Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

21 • Doces vontades

Antes de tudo, meu pescoço doía. A dor me despertou e abrindo os olhos de supetão, minha visão recuou pela luz, me fazendo fechar as pálpebras novamente por um segundo antes de as levantar de vez. Eu estava deitada no peito de Gregory, cercada por seu braço. O clarão do sol entrava pelas cortinas abertas, haviam lençóis e cartas bagunçadas ao nosso redor, e ele dormia suspiroso ao meu lado. Tomando cuidado para não o acordar, eu me afastei e me espreguicei, esticando o braço para alcançar meu telefone na beirada do colchão.

Havia esquecido tão completamente do celular que se o mundo estivesse prestes a acabar, eu jamais saberia. Nele, havia muitos recados de mamãe me perguntando como Gregory estava, se tinha notícias de Nathan, que horas eu voltaria para casa. Eu estava certamente enrascada por não ter respondido nenhuma daquelas mensagens.

As próximas notificações eram de Amy: tenho umas coisas para te contar, ela escreveu primeiro. Vamos à praia? Indagava. Eu digitei uma resposta para suas mensagens várias vezes, mas acabei deletando todas. Era justo que o próprio Greg a contasse o que havia acontecido, então somente lhe enviei um pedido de desculpas, dizendo que lhe explicaria tudo pessoalmente depois.

Por último, eu abri o balão de recados de Charlie, todos da noite anterior. Suspirando fundo e sendo inundada por um sentimento de desonestidade, comecei a ler. Oi, Maddie! Aconteceu alguma coisa? Dizia a primeira mensagem. Eu franzi o cenho, confusa com a pergunta. Você não vem? Estou te esperando. Aconteceu algo? Perguntava novamente.

Eu estranhei as mensagens de Charlie num primeiro momento, mas acessando minha memória distante, finalmente lembrei: havia pedido para encontrá-lo na praia na noite anterior. Se tudo tivesse acontecido como eu planejara, teria devolvido a chave ao relojoeiro e terminaria com Charlie. No entanto, depois da notícia de Nathan, eu nem sequer o havia mandado uma mensagem para avisar que não poderia mais ir.

Batendo a mão na testa, eu me xinguei dezenas de vezes por fazer aquilo, me sentindo uma completa idiota. Tentei elaborar vários pedidos de desculpa, mas nada que escrevia parecia justificável o suficiente para a proporção do meu erro. Por fim, somente enviei o mais simples perdão, mas mesmo estando online, Charlie não respondeu; e eu entendia o porquê.

— Madelyn Rose, sua idiota — resmunguei baixinho, tirando o cabelo do rosto e me afastando de Greg adormecido ao meu lado.

Quando já estava quase sentada na cama, fui surpreendida pelo som do despertador na cabeceira. Já era hora de acordar e ir para a... droga, a escola! Eu até esquecera que tinha aula, mas pensando depressa, decidi rapidamente por faltar naquele dia. Não conseguiria me concentrar mesmo que tentasse e sabia que mamãe entenderia.

Gregory remexeu na cama pelo barulho do despertador e eu tentei desligar rapidamente o aparelho para que não o acordasse. Entretanto, ele ainda se espreguiçou, abrindo os olhos por um breve instante. Eu me inclinei para ele e repousei uma mão em sua bochecha, o vendo recostar o rosto nela carinhosamente.

— Está tudo bem, volte a dormir — sussurrei.

Greg assentiu, sonolento, mas voltou a abrir a boca para falar logo em seguida.

— Nathan...

— Seus pais ainda não ligaram — falei rapidamente. — Deve estar tudo bem, não se preocupe.

Greg concordou com a cabeça, exausto e num estado quase anestesiado entre o cansaço e a tristeza. Ele fechou os olhos novamente, suspirando fundo antes de voltar para seu sono leve. Eu sabia que, no fundo, dormir era um mecanismo de defesa. Sabia que ele queria acordar e descobrir que tudo não passara de um pesadelo, ainda que tentasse manter a calma o tempo todo. Mesmo agora, ele continuava andando na linha tênue entre a serenidade e o desespero, lutando contra a tristeza.

