24. Antes de tudo, uma breve crise existencial
OLÁ, PESSOAL!
ME DESCULPEM PELO ATRASO; o pessoal do grupo do whatsapp sabe que eu estou tendo problemas de inspiração para escrever, então não está sendo muito fácil atualizar o livro. De todo jeito, espero que gostem do capítulo, é a primeira parte de um capítulo muito importante para a história. Como ele é muito grande, resolvi separar em duas partes (mas não mantive o título da segunda parte porque é um possível spoiler), provavelmente eu postarei a próxima em breve.
Não esqueçam de comentar o que acharam :))) acessem o tumblr (www.tcaocmn.tumblr.com) do livro e a playlist no spotify (https://open.spotify.com/user/12145966587/playlist/28PtxNTVOPqkfxr3dOjxFX), também, as músicas tem relações com os capítulos e também são as favoritas da Nathália, Malu, Patrícia e do Daniel e Lucas <333 então, é isso. Até o próximo capítulo e me perdoem por qualquer erro que encontrarem (e me alertem, também fjhfbjf!)
tchauzinho <3
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Com as férias chegando e todos os preparativos para a nossa (curta) temporada fora do colégio, mal tive tempo de pensar no Baile; além de ter que atender as milhares de ligações de papai e mamãe, eu ainda tenha que terminar de arrumar minhas malas e finalizar meu auto relatório do semestre ─ o que não está sendo muito fácil.
Enquanto encaro a tecla do notebook e observo as poucas palavras na tela, suspiro, fitando Pati, que apenas lê algum livro em um canto do beliche.
Rio sozinha, abrindo a janela do e-mail e checando mais uma mensagem de papai:
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De: lucianocia#hotmail.com
Para: [email protected]
Assunto: De volta para casa!
Olá, Maluzinha!
Como estão indo os últimos dias? Sua mãe e eu estamos com muitas saudades e não vemos a hora de passar esse pouco tempo com você e seus irmãos. Aliás, recebemos os boletins de vocês e devemos dizer que estamos mais do que orgulhosos. Parabéns, querida, você merece.
Aproveite o Baile (mas sem os namorados, OK?), e espero que tenha entendi a referência no assunto do e-mail :D
Com saudades e bastante ansiosos,
Papai e mamãe.
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Sorrio ao terminar de ler tudo e sinto vontade de abraçar a tela do computador. Não achei que sentiria tanta saudade dos dois, mas agora que tanto tempo passou, tudo que eu quero é abraçá-los muito forte.
Ao fechar a tela do notebook e me largar em um dos puff's, solto um longo suspiro, encarando o teto e escutando o barulho dos grilos vindos de fora.
"Já é amanhã..." ─ penso, mordendo os lábios.
─ Me sinto uma inútil. ─ murmuro, saltando do puff e olhando para Patrícia, que continua com os olhos vidrados no livro ─ Pati? Patrícia?
Ela não me responde, permanecendo em silêncio.
─ Patrícia! ─ exclamo, logo após vendo-a dar um salto e bater a cabeça no alto do beliche; rindo, continuo: ─ Ah, meu Deus, desculpa!
─ Lembre-se, Malu: um jedi nunca usa A Força para o ataque, apenas para a defesa e sabedoria. ─ Patrícia diz, me encarando, enquanto balança a cabeça e deixa o livro de lado.
Franzo a testa, a encarando, e rio baixo; ela me acompanha, passando um dos cachinhos para trás da orelha.
─ O que você tinha dito?
─ Só disse que estava me sentindo inútil... ─ suspiro, me jogando na cama e agarrando um travesseiro ─ Não sei, só...
─ Eu sei como é. ─ ela me interrompe, balançando a cabeça ─ Mas, sabe, tem sempre uma coisa que me anima nesses momentos.
─ O que? Doces? ─ pergunto, sorrindo.
─ Na verdade, eu ia falar testes no estilo "Que produto da Polishop você é?", mas isso também. ─ ela dá um sorrisinho, me encarando.
Gargalhando, me levanto, levando um leve susto ao bater com a cabeça no teto do beliche; após soltar um "Ai!", vejo Pati levantando da cama, também.
─ Mas... que bom que eu sou uma Sith.
Revirando os olhos, passo a mão na cabeça, sorrindo novamente.
***
─ Eu não consigo acreditar que é hoje. ─ Nathália sorri para mim enquanto fechamos a minha mala e eu retribuo.
─ Eu também não. ─ rio sozinha, colocando a mala em um canto do quarto, logo ao lado da de Patrícia.
Como essas férias do meio-do-ano duram pouco tempo, não é obrigatório o aluno levar todas as roupas e objetos de volta; eu só estou levando algumas roupas e outros itens mais pessoais, não quero carregar muitas coisas.
─ Mesmo que seja pouco tempo, vou sentir saudades, não é a mesma coisa sem vocês... ─ ela diz, olhando na minha direção e na de Patrícia, e eu sorrio, a abraçando de lado.
─ Tudo bem, acho que já terminamos tudo por aqui... ─ suspiro ─ Que tal irmos para a Cafeteria? Fomos só umas duas ou três vezes lá... e em uma delas eu tinha acabado de impedir a passeata do "Clube dos Corações Solitários". ─ murmuro, fazendo uma careta, e nós três rimos.
Enquanto caminhamos para fora do quarto e ultrapassamos a C.D. ─ encarando um Campus bastante agitado ─, vasculho com os olhos a multidão de pessoas, buscando algum sinal de Daniel ou Lucas.
Não vemos os dois desde o café-da-manhã e já está quase anoitecendo.
─ Aliás, vocês já têm alguma ideia da roupa que vão usar hoje? ─ Nathália pergunta enquanto nos aproximamos da estrutura arborizada da Cafeteria, já podendo escutar o alto burburinho que vinha de dentro.
Antes que eu possa escutar a reposta de Pati, meu celular vibra em meu bolso e eu rapidamente checo a mensagem de Lucas.
Lucas: Salão de festas. Fundos.
Mordendo os lábios, vejo Nathália e Pati paradas na porta, me encarando um pouco confusas.
─ Quem é? ─ Nathália me olha, erguendo uma das sobrancelhas.
─ Hm... meu pai. Acho que o sinal não está funcionando muito bem aqui e eu tenho que retornar à ligação dele... ─ dou um sorriso amarelo ─ Até daqui à pouco, então?
Nathália me encara de maneira suspeita e eu apenas desvio o olhar, olhando para os lados.
─ Ah, tudo bem. ─ Pati dá um sorrisinho e, com um aceno rápido, as duas adentram de vez na Cafeteria.
Assim que as vejo se sentando em uma das mesinhas e falando com duas garotas da nossa turma de Inglês, saio andando na direção do Salão de Festas. Assim que o alcanço, encaro a entrada já toda enfeitada com corações, faixas e fitas vermelhas e outras coisas.
Impressionada, apenas imagino em como deve estar por dentro.
Dando de ombros, vou até a parte de trás do Salão, carregando o celular na mão. Assim que vejo Lucas sorrindo para mim, exclamo, séria:
─ Por onde esteve o dia todo? E onde está o Daniel?!
─ Ei, calma. ─ ele olha para os lados e eu reviro os olhos, sorrindo de canto ─ Eu estive na diretoria resolvendo algumas coisas... a psicóloga quer que eu faça algumas sessões semanais por causa da separação dos meus pais. ─ ele bufa, revirando os olhos.
─ Sério? ─ arregalo os olhos levemente enquanto ele segura as minhas mãos e eu me apoio na parede ─ Mas talvez seja bom para você, sei l-
─ Eu não vou fazer.
─ Ah... ─ dou um sorriso fraco, mordendo os lábios ─ Tem certeza? Eu sempre quis ir em um psicólogo ou algo do tipo, acho legal, não sei muito sobre, mas é bom manter a saúde mental.
Ele faz uma careta.
─ Psicólogo é coisa para pessoas depressivas, não?
─ Claro que não. ─ cruzo os braços, franzindo a testa ─ Não gosto que você pense desse jeito, me incomoda. Geralmente você é tão... arcaico.
Lucas ri baixo e me beija rapidamente; assim que me separo, continuo:
─ Por que está rindo? ─ sorrio levemente ─ Eu estou falando sério.
─ Eu sei... ─ ele me encara, passando o dedo pelo meu rosto ─ E eu admiro isso em você. Mas não é assim que eu penso, tudo bem? Você respeita minha opinião e eu respeito a sua.
