𝟚 - 𝕌𝕞 𝕖𝕝𝕖𝕧𝕒𝕕𝕠𝕣 𝕕𝕖 𝕟𝕠𝕧𝕠
- HATHAWAY -
O CÍRCULO
CAPÍTULO DOIS
Um elevador de novo
"Porque os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer."
José Saramago
— Vamos descer para o primeiro céu, um dos Oráculos vai nos passar as missões de hoje. — Jimin segurou minha mão e me puxou correndo para o elevador do Katsu.
Acordei com o guardião batendo na porta do meu quarto, eu atendi Jimin com a cara inchada de sono enquanto ele me olhava com aquela fisionomia descontraída e eletrizante que já me dei conta que ele tem.
Não trocamos muitas palavras, Jimin me esperou do lado de fora enquanto eu descobria que dentro do meu quarto tem um closet com diversas roubas que cabem perfeitamente em mim, então peguei uma calça de moletom escura e um cropped branco liso, pelo que percebi esse trabalho exigiria roupas confortáveis caso eu precisasse sair correndo de algum demônio. Jimin sabe lutar, já eu...
Não vou nem comentar.
Peguei aquele tablet que encontrei no quarto e aproveitei para perguntar a Jimin como ele funcionava, o guardião disse que o nome daquilo era Espelho Celestial e que iria me explicar quando tivéssemos tempo, segundo ele, por agora isso não era tão importante.
Então chega ao momento em que corremos juntos até o elevador do Katsu. Jimin estava com uma aparência bem celestial, calça e camisa branca que combinados ao seu cabelo loiro lhe deixava literalmente parecendo um anjo. A visão de anjo dos humanos sempre foi aquele ser baixinho com cabelos loiros encaracolados e olhos azuis, tudo bem que Jimin é baixinho — ou nem tanto já que ele é visivelmente um palmo mais alto que eu — mas a semelhança com os anjos retratados na Terra acaba bem aí, em vez de loiro encaracolado nós temos um loiro liso, e em vez de olhos azuis, os dele são de um tom lindo de violeta.
Eu sei, acho que estou olhando demais para o meu tutor, mas não posso negar que qualquer um ficaria encantado pela sua beleza exótica.
Katsu não falou nada quando entramos no elevador, Jimin também ficou calado, enquanto isso eu tentava me acalmar, primeira missão como guardiã no Círculo, o verdadeiro céu. Ou "os" verdadeiros céus.
Assim que pisamos no primeiro céu eu pude enxergar as filas distantes perto do elevador do Jorge, onde eu estava no momento em que cheguei no Círculo. Jimin percebeu para onde eu olhava e abaixou um pouco a cabeça para falar no meu ouvido.
— São os humanos que morreram hoje e estão vindo pra cá pro Círculo pra serem guardiões. — Eu acenei sem responder, todos eles estavam com o mesmo conjunto de moletom cinza que eu usei no dia anterior, parece que é a roupa que todos recebem quando chegam.
Parei de olhar para as filas e para as catracas e segui Jimin por aquele chão enevoado até um dos postos dos Oráculos, quando chegamos, o Oráculo que estava dentro do posto sorriu mostrando os dentes e veio empolgado pra perto de nós enquanto rolava em cima de sua bola de cristal.
— Park Jimin e sua nova aluna! É um prazer ser o Oráculo que passará a primeira missão de vocês dois juntos, estendam as mãos. — Jimin estendeu a mão esquerda para o Oráculo, já eu estendi minha mão direita. Ele segurou nossas duas mãos e fechou os olhos, então a bola de cristal que estava abaixo de seus pés começou a brilhar, ao ponto de que eu fui obrigada a fechar os olhos por causa daquela luz ofuscante.
Então a luz parou instantaneamente e meu tablet e o do Jimin fizeram um sonzinho de mensagem recebida, olhei para o Oráculo.