Observando Greg uma última vez, eu me arrastei pelo colchão muito sorrateiramente, pondo os pés no chão frio. A cama rangeu quando levantei, mas Gregory não se mexeu. Em passos pequenos e silenciosos, abri a porta, seguindo pelo corredor até o banheiro. Fuçando no gabinete, achei toalhas limpas e minha escova de dentes cor-de-rosa guardadas numa gaveta, lembrando-me da Sra. Elliot.

Os homens nessa casa só gostam de cores chatas, ela dizia. Você merece algo mais alegre, falou antes de me mostrar lençóis, fronhas e tudo mais que o rosa brilhante pudesse pintar. Naquele dia, ainda que minha cor preferida fosse azul, eu amara do fundo do coração todo aquele cor-de-rosa.

Eu escovei os dentes e entrei no chuveiro morno, sentindo a água escorrer pelas minhas costas cansadas e pelo cabelo comprido antes de sair enroscada na toalha. Eu deveria ter levado as roupas para trocar no banheiro, mas acabara esquecendo. Voltando sorrateiramente para o quarto de Greg, o observei pela fresta da porta. Ele ainda dormia, então aproveitando a deixa, eu me esgueirei para o cômodo, pegando minhas vestes dobradas na cômoda.

O jeans escuro do dia anterior ainda parecia utilizável, mas a blusa, para minha infelicidade, não. Eu larguei a peça na cômoda outra vez, abrindo devagar o armário de Greg para procurar uma de suas camisetas. Passei a mão pelos tecidos e o cheiro dele exalava dali, tão presente quanto se ele próprio estivesse naquelas roupas. Parando os dedos numa peça cinzenta e macia, eu a puxei do cabide, revelando uma camiseta com a estampa de Friends. Ela era idêntica à minha, o par da que ele havia me dado, mas bem maior. Eu a apanhei, não evitando sorrir um pouco e deixando o cômodo para trocar de roupa no banheiro.

Eu me enfiei rapidamente nas vestes e desci para a cozinha. Gregory estaria com fome quando acordasse, assim como eu mesma estava. Analisei a geladeira e o armário, pensando rapidamente e reunindo tudo que precisava para fazer panquecas. Depois de muitos minutos e louças sujas, a comida estava nos pratos. Eu peguei mel para minhas panquecas e estava tentando apanhar a calda de chocolate num armário alto para as de Greg quando a voz dele ecoou pela cozinha:

— Precisa de ajuda?

Ao ouvi-lo, eu virei para ver, o achando encostado no batente da entrada, com os braços cruzados no peito. Ele tinha o telefone em uma das mãos e uma sugestão de sorriso no rosto, ainda vestido nas roupas de dormir. Em outras circunstâncias menos infelizes, Gregory estaria rindo audivelmente de mim e da minha pouca altura, mas ao invés disso, seu sorriso somente aumentou um pouco e ele caminhou até o armário antes mesmo que eu o respondesse, pegando a calda de chocolate e a entregando para mim.

— Como está? — perguntei, o abraçando rapidamente. — Eu não sabia o que ia querer, então fiz as sempre-bem-vindas-panquecas — continuei, tagarelando para Greg como sempre. Seu sorriso aumentou, fazendo as covinhas nas suas bochechas afundarem.

— Você sempre acerta. — Ele disse, me alcançando para tocar a ponta do meu nariz com o dedo.

Eu sorri, meneando a cabeça em direção à comida e fazendo menção para sentasse. Ele se acomodou ao meu lado na mesa.

— Você não respondeu à minha primeira pergunta — lembrei, começando a derramar mel nas minhas panquecas. Gregory me olhou por baixo dos cílios, respirando fundo.

— Estou nervoso — confessou, espalhando chocolate pela sua comida. — Papai e mamãe ainda não ligaram e não queria preocupá-los os ligando.

— Eles vão ligar. Se Nathan não estivesse bem, já teriam avisado — pontuei, reprimindo minha própria ansiedade.

Eu coloquei minha primeira garfada de panqueca na boca e antes que pudesse engoli-la, o telefone de Greg tocou. Ele soltou seu talher rapidamente, apanhando o aparelho e atendendo. Seus olhos estavam cheios de expectativa e preocupação, e sua voz falhou quando encostou o celular no ouvido e indagou:

— Mãe? — E esperou, a respiração presa na garganta. Vozes surgiam do outro lado do telefone. — Não se preocupe, mãe, a Maddie está aqui comigo. — Greg logo disse. Seu pé batia em ritmo acelerado embaixo da mesa.

