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O exílio do oceano

"A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi

E hoje não a encontrei, pois caiu no mar, e se apagou.

Se souber nadar, faça-me o favor,

O milagre que esperei nunca me aconteceu."

Fernando Anitelli

Capítulo 17 – O exílio do oceano

Quatro anos atrás

Ela tentou permanecer no oceano, mesmo quando a maldita filha de Athena conseguiu usurpar o que deveria ser seu de direito. Deixando seus seguidores para trás a sua sorte, ela conseguiu escapar de uma possível execução, retroceder para a parte mais profunda até um momento oportuno. Afinal, os monstros ainda estavam sob o seu controle.

Porém, o oceano não. Havia a sensação de poder nas suas veias, mas não havia controle. Ao longo dos meses, a sensação parecia a sufocar mais e mais, deformar seu corpo, corromper mais ainda uma parte profunda sua. O Kagin da maldita criança parecia queimar sua pele,  mas ainda assim não conseguia se livrar dele.

Logo a água ao redor parecia tentar a sufocar aos poucos. E ela sabia que aquilo não devia acontecer.

Com o Kagin do verdadeiro herdeiro, ela deveria ter controle sob o oceano. A comado seu, havia enviado as criaturas para o trazer de volta, esperando que assim o ritual que imaginava quebrado se completasse. Com o total poder, poderia ter tudo o que desejasse de volta.  A criança sempre escapava de suas mãos.

Nunca, nenhum de sua espécie havia conseguido ficar tanto tempo na superfície, ainda mais sem um kagin para realizar a troca. Úrsula entendeu que havia muito que não sabia. Muito mais do que imaginava. 

Quando finalmente seus bebês conseguiram colocar as mãos nas escrituras proibidas, somente vistas pela realeza, ela entendeu o que havia acontecido, mas já era tarde demais. Finalmente sentiu que não conseguia mais ficar ali, que se permanecesse no oceano seria estraçalhada.

A subida a superfície foi dolorosa. As queimaduras em sua pele deformada, a água a expurgando, o oceano a expulsando. Ela tinha algo que não lhe pertencia. Algo que queria voltar ao dono, mas não poderia. E essa parte a arrastou até ele, o seu par.

E o maldito estava a esperando no cais. Sentado, a fitando quando cuspiu a última gosta de água. Quando sentiu uma parte de si se retrair e sumir, as malditas pernas humanas no lugar. Não era a primeira vez que ia a superfície. Na sua juventude, pegar almas humanas era um hábito, fora assim que conseguira poder o bastante para destruir até mesmo o próprio tritão e Athena.

Dessa vez, no entanto, não havia o chamado do oceano, o retorno. Havia a rejeição. O exílio. Ela não pertencia mais lá. O oceano estava em suas veias, a punindo.

"Maldito. Você está usando minha magia para se manter na superfície." *

Ergueu o rosto, antes bonito agora deformado. Ela sabia que ela estava o sustentando ali, mas não podia fazer nada. Talvez ele nem mesmo soubesse o que estava fazendo ou como, mas Úrsula não o subestimaria ao pensar que não.

Os grandes olhos de oceano ainda eram os mesmos. A expressão, antes inocente, aterrorizada, agora a fitava de forma indecifrável. Os cabelos sangue e o rosto idêntico ao da mãe. Ali estava o filho de tritão, a esperando. Podia sentir ele, como sabia que ele podia a sentir.

"Maldito, você sabia, e me enganou."

Ele virou o rosto levemente, as pernas balançando no cais. A fitando como se não fosse uma ameaça. Aquilo a enfureceu ainda mais, e se ergueu de forma instável nas pernas, braço levantado pronto para atacar com o pior dos feitiços. Apenas para uma dor terrível a atacar, a queimando. Virou e vomitou mais água do mar.

Quando terminou sua tortura, ele continuava na mesma posição.

"O que fez comigo?!"

Um erguer de sobrancelhas. E só então lembrou que havia retirado sua voz . Gritou em frustração.

"Eu comando que fale."

Aquela conexão foi mais forte, e viu quando o fio se tornou visível aos dois. Algo quebrado e doentio. Ela o comandava, o tanto quanto ele a destruía.

"Não pode me atacar."  A voz era jovem e suave na língua de Atlantis. Como uma onda varrendo a praia. Ergueu seu rosto da areia e o fitou com fúria. "Eu sou uma parte de você agora, bruxa."

"Você sabia que isso iria acontecer."

Ele não negou, ainda a fitando da mesma forma.

"Seu maldito, eu li as escrituras. Você sabia."

Um sorriso se desenhou nos lábios da criança. Um brilho perigoso em seus olhos. E Úrsula sabia que não havia sido a única corrompida pela conexão. Havia algo de obscuro e perigoso nele. Algo dela mesmo.

"Uma conexão entre as partes tem que existir, antes que o kagin seja entregue, mesmo entre os da mesma espécie." Ela cuspiu  "Ou os dois se corrompem e o oceano os destrói."

"Muito bem, bruxa."

Uma risada estrangulada saiu da sua garganta. Havia sido enganada, por uma maldita criança.

"Você..."  Ela riu. "Maldito, você se matou também! Quanto tempo acha que ainda tem, hun? Até virar espuma. Alguém sem alma não sobrevive na superfície."

Os olhos dele se tornaram mais escuros, o sorriso morreu.

"Pegue seu maldito Kagin de volta!"

Ele balançou a cabeça: "Sabe que não é assim que funciona."

Ele se ergueu do cais, e Úrsula gritou.

"SEU MALDITO, EU ORDENO QUE PARE."

Novamente a conexão quebrada se tornou visível.

"Você está tão preso aqui quanto eu, Ariel.  Não fique muito confortável, nunca será um deles. Você nunca falará a língua deles." Falou a última frase em comando.  "Precisa do oceano tanto quanto eu, nunca vai pertencer a superfície."

Ele a fitou, os olhos grandes a lendo sem reação.

"Eu vou descobrir um jeito de anular isso." Prometeu com um sorriso, voltando ao controle. "E quando eu fizer, você vai ser meu boneco, e o oceano será meu e seu novamente. Lá é seu lugar. Aos meus pés."

Sentiu a poder ser quebrado, a conexão frágil e tentativa ficar sem forças. Ele voltou a lhe dar as costas.

"Bem vida a superfície, bruxa."

O maldito sumiu na noite. Úrsula soltou um som frustrado e se ergueu. Podia sentir ainda a magia a seu comando. Aos poucos, dolorosamente mudou seu corpo, tomando outra aparência. Ela só precisaria entrar em contato com alguém para capturar as noções da língua. Se sentia vingada por ter tirado isso do maldito pelo menos.  

Sentiu a presença atrás de si, no mar. Fitou os olhos heterocromáticos como os seus e sorriu. As criaturas traziam o que precisava. Tinha que haver algo ali, nas malditas escrituras, que a fariam mudar a situação a seu favor.

"Awn, meus bebês. Ajudando a mamãe, hn?"

Ao pegar um kagin de quem não estava conectada, havia amaldiçoado aos dois. O pequeno demônio sabia exatamente o que estava fazendo quando a entregou. Aquelas escrituras deviam ser ensinadas ainda no berço na realeza.

Nenhum dos dois poderia voltar ao oceano, mas ainda assim como o herdeiro, a criança seria sempre chamada. Podia sentir na conexão entre os dois, o chamado. A rejeição dele o mataria na terra aos poucos, enquanto retornar poderia o destruir por completo.

E se ele morresse, ela morreria junto.

Ela iria descobrir uma maneira.

Ela tinha comando sob ele, mesmo que corrompido e quebrado.

Na manhã seguinte, a ilha tinha uma nova moradora.

.................................

"Kagin?"

Ariel não respondeu, os olhos treinados no estranho colar de forma firme. Eric pegou o objeto de forma hesitante entre as mãos. Ouviu o outro prender o ar, os olhos passando do objeto para Eric.

Conseguia sentir aquilo, aquela conexão estranha quando o tocou pela primeira vez. A diferença é que agora ele podia entender melhor o que significava, ou tinha um bom palpite. Havia algo de...Ariel quando tocava naquilo. E a forma como ele havia reagido ao colar, como agora mesmo olhava o objeto quase de forma possessiva.

"Isso é seu, não é?"

Ariel piscou e desviou do objeto, olhando Eric nos olhos antes de assentir devagar.

Eric assentiu de volta, porque era o que havia imaginado. Acariciou a concha nele com um pequeno sorriso, ouvindo o eco de uma risada infantil em suas lembranças.

"Eu imaginei, me lembra você." Falou de forma ausente. "Aqui, pegue de volta."

 Os olhos de Ariel fitaram o colar por alguns segundos e olhou confuso a expressão conflituosa dele, hesitante, enquanto oferecia o colar. As mãos dele pareciam tremer e havia uma clara necessidade de pegar aquilo de volta. Claramente era algo importante para ele, Eric não entendia a hesitação.

