Os viciados
No quarto trezentos e treze tinha dois garotos, um chamado de Tiggo e o outro chamado Newton.
Alan entrou no quarto, emburrado o suficiente para deixar de cumprimentar os ocupando aquele quarto.
Tiggo estava com celular da marca quânticus.
Alan abriu a porta, viu Tiggo mexendo no celular e Newton jogando em uma tela de tv enorme na parede.
Alan não disse nada, pegou sua mala e jogou para o canto, fechou a porta e deitou na cama.
Os dois rapaz continuou sem perceber que havia entrado pessoa nova no quarto.
Alan adormeceu, acordou, já estava de noite.
Os dois estavam ainda conectados com a tecnologia, parecia que estavam presos ali, ou que suas mentes foram invadidas.
Alan levantou da cama, parou no meio deles e deu um grito:
-Arrrrrrggggghhhhh!
Tiggo assustou, deixou o celular cair, Newton quebrou a tela da tv, por ter assustado e atacado o controle na tela.
-Qual é o seu problema cara? - Perguntou Newton irado. - Esse quarto aqui não é seu, o que está fazendo aqui?
Alan fez uma cara de tédio e mostrou a chave para eles.
-Nossa cara, tem até uma tornozeleira eletrônica? - Perguntou Tiggo, apontando para a perna de Alan.
-Se vai ficar no nosso quarto, vai pagar a tela quebrada do meu videogame.
-Não foi eu que quebrei... - Respondeu Alan.
-Mas você nos assustou! -Disse Newton. -Você foi responsável.
-Problema é seu.
Tiggo voltou a mexer no celular.
-Vocês dois são uns zumbis, ficam o tempo todo mexendo em celular, dois viciados, um em videogame e outro em redes sociais.
-Quem é você para falar isso? -Perguntou Tiggo largando o celular.
-Já que ele está no nosso quarto, poderíamos sacanear ele.-Disse Newton olhando para Tiggo e sorrindo.
-Meu nome é Alan Diny Perrou, fui obrigado a estudar aqui, agora peço que me faça o favor, qual é a senha para entrar no banheiro?
-Mentira! - Disse Tiggo. - Você é o filho do dono da Quanticus?
-Sou, porque?
-Descola um quântico de graça para mim, vamos ser amigos pelo resto da vida...
-Não! -Respondeu Alan.
Newton deu um murro no braço de Tiggo.
-Ele é um mané, aposto que já esgotou todos os três desejos de cada celular da fábrica do papai.
-Eu não preciso de fazer desejo. - Disse Alan. - Eu tenho tudo que eu quero, se quiser comprar este colégio, eu compraria.
-Gostei desse cara! - Disse Tiggo. - Posso tirar uma selfie com você?
-Pode!
-Tiggo! - Newton estava surpreso pela ação do seu colega.
-Qual é, com este cara, eu vou pegar um cada deusas no colégio!
Tiraram umas selfie, Tiggo deu a senha do banheiro e Alan foi tomar um banho.
Newton sentou na sua cadeira de gamer, olhou para a tela, balançou a cabeça, como se tivesse dizendo não.
Olhou para a tela quebrada novamente.
-Tiggo, esse cara vai nos dar trabalho...
-Porquê?
-Sempre quando minha tela é quebrada, vem azar depois disso, as coisas não serão boas.
-Conversa! Deixa de superstição! Agora que as garotas vai chove na minha horta e você tem premonições por causa de uma tela?
-Ah não... Aquele Alan vai molhar a tornozeleira e vai fugir de novo! - Disse Newton.
-O que? Minha nossa, é mesmo!
Os dois trancaram a janelas e a porta do quarto, quando Alan saiu, ficou desanimado, pois não haveria como fugir.
-Babacas! - Alan estava bem irritado. - Deviam ir os dois para o inferno.
-Para fugir, eu quero um quanticus para mim e para o meu amigo aqui, queremos o que tem direito à três desejos no mundo da eletrônica.
-E o que vocês vão pedir? Zerar os jogos?
-Moedas virtuais. - Disse Tiggo. -Passe livre em todos os eventos que vende ingressos na internet e que os perfil das mulheres sexys nas redes sociais passam nos seguir.
-Nós vamos ter sexo virtual! -Disse Newton. - Vai ser tudo na batata!
-Eu mereço... -Alan riu. - Negócio fechado!
-Mas antes, você não vai fugir enquanto não nos pagar. - Disse Newton.
-Pode confiar em mim. - Newton tirou o cartão de crédito do bolso da sua calça. - Se meu pai não mandar, eu compro!
-Esse é o cara! - Disse Tiggo. - Um irmão que eu nunca tive...
-Estou vendo... - Disse Newton com ciúmes.
Alan deitou na cama, depois, começou a pensar na garota que salvou sua vida.
-Por acaso alguém de vocês já ouviram falar de uma heroína que salva as pessoas, que anda com um blusa de frio, tem cabelos vermelhos e olhos cor de mel?
-Não. -Respondeu Tiggo, mexendo no seu celular.
-É que ela salvou minha vida.
-Eu vi uma vez uma mulher desse jeito dando uma palestra. - Disse Newton.
Alan levantou da cama e perguntou:
-Qual é o nome dela?
-Ela não tem nome, todos chamam ela de garota misteriosa.
-Mas porquê?
-Eles dizem que ela costuma aparecer quando é noite de lua cheia, falam que a pele parda dela fica brilhante e que ela nunca envelhece.
-Ou seja, ela é uma deusa. - Disse Tiggo. - Ela tem rede social. - Tiggo mostrou o perfil da garota misteriosa.
Alan pegou o celular e ficou encantado com a beleza da garota.
-Como eu faço para encontrar ela? - Alan entregou o celular para Tiggo.