Eu vidrei os olhos em meu amigo, escutando apenas ruídos de vozes pelo telefone antes que ele o colocasse no viva-voz. O tom da sua mãe logo ecoou alto pela cozinha e estava muito diferente da última vez que o ouvira, agora calmo e completamente maternal.

Vocês dois estão bem? — A Sra. Elliot indagou.

— Estamos sim. — Greg respondeu, olhando para mim.

— Estamos bem, Sra. Elliot, não se preocupe. — Eu falei também, a tranquilizando.

Vocês se alimentaram? Por Deus, não me digam que estão sem comer! 

— Nós comemos. — Greg garantiu, rindo um pouco. — Isso graças à Maddie, claro. Agora estou devendo um jantar e um café da manhã para ela — brincou, fazendo a risadinha divertida da Sra. Elliot surgir rapidamente.

Gregory estava tentando alegrar a mãe e eu sabia, observando ele reprimir a própria ansiedade de perguntar de uma vez sobre Nathan. Eu balancei a cabeça, cutucando seus dedos com os meus, e ele riu antes de esmorecer numa expressão tristonha.

— E o Nathan? — finalmente perguntou, se ajeitando na cadeira. — Como ele está? — Seus olhos caíram para as panquecas quase intocadas no seu prato.

Ele está bem, querido. Seu pai está com ele agora, enquanto eu vim tomar um café. O nosso Nathan é forte e vai se recuperar logo. Ele está indo bem da cirurgia, mas precisará ficar com um fixador externo por alguns meses por conta da perna quebrada.

Greg suspirou fundo, balançando a cabeça como quem concorda com algo e levantando os olhos tristonhos para mim novamente. Sutilmente, minha mão cobriu a sua, e eu o encorajei a falar. Antes que ele pudesse fazê-lo, no entanto, a Sra. Elliot continuou:

Greg, Nathan está bem, mesmo. — Ela assegurou, como se soubesse exatamente qual fora a reação do filho caçula. — Ele ainda não está de alta, mas vai ficar em alguns dias. E você já pode vir vê-lo hoje.

A última notícia acendeu uma faísca em Gregory, uma centelha na escuridão. Ele sorriu e quando olhou para mim, o alívio em seus olhos verdes foi a coisa mais linda e gratificante que eu já havia visto.

— Eu chego no hospital em uma hora. — Ele disse, repentinamente apressado.

Tsc, tsc, tsc. — A mãe estalou. — Calma, Gregory Arthur Elliot. Calma. — Ela repreendeu, bufando. — Eu não quero meus dois filhos no hospital.

— Eu sei, mamãe, eu sei. Não se preocupe comigo. Chego aí logo.

Um "cuidado" foi tudo que ouvi da Sra. Elliot antes que a chamada acabasse. Abandonando o telefone, Greg me fitou novamente com um sorriso esperançoso no rosto. Segurando minha mão na sua, ela a apertou, e eu o puxei para um abraço. Ele encaixou o rosto no lugar habitual entre meu ombro e pescoço, respirando fundo como se o mundo inteiro tivesse saído das suas costas. Senti lágrimas chegarem aos meus olhos, mas reprimi o choro e engoli tudo; o pior já havia passado.

— Maddie... — Greg chamou baixo, ainda abraçado a mim, a voz muito próxima do meu ouvido.

Eu senti minhas bochechas esquentarem, virando o rosto para olhá-lo. Nós estávamos face à face, os narizes tão próximos que mesmo o ar ficou quente e pesado demais para respirar. A recorrente sensação estranha tomou conta da atmosfera, deixando os arredores densos. Toda a tristeza e a tensão dos dias pareceram se dissipar num calor arrebatador e reconfortante. Gregory estava ali na minha frente, como sempre estivera há muitos anos, mas assim tão perto, eu tive a cruel e doce vontade de... beijá-lo.