Ariel soltou o ar e fechou os olhos brevemente. Quando ele os abriu havia certa resignação neles e tanta tristeza que Eric quase deu um passo para trás e jogou o objeto longe.

Não houve tempo. A mão pálida se ergueu devagar, tocando o colar suavemente, o aceitando.

No mesmo momento Eric sentiu. Foi como se recebesse um soco em seu peito, logo estava de joelhos. O frio repentino aumentou e respirou, sedento por ar. Sufocando.

Seus olhos se arregalaram ao ver algo no ar. Como um fio até então invisível, saindo de seu próprio peito, e indo até o garoto. Ariel, sentado no balcão o fitava, o colar nas mãos, a expressão triste.

Ergueu a mão por ajuda e ele se ergueu muito devagar e se ajoelhou na sua frente, as mãos frias tocando seu rosto.

A dor diminuiu, mas ainda se sentia sufocando.

Algo estranho, sentia algo estranho. 

"Ariel. O que está acontecendo? Me fale."

"Eric."

Arregalou os olhos. Era a voz dele, mas havia algo diferente. Não era o tom que já havia se acostumado nas últimas horas, melodioso e quase inumano. 

"Ela finalmente fez a jogada dela, hum?"

Ele estava falando a sua língua.

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Úrsula havia perdido seu comando sob Ariel. 

A maldição entre os dois havia finalmente se quebrado.

..............................................................

Eram duas chances.

Uma a salvaria, a outra destruiria os dois.

A resposta estava lá, nas escrituras.

Ela não poderia o entregar de volta, mas ele chegaria as mãos dele. Ela mudaria a conexão de mãos. Ela mudaria o comando da marionete.

Havia o pai.

A principio era uma resposta óbvia. Ela observava os dois,  havia clara afeição. Os olhos guardados sempre que ele a via os vigiando. A ameaça implícita sempre que se aproximava do 'querido capitão Max'.

Seu tempo estava acabando. Ela estava sustentando os dois das almas que conseguia pegar dos homens que caiam em suas garras. Pescadores 'sumiam no mar', turistas que nunca retornavam para casa. Ela sentia o corpo deles esfriar a medida que o seu esquentava. O sangue deles se tornava espuma, a medida que o seu voltava a circular em seu corpo.

Ela havia tentado comandar o garoto a fazer o mesmo, sustentar os dois até que revertesse a situação. Ela via como o olhavam. O encanto dos seres de Atlantis nunca falhava, e ele poderia facilmente os trazer a si, mas apesar de sentir a corrupção dos dois sempre que matava, ele se negava.

E quando havia puxado, quando havia o entregue nas mãos daqueles homens, o comandado a não resistir, quase havia acabado com seu disfarce, quando novamente o 'querido capitão Max' havia salvo sua cria de 'predadores'. Papai não sabia que o predador máximo era o seu doce Ariel. Que o garoto podia destruir a todos na ilha se aceitasse o seu papel.

Capitão Max era uma chance. Ele teria o kagin, ela controlaria o capitão, e assim Ariel. Ela sabia que o garoto nunca machucaria capitão Max, mesmo a custo de si mesmo, mas não havia nada sobre aquele tipo de afeição. Era um risco alto, que poderia destruir tudo.

E então seus bebês a contaram do ocorrido há anos atrás. Do pequeno príncipe salvando as crianças da superfície. Do pequeno príncipe desobedecendo  os pais e se tornando amigo de um humano, ao ponto da própria rainha Athena ter vindo a superfície para encobrir isso. 

E Úrsula sabia que Athena devia ter tido uma boa razão, a desgraçada nunca interferiria com a vida de humano se não tivesse, quanto mais mexer com as memórias de alguém. 

Úrsula havia demorado ao os encontrar, e a princípio ela não tinha certeza de qual dos dois era, o homem ou a garota, por isso suas crianças haviam atraído os dois para o mar. Através deles, ela percebeu qual dos dois tinham vestígios da magia de Atlantis, de Athena. Nesse ponto, de qualquer forma, apenas um deles havia sobrevivido quando seus bebês fizeram o ritual de controle. 

A garota, que nunca havia entrado em contato com a magia deles, não sobreviveu. 

Eric Prince, esse era o nome do humano. O humano de Ariel. Alguém que Athena e Tritão haviam visto como perigoso para Ariel. Um humano completamente quebrado e fraco, era um pouco decepcionante até. Ela havia conseguido o atrair por um impulso quando ele voltou ao mar e logo ele estava de volta na ilha.  

No momento em que ela viu os dois, sabia que havia feito a escolha certa. 