─ Claro... ─ digo em tom irônico e engulo em seco, molhando os lábios ─ De todo jeito, onde está o Daniel?
─ Eu não sei. Ele saiu, acho. Algo deu errado com os documentos do passaporte dele e ele teve que sair.
─ Ah, eu não sabia que ele não morava aqui... Ele nunca mencionou algo do tipo. Que estranho, pensei que soubesse tudo sobre vocês.
Ao fitar Lucas novamente ─ acho que nunca consigo encarar alguém por muito tempo, me sinto desconfortável ou meio tensa ─, noto seu olhar fixo ao meu e olho para os lados, sorrindo, e só assim noto que já está de noite.
─ Já está tarde! ─ exclamo, olhando o horário no meu celular ─ Temos que ir. O Baile.
─ Tudo bem, tudo bem... ─ Lucas sorri para mim e eu o fito por alguns segundos novamente, rindo.
─ Isso é tão... inusitado. Nós dois. ─ encolho os ombros.
─ Mas é o que nós somos, não?
Apenas assinto com a cabeça, sentindo um embrulho na barriga, e o beijo uma última vez antes de ir.
Assim que me desvencilho, aceno rapidamente, correndo na direção da C.D.; ao entrar no quarto, vejo Patrícia sentada em um dos puff's, cabisbaixa.
Engolindo em seco, tranco a porta atrás de mim e pigarreio, vendo Pati levantar a cabeça e notar que seu rosto está um pouco inchado.
─ Patrícia, o que aconteceu? ─ exclamo, me aproximando, sem saber muito bem o que fazer.
Assim que me abaixo e fico ao seu lado, sinto ela me abraçar e a abraço de volta ─ ainda sem entender o que está acontecendo.
─ Pati, você tá bem? ─ pergunto, piscando.
─ Não, eu não estou. Eu quero sentar e assistir algumas séries, comer comidas gordurosas, ficar rica e viajar para Paris. Eu quero ir em festas, muitas festas, morrer de um modo dramático e virar um símbolo da cultura pop de alguma maneira..., mas eu continuo aqui, sentada em um puff, sem a menor ideia do que realmente fazer.
Um silêncio toma conta do quarto e eu consigo escutar o som da minha respiração, ainda encarando Patrícia, que apenas balança a cabeça; tomando fôlego, começo, sem pensar muita nas palavras:
─ Patrícia... eu nem sei o que dizer. Você não precisa ficar rica para viajar para Paris, eu prometo, um dia vamos fazer uma viagem desse tipo pedindo apenas carona... tudo bem, talvez tenhamos que pegar um avião em algum momento, mas isso não é muito importante. ─ ela sorri levemente ─ Você com certeza vai ir em festas, muitas festas, e, acredite, você já é um símbolo da cultura pop para mim: não há ninguém no mundo que fale tanto sobre tantas séries, sagas e filmes. E, sim, nós não temos a menor a ideia do que fazer, mas isso importa? Você tem que viver, Patrícia, viver, e sem planos, sem regras e nem manual de instruções. É sua história, tudo bem? É um grande improviso de situações, falas e momentos, mas é isso que torna tudo tão especial. E, meu Deus, não há ninguém no mundo que seja tão incrível e viciado em doces quanto você... por favor, eu sei que todo mundo tem aquele momento de crise existencial, mas por favor, não deixa isso te consumir. Você é importante pra mim. Muito.
Assim que termino de falar, suspiro, encarando o chão. Após alguns segundos, sinto Pati me abraçar novamente e sorrio, mordendo os lábios; assim que nos separamos, olhamos uma para a outra, ainda sem dizer nada.
─ Obrigada.
Engulo em seco novamente, sentindo vontade de rir e chorar ao mesmo tempo. Ao invés disso, apenas me levanto, murmurando ainda com a voz um pouco rouca:
─ Acho que vamos nos atrasar se não nos arrumarmos logo. ─ dou um sorriso fraco, mexendo as mãos como um tique-nervoso.
─ E lá vamos nós. ─ escuto a voz fraca de Patrícia murmurar enquanto ela se levanta.
E, como em todas as vezes, sorrio.
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