Sthe não me deu detalhes, mas não me preocupei, acabei acordando um pouco tarde, mas não ligava muito.

Mas pra que eu tinha que acordar cedo mesmo? Nem tinha porque me arrumar, já meu rosto estragava tudo.

Acordei muito mau humorada.

Amarrei o meu cabelo em um coque alto e alguns cabelos rebeldes ficavam se destacando, mas não me importava, aquele uniforme era horroroso mas era muito confortável, não sei como as garotas preferiam saia a uma calça, a liberdade de poder correr era demais e algo que você preferiria caso fosse vítima de bullying. E bem, era oque eu preferia.

Eu nunca me dei muita atenção a tudo que sentia ao lembrar das coisas que fizeram comigo, eu sabia que havia um gatilho emocional e não queria abrir essa ferida.

Tomei o meu café sozinha mais uma vez. Minha mãe sempre sai cedo pra trabalhar e fazer o café pra família Williams.

Não consigo não pensar nesse nome, sem pensar em todas as merdas que sabia sobre essa família e tudo isso em menos de uma semana ali.

Caminhei até o ponto, sem ligar muito pras pessoas ou qualquer coisa. Não me importar já era um ponto forte meu.

Depois de uma demorada viagem de ônibus encontrei Sthe em uma padaria, não que tivesse grana pra comprar pelo menos uma bala, mas eu queria ouvir oque tinha pra dizer.

— Você não vai acreditar no que as Piranhas vão fazer.

— Quem, oque ??? — Me assustou a maneira eufórica como Sthe estava, ela tinha uma convicção única.

— As vezes esqueço que só te conheço há 3 dias, parece uma vida inteira. O Maycon tá vindo aí. Mas vou te contar um pouco sobre a mais vadia da escola.

— Samira Evans não é? Você já me disse algo no primeiro dia.

Então Sthe me contou a sua longa história com a loira, desde criança Sthe tinha a personalidade forte de não abaixar a cabeça pra ninguém.

Eu pelo contrário já me lembrava de ser bem fraca, me trazendo um pequeno flashback.

A água gelada caia em meu rosto, a pressão da água, machucava, pareciam ter muito ódio. Tudo foi coordenado por Patrícia, que me humilhou na frente de toda escola.

Patricia sabia que me magoaria falar de James.

— Ele não é besta não hein, foi em bora e deixou a feia pra trás, afinal quem vai querer ser amigo de uma nerd? Eu jamais iria aceitar isso. Aaah melhor, porque não fazemos a prova aqui?

Ela aumentava a voz chamando todos para assistir e perguntar.

— Vocês seriam amigos dela pessoal? Olha só pra ela, é a derrota total.

Todo mundo me olhava e negava, quanto mais procurava alguém, mais queria fugir dali.

Então eu corri, corri até perder o fôlego, mas não funcionou. Ela me esperava com um balde de água fria e aquela manhã assim como todas no inverno estava gelada assim como a água bateu em mim, me dando um Shok térmico.

No meu pensamento eu já não tinha mais saída.

Patrícia não se cansava e continuava a falar, mas minha cabeça já não processava mais. Eu só queria não sentir mais nada (...)

Eu corri tanto dali... Algum professor ou outro me viu pela escola, mas era como se eu não existisse, algumas pessoas riam outros pareciam sérios, mas ninguém iria me ajudar, então fugi.

Fugi tanto que já não sabia mais onde estava.

Estranho: — Ei ei, porque você tá assim, venha cá.

A senhora que tinha consigo várias compras me abraçava e me carregava para dentro. A casa era uma verdadeira mansão, mas não me lembro de detalhes, eu só queria esquecer, mas não conseguia.

A mulher me trouxe vários cobertores, e casacos que eram do filho dela.

— Você vai acabar com um resfriado, ou uma pneumonia, coloca isso. — Ela me disse já me embrulhando.

— Maraaa . Faz um chá pra moça. — A mulher frenética chamava sua empregada.

Eu não parava de chorar, aquela imagem não saia da minha cabeça, a sensação de água gelada, eu só queria parar de chorar e falar pra mulher que estava bem, mas não conseguia. Eu chorava tanto que me faltava o ar.

— Conta até três, respira fundo. — Ela me dizia.

Depois do que pareceu horas ali, finalmente consegui tomar um chá, e me acalmar. A mulher me deu algumas roupas e então tomei um banho.

— Obrigada por tudo senhora!

— Deixa disso, pode me chamar de Ketlyn. — Me dizia ela com um lindo sorriso.

— Depois eu trago as roupas, você me ajudou muito.

— Não precisa, as roupas eram do meu filho mas já não servem mais, pode ficar pra você! O importante é você ficar bem. Vou te dar meu número, assim você me liga quando tiver problemas.

Ela me deixava com o coração quentinho (...)

— Ju... —Sthe me balançava.

— Ann. Acordei dos meus pensamentos, confusa.

— Você viajou mulher. Não sei no que estava pensando mas você não me ouvia, parecia triste, fiquei assustada.

Olhei ao redor e Maycon já estava lá, nem vi quando chegou. Mas me interessava oque tinham pra dizer.

Então Maycon finalmente disse:

— Escutei da Mary do segundo B, que ouviu a Samira, Patrícia e Sara no banheiro.  Elas estão tramando algo contra vocês, porem não deram detalhes.

— Cobras! — Sthe já dizia com raiva. — Eu vou fazer elas pagarem, esse bando de najas.

— A Patrícia tinha que tá no meio...

— Não foi ela que ficou com o diretor? — Sthe perguntou enquanto acalmava sua raiva.

— Sim. Ela é capaz de tudo por ambição.

— Aahh eu vou contar pra todo mundo sobre aquela vadia.

— E ser expulsa? — Disse Maycon. — O diretor expulsa a gente sem pensar duas vezes pra isso não vazar.

— Ele demite a minha mãe e ainda me tira a bolsa.

— Sim. Temos que ferrar ela de outra maneira. —  Maycon falou pensando..

— Tem alguma ideia?

Sthe perguntou pra gente, olhando o horário. Eu já tinha pensado em pequenas vinganças contra Patricia, mas nunca tive coragem de enfrenta-la.

— Poderíamos fazer uma trolagem. Oque ela fazia comigo era me humilhar e me fazer sentir vergonha de mim mesma. Mas a gente tem que descobrir qual o plano delas pra não cairmos ou revidarmos a altura.

— Maycon é bom em descobrir coisas. Teve uma vez que ele conseguiu informações sobre a Sarah que ninguém mais tinha.

— Que isso Sthe, eu sou apenas um aprendiz de FBI. — Maycon falou sorrindo..

— Então é o seguinte, a gente vai pra escola, o Maycon vai pra sala procurar informações, Ju e eu vamos pegar algumas coisas na cozinha. Eu tenho algumas ideias. — Sthe disse já levantando pra ir.

Essas vadias não perdem por esperar...

Esse é o meu G3 haha.. (entendedores entenderão). Consegui finalmente definir uma data para capítulos novos.

Ao analisar, ficou definido que toda terça vai tá saindo um novo capítulo pra vocês, mas vai ter muito cap extra de durante a semana, então fiquem ligados, votem comentem e compartilhem.