália saibam, Lucas e eu ainda estamos tratando essa coisa toda entre nós como "segredo"; não sei muito bem ao certo por quê, mas acho que simplesmente nos acostumados com a situação desse jeito.
— Eu sei, mas assim é mais legal. — ele sorri fraco, dando um beijinho meu pescoço.
— Meus braços discordam. — brinco, rindo, e logo continuo: — Mas por que essa "ação" tão repentina?
— Só queria um beijo de boa sorte.
— Não é uma corrida, Lucas. — reviro os olhos, sorrindo de canto.
— Eu sei. — ele ri junto a mim e aproxima nossos rostos, colocando uma das mãos delicadamente em minha bochecha; assim que nos afastamos, lhe dou um último selinho, fixando seus olhos nos meus. — Vamos agora?
Apenas concordo com a cabeça e entrelaço sua mão na minha, caminhando na direção da quadra.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro