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36º Capítulo - Clara

Acordei extremamente atrasada. Ao que tudo indicava, apaguei na noite anterior com a lembrança de Jake pairando pela memória. Adentrei um sono tão profundo que não me lembro de sonho algum.

Estava me sentindo renovada, tenho que confessar, mas bem que podia ter despertado um pouquinho mais cedo! Tive que correr tanto para o almoço que, na descida das escadas, quase torci o tornozelo bom ao errar um degrau.

_ Tia Ana! – exclamei ao aproximar-me da cozinha, seguindo o caminho em direção ao grande salão.

Alguns segundos depois, ela apareceu assustada no corredor, com o cabelo contido por uma touca. Vários fios rebeldes escapavam pelas bordas do tecido exageradamente colorido que lhe enfeitava a cabeça.

_ O que foi, menina? – para demonstrar desespero, minha tia chacoalhava as mãos ao lado da cabeça. Creio que tentava produzir algum tipo de vento.

_ Eu... – respirei fundo para tomar fôlego antes de continuar. – Eu me atrasei! – exclamei por fim.

Ela fez uma careta e sorriu. Depois, murmurou:

_ Estou vendo.

_ Não zombe de mim, tia! – lamentei, levantando os braços em sinal de indignação. – Papai vai comer meu fígado.

Tia Ana apertou os lábios como quem reprime uma gargalhada.

_ Creio que Ícaro tenha coisa melhor para degustar, minha querida. – arregalei os olhos e bufei logo em seguida. Abri a boca, irritada, louca para despejar naquele momento todas as palavras feias presentes em meu vocabulário. Infelizmente, antes que pudesse começar a sessão "veja o que aprendi no Caos", ela se aproximou e tocou meu ombro com leveza. – Seus pais ainda não chegaram, Clara. Estão em algum lugar no pátio... Apresse-se, e seu fígado continuará onde está, são e salvo.

A tensão se desfez e eu suspirei. Balancei a cabeça em sinal positivo para minha tia e, em seguida, continuei avançando corredor afora.

Quanto antes no grande salão, maior a probabilidade de permanecer viva, com todos os órgãos no lugar e, de quebra, sem ter que escutar a ladainha de boas maneiras típica de meu pai.

×××

Apressar-se com um enorme gesso preso à perna não é nada fácil. Aquela última e pequena distância que separava a cozinha do grande salão pareceu estender-se por metros e metros sem fim. Cheguei a acreditar que tinha errado o caminho, de tanto tempo que levei até avistar a forte luminosidade que irradiava do cômodo.

"Ah!" Pensei. "Bem melhor que no Caos..."

As enormes janelas permitiam que muita luz entrasse e se espalhasse por cada canto do lugar. Era reconfortante ter aquela vista novamente...

A sensação de estar em casa se alastrou por todo o meu corpo quando pus-me por inteira no salão. Lentamente e com certa dificuldade, caminhei até a mesa e posicionei-me atrás da cadeira.

Todos que estavam presentes no local observaram com atenção cada passo dado por mim. Aquilo era constrangedor.

Apoiei as muletas na madeira grossa e escura da mesa. Em seguida, puxei meu assento com delicadeza na intenção de causar o mínimo de ruídos possíveis. Óbvio que não deu certo...

A cadeira pode ter ficado em silêncio, mas o que servia de apoio para mim, não. As muletas escorregaram e colidiram com o chão de forma brusca, ocasionando um ruído estridente de ferro batendo em piso.

Fiz uma careta e levei as mãos à cabeça, sinalizando desespero. Todos encaravam-me, alternando o olhar entre mim e as muletas caídas.

Corei instantaneamente.

_ Ahn... – murmurei. – Desculpem.

De repente, uma gargalhada nervosa explodiu no lugar, afastando a tensão que recaía sobre mim. Abri um sorriso e fiz com que mais risos soassem, cada um num tom diferente, enchendo meus ouvidos com alegria, fazendo com que a luminosidade do lugar ficasse ainda mais bonita.

Um rapaz ergueu-se do outro lado da mesa e correu para me ajudar. Soltei o corpo em meu assento e escorreguei calmamente para acomodar-me.

_ Aqui estão as muletas. – soou a voz do garoto.

Abri um sorriso deslumbrante para ele e pisquei, na intenção de demonstrar simpatia, enquanto segurava meu suporte e apoiava-o a meu lado.

_ Obrigada. – murmurei, encarando-o.

A voz do rapaz era forte e fazia-me arrepiar. Sua pele bem morena chamava-me a atenção, bem como seus cabelos negros e curtos. Os olhos pareciam duas enormes jabuticabas, de tão pretos e brilhantes.

Disfarçadamente, baixei um pouco os olhos. O jovem estava de pé ao meu lado, observando-me também. Notei que seus lábios estavam levemente pressionados, como quem está nervoso com o momento.

Podia sentir o olhar curioso dos demais membros da Luz recaindo sobre nós dois, à medida que a troca de olhares continuava.

Reparei em seus braços musculosos pousados ao lado do corpo, assim como as pernas torneadas, escondidas abaixo de uma bermuda excessivamente apertada. A regata que usava marcava ainda mais seu físico escultural....

Suspirei.

_ Dylan? – chamou alguém do outro lado da mesa.

Nós dois piscamos e encaramos o lugar de onde vinha a voz.

_ Sim? – o rapaz a meu lado respondeu.

_ Venha até aqui, por favor. – era um tom feminino, posso afirmar, mas não consegui identificar quem falava.

O garoto (constatei que seu nome era Dylan) assentiu e olhou novamente para mim. Como estava sentada, olhava-o de baixo para cima, e aquilo fazia-o parecer ainda mais imponente. Ele abriu um sorriso deslumbrante e virou as costas, seguindo para a ponta oposta da mesa.

Só então notei que o salão estava completamente em silêncio. Corei envergonhada ao imaginar a cena que eu e Dylan tivéramos proporcionado.

Abafei uma gargalhada ao pensar na cara das pessoas observando nós dois. Deve ter sido hilário e...

_ Clara! – a voz de tia Ana soou baixíssima ao pé de meu ouvido.

Virei para encará-la e notei que todos estavam de pé. Confusa, lancei um olhar urgente à porta.

De imediato, entendi o motivo de todos terem se levantado. Meus pais estavam parados lado a lado na entrada, de mãos dadas. Ambos sorriam.

Droga! Tinha que me distrair?

Desesperada, fiquei de pé da forma mais rápida possível, na esperança de evitar um dos chiliques de meu pai. Provavelmente ele diria que estou desrespeitando minha mãe e blá blá blá.

Infelizmente, quando se tem um gesso pesado preso a perna, fica difícil colocar-se de pé de forma urgente. Imediatamente me desequilibrei, colidi com meu assento e comecei a cair.

O mundo desacelerou.

Ouvi o barulho surdo da cadeira entrando em contado direto com o chão. Meu corpo tombou ainda mais para trás, e eu recuei um passo com a perna engessada.

Aquela não foi uma boa ideia... O gesso funcionou como uma pesada âncora. Assim que começou a inclinar, puxou meu corpo junto.

Naqueles poucos segundos antes do inevitável choque com o chão, a única coisa que consegui pensar foi: cause o mínimo de hematomas possíveis, Clara!

Acontece que não era uma superfície lisa que estava à espera do contato brutal com minhas costas. Era uma cadeira. Sem dúvida alguma, constatei que manchas roxas ficariam espalhadas por meu corpo.

Quando o mundo acelerou novamente e meu pensamento chegou ao fim, entretanto, algo se chocou comigo antes da cadeira.

Quer dizer, não foi bem um choque... Na verdade, parecia mais um apoio.

Suspirei aliviada ao sentir a estabilidade percorrendo novamente minhas veias. Só então notei meus olhos fortemente fechados.

Sorri e os abri, procurando identificar logo quem tivera sido o herói da vez.

Corri os olhos pelo salão. Deparei-me com papai e mamãe parados como estátuas, ainda na porta, atônitos demais para mover um só músculo.

Os outros luminescentes não se mostravam tão diferentes. Encaravam-me assustados, alguns com as mãos na boca, outros em posição para correr e me socorrer o quanto antes.

Nenhum seria rápido o bastante. Óbvio que os hematomas já teriam acontecido e eu já estaria em meio a dor caso dependesse do socorro deles. Mesmo assim, sentia-me grata. Estavam dispostos a me ajudar...

_ Essa é nova! – soou a voz de quem houvera sido veloz o suficiente para impedir meu tombo. Reconheci-a no ato. – Uma perna com gesso que serve de âncora? Adorei!

Virei-me bruscamente com o coração acelerado. Quando fiquei frente a frente com meu salvador, logo notei seus olhos azuis. Cabelo loiro bagunçado e a pele clara também chamaram-me a atenção de imediato.

E foi só isso que vi. Em poucos segundos, as lágrimas já haviam encoberto minhas vistas como um véu.

_ Tio Marcel! – exclamei com a voz embargada, carregada de emoção.

Lancei-me contra seu corpo sem pensar duas vezes e envolvi meus braços por seu pescoço. O abraço foi instantaneamente retribuído.

Enterrei meu rosto no ombro esquerdo de meu tio e deixei que as lágrimas escorressem.

Senti sua cabeça mover-se lentamente para cima e para baixo, como quem concorda com algo. Em seguida, fui suspensa no ar.

Tio Marcel segurou-me em seu colo com firmeza e começou a me carregar para longe do grande salão.

Escondida atrás de seus ombros, espiei mamãe e papai que adentravam o cômodo para acomodar-se a mesa e, enfim, almoçar. Eles estavam abraçados. Meu pai limpava com ternura algumas lágrimas emocionadas que escorriam pelas bochechas de sua esposa.

Desviei o olhar e voltei a observar meu tio.

Meu Deus! Ele estava realmente ali, tratando-me como se nada tivesse acontecido.

Somente no instante em que o vi, pude notar o tamanho da saudade que sentia. Era um sentimento tão forte e pesado que sufocava. Naquele momento, ao o ver, senti-me leve novamente. Havia amenizado a falta que sentia de todos: tia Ana, papai, mamãe, tia Aurora, ele...

_ Vejo que não foi feliz sem meus treinos. – murmurou em tom de brincadeira.

Gargalhei ao lembrar do dia em que fui submetida ao treinamento de elite que tio Marcel impunha a mim. Lembro de ter dito que seria feliz sem seus treinos.

É... Eu estava errada.

Mais lágrimas saltaram de meus olhos e um soluço inevitável escapou, fazendo com que meu tio me encarasse.

_ Ei! – exclamou ele. – Pare de chorar e curta o passeio. Não é todo dia que um galã como eu te carrega no colo, certo?

Gargalhei mais uma vez e resolvi aproveitar o conforto de me sentir tão segura em seus braços.

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