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12 • A miragem do farol

Eu diminuí o ritmo dos meus passos, os adequando ao caminhar lento e desapressado de Greg. O sinal da escola havia tocado há poucos minutos, nos avisando o final do dia de aulas, e nós conversávamos sobre o motivo dos meus olhos cansados e aparência triste. Eu fizera de tudo para parecer disposta e apresentável para o encontro com Charlie no fim da tarde, mas não podia esconder muita coisa dos olhos investigadores do meu melhor amigo.

Greg não somente conhecia toda a história sobre meu pai como a havia visto de perto. Ele estava sempre presente depois das ligações desastrosas ou nos dias do aniversário de Josh, que eu relutantemente nunca esquecia. Cabisbaixa, encarei o chão durante metade do tempo em que o falava da indesejada visita, mas quando voltei a olhá-lo, seus olhos estavam fixos em mim.

— Eu não quero sentir tanta raiva. Eu só... só não consigo perdoá-lo — confessei, respirando fundo.

— Você tem direito de se sentir assim, Maddie. — Greg disse suavemente. — Eu te entendo, ainda que também entenda porque a tia Cassie quer que você faça isso — emendou, pensativo.

— Eu também a entendo — concordei, abaixando a cabeça.

Um silêncio compreensivo pairou entre nós e quando levantei meus olhos novamente, já estávamos na saída da escola. O sol ainda estava brilhando, pessoas se amontoavam na grama e, de longe, eu avistei Charlie acenando para mim. Ele estava encostado na sua moto vermelha e segurando dois capacetes nas mãos, à minha espera. Eu acenei de volta para ele, respirando fundo e ficando ainda menos animada do que queria estar.

Eu voltei a olhar para Greg. Ele também havia notado Charlie, mas somente passara uma vista ligeira nele antes de desviar os olhos, enfiando as mãos nos bolsos. Eu o observei assim por um instante, examinando suas feições. Eu sabia que ele só colocava as mãos nos bolsos daquele jeito quando estava nervoso ou inquieto, e mesmo que tenha sorrido para mim quando percebeu minha análise, eu podia ver que algo mais estava acontecendo.

— Está tudo bem? — perguntei, desconfiada.

— Sim. — Ele respondeu depressa, dando de ombros; estava mentindo para mim.

— Tem certeza, Gregory? — indaguei outra vez, meneando a cabeça para o lado e pronunciando seu nome como quem duvida de algo.

Greg apenas inspirou fundo e me fitou por um instante. Havia algo dançando em seus olhos, exatamente como no dia em que eu o levantara na sala da sua casa depois do videogame. Era um olhar desconhecido e familiar ao mesmo tempo, e novamente meu coração saltou pela sensação estranha.

— Está tudo bem, Maddie. — Ele assegurou. — Além disso, acho que está atrasada. Tem alguém te esperando. — E gesticulou em direção a Charlie.

— Hmm... sim — concordei baixinho e vacilante.

Meus olhos vagaram com indecisão por um segundo. Eu tentei me recompor rapidamente, mas não foi o suficiente para que Greg não fisgasse o momento. Ele olhou de soslaio para Charlie outra vez, mas logo estreitou os olhos em mim, confuso e preocupado.

— Agora eu que te pergunto: está tudo bem? — Ele murmurou.

— Uhum. — Eu respondi somente, sorrindo amarelo e recuando um passo. O ar ficou repentinamente pesado entre nós. — Eu acho que tenho que ir. Nós nos vemos amanhã? — perguntei, o dando um toquinho no ombro para tentar dissipar a névoa densa ali. Greg riu baixinho.

— Sempre. — Ele garantiu, me entregando um dos seus sorrisos serenos, mas não parecendo menos tenso. — Vai ficar bem mesmo? — questionou novamente, percebendo minha pouca empolgação.

