_ J-Jake? – perguntei, gaguejando.

Parado a minha frente estava "o traidor", que me estendia à mão de forma carinhosa, oferecendo ajuda para que me levantasse.

_ O que faz aqui? – indagou ele.

Baixei o olhar e ignorei a oferta de ajuda. Mantive-me sentada, como quem diz "deixe-me aqui".

Ao invés de obedecer a meu pedido silencioso, entretanto, Jake abaixou-se e se sentou a meu lado.

_ Aconteceu alg... – começou ele. 

_ Deixe-me em paz! – exclamei, interrompendo-o bruscamente.

Com toda a paciência do mundo, ele suspirou e segurou minha mão.

_ Quero ajudá-la, Clara... – murmurou num lamento.

_ Dispenso sua ajuda. – rosnei.

_ Não vou desistir. – insistiu ele com completa convicção.

Limitei-me a observar o horizonte e derramar algumas lágrimas. A luz do sol começava a penetrar a floresta e uma leve brisa causava-me arrepios.

Meu coração estava pesado e minha vontade era a de sumir para sempre! O fato de Jake observar-me tão atentamente me incomodava. Eu não queria dar-lhe atenção, mas aqueles olhos verdes tão penetrantes forçavam-me a querer conversar.

Creio que seus olhos eram mais curiosos que os meus. O tom azul de minha íris era rodeado de mistérios, mas a coloração verde dos olhos de Jake conseguia intrigar-me ainda mais.

Suspirei.

_ Quer mesmo saber? – perguntei.

Ele assentiu, aninhando-se de forma mais próxima a mim.