-Tente se matar de novo, e torça para ela salvar a sua vida. - Respondeu Newton.
-Valeu a informação.
Alan deitou na cama, pegou seu celular e começou a procurar notícias da garota misteriosa.
Concluiu que teve a sorte de ser salvo por ela, pois ela aparecia uma vez no mês para salvar alguém em apuros.
x x x x
Charles entrou no palco, para dar uma palestra sobre o celular quanticus.
Recebeu os aplausos, jogou beijos para a multidão de pessoas sentadas nas suas cadeiras.
Estava sendo gravado em rede nacional, seria transmitido para o mundo inteiro ao vivo.
Mas estar em um palco do enorme museu da cidade de Anápolis, para dar uma palestra para jovens estudantes, que iria iniciar uma faculdade, era muita honra para ele.
Sem falar que o valor da palestra que ele cobrou para dar aos estudantes era de aproximadamente um milhão de réis.
Não tinha como ele não estar feliz por ser um homem respeitado na sociedade.
Houve um silêncio absoluto, na qual, até a respiração das pessoas podia ser ouvido aos seus ouvidos.
Charles respirou fundo e iniciou seu descurso:
-Eu sou Charles Perrou, o homem mais sortudo da história! Mas não foi a sorte que me fez se tornar rico, eu tive sorte apenas de não morrer soterrado por um tesouro inestimável...
Charles começa a andar no palco.
-Eu era um arqueólogo, andando de sol à sol, cavando a terra para encontrar pequenos ossos de nativos navarros, animais do período jurássico e minérios, mesmo sendo graduado em engenharia mecatrônica, eu continuava pobre e sem reconhecimento...
Charles parou de andar, arrumou sua jaqueta de couro preto, passou a mão no cabelo e continuou:
-Mesmo com diploma, mestrado e doutorado, eu ouvia as pessoas rirem de mim e dizer que dinheiro não é para quem ganha, mas sim quem sabe administrar. Eu pensei anos sobre isso, fiz alguns cálculos de salário e de gastos, eu havia tido um filho naquela época, apenas um menino, a vontade de ser rico me fez querer apenas u. filho e evitar de gastar.
Charles voltou a andar no palco, retornando na direção que ele estava quando começou o discurso.
-Eu era o chefe da minha equipe de campo, dezesseis anos atrás, mesmo que eu tinha doutorado em mecatrônica, eu trabalhava como arqueólogo e isso era o melhor salário que eu recebia em vez de ser engenheiro. Mas eu não desisti...
Charles parou de andar, sentou num cadeira que tinha sido posto no palco, antes da palestra começar.
-...Eu amava a engenharia, me formei por em engenharia mecatrônica por amor, não por dinheiro, mas não vale a pena você ser profissional mal remunerado, por isso, fiz faculdade até de geologia, trabalhei em algo que eu não gostava, e um dia, a "vida" sorriu para mim.
Charles levantou da cadeira, tirou do bolso um celular e disse:
-Como arqueólogo, achamos um templo navarro, entrando lá, havia um artefato religioso, na qual, em um pergaminho, estava escrito assim: "Faça seu pedido." Eu ri, por não acreditar em superstição, peguei aquele objeto e quando mexi nele; saiu uma substância tóxica e me fez ficar tonto. Delirando, eu pedi para ser rico, então o teto abriu, derramando em cima de mim mais de mil quilos de tesouro navarro...
A multidão fizeram um "oh" com a boca, admirados pelo acontecimento.
-Se eu fiquei rico? Fora os impostos pelo governo e a metade do tesouro pertencia ao museu, a riqueza foi a ideia que me ocorreu de usar o artefato místico para criar um celular com inteligência artificial, com o direito de realizar seu desejo no mundo virtual. Sim, eu criei o celular quântico, capaz de calcular qualquer coisa, adivinhar seus desejos e te ajudar financeiramente, além de tudo, um assistente virtual; então aos calouros, meu conselho é, mesmo que não ganhe dinheiro e vai trabalhar em outra área diferente, nunca desista dos seus sonhos.
Charles ligou o celular, apertou a tecla "q" e surgiu uma fumaça e quando a fumaça dissipou, havia um homem igual a ele.
O homem disse:
-Eu sou o gênio da sua criação, minha missão é conceder a realização de três pedidos...
As pessoas levantaram, maravilhadas por ver o que acabou de acontecer, era fantástico, surreal.
Charles fez pose e disse:
-Eu desejo que todos que estão presentes aqui, vai firme até o final do curso, sem desistir; mesmo que as pessoas falam que não tem futuro, e que eles cheguem ao sucesso na área que formaram.
-Seu desejo é uma ordem senhor!
O homem desapareceu, as pessoas perceberam que era um holograma, mas era tão real, que no início fizeram todos acreditar que se tratava de um gênio de verdade.
Charles olhou para todos os estudantes, ficou um minuto calado, depois disse:
-Nunca desistam!
A plateia bateram palmas, Charles saiu do palco.
Uma mulher de cabelos rosas disse para um homem ao seu lado.
-Vamos ter que matar ele.
-Concordo. - Disse o homem. - De qualquer forma, ele não usou o celular verdadeiro.
-Temos que pegar o verdadeiro, isso é uma ordem.
-Entendido!
O homem saiu de perto da mulher, se misturando na multidão de calouros.
x x x x
A noite chegou em Anápolis, Tiggo passou a noite mexendo no celular, Newton também.
Tiggo acabou dormindo mexendo no celular, Alan levantou e ficou assustado em ver o garoto dormindo com o celular nas mãos e escrevendo na rede social.
Alan tomou o celular, para ver o que o Tiggo estava escrevendo.
Era uma mensagem para a garota misteriosa, na qual Tiggo enviava uma mensagem, dizendo:
-Missão cumprida, continua assim.
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