Meu amigo, meu companheiro. Após tanto tempo, eu realmente queria ceder ao desejo de beijá-lo. Talvez tivesse tido a mesma vontade uma vez no Jett, outra na praia, mas estivera cega demais para enxergar a verdade. Agora, porém, apesar dos meus anseios, não tinha o direito de fazer isso com ele; não quando ambos estávamos saindo com outra pessoa. Eu também não podia ser ainda mais desonesta com Charlie. Já bastava a chave que guardava, segurando seu coração como um prêmio. Tão, tão egoísta.

Balançando a cabeça, eu tentei em vão dispersar os pensamentos. Tudo que consegui foi focar nos seus olhos e, com muito esforço, organizar minimamente minha consciência.

— Hmm? — indaguei, o tom baixo.

Uma mão de Greg espalmou-se carinhosamente em minha bochecha e ele sorriu um pouco.

Eu te amo. — Ele disse baixinho, como se cochichasse para mim o seu mais precioso segredo. Eu mal pude conter meu sorriso, soltando a respiração presa na garganta e relaxando a bochecha sobre sua palma quente. — Não que isso seja uma grande novidade — brincou com aquele sorriso ladino que eu adorava.

— Definitivamente não é — caçoei, arrancando uma risada divertida dele.

Sim, eu sabia e sentia em todas as minhas veias e órgãos e ossos que Gregory me amava... mas de que forma?

— Eu te amo desde sempre — falei depressa, pegando a ele e até a mim mesma de surpresa.

Gregory parou, o riso esmorecendo naquele olhar que eu não conseguia decifrar. Por um momento, até mesmo desejei que ele estivesse se fazendo a mesma pergunta: eu o amava, mas de que forma? A dúvida me desconcertou tanto que, quando Greg abriu a boca para falar, eu o impedi. Estava com medo demais para escutar o que ele poderia me dizer.

— Tsc, tsc... você precisa terminar seu café da manhã — desconversei. — Você vai ver o Nathan e não vou te deixar dirigir até Wilmington sem comer.

Greg somente riu e concordou com a cabeça, dando uma garfada na panqueca.

— Você vem comigo? — Ele perguntou com a voz sugestiva, voltando a me olhar.

— Hmm... — Eu pensei por um instante. — Acho melhor você ir vê-lo sozinho agora. Sabe, com os seus pais. Ele precisa de vocês.

— O Nathan te ama como uma irmã, Maddie. Você faz parte da família, sabe disso. — Ele argumentou, dando um empurrãozinho no meu ombro. Eu ri baixinho.

— Eu sei. Por isso, serei a primeira pessoa que ele verá quando estiver bem para isso. Mas, agora, você vai e dá um abraço nele por mim.

Greg parou por um segundo antes de assentir, mas eu sabia que ele entendera. Eu estava a mil para ver Nathan, mas ele devia estar exausto e precisava dos pais e de Gregory primeiro, estava perfeitamente ciente disso. Iria vê-lo assim que estivesse melhor para receber sua maninha, como me chamava. A lembrança me fez sorrir.

Sem mais oposições, Gregory comeu rapidamente, tomou um banho e se aprontou para ir. Ele me deixou em casa antes de partir para Wilmington, apesar da minha insistência de que não era preciso, e conversou com mamãe. Por fim, eu o observei partir numa velocidade um pouco menos moderada do que a sua habitual. Provavelmente, ele só voltaria muito tarde daquela noite ou no dia seguinte.

O resto do dia foi arrastado e minha cabeça ia e voltava de Nathan, oscilando entre um coração apertado por seu estado e dúvidas sobre o que acontecera com Gregory mais cedo. Além disso, outra questão ainda rondava minha mente: Charlie. Eu precisava colocar um ponto final na nossa história mal escrita. Vendo a chave cintilar de longe na minha penteadeira, escutei a doce canção de tic-tac de relógios ecoar pelo quarto como um mantra sombrio. Aquela melodia psicodélica já era tão familiar que não mais me assustava — ao invés disso, ela parecia me enviar um aviso alto como o badalar de um sino de igreja: a chave precisava voltar para sua caixa. Um coração precisava ser liberto.

• • •

Oi, sweetie!💕

Espero que tenha gostado do capítulo! É realmente muito importante para mim saber o que achou, então não esqueça de votar e comentar, fico muito feliz em saber sua opinião. Que acha desse sentimento rolando entre a Maddie e o Greg? Hihi 😍 

Muito obrigada pela leitura e até já! 💗

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro