Não que eu quisesse estar ali... A verdade é que fui obrigada a permanecer presente durante a reunião. Meu coração mostrava-se acelerado e minhas pernas tremiam. Era como se fosse ter um mini ataque cardíaco a qualquer momento. Respirei fundo e tentei relaxar, mas isso de nada adiantava. Meu plano de parecer forte estava indo por água abaixo...

Corri o olhar pela sala até deparar-me com a janela. Correr até ela seria rápido, pulá-la só levaria alguns instantes e fugir pela floresta seria moleza. Sair dali era o que importava! Infelizmente, sobreviver à queda seria a parte difícil. Até porque, a sala escolhida para realizar esta reunião pelos Luminescentes se localizava no último andar do palácio. Parece até que imaginaram a possibilidade de um salto suicida janela abaixo...

Naquele instante, sem dúvida alguma podia adicionar a vergonha no top 10 de piores sentimentos. Sentir o olhar de todos a meu redor sendo cravados em minha face era torturante. Minha testa transpirava, assim como as palmas de minhas mãos.

Sabia que tinha feito algo errado, mas o julgamento das pessoas acarretava uma dor crescente em meu íntimo.

Baixei o rosto e suspirei. Minhas bochechas queimavam cada vez mais à medida que os cochichos aumentavam.

O assunto que escapava pelos lábios dessa gente era óbvio: eu.

Um nó se formou em minha garganta no momento em que escutei a porta se fechar. Mamãe acabara de adentrar o recinto.

Notei todos ficando de pé e, em seguida, executando uma reverência. Eu, entretanto, permaneci imóvel em meu lugar. Sequer desviei o olhar da janela.

Passos pesados ressoaram pelo cômodo, fazendo o nervosismo crescer dentro de mim. Agora, a ideia de saltar janela abaixo não parecia mais tão absurda. Seria até considerável se eu conseguisse voar.

Todos sentaram-se de novo no instante em que mamãe se posicionou à mesa. Não precisei olhá-la para saber que estava com o rosto vermelho e os olhos inchados. Provavelmente eu estava pior, mas ao menos não sou a líder da Luz. Posso demonstrar fraqueza, já minha mãe...