— Suas missões já estão no Espelho Celestial, vou só imprimir os cartões. — o Oráculo foi rolando até um projeto de impressora do lado direito da salinha onde ele estava, depois de digitar alguma coisa no teclado ao lado, a impressora deu um estalo e colocou pra fora dois cartões violetas, um grudado no outro. O Oráculo veio até nós novamente e destacou um cartão do outro, nos entregando. — É só irem até os portais, boa sorte.
Jimin agradeceu e me puxou pra perto dele, voltamos a andar.
— Vamos para o quinto céu? — Eu perguntei já sabendo a resposta, mas queria puxar assunto com o guardião, então me fingi de demente, como se ele não tivesse me ensinado o funcionamento de todo o Círculo há algumas horas.
— Sim, assim que a gente colocar o cartão no portal e entrar, nós vamos direto para a nossa primeira missão. — Quando chegamos ao elevador do Katsu, tivemos que esperar um pouco atrás de uma fila enorme de diversos guardiões, o elevador estava fechado. Olhei para Jimin dessa vez sem entender mesmo.
— O que aconteceu com o macaco? — Ele sorriu, um sorriso genuíno com todos os dentes a mostra, foi como se eu tivesse levado um tapa.
— Não deixe Katsu te ouvir chamando ele assim. — Pra completar o sorriso, Jimin jogou os cabelos pra trás no seu gesto habitual. — Esse é o horário que a maioria dos guardiões saem para suas missões na Terra, então o elevador meio que fica super utilizado. Katsu transporta seis pessoas por vez, então vamos ter que aguardar na fila.
Enquanto Jimin falava, mais e mais guardiões paravam atrás de nós para esperar o elevador, fico imaginando se aquele monte de gente não irrita o chimpanzé.
— Já que estamos parados sem fazer nada, você poderia me explicar como funciona o tal de Espelho Celestial. — Jimin arregalou os olhos como se tivesse se lembrado agora e tirou uma pequena caixinha de dentro do bolso.
— Se liga! — Ele passou a mão por cima da caixinha e ela aumentou de tamanho, até que se tornou tal como o meu tablete, que estava preso no cós da minha calça, nas costas, porque aquele troço é muito grande pra se carregar no bolso.
— Ei!! — Falei um pouquinho assustada, mas só um pouquinho. — O meu faz isso também? — Jimin sorriu de novo e me estendeu a mão, tirei o tablet da calça e dei pra ele.
— É só mentalizar e passar a mão por cima, eu gosto de transformar o meu naquela caixinha, mas você pode mudar pra um cartão. — Ele passou a mão por cima do meu tablet e ele virou um cartãozinho branco. — Pode ser um adorno também, acho que isso aqui seria mais sua cara. — Jimin passou a mão por cima de novo e o tablete se transformou em um anel pequeno com uma pedrinha violeta no meio, da mesma cor de seus olhos. — Me dê a mão.
Estendi minha mão para Jimin e ele colocou o anel no meu dedo médio, combinou perfeitamente comigo, fiquei encantada.
— Ele pode virar tablet de novo a hora que eu quiser? — Perguntei, Jimin assentiu.
— Espelho Celestial, e sim. Se mentalizar o anel, ele vira o anel, se mentalizar o Espelho, ele vira o Espelho. Não é tão difícil. — Ele veio mais pra perto de mim e me mostrou a sua tela inicial. — Aqui no começo aparece o seu registro como guardião, o número de humanos que você salvou, o número de almas que trouxe pra reencarnação, o número de almas que perdeu e o número de demônios que matou, eu não costumo mostrar meu registro pra ninguém, com o passar dos anos ele se torna muito pessoal, mas pode olhar se quiser.
Jimin colocou seu Espelho Celestial em minhas mãos enquanto avançávamos na fila rumo ao elevador, olhei para os números fascinada.
