57º Capítulo - Lucy
_ Temerosa. – afirmei. – É assim que me sinto, Ícaro.
_ E por quê? – perguntou ele, abraçando-me. Estávamos recostados à janela de nosso quarto, observando as nuvens engolirem o sol pouco a pouco. – Por que sente medo?
_ Pressentimento... – murmurei. – Você acha que pode ser hoje?
_ Sinceramente? Não sei. Ultimamente, qualquer dia é dia para a batalha...
Baixei os olhos e fitei a floresta, levando a xícara de café que segurava firmemente nas mãos até a boca. Meu marido me apertou mais em seus braços.
_ Ah! Se eu pudesse fugir... – praguejei, mais para mim que para ele.
_ Me levaria junto? – provocou, enrolando os dedos em meu cabelo e soltando-os lentamente.
Não consegui conter o sorriso.
_ Sim, sem dúvidas que sim.
Neste instante, meu marido surpreendeu-me com um beijo roubado. Rapidamente tirou a xícara de minhas mãos, equilibrando-a à janela, girou-me bruscamente e acomodou seus lábios aos meus.
Uma tentativa ensandecida de me acalmar.
_ Obrigada... – murmurei, afastando-me lentamente.
Sem querer, esbarrei na xícara que havia sido posta de mal jeito na janela, fazendo-a despencar por longos segundos, até atingir o chão lá embaixo.
Observei-a traçar este caminho com as mãos na boca, praguejando mentalmente por meu completo desastre.
_ Droga! – murmurei. – Veja o que fiz Ícar...
De repente, a cor se esvaiu de meu rosto. O chão se desfez sob meus pés e o medo me atingiu como uma onda voraz na praia.
Das bordas da floresta, um grupo de pessoas vestidas completamente de preto irrompiam e começavam a caminhar rumo ao centro do pátio.
Chegou a hora.
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