- HATHAWAY -

O CÍRCULO

CAPÍTULO VINTE E NOVE

Um novo eu

"Imagine uma nova
história para a sua vida
e acredite nela."

Paulo Coelho

— Nem todos os portais que nós visitamos ontem estavam ativos, mas os que estavam já foram catalogados lá na biblioteca. Temos dez para verificar hoje, a gente pode se dividir ou todo mundo vai junto. Vocês decidem. — Caminhávamos pelas ruas da capital Turca enquanto Kaan nos dava nossas instruções do dia.

Como JK, Ava e eu não estivemos no campo ontem, então viemos sozinhos hoje. O Axial continua nos olhando esperando uma resposta.

— Acho melhor continuarmos juntos. — Falo pra Kaan, olho de canto pra Jungkook e o vejo concordar comigo com a cabeça.

— Beleza, então já podemos ir para o primeiro. A última coisa que a gente deve fazer agora é perder tempo. — Ele mostra o endereço do primeiro portal para cada um de nós e nos leva até lá.

Ontem eu vivi em uma bolha de felicidade que foi estourada hoje assim que chegamos na Terra. Ter me resolvido com a Ava tirou um peso enorme que eu tinha nas costas tanto do fato de me sentir sozinho quanto da culpa que eu carreguei na prisão por a ter deixado sozinha por causa de vingança.

Mesmo sem esse peso, a situação que estamos vivendo agora é muito crítica, e parece que ninguém está dando valor o suficiente pra imensidão que é essa missão.

A Terra está transbordando demônios, uma quantidade que eu nunca vi em meus duzentos anos como guardião.

Ao caminharmos até o primeiro portal da lista dá pra ver pelos becos alguns demônios escondidos, o que já é muito porque eles nunca se mostravam antes, agora a superlotação está tanta que podemos ver eles nas ruas.

E ainda está de dia.

Felizmente nenhum deles vem pra perto de nós, mas a presença deles nos faz ficar alertas a todo momento.

Essa é a situação.

E ela é crítica.

E os responsáveis pra resolvê-la somos nós.

Então parceiro, me resolver com Ava foi maravilhoso, mas a gente continua tomando no cu com vontade por causa dessas merdas desses demônios.

  O primeiro local é uma praça. Cercado por grama e pessoas fazendo piquenique tem uma fonte de água belíssima com uma escultura de Davi bem no centro jorrando água, paramos de andar e Kaan aponta para a escultura.

— É bem ali, precisamos saber se ainda está aberto e anotar. — Ele sai andando antes que a gente possa raciocinar o que o cara falou, Ava imediatamente o segue. JK e eu nos olhamos por alguns segundos, dou de ombros e vou atras deles enquanto Jungkook me segue.

Kaan e Ava se sentam na fonte como se fossem apenas turistas apreciando a vista, mas quando chegamos perto eu me surpreendo com o que está acontecendo.

Como disse, nunca houve algo assim em todos os meus anos de guardião, então assistir Kaan ensinar Ava como se faz pra rastrear atividade demoníaca é surreal, porque faíscas azuis saem dos dedos dele e envolvem toda a água da fonte, logo depois Ava faz o mesmo.

Jungkook se empolga e os segue, eu fico apenas quieto com o queixo caído porque não sou Axial e não tenho controle sobre o raio.

— Eu consigo sentir, isso é surreal. — Ava fala em voz baixa apenas pra que nós a escutemos.

— Jimin? — Kaan me chama, dou dois passos pra frente.

— Eu? — Ele aponta pra água com o queixo.

— Coloque a mão aí dentro. — Assim que ele faz o pedido eu fico com um receiozinho, esse troço que sai da mão deles é pura eletricidade e eu sou esperto o suficiente pra saber que água conduz eletricidade, não tô afim de tomar um choque.

Se bem que já apanhei tanto nessa vida que só um choquezinho de leves não vai me detonar.

Coloco a mão dentro da fonte e sinto a água puta quente, como se tivesse uma boca de fogão acesa debaixo dela. Tiro a mão e a enxugo na roupa.

— E aí? — Jungkook pergunta, só não sei se é pra mim ou pro Kaan.

— Ela tá quente pra cacete. — Olho pro JK e o respondo, Kaan faz uma careta.

— O portal tá ativo. — Ele para de fazer o bagulho da eletricidade com a água e se levanta, JK e Ava fazem o mesmo. — Nossa habilidade energiza o portal, se ele aquecer é porque está em contato direto com o Submundo, se gelar é porque está inativo.

Ava pega o Espelho Celestial dela e escreve alguma coisa, provavelmente tá tomando nota de que esse portal aqui funciona.

— A gente vai pro próximo? — Pergunto, o Axial assente.

— Temos dez portais pra cobrir hoje. Nos outros dias vamos tentar descobrir se há mais que o nosso polo não tem conhecimento, aí eu vou precisar dividir a equipe porque ontem nossa saída só deu certo porque eu tava junto. Pra resolver esse BO dos portais nós precisamos de um Axial junto e Ava e Jungkook não estavam, quando terminarmos faremos três grupos, eu vou estar em um, Ava e Jungkook se dividirão nos outros dois, vocês vão verificar a suspeita da mesma forma que fizemos agora, beleza? — Kaan instrui os dois enquanto eu fico apenas olhando, eles concordam com tudo.

— Quem vai decidir quem sai com quem? — Jungkook perguta.

— A Kara. E outra coisa, Jimin. — Volto minha atenção pro Kaan de novo. — Seokjin teve que resolver algo no Círculo hoje e por isso ele não está aqui, mas o arcanjo vai te acompanhar em todas as missões, é ordem de lá de cima. — Reviro os olhos.

Tava demorando.

— É, eu tô ligado que a condição pra eu estar aqui é ter babá.

Passamos o dia todo nesse rolê dos portais. Kaan, JK e Ava eletrizavam a água, ou a parede, ou o chão, independente, depois de usarem seus dons eu testava a temperatura. Dos dez, seis estão ativos. Terminamos o último portal perto de nove da noite.

Combinamos de passar o relatório de hoje pra Kara lá no Círculo mesmo, então Jungkook foi embora com Kaan e Ava e eu pulamos na água pra voltar pra casa.

Caminhamos pelo Círculo enquanto alguns guardiões nos olham discretamente. Antes de tudo acontecer Ava e eu já chamavamos atenção porque é raro eu receber alguém pra cuidar, depois do problema com o pai dela - se é que eu posso chamar de pai - a coisa ficou pior.

Todo mundo sabe o porquê eu fui pra prisão, hoje Ava não é mais minha aluna, então estarmos juntos caminhando por aí, mesmo que estejamos na mesma missão agora, ainda chama atenção pra cacete.

Eu percebo isso, e tenho certeza que ela percebe também.

— Você pode descer sem o arcanjo hoje? — Ava me cutuca, olho em seus olhos.

— Não sei, mas como ele sumiu eu posso dar a desculpa de que não achei o cara em lugar nenhum. — Ela ri.

— Típica atitude sua. — Passo o braço por seus ombros e a gente entra na tenda onde Kara tá afiando as espadas.

— Se não fosse assim não seria eu, querida. — Kara percebe o movimento na tenda e vira pra nós.

Ela larga a espada que tinha na mão e a limpa nas calças, depois caminha até nós.

— Voltaram agora? — Ava assente e entrega o papel com as informações do dia pra Kara, a guardiã abre e lê.

Kaan escreveu ali o endereço de todos os portais que a gente visitou e as informações dos que estão ativos.

— Quatro deles não funcionam mais, nos próximos dias vamos investigar portais novos. — Kara assente e guarda o papel no bolso.

— Beleza, amanhã a gente separa o pessoal pras buscas. — Ela pega a espada e volta a afiar. — Acho que estão livres por hoje, quero todo mundo na biblioteca amanhã cedo, viu Park Jimin? — A guardiã me encara com uma sobrancelha levantada.