Sucessos
58.596
Reencarnações
19.847
Fracassos
3.738
Demônios
54,787
No final havia o número de missões que Jimin já recebeu desde que se tornou guardião até os dias de hoje, um total de oitenta e duas mil, cento e oitenta e uma. Me faz novamente pensar há quantos anos ele está aqui.
— Você já matou mais de cinquenta mil demônios? — Perguntei admirada, Jimin deu de ombros um pouco encabulado.
— Ossos do ofício. — Ele pegou o Espelho de volta. — Por enquanto esses espaços do seu Espelho Celestial estão zerados, já que você ainda não realizou nenhuma missão. Nessa aba bem aqui nós temos as informações das dez pessoas que iremos salvar hoje, como são as mesmas informações então vamos usar apenas o meu Espelho, pra você não se atrapalhar tendo que manusear o seu durante o trabalho, eu perdi uma alma no meu primeiro dia porque me atrapalhei com o Espelho e deixei ele cair enquanto tentava ajudar meu tutor com um demônio.
— Você encontrou um demônio no primeiro dia? — Ele assentiu.
— Não desejo essa sorte pra ninguém. — O Elevador se abriu e os dois guardiões que estavam na nossa frente entraram, nós dois entramos juntos. — Está preparada? — Jimin perguntou enquanto subíamos para o quinto céu, balancei a cabeça negativamente, ele deu um meio sorriso. — É, ninguém está.
Nos despedimos de Katsu assim que o elevador parou no quinto céu, aquele lugar ainda me fascinava, os diversos portais em linhas retas do lado esquerdo estavam todos lotados com filas enormes, guardiões diversos esperavam sua vez para entrar em seu portal e cumprir suas missões.
Esperamos na fila em silêncio, observei os guardiões que estavam por perto, tanto aqueles sozinhos quanto os mentores que eram acompanhados por seus novatos, a fisionomia deles era de empolgação, todos estavam ansiosos pela missão do dia, fiquei me perguntando se depois de um tempo você acaba se apaixonando por esse trabalho.
— Nós somos os próximos, pegue seu cartão. — Jimin falou em meu ouvido e subiu os dois degraus que levavam até o portal, ignorei o arrepio que percorreu minha espinha e subi atrás dele enquanto segurava meu cartão. — Quando chegarmos eu mostro a você qual é nossa primeira missão, por enquanto preciso que se acostume com a viagem. — Jimin pegou o cartão de minha mão e colocou na aberturazinha ao lado do portal, ele se acendeu para receber seu guardião. — Você vai primeiro, quando chegar não saia do lugar, chegarei em segundos.
Ele olhou pra mim com os olhos firmes, fazendo o possível para que eu confiasse em suas palavras e me sentisse segura. Deu certo.
— Vou esperar você. — Jimin assentiu e apontou para o portal, respirei fundo e entrei.
A sensação era como pular em um pote de slime, não que alguém já tenha feito isso já que aquele pote é minúsculo, mas esse foi o único exemplo que encontrei. Tudo ao meu redor ficou roxo e azul por alguns segundos — acho que no máximo cinco — e depois uma porta aberta surgiu na minha frente, mostrando o mundo humano e me trazendo diversas memórias de minha última vida aqui que eu não me recordava antes deste momento.
Atravessei a porta e senti logo o vento bater contra meus cabelos, eu estava no centro de uma cidade hiper movimentada e o alto tráfego de carros fazia com que papéis voassem, galhos balançassem e diversas pessoas ficassem com uma carranca na cara esperando o sinal ficar vermelho para atravessar a rua.
Avistei uma praça logo a frente e esperei junto com as outras pessoas impacientes para atravessar até a praça, eu não sabia que lugar era aquele, mas pela aparência das pessoas eu com certeza não estava no ocidente.
— Deviam diminuir esse tempo, toda vez eu me atraso por causa desta merda desse semáforo! — Um homem na casa dos quarenta anos falou ao meu lado, uma das senhoras que estava amontoada conosco o respondeu.
— Já pensou em sair mais cedo de casa, Jaebun? Todos os dias eu tenho que escutar essas suas reclamações, já até decorei seu nome, velho rabugento. Todos aqui têm que trabalhar, pare de culpar o sinal de trânsito. Parece até um doido reclamando com um objeto. — Alguns que estavam mais tranquilos riram, outros nem prestaram atenção ao que a senhora falou, mas o tal Jaebun ficou vermelho de raiva.
— Fique na sua, velhota! Tenho mais com o que me preocupar do que lidar com você.
O sinal abriu e eu me apressei para atravessar antes daquela vuca de gente me atropelar, corri até a praça e me sentei em um dos bancos, aliviada por ficar pelo menos um minutinho sozinha.
Um gatinho branco que estava ali por perto pulou ao meu lado no banco, aproveitei pra fazer carinho nele enquanto esperava por Jimin, sei que saí um pouquinho do lugar de onde o portal me deixou, mas não acho que seria sensato ficar parada no meio da rua esperando ele com aquele trânsito e com aquelas pessoas malucas.
Não demorou muito pra Jimin aparecer, o portal dele se abriu no mesmo local que o meu e o garoto correu como um atleta para atravessar a rua a tempo, então parou ao meu lado.
— Cara, é tão bom estar de volta! Tem tempo que eu não recebo uma missão aqui. — O guardião sentou ao meu lado relaxado, depois olhou para o gato e sorriu. — Oi gatinho! — Jimin fez carinho no felino.
— É sua terra natal? — Jimin acenou com a cabeça enquanto continuava dando atenção ao gato.
— Bem vinda a Seul! Capital da Coréia do Sul. — Olhei ao redor, isso explica os olhos puxados daquelas pessoas e os olhos puxados de Jimin.
— Calma ae! — Um pensamento me veio a cabeça — Eu os ouvi conversando, mas não falo coreano.
— A partir do momento que se torna guardiã, você fala todas as línguas deste planeta. — Jimin largou o gatinho e pegou seu Espelho Celestial. — Vamos ver onde é a nossa primeira missão.
Me aproximei dele pra olhar o visor.
South Korea - Seoul
Distrito de Guwanghui-dong, empresa Jungcorp.
Queda de elevador às 8:34 AM.
Jung Jaebun
— Que horas são? — Perguntei enquanto tentava entender o porquê de as informações do Espelho Celestial me parecerem tão familiares.
— Oito e dez. A Jungcorp é aqui perto, nós vamos chegar a tempo.
Jimin transformou o Espelho de volta na caixinha e pegou minha mão, levantei do banco e segui ao lado do guardião, nem tive tempo de me despedir do gatinho.
Nós caminhamos pelas ruas de Seul por uns cinco minutos antes de dar de cara com um prédio enorme de paredes de vidro escrito "Jungcorp" com letras garrafais no último andar.
— Como vamos descobrir qual é o elevador? — Perguntei.
— Primeiro precisamos descobrir quem é Jaebun. — Jimin me puxou suavemente até a entrada. — É o seguinte, a partir de agora o seu nome é Ava Park e nós acabamos de voltar da nossa lua de mel.
Arregalei os olhos assustada.
— O que?! — Jimin pegou meu braço e enroscou no seu.
— Siga o script e finja que está apaixonada por mim. — Antes que eu pudesse questionar nós entramos naquela empresa enorme. Diversas pessoas vestidas formalmente andavam de um lado para o outro, Jimin olhou ao redor e depois andamos para o que parecia ser a recepção.
Uma jovem de no máximo vinte e cinco anos arrumou os óculos no rosto assim que viu o Jimin.
E nem olhou na minha cara.
Eu não tenho nem o que questionar, Park Jimin tem uma aparência notável, acredito que todos os humanos percebem o quanto o cara é charmoso.
— Bom dia, posso ajuda-los? — Ela usou o plural ainda olhando apenas para Jimin, como se a formalidade fosse apenas pra não soar desrespeitoso.
— Bom dia! — Jimin a cumprimentou com o sorrisão de sempre. — Minha esposa e eu acabamos de voltar da lua de mel e gostaríamos morar em um dos apartamentos da companhia, poderia nos informar onde encontramos o responsável por isso?
O relógio na parede marcava 8:22 AM. Tínhamos que nos apressar.
Enquanto a mulher mexia no computador eu cutuquei Jimin de leve e apontei para o relógio, ele assentiu entendendo.
— Creio que precisarão aguardar um pouco, o senhor Jaebun está subindo para uma reunião de emergência agora e ele é o único que pode passar o contrato para vocês. — Jimin assentiu e virou pra mim visivelmente preocupado.
Ele está acostumado a chegar nos lugares, resolver e partir para a proxima missão. Se eu não estivesse aqui ele provavelmente flertaria com a recepcionista e conseguiria entrar na empresa em poucos segundos.
Puxei Jimin alguns passos pra longe da mulher, só pra evitar que ela nos escute.
— A única coisa que devemos fazer é impedir que Jaebun entre no elevador, não é? -— Jimin assentiu. — Okay, a recepcionista gostou de você, então ignore o fato de que estamos casados e veja se ela cai nos seus encantos, eu completo essa primeira missão.
Fui andar de volta pra o balcão da recepção quando Jimin segurou minha mão, me mantendo no lugar.
— Tem certeza? — Ele perguntou preocupado.
— Aproveite pra flertar um pouco, nosso humano vai ficar bem, eu garanto. — Depois de pensar um pouco, Jimin concordou.
Voltamos juntos para o balcão e eu chamei a mulher.
— Moça? Tem um banheiro aqui por perto? — Ela nem olhou pra mim, apenas apontou para um corredor do lado direito de onde estávamos.
— Primeira porta à esquerda neste corredor, é só seguir reto.
Pra manter as aparências, dei um abraço em Jimin e um beijo em sua bochecha.
— Já volto, meu bem. — Ele balançou a cabeça com um sorriso meio sacana por causa do beijo, tive vontade de bater nele.
Assim que me afastei um pouco em direção ao corredor eu olhei pra trás, a mulher já estava com um sorriso de orelha a orelha conversando com Jimin, e ele com aquele jeitão cativante agia como se fosse uma cobra e estivesse prestes a dar o bote.
Pelo jeito eu vou trabalhar e Jimin vai descolar uma transa.
Guardiões podem transar com humanos?
Eu pergunto isso depois. Olhei para o relógio de novo e o vi marcando 8:26 AM, faltavam oito minutos e eu não fazia ideia de onde achar o cara.
— Sim, eu sei! Mas eu tenho que subir pra reunião agora. — Um homem saiu do banheiro ao meu lado, foi quando percebi o motivo de a missão ser familiar.
Jung Jaebun era o rabujento do semáforo, e ele estava a dois metros de distância de mim.
— Cara, depois a gente se resolve! — Ele desligou o celular e passou a mão na cabeça. — Puta merda, eu só precisava de um pouquinho de alívio. Caralho!
Uma ideia muito maluca veio na minha cabeça, olhei o relógio de novo e não me permiti pensar muito.
— Senhor Jung? — Chamei, o homem olhou pra mim sem interesse nenhum no que eu estava prestes a dizer.
— Eu estou atrasado, garota. Se me der licença. — Ele se afastou e eu o segui.
— Eu acabei de voltar da minha lua de mel, vim aqui pra encontrar um lugar pra morar com meu marido, mas não pude deixar de notar que o senhor precisa de um pouco de alívio dessa pressão toda do trabalho. — Ele continuou andando, mas agora me escutava. — O homem não me deu prazer nenhum na cama, então se o senhor quiser, posso lhe dar o alívio que procura.
Ele parou a alguns metros do elevador e olhou pra mim, me avaliando pra ver se ele queria o pacote.
Talvez eu parecesse um pouco estranha aqui na Coréia, por ser loira e visivelmente estrangeira, mas quando seus olhos pararam nos meus seios e no decote que eu estava usando, percebi que ter essa genética estava ao meu favor agora.
— Eu posso te procurar depois da minha reunião? — Eita merda, eu não esperava por essa.
— Está indo pra o elevador? — Me aproximei e enrolei o dedo indicador em sua gravata, em uma tentativa louca de fazê-lo topar se atrasar um pouco. — Podemos brincar um pouquinho lá dentro enquanto você sobe pra sua reunião, então eu te espero e podemos fazer o que você quiser depois.
Ele olhou de novo para os meus seios e espalmou uma mão em minha bunda.
— E o seu marido? — Eu dei de ombros e baixei minha mão para o volume visível em suas calças.
— Deve estar comendo a recepcionista agora. — Quando apertei sua ereção ele se deu por vencido e me puxou para o elevador.
Assim que apertou o botão para chamar o elevador ele encheu suas duas mãos com a minha bunda e me apertou contra ele, esfregando sua ereção na minha barriga.
— Você é tão gostosa, vou fazer tudo o que o seu corninho não fez nos poucos minutos que passaremos dentro desse elevador.
— Pois faça! — Olhei em seus olhos e lambi os lábios.
Assim que o elevador abriu e nós dois entramos ele imediatamente puxou meu decote pra baixo, deixando a mostra meus seios.
— Olha essas tetas! Tão grandes e firmes. — Ele me segurou forte contra a parede do elevador e passou os polegares no bico dos meus seios enquanto olhava para eles admirado. — São tão rosinhas, você é tão deliciosa. — Eu queria estar em qualquer lugar, menos ali, mas precisava salvar aquele cara da morte.
Aproximei minha boca de seu ouvido e fiquei vermelha com minhas próximas palavras.
— Quer ver minha bucetinha também, senhor? — Os olhos dele brilharam.
— Você mostra ela pra mim? Com as pernas bem abertas pra eu enfiar meus dedos? — Eu sorri tentando não pensar na cena.
— Mostro, senhor! Vai enfiar bem fundo? — Apertei sua ereção de novo.
— Vou enfiar bem forte e fundo os meus dedos nessa bucetinha, e depois da minha reunião eu enfio minha rola. Mostra ela pra mim, putinha, mostra!
— Feche a porta do elevador. — Ele soltou os meus seios e apertou o botão pra porta fechar, quando o elevador estava quase totalmente fechado eu dei um chute no meio das pernas dele e o empurrei pra fora, antes que Jaebun pudesse protestar eu já estava trancada.
Tirei o anel do meu dedo e o transformei no meu Espelho Celestial, então olhei a hora no topo da tela.
Exatamente oito e trinta da manhã, a noticia boa é que eu consegui tirar Jaebun do elevador a tempo.
A ruim é que ele vai cair comigo dentro.
Tentei pensar em diversas maneiras pra sair dali, mas nenhuma dava certo. Eu estava consideravelmente tranquila, até o momento em que a energia acabou, o elevador parou e deu um estalo.
Peguei o Espelho desesperada e me sentei no chão do elevador enquanto procurava por algo que me ajudasse, até que encontrei o nome de Jimin e o símbolo de um telefone do lado.
Será que eu conseguiria ligar pra ele?
Apertei o botão e o aparelho começou a fazer aquele barulho de quando esta ligando pra alguém, minhas esperanças estavam voltando, mas assim que apareceu "chamada rejeitada" eu fiquei puta.
Porra, Jimin.
Um símbolo de mensagem de texto apareceu na tela, apertei nele imediatamente.
"Eu tô no meio de um boquete! Não dá pra atender. Me diz que conseguiu salvar o cara e assim que eu terminar a gente vai pra próxima missão"
Eu sabia que ele ia descolar uma transa.
