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4º Capítulo - Lucy

Após a agressão contra a mesa, Clara levantou e, subitamente, saiu correndo.

Subiu as escadas de forma tão desesperada que quase caiu umas duas vezes.

Alguns segundos após sumir de meu campo de visão, ouvi a porta de seu quarto bater com força.

Olhei para Ícaro e suspirei. Sua expressão era de derrota, como quem está decepcionado. Entretanto, não o julgo... Minhas feições deveriam estar igualmente horríveis.

_ O que está havendo com nossa filha? – perguntou ele, com os olhos arregalados.

_ Tenho medo de estar imaginando o certo. – murmurei enquanto uma lágrima escapava de meus olhos.

Várias suposições pairavam por minha mente, mas uma em especial tirava-me o sono, e era sobre ela que trataria com Aurora na sede.

_ O que está imaginando? - sussurrou meu marido, com um tom de preocupação extrema na voz.

Creio que ele já estava supondo o mesmo que eu.

_ Amanhã direi a você, Aurora e Marcel. - exclamei por fim. Não trataria sobre aquele assunto em casa, até porque todos do conselho deveriam estar a parte de todas as situações.

Meio insatisfeito, ele assentiu.

Levantei-me, caminhei até ele, dei-lhe um beijo e murmurei:

_ Prefere a louça ou ir conversar com ela?

Ícaro pigarreou, mas, após pensar um pouco, decidiu:

_ Dessa vez a conversa deve ser de mãe para filha. Fico com a louça.

Sorri satisfeita. Sentia que deveria conversar com Clara.

Lentamente, subi as escadas e cheguei à porta do quarto.

_ Clara? – chamei.

Não obtive resposta.

_ Filha, podemos conversar? – insisti, mas ela parecia firme na decisão de não falar comigo. – Clara, por favor, abra esta porta.

Esperei alguns segundos, mas, quando estava prestes a desistir, ouvi a tranca.

Lentamente adentrei o quarto e avistei-a sentada no chão, com a cabeça apoiada na parede. Lágrimas escorriam de seus lindos olhos azuis.

_ Filha... – comecei, mas algo deteve minha fala.

Ela abriu os braços como uma criança assustada que pede colo.

Sem pensar duas vezes, tomei-a em meus braços e a enchi de beijinhos na bochecha.

Quando as lágrimas haviam diminuído, ela afastou-se e olhou diretamente em meus olhos. Pude observar o desespero que pairava por aquela íris cor de céu. Naquele momento, minha vontade foi de trocar de lugar com ela, só para livrá-la do desespero e do medo! Agora compreendia o porquê de minha mãe não ter contado a mim sobre os Luminescentes e a responsabilidade que recaía sobre minhas costas, quando foi minha vez de passar por isso... Eu ficaria como Clara, aguardando em desespero o momento chegar, relembrando a cada segundo o que me aguardava no futuro.

_ Mãe, eu não sei o que está acontecendo... – choramingou minha filha. – Não sei o que estou sentindo! Ajude-me...

Aquelas palavras foram como agulhas perfurando minha pele. Meu coração foi partido e arrancado friamente de meu peito! Sentir o desespero em sua voz era avassalador.

_ Tudo bem, Clara. Eu também já me senti assim e... – tentei consolá-la, mas fui interrompida.

_ Tenho certeza que não. – afirmou ela, com convicção.

Franzi a testa.

_ Mãe, você sempre teve certeza de que pertencia aos Luminescentes?

_ Bem... – pensei um pouco. – Sim.

_ Eu não digo o mesmo. – balbuciou Clara num lamento.

Ela parecia a ponto de desmoronar.

_ Filha, amanhã vou me reunir com os membros do conselho e...

_ Você diz tia Aurora, tio Marcel e papai? - perguntou imediatamente, cortando minha fala.

Assenti.

_ Eles vão dizer que é normal e que devo treinar mais. Vão dizer que devo superá-la! – exclamou ela.

_ Mas...

_ Mãe, você já esteve no meu lugar. Sabe que a batalha é um medo constante, mas para mim está sendo pior! Já tenho 16 anos... - ela suspirou. -  Há algo de errado comigo, certo?

Esta pergunta fez meu estômago girar. Clara não sabia que minha mãe, Rebeca, havia sido fruto da Luz e do Caos. Ela não sabia que eu carregava no sangue a Luz e o Caos... Minha filha não sabia que seu coração era dividido entre a Luz e o Caos!

Para tentar me acalmar, desviei o olhar e observei o espaço ao redor. Meu antigo quarto, que agora era de clara, havia sido reformado. As paredes ganharam um tom cinza, as cortinas eram brancas e as janelas viviam sempre escancaradas. A porta, entretanto, permanecia fechada a maior parte do tempo.

Minha filha não era tão diferente de mim... Quando tinha a sua idade, talvez um ano ou dois mais nova, vivia trancada em meu quarto. A história estava apenas se repetindo. E, da mesma forma que mamãe omitia informações sobre mim, eu também escondia coisas sobre Clara.

Até na aparência minha filha era parecida comigo. Seus cabelos negros e lisos caíam sobre os ombros assim como os meus. A única diferença é que ela mantinha uma franja de lado, escondendo parte de seu rosto.

O formato trabalhado da boca, o queixo fino e o nariz levemente arrebitado a fazia ser igualzinha a mim, tirando a cor dos olhos, que ela herdara por completo do pai.

Perdida em meus pensamentos, não notei que havia ficado tempo demais calada. Quando voltei à realidade, Clara trazia nos olhos uma triste expressão de decepção.

_ Eu sabia... – murmurou ela.

_ Filha, não...

_ Eu não sou normal. – exclamou.

_ Clara! 

Agora, quem estava desesperada era eu. Ela havia entendido errado meu silêncio! Apenas perdi-me em pensamentos... Não tinha nada a ver com ela.

_ Estou do lado errado, mãe! Você ainda não notou isso? – gritou ela, com a voz carregada de mágoa.

Naquele instante, meu mundo veio ao chão. 

_ Você só estará do lado errado se quiser! – gritei em resposta.

Ícaro apareceu subitamente no quarto, tomando-me pelo braço e tirando-me daquele cômodo. Levou-me até a sala e sentou-se a meu lado no sofá. 

As lágrimas escorriam de forma extremamente rápida por minhas bochechas. Minhas suspeitas estavam se confirmando... Clara realmente tivera herdado mais Caos que Luz, digamos assim, e o reflexo disso estava aparecendo cada vez mais.

_ Vá consolá-la. – murmurei enquanto secava o rosto e tentava me acalmar.

Ícaro ficou indeciso, sem saber a quem deveria prestar socorro primeiro, mas pensou um pouco e decidiu que era melhor fazer o que eu havia dito.

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