— Tá insinuando que eu me atraso, Karazinha? — Pergunto com um sorriso travesso, Ava me dá um tapa em repreensão.

— É só pra garantir que você não vai mais lutar com ninguém até a exaustão. — Ela pisca pra mim e Ava se despede, saímos da tenda e paramos do lado de fora.

O que fazer agora? Eis a questão.

— Já escolheu a roupa pro casamento do Vincent? — Ava me pergunta enquanto estamos parados apreciando a vista de segundo céu.

— Ainda não, você já? — Olho de canto pra ela, Ava sorri e nega com a cabeça.

— Eu ia comprar há alguns dias, mas você saiu da prisão e minha vida virou de cabeça pra baixo. — Esboço um sorriso, ela agora é uma guardiã incrível, não precisa mais de tutoreio e é uma das únicas de todo o Círculo que sabe usar aqueles chicotes.

Mesmo assim, Ava Wilson continua sendo a mesma garota meiga, percebo isso ao observa-la agora.

É definitivo, eu tô totalmente de quatro por essa garota.

— O que acha de descermos pra arranjar as roupas? O Tae escolheu a cor dos padrinhos? — Começamos a andar até o elevador do Katsu, o sorriso de Ava continua em seu rosto.

— Claro que escolheu. Adivinha.

— Roxo? — Pergunto já sabendo a resposta, Taehyung é apaixonado por essa cor.

— Isso. — Entramos no elevador, Katsu nos dá bom dia daquele jeitão dele de sempre e Ava se escora na parede oposta a que estou, de frente pra mim. — Você pode usar o roxo na sua gravata, ou então na camisa social. — Dou com a mão em discordância.

— Fala sério, Wilson. Você acha que eu, Park Jimin, vou de terno preto igual os outros? — Nego com a cabeça. — Meu terno vai ser roxo, Vou chamar mais atenção que o noivo, cê vai ver.

Ela gargalha e meu coração se aquece, eu estava com tanta saudade de ter Ava assim comigo, alegre, espontânea. Parece que consegui voltar aos velhos tempos, mesmo depois de três anos.

— Nem pense em roubar o dia do Vi pra você. — Ela me olha por alguns segundos, o elevador para e a gente sai. — O contraste do terno ficaria lindo com seus olhos se eles ainda fossem violetas.

Eu sei que ficaria, mas não tem como, não por enquanto.

— Vão voltar ao normal em algum momento. — A gente caminha até os portais pra dar um pulo na Terra e finalmente viver um pouquinho de como tudo era antes. Um pouco da liberdade de caminhar juntos por aí como pessoas normais que não têm a responsabilidade nas costas de salvar três dimensões.

Assim que chegamos no portal eu descubro que minha vida ainda tá um pouco fodida, apesar de eu estar em liberdade condicional.

— Tá de sacanagem? Eu não achei ele, por isso tô vindo sozinho. — Falo pro guardião que me barrou no portal, parece que todo mundo sabe que eu só posso descer com o tal do Seokjin.

— O único que pode te liberar pra descer sozinho é o próprio Arcanjo, Park. Sinto muito, mas você já desceu sozinho essa semana. — Reviro os olhos.

Logo hoje que eu ia dar uma volta de boa com a Ava e comprar meu terninho chamativo.

— Eu posso me responsabilizar por ele, se quiser. O que nós vamos fazer é importante. — Ava tenta argumentar, o guardião nega com uma feição meio triste.

— Ele foi preso porque se meteu em um problema seu, guardiã Wilson. Acho que não posso liberar ele com você. Juro que gostaria que fosse de outra forma, muitos guardiões acham esse tratamento com o Park injusto, eu sou um deles, mas devemos seguir ordens, certo? Você mais do que todo mundo sabe disso. — Olho pra cara do guardião.

Ele parece jovem, mas aqui no Círculo a aparência nunca nos mostra o real tempo que todos estão aqui, apesar disso ele parece bem sincero no que fala, então eu cedo.