Greg sabia como minha cabeça devia estar emaranhada depois da notícia sobre meu pai e como tudo parecia confuso e turvo naquele momento. Mil respostas passaram por minha mente ao ouvir sua pergunta e, na verdade, eu quis lhe dizer que apenas desejava ir para casa e jogar minha nuca e ombros retesados num travesseiro. Quis lhe dizer que ficaria feliz em somente deitar ao seu lado, olhar para meu teto branco e conversar sobre tudo e nada em especial. Quis só ficar e falar com ele. No entanto, o que eu disse foi:

— Sim, eu vou. — E o vi estreitar os olhos em mim, duvidoso. — Eu juro que vou — assegurei, fazendo menção a mim mesma de cumprir a promessa.

Por fim, Gregory assentiu, me dando somente um sorriso antes de começar a partir. Quando virei para caminhar até Charlie, no entanto, ainda senti o clima de antes pesar nas minhas costas. O que estava acontecendo comigo e Greg? Parecia haver uma nuvem carregada sobre nossas cabeças. Quando cheguei perto de Charlie, ainda não tinha certeza se queria ir com ele ou voltar e perguntar ao meu melhor amigo o que estava acontecendo.

Segurando a chave em meu pescoço com força, eu tentei arrumar os pensamentos embaraçados em minha cabeça. No fim, reprimindo o sentimento estranho e apenas sorrindo para Charlie, eu recebi o capacete das suas mãos, subindo na garupa da moto.

— Estava ansioso para te ver. — Ele disse antes de dar partida. Eu sorri, o abraçando na motocicleta. — Segure firme — pediu, disparando o barulho do motor.

— Pode deixar. — Eu respondi, apertando mais o abraço contra ele, mesmo que dentro de mim, um sentimento ambíguo dançasse.

🗝

Charlie nos guiou pelas ruas de Baybrook e a sensação da velocidade e do vento no rosto era libertadora. Nós logo chegamos à estrada da orla, circundando a praia e cortando a maresia. O barulho do mar era reconfortante e meio abafado pela rapidez da motocicleta, e eu podia ver as ondas agitadas enquanto passava. Charlie seguiu pelas praias mais frequentadas, mas logo afastou-se delas e do barulho da cidade. Quando estávamos numa praia solitária e que eu não conhecia, ele parou.

Charlie deixou sua moto estacionada perto da estrada e nós caminhamos até a areia. O lugar era ensolarado, tranquilo e bonito, e não muito distante de nós, havia um farol. Aparentemente, a construção estava abandonada, mesmo que não parecesse tão velha. A maresia havia corrompido suas partes metálicas e a pintura clara estava manchada. Era antigo e belo como uma história prestes a ser descoberta.

— É lindo... — Eu suspirei. Charlie sorriu, segurando minha mão.

— É ainda mais bonito lá de cima. — Ele sugeriu, apontando para o alto do farol.

— Nós podemos subir?

— Com certeza. — Ele respondeu, prendendo o lábio inferior num sorriso e me puxando em direção à construção. Sua expressão era marota e aventureira.

Nós corremos pela areia em direção ao farol, arrodeando uma parte dele até chegar numa portinha velha e enferrujada. Passamos por ela e demos de cara com longas escadas espirais. Segurando a mão de Charlie, eu subi os degraus ao som do seu riso gostoso, apertando os frios corrimões de ferro.

Não demorou até que nós chegássemos ao alto do farol. Recebendo o vento frio em meu rosto, eu me debrucei sobre o parapeito de pintura branca encardida. Como Charlie sugerira, dali tudo era ainda mais lindo: o litoral se estendia até perder-se de vista, e mesmo que muito distante, eu ainda podia avistar o aglomerado de construções da cidade. O mar agitado quebrava suas ondas na areia e o vento jogava meu cabelo para trás. Ao meu lado, Charlie parecia apreciar a maresia, respirando o ar puro dali. Quando ele me olhou outra vez, suas íris brilhavam num castanho dourado pela luz do sol.

— Gostou?

— Eu adorei — respondi, o entregando um sorriso. — É lindo aqui.

— É, sim. — Ele concordou, encostando o braço no meu. — Lindo como você.

Eu virei o rosto corado assim que ouvi suas palavras e meu nariz quase bateu no dele. Novamente estávamos muito próximos, mas dessa vez, Charlie não parecia querer recuar e eu nem sequer conseguia me mexer. Ele deslizou uma mão para a minha e eu não respirava ou pensava enquanto sua boca fazia um caminho até mim. Quando nossos lábios roçaram um no outro, uma onda de calor se espalhou pelo meu corpo, fazendo meus pelos se arrepiarem. A respiração mentolada dele se misturava à minha, morna e suave.

— Eu quero te beijar. — Charlie sussurrou. Meu estômago remexeu e eu sentia poder derreter no alto daquele farol.

— Então faça isso. — Eu murmurei por fim.

Eu não estava pensando muito naquele momento e nem queria. Quando os lábios de Charlie desceram nos meus de uma vez, eles eram macios e mornos. Ele tinha gosto de menta, verões quentes demais e aventuras cheias de surpresas. Eu me entreguei ao sentimento cor-de-rosa e vermelho, deixando que meus braços caíssem ao redor do seu pescoço. Charlie logo deslizou uma mão para o meu rosto, espalmando a outra em minhas costas e me segurando firmemente contra si.

Eu desejara aquele garoto por quase três anos e agora ele estava bem ali, colado a mim. Contudo, mesmo que eu repreendesse meus próprios pensamentos e ainda que calor enchesse meu corpo enquanto nossos lábios dançavam uma música silenciosa, algo faltava. A sensação de lacuna fez meu coração despencar das nuvens no instante exato em que nos separamos do beijo para respirar, mas não pela ausência dos lábios dele somente — mais alguma coisa precisava ser preenchida e essa percepção quase me fez desabar.

Charlie me olhou, olhos brilhando para mim, mas não exatamente por mim. Ele estava encantado, nós estávamos. Éramos dois jovens inebriados pela bruma suave da chave no meu pescoço. Esquadrinhei seu rosto bonito, tentando dispersar o pensamento enquanto sorria. Eu gostava dele, é claro que gostava. Apenas estava confusa demais pela intensidade dos dias. Aquele era o garoto pelo qual eu havia escolhido a chave no relojoeiro, e ela abrira seu coração para mim. Eu não podia estar errada sobre isto.

— Eu podia fazer isso por toda minha vida. — Ele sussurrou, sorridente, selando rapidamente meus lábios outra vez.

— Temos muito tempo — respondi, repetindo em minha mente que aquilo era o que eu queria fazer.

— Ainda bem, Maddie. — Ele falou.

Eu o fitei depressa, surpresa, não esperando que ele me chamasse pelo meu apelido. Greg e Bill eram os únicos homens que me chamavam de "Maddie". Eles e... o meu pai. O pensamento me perturbou e Charlie logo percebeu minha expressão receosa.

— Desculpa, não perguntei se podia te chamar assim. — Ele disse, embaraçado.

— Não, está tudo bem. Claro que você pode. — Eu tranquilizei, o abraçando novamente para cessar o momento desconfortável.

Charlie sorriu, me abraçando e levantando-me até que meus pés deixassem o chão, nos rodopiando no lugar estreito e alto. Eu ri, deixando que ele me encurralasse de costas contra a cabine de luz do farol e me beijasse outra vez, um pouco mais intensamente que antes.

Depois, nós sentamos ali, conversando e beijando por muito tempo até que o olhar de Charlie pareceu distante. Sempre que mencionava sua família, o mesmo acontecia: tomava uma longa respiração e desviava os olhos, como se algo o incomodasse.

— Está tudo bem? — Eu não evitei perguntar, o observando ao meu lado.

Charlie assentiu, distanciando o olhar novamente. Ele abriu a boca para falar uma, duas vezes, e eu achei que havia desistido de dizer o que quer que fosse, mas na terceira vez, apenas suspirou e murmurou como quem conta um segredo:

— Eu vou embora de Baybrook nas férias de verão.

• • •

Oi, sweetie! 💕

Vamos de um turismo no farol? Hihi! 😎 Espero que tenha gostado do capítulo! É muito importante para mim saber o que achou, então não esqueça de votar e comentar, fico muito feliz em saber sua opinião.

Muito obrigada pela leitura e até já! 💗

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