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30º Capítulo - Clara

O sonho começou sem que eu percebesse. Só me dei conta da ilusão criada por meu cérebro no momento em que suspirei.

Notei o aroma doce que se espalhava pelo ar. Meus olhos estavam fechados.

_ Olá, Clara. – soou uma voz metálica.

Um arrepio percorreu meu corpo e pude sentir um ar gélido beijar minha pele.

_ Olá. – murmurei enquanto abria os olhos e, confusa, percebia que estava sozinha, sentada em um banco, de frente para uma enorme lagoa.

O céu estava mais escuro, e a lua mostrava-se maior que o normal. Era como se o satélite me observasse.

Virei-me bruscamente, na intenção de encontrar alguém atrás de mim. Entretanto, a única coisa que avistei foi um enorme terreno plano, que se estendia até o horizonte, onde minha visão não podia alcançar.

_ Clara, preciso que me escute. – soou novamente a voz metálica.

Estranho, mas o som parecia vir do céu.

_ Quem...? – murmurei.

_ Você não precisa saber. – interrompeu-me, acarretando um arrepio. – Logo você terá que acordar, criança, e a ajuda irá chegar. Antes disso, porém, dê-me um pouco de atenção?

_ Ahn... – balbuciei, incerta e com medo. – Ok, eu acho.

De repente, senti o brilho da lua invadir meu espírito. Fui forçada por uma vontade sobrenatural a fechar os olhos.

Um forte vento soprou e eu ouvi a voz metálica recitar o que parecia ser uma profecia:

"Num futuro não muito distante

O medo irá se abater.

Por conta de um pequeno problema

Muita coisa irá acontecer.


Mudanças são inevitáveis

Inclusive no seio de uma família.

Mas nunca perca a certeza

De que da Luz você é filha.


Um acontecimento inesperado...

O menino irá chegar.

Suas atitudes serão incríveis!

Uma nação poderá salvar.


De forma devastadora,

A calma você perderá.

Para o desespero da família,

A todos abandonará.


Mas sorria, doce criança.

No futuro, a história vai acabar.

Agora, entretanto, bela menina,

Não tente o destino mudar."

As palavras ressoavam por minha mente, mesmo após terem sido ditas. Meus músculos estavam rígidos como quem sente que será atacado.

O medo começava a invadir meu coração.

_ Você deve abrir os olhos agora, querida. – soou a voz metálica. – Quando acordar, guarde o que estará escondido em sua mão esquerda. Um dia isto fará sentido para você...

Um sopro em minha nuca fez um arrepio percorrer todo o meu sistema nervoso. Abri os olhos num susto, mas não enxerguei nada. Tudo estava preto.

Tentei falar, mas as palavras não saiam.

_ Clara... – sussurrou uma voz gélida, estranhamente conhecida e assustadora. – Acha que vai conseguir fugir de seu destino?

O tom das palavras pronunciadas e o desgosto com que eram ditas mostravam-se inconfundíveis. Quem falava comigo era, com certeza, Andrew.

_ HAHAHA! – a gargalhada soou fria em meio ao breu. – Pode voltar aos Luminescentes agora, mas tive um vislumbre de seu futuro, querida, e descobri que você será muito útil ao Caos... Querendo ou não.

O gosto da raiva inundava minha boca. Se pudesse, matava-o!

Espere aí... Matá-lo! Por que fugir se posso matar? Com toda a certeza este seria um favor feito ao mundo.

_ Clara? – soou uma voz conhecida, mas desesperada, que afastou todo e qualquer tipo de pensamento psicopata. Era Jake. – Minha nossa! Clara?

Senti meu corpo sendo sacudido, mas não pude reagir.

_ Acorde, garota. – finalizou Andrew, como se me libertasse de um transe.

Instantaneamente abri os olhos e dei de cara com Jake sacudindo-me loucamente. Lágrimas escorriam de seus olhos.