— Você consegue entrar em contato com o Arcanjo pra ele vir junto, então? Eu realmente preciso descer. — O guardião acena e se afasta pra mexer no próprio Espelho Celestial, olho pra Ava e ela me encara com compaixão.

— Acho que não vamos aproveitar tanto a descida. — Dou de ombros.

— Fazer o que, é melhor do que estar naquele cubículo branco, eu quase fiquei doido. — Ela coloca  a mão no meu ombro.

— Fico feliz que não tenha perdido a sua essência. — Olho dentro de seus olhos.

— Eu também fico.

Eu poderia estar afundado em depressão agora por tudo o que rolou, mas valorizo demais a vida pra que algo assim aconteça. Se foi me dada uma segunda chance eu não vou passar ela chorando pelos cantos ou me lamentando por algo que passou.

Meu momento de auto piedade foi só um tempo após eu ser solto, agora eu preciso olhar tudo como uma terceira vida que me foi dada, porque a segunda veio quando me tornei guardião.

Eu vou aproveitar ela ao máximo.

— Sorte de vocês. — O guardiãozinho vem pra perto de nós sorrindo. — O Arcanjo avisou que está ocupado e permitiu vocês descerem sozinhos, contanto que não se envolvam com nada relacionado a posição de guardiões de vocês. Nada de investigação ou se meter com demônios e Rapers.

Nego com a cabeça, sorrindo.

— A gente vai comprar roupa, parceiro. — Puxo Ava pro rumo do portal e a gente desce.

[...]

Ava e eu decidimos comprar nossas roupas em Seul, na Coréia do Sul. Minha terra natal.

Entramos primeiro em uma loja na ala feminina pra Ava escolher o vestido dela, dessa vez eu nem preciso pagar porque parece que a garota virou milionária por causa dos campeonatos de xadrez que ela participou esses últimos anos.

Me sento em uma das poltronas espalhadas por ali e a observo olhar os vestidos, pedimos pra atendente nos mostrar os vestidos longos que ela tem da cor roxa, então Ava está escolhendo de uma arara que tem aos montes deles.

Isso me traz uma memória boa, da vez que levei ela pra escolher uma roupa na loja e acabamos dando uns amassos no vestiário.

Bons tempos.

Claro que não perco a oportunidade de a lembrar disso também.

Me levanto e vou até onde Ava está, ela tira um vestido da arara.

— Estar em um lugar assim te lembra alguma coisa? — Pego o vestido de sua mão e estendo no meu antebraço, Ava escolhe mais um e o tira da arara também.

— Claro que sim, me lembra o tanto que você é pervertido. — Ela empurra o vestido no meu peito e me puxa pro rumo do vestiário.

— Quer que eu entre com você? — Pergunto com segundas intenções, porque se não fosse assim não seria eu.

Ela nega.

— Você não perde uma, né? — Ava pega as roupas de meu braço.

— O que posso dizer? Tô com saudade de estar com você. — Ela sorri.

— Eu também, mas ainda tenho medo de você parar na prisão de novo, então vamos ser discretos. — Ava fica na ponta dos pés e me dá um beijo na bochecha, depois entra no vestiário.

Sou louco por essa mulher, acho que vocês já sabem disso.

Me sento e espero ela sair pra me mostrar como os vestidos ficaram, mas algum tempo depois Ava volta com a mesma roupa que entrou e entrega um dos vestidos pra atendente, depois vem pra perto de mim.

— Não vai me mostrar como ficou? — Pergunto indignado, ela nega rindo.

— Nop, você só vai ver no dia do casamento. — Fecho a cara mas parece que Ava sente quando estou puto de verdade e quanto só estou sendo dramático.

Nesse momento eu tô sendo dramático.

Até porque eu gosto de um pouquinho de suspense, e apesar de estar louco pra ver a Ava nesse vestido eu também estou curioso pra saber como vai ser nossa relação a partir de agora.

Estar na prisão me fez dar ainda mais valor pros pequenos momentos, então eu não vou desperdiçar o tempo que tenho com ela, eu gosto demais dessa garota e vou fazer o possível pra que ela saiba disso a cada momento que está comigo.

Eu amei alguém e acabei fazendo merda, isso me destruiu e até hoje me sinto mal por causa do que aconteceu, por causa da minha imaturidade e da minha falta de compromisso com minha missão, que é ser um guardião exemplar e responsável.

Hoje eu serei esse guardião, o guardião que é conhecido no Círculo todo por ser um dos melhores, mas também não vou deixar que isso me prive de ser eu mesmo.

Sou um dos melhores guardiões do Círculo, mas também sou Park Jimin, o cara que nasceu na Coréia do Sul na época em que ainda era um estado vassalo da China, o cara que amou Kim Taehyung desde o momento em que ele se tornou parte da minha família, o cara que tem orgulho de quem é independente das marcas que carrego hoje no meu braço.

O cara que tem a chance de amar de novo do jeito certo, por mais que os outros julguem como errado.

Passo o braço pelos ombros de Ava e a levo até o caixa pra pagar pelo vestido.

— Talvez eu aguente esperar, ou talvez eu invada seu quarto e te obrigue a vestir ele pra mim. — Ela ri.

— Meu quarto está sempre aberto pra você. — É a minha vez de sorrir.

Dou um beijo em sua cabeça enquanto ela paga pelas compras.

Eu sei quem sou, e me orgulho disso.

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Gente, primeiro quero pedir perdão pra vocês por esses dois meses distante, sei que é um saco esperar por atualização e eu realmente sinto muito por isso, mas me esforcei e o capítulo está aqui.

Tô sem criatividade, então não imaginam o quanto estou feliz por ter escrito as últimas mil palavras que faltavam desse capítulo hoje, ele finalmente fluiu e eu gostei do resultado.

Mas vamos às atualizações.

Faltam poucos capítulos, uns seis... talvez sete... então não me abandonem, eu nunca largo um livro, vou tentar atualizar essa reta final com mais frequência.

Quando o Círculo terminar eu vou me dedicar a publicar os capítulos atualizados de Quatro Dimensões, que graças a Deus está todo escrito, só preciso fazer a edição do capítulo antes de soltar.

Após isso, quem acompanha a trilogia dos irmãos Kim vai receber, FINALMENTE, o livro do Jin que eu tô devendo pra vocês há uns dois anos (perdão novamente)

Mas é isso, espero que estejam bem, vou trabalhar com datas pra não deixa-los ansiosos.

Próximo capítulo: 25/04

Beijo, amores!

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𝕃𝕖𝕚𝕥𝕠𝕣 𝕗𝕒𝕟𝕥𝕒𝕤𝕞𝕒, 𝕖𝕦 𝕤𝕠𝕦 𝕠 𝕞𝕖𝕝𝕙𝕠𝕣 𝕘𝕦𝕒𝕣𝕕𝕚ã𝕠 𝕕𝕠 ℂí𝕣𝕔𝕦𝕝𝕠, 𝕔𝕠𝕟𝕤𝕚𝕘𝕠 𝕧𝕖𝕣 𝕧𝕠𝕔ê 𝕡𝕠𝕣 𝕒𝕢𝕦𝕚. 𝔸𝕡𝕒𝕣𝕖ç𝕒 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕠𝕤 𝕠𝕦𝕥𝕣𝕠𝕤, 𝕤𝕖 𝕕𝕖𝕚𝕩𝕒𝕣 𝕤𝕖𝕣 𝕧𝕚𝕤𝕥𝕠 é 𝕚𝕞𝕡𝕠𝕣𝕥𝕒𝕟𝕥𝕖 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕠 𝕖𝕟𝕘𝕒𝕛𝕒𝕞𝕖𝕟𝕥𝕠 𝕕𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕙𝕚𝕤𝕥ó𝕣𝕚𝕒. ⭐

𝔹𝕖𝕚𝕛𝕠𝕤 𝕕𝕠 𝕁𝕚𝕞𝕚𝕟!