O pequeno príncipe havia se apaixonado. Athena devia ter visto no que isso daria e tentou proteger seu bebê das consequências se não cortasse a situação no principio. 
Ao ver de Úrsula, a culpa era de Athena, na verdade. Se não queria uma fraqueza, que houvesse a destruído quando teve a chance.

Úrsula não falharia em a usar.  

Eric Prince estava em seu comando. 

Logo Ariel estaria sob o comando de Eric Prince e com ele, o oceano inteiro.

E ela teria finalmente o que era seu de volta.

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"Ariel?"

Sua voz saiu estrangulada. Não conseguia respirar. Tossiu, sufocando.

O rosto dele estava angustiado. Sentiu as mãos pequenas o levantando com uma força que não conseguia imaginar que ele possuía. Sua visão estava embaçada.

Tossiu mais, e virou o rosto a tempo de vomitar o chão.

Um gosto salgado em sua boca e fez olhar para substância aquosa e cheia de espuma.

"Você precisa entrar no mar, Eric. Agora."

Com esse comando, sentiu o mundo girar mais, o corpo dele o firmando.

Tudo escureceu.

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Max apenas sabia que ele estava lá. E quis se chutar por não ter pensado nisso.

Ele via a forma que os dois se olhavam. Ele sabia que aquilo aconteceria,  por isso mesmo nunca havia gostado de Eric Prince.

Correu pelas dunas, sem olhar se a mulher estava atrás dele ou não. Ele sentia algo de errado, algo que fazia com que não confiasse nela. Que ela não deveria estar perto do seu filho, que teria que o proteger dela também.

Apressou o passo e logo avistou a casa a frente. Seu coração acelerou quando viu a porta aberta, a chuva entrando na casa. Correu e entrou sem cerimônias, já chamando pelo filho.

"Ariel!"

Ali, no chão havia o casaco dele, que estava vestido quando saiu de casa.

Entrou pelo corredor, chamando, até chegar ao quarto.

"Ariel!"

Seus olhos passaram de relance no recinto na penumbra e pararam quando viu algo na cama.

Os lençóis estavam uma bagunça, alguns no chão. Roupas espalhadas.

"Eles estiveram aqui."

A voz da mulher o tirou do seu transe. Virou e a viu fitando algo no chão.

Uma mancha de espuma.

Antes que pudesse responder que era óbvio, um grito ensurdecedor se fez ouvir, mesmo entre a tempestade. Algo monstruoso e gutural, que os fez tapar os ouvidos.

A expressão de Attina se tornou horrorizada, os olhos arregalados, o rosto pálido em horror.

"Úrsula."

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'É hora de retornar para casa, Ariel.'

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Notas finais

Ayei

*Úrsula e Ariel estão falando na língua deles.

Estamos nos momentos finais. No próximo capítulo teremos o ápice da história, e partimos para uma breve explicação, ou resumo do que está rolando:

-Ariel enganou Úrsula, ele entregou o kagin a ela, sabendo que amaldiçoaria os dois. Não se pode entregar seu 'coração' a alguém com quem não está conectado.

- Úrsula é expulsa do oceano. Ela tem certo comando sob Ariel, por ter o kagin dele, mas não é forte o bastante. Ela vai morar na ilha – sim, foi a mesma pessoa que 'salvou' Eric quando ele caiu do penhasco, e deixou, convenientemente, o livro com as informações sobre Atlantis com ele. E o colar.

-Ariel só sobreviveu tanto tempo porque ela 'rouba' as almas dos homens que leva para cama, e depois os afoga. Ela tentou comandar Ariel a fazer o mesmo, mas ele não obedeceu. Lembram do 'evento' que Max mencionou, sobre turistas atacando Ariel em um galpão? Culpa da Úrsula. Com a ligação deles, ela os sustenta, pois se Ariel morrer, ela morre também.

- Úrsula acha uma maneira de passar a maldição adiante. Basicamente, ela tem que colocar o kagin de Ariel nas mãos de alguém que ele tenha uma conexão forte. E quando isso acontecer, e ele voltar a Ariel, a conexão muda de lugar. Dessa forma, ela pode comandar essa pessoa, e a pessoa tem comando sob Ariel. Ficou claro isso? Por isso Ariel agora pode falar a língua de Eric, Eric que tem o colar e a ordem dela de ele não poder falar a língua humada se perdeu. 

-Ela pensou em usar Max, mas não tinha certeza se uma conexão paterna funcionaria. Por isso ela trouxe Eric até a ilha com um feitiço de compulsão.

Qualquer dúvida, vejo vocês nos comentários.

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