"Eu não precisava saber dos detalhes. Consegui salvar ele, mas fiquei presa dentro do elevador, por ser uma guardiã não tem como morrer desse jeito, não é?"
"Tem sim, você morre e renasce lá na avenida de novo. Eu já morri e garanto que dói como o cacete, mas relaxe, vou tentar te tirar daí."
"Já vi que eu vou morrer."
"Eu tenho anos como guardião, Ava. Já recebi missões mais complicadas do que essa, eu consigo te tirar de um elevador, só me espera, e não faz besteira."
Coloquei o Espelho no meu colo e fiquei olhando o ponteiro do relógio virtual, Jimin tem quatro minutos pra me tirar daqui antes que eu vire um sanduíche de ferragens.
Olhei ao meu redor e enxerguei uma portinha quadrada no teto do elevador, parecida com aquelas entradas para um alçapão. Fiquei de pé e me estiquei ao máximo para abri-la, mas nem consegui encostar nela, desisti de tentar abrir, eu nem conseguia tocar, quanto mais passar por ela.
Assim que me sentei de volta no chão o elevador deu outro estalo, faltavam dois minutos e eu já estava me preparando pra queda. Foi então que eu ouvi passos em cima do elevador e a portinha abriu.
— Hey, garota! — Jimin me olhou pela abertura e eu fiquei de pé imediatamente.
— Como você foi parar aí? — Perguntei maravilhada.
— Gritei com algumas pessoas e disse que precisava salvar minha esposa. — Ele olhou pra baixo e depois voltou a encarar meus olhos. — Aliás, belas tetas.
Com toda a preocupação, eu havia esquecido de colocar minha blusa no lugar, então a arrumei e voltei a olhar pra o Jimin, ignorando o que ele falou dos meus seios.
— Tem como sair daqui sem virar sanduíche? — Ele sorriu.
— Segure minhas mãos. — Jimin estendeu as duas mãos pra dentro do elevador e eu as segurei, depois ele me puxou pra cima com uma força excepcional, consegui sair e ficar de pé sem dificuldade nenhuma.
— E agora? — Perguntei e ele olhou pra cima, apontando para a porta do terceiro andar, aonde várias pessoas olhavam pra nós.
— Essa caixa de metal vai cair em menos de sessenta segundos, vou te levantar até aquela porta e depois você me puxa. — Arregalei os olhos.
— Não tenho força pra isso! — Jimin colocou as duas mãos no meu rosto e me fez encara-lo.
— Você é uma guardiã, você tem sim. — Ele me virou de costas e segurou minhas coxas, me levantando logo em seguida.
Rapidamente as pessoas que estavam assistindo esticaram o braço pra me puxar pra fora do túnel do elevador, assim que eu estava fora de perigo eu me virei pra ajudar Jimin.
— Segure minhas mãos! — Me estiquei o máximo possível pra dentro do túnel, tanto que alguns dos que estavam ali tiveram que segurar minhas pernas pra eu não despencar pro lado de dentro.
— Não adianta, Ava. Eu não alcanço. — Ele falou com um meio sorriso no rosto, como se estivesse conformado em morrer uma morte dolorosa.
Mas eu não iria deixar assim, não.
— Você pulou na porra do fosso do elevador pra me salvar, não vou sair daqui sem você, Jimin! — Ele olhou ao redor cogitando suas possibilidades, depois encarou o cabo de aço que segurava o elevador.
Ele estava quase totalmente partido.
— Faltam quinze segundos pra oito e trinta e quatro, conta pra mim. — Jimin falou olhando em meus olhos, eu nem questionei, o garoto parecia ter um plano.
Então contei em voz alta. De dez pra cinco, de cinco pra um. No exato momento em que a contagem acabou, Jimin pulou e o elevador caiu.