De súbito, uma dor lancinante encheu-me o peito, fazendo com que me encolhesse. Havia me esquecido do tornozelo...

Alguns segundos depois, palavras ressoaram em minha mente: "Quando acordar, guarde o que estará escondido em sua mão esquerda".

Comprimi meus dedos e senti um pequeno papel, devidamente dobrado e seguro, que cabia na palma de minha mão.

Levei-o até o bolso da calça jeans que usava e soltei-o lá dentro. Pude senti-lo acomodando-se ao pano e ficando imperceptível.

A curiosidade me torturaria, mas não exploraria aquilo na presença de Jake. Aquela profecia ainda rondava minha mente, por mais que tentasse esquecê-la, e algo me dizia que aquele papel tratava sobre isso.

Pisquei, no intuito de afastar tais pensamentos, e foquei em Jake, que acabara de sentar-se frente a mim. Com os olhos arregalados, encarava meu pé, que continuava virado em um ângulo anormal.

_ O que aconteceu? – perguntei, quebrando o silêncio avassalador que nos rondava de forma desconfortável.

_ Eu é que pergunto, Clara! O que aconteceu? – exclamou ele.

Em meio a escuridão, ficava difícil enxergar Jake, mas pude notar que em seu rosto, na altura da bochecha, havia um corte feio, do qual uma tira de sangue escorria.

Isso, entretanto, parecia não o incomodar. A única atitude que ele tomava quanto ao ferimento era esfregar a mão no rosto vez ou outra, para limpar o líquido vermelho que manchava sua pele. Este ato, porém, servia apenas para sujar ainda mais seu rosto.

A blusa cinza que vestia estava rasgada, e ele arfava. Eu estava observando cada detalhe de seu corpo aparentemente cansado, quando seus olhos encontraram os meus.

Um arrepio percorreu meu sistema nervoso. Senti como se pudesse tocar a alma de Jake, que era transparecida por completo em seus brilhantes olhos verdes.

Ao perceber que tentava desvendar suas angústias, meu companheiro desviou o olhar e tossiu.

_ Ahn... – comecei a dizer, mas fui interrompida por uma atitude mais que inesperada.

Num impulso rápido, Jake envolveu-me em seus braços com cuidado e deu-me um beijo. E que beijo...

Um gosto doce invadiu minha boca e, quando ele se afastou lentamente, meio envergonhado, tive vontade de voar em seu pescoço e aconchegar-me em um abraço. Meu tornozelo, entretanto, impedia-me de tomar esta atitude.

_ Achei que tinha te perdido. – sussurrou ele.

As palavras dançaram por todo o espaço ao redor e chegaram ao meu ouvido como um sopro quente numa noite de inverno.

De repente, ocorreu-me a ideia que tive logo após "acordar": matar Andrew.

Seria a solução! Jake assumiria como líder legítimo, eu voltaria ao Caos e... Ahn... Lutaria contra a Luz na batalha?

Bem, meu plano não soava perfeito, mas sem Andrew, poderia convencer Jake a abolir esta batalha da história do mundo!

_ Ei, tive uma ideia. – exclamei.

Ele olhou-me, confuso.

_ Ideia? – perguntou enquanto tocava meu tornozelo, tentando descobrir se estava quebrado ou apenas torcido.

Fiz uma careta. A dor invadiu meu sistema nervoso, mas resolvi ignorar. Precisava confessar a Jake minha aparente solução.

_ Vou ser direta, ok? – murmurei enquanto reunia coragem.

Ele assentiu, os olhos fixos ao meu pé.

Suspirei. Não imaginava qual seria a reação de meu companheiro... Ele podia não gostar.

_ Diga logo, Clara. – pediu ele, como se soubesse que sentia medo.

_ Por que não matamos Andrew? – as palavras saltaram de minha boca de forma tão fria que assustei a mim mesma.

Jake encarou-me, estudando a expressão em meu rosto, provavelmente para descobrir se aquilo era uma brincadeira. Depois, suspirou.

_ Clara, Andrew é um líder... – disse ele, como se aquela afirmação fosse esclarecedora. Observei-o, confusa. – Os líderes do Caos são imortais.

Pisquei, tentando absorver a informação.

_ Como... – comecei, mas, de repente, algo me ocorreu. – Espere... Você...?

_ Sim. Sou um líder e, por consequência, imortal. Mas há uma diferença entre mim e Andrew...

O encarei, encorajando-o a continuar.

_ Andrew nunca morre. Sempre que é vencido, seja na batalha, numa luta corpo a corpo no próprio Caos ou em um treinamento, ele revive. Já eu... Bem, revivo se minha morte tenha sido causada por um membro dos Luminescentes. Caso uma pessoa do Caos acerte-me fatalmente, estou morto para sempre.

Eram muitas informações. Fiquei alguns instantes em silêncio, fitando o tronco da árvore mais próxima, esperando que meu cérebro absorvesse as revelações.

_ Por que há esta diferença? – perguntei por fim.

_ Porque Andrew é O líder, o primeiro de todos os membros do Caos. Já eu só sirvo para a batalha, digamos assim. Sou um líder, claro, portanto devo ser preservado caso seja morto. Entretanto, dentro do próprio Caos, sou como qualquer pessoa normal: mortal. – ele suspirou, tomando fôlego para continuar. – Essa é uma tática... Imagine se os membros do Caos escolhessem mal um líder e nunca mais pudessem livrar-se dele?! O único líder que, infelizmente, não pode ser exterminado, é Andrew, O líder.

Náuseas invadiram meu sistema nervoso. Quantos séculos esse cara já havia vivido?

_ Minha nossa... – murmurei. – Quanta informação e... – Um pensamento medonho interrompeu minha fala. – Espere aí! – exclamei. – Quantos séculos você já viveu?

De repente, a cor se esvaiu do rosto de Jake e ele se mexeu, desconfortável, a minha frente.

Sem jeito, fitou meu tornozelo e sussurrou:

_ Não foram séculos, ok?

Naquele instante me arrependi de ter perguntado aquilo de forma tão brusca, com um sentimento de nojo na voz. Mesmo que não tivera sido minha intenção, meu tom soara assim.

_ Desculpe... – pedi. – Falei de forma errada, não queria...

_ Vamos esquecer isso? – exclamou ele, cortando minha fala ao meio. – Temos problemas maiores para resolver.

Seus olhos encontraram os meus, depois desviaram-se, voltando ao tal problema: meu pé.

_ Ok. – murmurei insatisfeita.

Com calma, ele aproximou suas mãos de meu tornozelo e tocou-o com cuidado. Uma fisgada percorreu todo o meu corpo, mas isso não foi nada comparado a dor que senti depois, por culpa de Jake.

Num golpe rápido, seus dedos envolveram minha perna e giraram-na de forma extremamente dolorosa. No mesmo instante, pareci ver estrelas! Uma forte tontura escureceu minha vista e eu quase desmaiei. Tive que abafar um grito.

_ O que... O que pensa que está fazendo? – exclamei após vagamente me recuperar.

Minha visão clareou, permitindo que eu notasse meu pé virado num ângulo normal, como se nada tivesse acontecido. Um terrível latejar saía do local e se espalhava por todo o meu sistema nervoso, entretanto, ao menos tudo estava no lugar certo.

_ Vai ficar tudo bem, basta que você mantenha seu tornozelo imóvel. – murmurou ele em tom soturno.

Creio que tenha ficado chateado por conta de minha pergunta momentos antes. Mas minha intenção não fora magoá-lo!

_ Jake... – ia começar a desculpar-me novamente, mas, mais uma vez, fui interrompida.

Ele ficou de pé bruscamente, aproximou-se de mim, abaixou-se, agarrou minha cintura e ajudou-me a ficar de pé. Depois, passou os braços por minhas costas e ergueu-me no ar, em seu colo.

Corei no mesmo instante.

_ O que vai fazer? – indaguei.

_ Você não pode mexer o pé, muito menos andar apoiando-se nele. – respondeu-me friamente.

Não havia felicidade em seu rosto e eu não entendia o porquê.

_ Mas se você me colocar no chão, posso me apoiar em seu ombro, assim não uso meu pé e...

_ Droga! – praguejou ele. – O arco e a aljava ficaram no chão.

Estava me sentindo um encosto que só servia para atrapalhar! O tom de voz que Jake carregava também não ajudava em nada a me fazer sentir melhor.

Completamente sem jeito, ele abaixou, dando a mim a possibilidade de recuperar minha arma.

Tomei-a nas mãos e apoiei-a sobre minha barriga. Meu companheiro voltou a ficar de pé e, imediatamente, começou a caminhar.

Naquele instante, o silêncio que recaiu sobre nós tornou-se insuportável. Senti vontade de chorar, mas me segurei.

_ Ahn... O que aconteceu na floresta, antes de você me encontrar? – indaguei, tentando de forma desesperada resolver o péssimo clima que recaía sobre nós.

_ Tive que lutar, mas não matei ninguém. Eram dois soldados do Caos que estavam a nos perseguir, e foram mandados por Andrew. Deixei-os fugir, mas acho que para a sede do Caos eles não voltam. – respondeu-me ele de forma natural.

O ressentimento começava a abandonar seu tom de voz.

_ Por que acha que eles não irão retornar?

_ Por que contar a Andrew que fomos encontrados é uma coisa, mas assumir que não conseguiram nos capturar é sinônimo de dizer: "quero morrer".

Ele suspirou.

Do corte em seu rosto ainda escorria sangue. Um líquido extremamente vermelho que manchava impiedosamente sua face.

Com cuidado, aproximei minha mão do ferimento e toquei-o de leve. Jake se esquivou e seu rosto enrijeceu.

_ Está doendo muito? – sussurrei preocupada.

Ele sorriu de forma descaradamente forçada, mas, em contrapartida, uma lágrima escorreu de seus olhos.

_ Ponha-me no chão. – pedi.

Ele pigarreou, mas obedeceu ao notar a expressão séria que trazia no rosto. Com cuidado, abaixou e me ajudou a sentar, recostada ao tronco de uma árvore.

Acho que ele sabia qual era minha intenção, pois sentou o mais distante de mim possível.

Tive que reprimir um sorriso.

_ Venha aqui. – chamei.

Ele me encarou e desviou o olhar. Creio que o ferimento devia estar doendo muito.

Peguei minha aljava e procurei um pano. Tirei todas as flechas e revirei o fundo da bolsa. Graças a Deus havia uma flanela ali.

_ Está com medo? – perguntei, provocando-o.

Ele sorriu e, pesadamente, aproximou-se.

O fraco brilho da lua iluminou seu rosto, fazendo com que ficasse visível à mim as lágrimas que escorriam de seus olhos.

_ Desculpe pelo que disse sobre você ser imortal. A pergunta que fiz soou de forma inadequada. – murmurei.

Ele assentiu enquanto minhas mãos, munidas do tecido, tateavam sua bochecha. O corte parecia fundo, e eu me perguntava se este era o único machucado que Jake trazia no corpo.

Meus pensamentos viajavam, bem como os de meu companheiro, que não pareciam fixos à Terra. Seu olhar estava longe e distraído, iluminado pela lua. A brilhante cor verde contrastando com a noite.

O momento em que me afastaria dele se aproximava e a dor começava a me sufocar lentamente. Entretanto, a alegria de rever minha mãe e meu pai, bem como tio Marcel, tia Ana e até mesmo tia Aurora fazia-me suspirar, ansiosa.

Constatei que era melhor controlar minhas emoções, caso contrário, explodiria por pura confusão. Portanto, resolvi focar no ferimento de Jake e evitar pensar. Afinal, logo estaria em casa. 

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