Segurei seus braços no ultimo segundo e ele abraçou suas mãos em mim, então a fumaça dos escombros do elevador subiu e impediu nossa visão. Usei toda a força que eu tinha pra puxar Jimin pra fora, foi aí que eu percebi que ele estava certo.
Eu realmente era forte.
Quando o tirei de lá de dentro todos começaram a bater palmas, nem pensei direito e lhe prendi em um abraço forte antes mesmo dele sequer levantar.
— Opa! Obrigado, Ava. — Ele retribuiu o abraço e depois me soltou. — Precisamos ir.
Assenti enquanto me avisa questionava o motivo daquele abraço repentino, talvez tenha sido a experiência de quase morte.
Ou não, não sei.
Só sei que nós dois saimos correndo da empresa antes que nos parassem para dar alguma entrevista, passamos pelas portas principais até chegarmos no meio da rua, foi aí que Jimin parou um pouco e olhou para os dois lados.
— O que está procurando? — Perguntei sentindo que ele buscava alguma coisa.
— Viemos por qual lado? Aquela praça que você estava me esperando tem uma fonte, precisamos pular na água.
Segurei o braço de Jimin e o puxei rumo a praça, quando chegamos perto da fonte ele olhou pra mim.
— Pegue seu Espelho Celestial, você precisa aprender. — Tirei o anel do dedo e o transformei no Espelho, atenta às pessoas ao nosso redor pra que elas não percebessem as coisas sobrenaturais que estavam acontecendo agora. — Veja qual é nossa próxima missão.
Vi um botão pequeno na tela que tinha "missões" escrito em baixo dele, quando abri estava escrito o nome da nossa missão de agora e um sinal com concluído ao lado.
Então olhei em baixo.
France - Normandy
Cidade de Le Havre, cruzeiro Pullmantur.
Eletrocutada por chuveiro elétrico às 11:42 AM.
Amélie Bauffremont
— Nós vamos pra França? — Perguntei extasiada, Jimin estava com um sorriso enorme no rosto.
— Não é apenas a França, querida. Nós vamos para um cruzeiro na França, estou adorando essas missões! — Ele segurou em minha mão e me puxou pra frente. — No três nós pulamos.
Assenti e olhei pra fonte.
— Um, dois, três!! — Corri com Jimin e me joguei na água, então tudo ao meu redor ficou azul e parecido com um pote de slime novamente.
Nos guiando para a proxima missão na França.
☁☁☁☁☁
𝕃𝕖𝕚𝕥𝕠𝕣 𝕗𝕒𝕟𝕥𝕒𝕤𝕞𝕒, 𝕖𝕦 𝕤𝕠𝕦 𝕠 𝕞𝕖𝕝𝕙𝕠𝕣 𝕘𝕦𝕒𝕣𝕕𝕚𝕒𝕠 𝕕𝕠 ℂ𝕚𝕣𝕔𝕦𝕝𝕠, 𝕔𝕠𝕟𝕤𝕚𝕘𝕠 𝕧𝕖𝕣 𝕧𝕠𝕔𝕖 𝕡𝕠𝕣 𝕒𝕢𝕦𝕚. 𝔸𝕡𝕒𝕣𝕖𝕔𝕒 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕠𝕤 𝕠𝕦𝕥𝕣𝕠𝕤, 𝕤𝕖 𝕕𝕖𝕚𝕩𝕒𝕣 𝕤𝕖𝕣 𝕧𝕚𝕤𝕥𝕠 𝕖 𝕚𝕞𝕡𝕠𝕣𝕥𝕒𝕟𝕥𝕖 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕠 𝕖𝕟𝕘𝕒𝕛𝕒𝕞𝕖𝕟𝕥𝕠 𝕕𝕒 𝕞𝕚𝕟𝕙𝕒 𝕙𝕚𝕤𝕥𝕠𝕣𝕚𝕒. ⭐
𝔹𝕖𝕚𝕛𝕠𝕤 𝕕𝕠 𝕁𝕚𝕞𝕚𝕟!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro