capítulo 27
Capítulo 27.
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Lisandra.
Flashback.
-você está louca, vai se tratar que é melhor!. -como o seu estado pode ser culpa minha, sendo que é você quem está desprezando o nosso pobre filho?. Manuel grita, mesclando sua voz com o choro da criança que não tem culpa de nada mas que eu não consigo olhar.
-você não me ama, não me entende, é um insensível!. -as nossas brigas me estressavam, por culpa minha Ele nasceu doente e agora eu não consigo nem olhar para essa criança. -se você tivesse me compreendido, não tivesse me cobrado coisas que eu não podia te dar, ele teria nascido bem então a culpa é toda Nossa se esse menino morrer!. -eu quero que você me diga quem é ela agora porque eu tenho certeza que para você ter me trazido para casa dos meus pais é porque você tem outra e está querendo me deixar. Eliseu acorda com os meus gritos, acariciando meu rosto como sempre faz quando estou chorando.
-ela, lisandra, vai ser a mãe que você não consegue ser para os meus filhos, isso eu posso te garantir, me preenche em todos os sentidos e não fica com frescuras igual a você que quer encontrar uma justificativa para desprezar o meu filho.
-eu amo o rogério, só não consigo olhá-lo, não consigo ver o mal que eu fiz a ele. -você não pode tirar os meus filhos de mim, Manuel, você não pode!. Vejo ele arrumando as malas.
-eu amei muito você, liz. -mas acabou, acabou e não tem mais jeito eu preciso priorizar as minhas necessidades e as necessidades dos meus filhos de ter uma mãe que realmente vai amar os dois incondicionalmente. Eliseu começa a chorar, por conta da discussão.
-calma filho, isso já vai acabar, você vai viver em um lar repleto de amor comigo, sua nova mãe e o seu maninho tá bom?.
-manuel, você pode ir embora, mas deixa os dois comigo, não tira os meus filhos de mim por favor!. Me levanto da cama, acompanhando eles que estão a caminho da sala
Pressentindo que estava perto de ser afastado de mim, Eliseu se agarra em minhas pernas enquanto Manuel conversa com meus pais que parecem apoiá-lo em sua decisão.
-cuidem bem dos meus netos, filho. Meu pai diz , se despedindo dele como se fosse fazer uma viagem.
-nós não concordamos com isso, mas se for o melhor para todos vocês, é melhor que eles sejam criados por você e por ela, confiamos nela e a Lisandra não está em condições de ser mãe no momento. Minha mãe se pronuncia, me fazendo constatar que estou completamente sozinha, ninguém vai me apoiar, me ajudar a recuperar os meus filhos e cuidar de mim, estão todos a favor dele e da outra mulher que não sei quem é
Manuel conseguiu distrair Eliseu, que se desvencilhou de minhas pernas, levando Rogério no carrinho e ele pelos bracinhos para fora de casa.
Meus pais me seguram Enquanto ao longe ouço o choro do meu filho, me chamando de mamãe e me pedindo para ir com eles.
-nós sentimos muito, querida, mas você não está em condições de cuidar de ninguém agora, é você quem está precisando de cuidados. Minha mãe diz me abraçando, me conduzindo novamente ao meu quarto.
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Essa semana se resumiu a investigações a respeito de Marina, com a intenção de juntar provas para o seu julgamento.
Logo após matar Manuel e destruir minha família, Marina casou-se com um milionário chamado Mário urtado.
Infelizmente até os monstros tem a capacidade de gerar, e no terceiro ano de relacionamento os dois geraram Santiago, gerando dois anos depois as gêmeas Alexia e Olívia.
Mário foi assassinado brutalmente pela esposa, na frente do filho mais velho, traumatizando mais um grupo de pessoas.
Santiago tinha 15 anos na época, e por essa razão tornou-se um viciado, tive acesso a fotos do meu sobrinho e percebi que o homem de 37 anos aparenta ser mais velho que eu, de tão destruído que está.
As gêmeas, ao contrário do irmão, fazem tratamento psicológico e psiquiátrico, tomando remédios controlados para conviver com o trauma de maneira lúcida.
Entrei em contato com os três, que aceitaram dar seus depoimentos no julgamento, dizendo que dariam tudo para conseguir viver longe da assombrosa lembrança da mãe.
É incrível como uma única pessoa foi capaz de destruir a vida de tantas outras, existem seres vivos que nascem com o mal no corpo mesmo.
Hoje é meu dia de criar coragem para contar a verdade ao meu filho.
Conversei com o psiquiatra de Eliseu, que me ajudou a contar a ele a verdade, que ficou impressionado com a revelação, embora não tenha muito conhecimento da realidade e Acabe não dando tanta importância a isso quanto deveria.
Agora, é a vez de Rogério, espero consegui fazer isso sem deturpar a imagem boa que ele tem de Manuel, pois apesar da raiva que ainda sinto daquele homem, não posso negar que ele foi um bom pai.
Adentro o hospital, entrando também em seu quarto.
Em uma das visitas feitas ao pai, Emanuelle trouxe uma Bíblia, que serve não só como passatempo mas também para relembrar os tempos em que podia congregar.
-espero não estar interrompendo a leitura. Ele volta a sua atenção a mim, sorrindo.
-não senhora, não atrapalha. -a Manu não veio hoje?. -vocês estão me escondendo alguma coisa?. Ele questiona, apreensivo.
Ele está tão acostumado com perdas, que tem medo de sofrer outra.
-ela está com o henrique, ele e a Safira estão investindo nela, dando aulas de canto e parece que ela finalmente encontrou o dom que ela tanto procurava da parte de Deus. -eu quis vir sozinha para conversar com você, é algo particular e urgente.
Encaro os olhinhos Claros mais lindos que já tive o privilégio de avistar, extremamente semelhantes aos do pai.
O que diferencia Rogério de Manoel é a doçura que o meu filho transmite no olhar, a forma de tratar as pessoas, a fé e a força que são capazes de movê-lo ainda que tenha passado por tudo que passou, não perdeu a essência, diferente do pai que por ter se apaixonado pela minha irmã, me tirou os meus filhos.
-desde o dia que a senhora me entrevistou pela primeira vez, podia não estar muito lúcido por conta do Choque mas me lembro que a senhora sempre me olha de um jeito diferente, de uma forma estranha. -a senhora deu a entender que conheceu o meu pai, está ajudando a minha filha como nem mesmo alguém da minha família Faria, está pagando todo o meu tratamento, cuidando de mim. -por que tudo isso?. Ele questiona.
-é para compensar você, por tudo que eu te fiz passar, para te dar tudo aquilo que eu não pude no passado, devido às circunstâncias.
-a senhora vai me desculpar mas eu Não estou entendendo nada.
-depois do que eu vou te contar, se você não quiser mais me ver, eu te garanto que eu saio do país e nunca mais volto, vou entender perfeitamente seu desprezo. -mas agora queria pedir que você apenas me ouça,, deixe as perguntas para depois, porque eu sei que vão passar muitas na sua cabeça.
Vou contando todos os detalhes de nossa história a ele, observando cautelosamente cada uma de suas reações, temendo despertar algum mal estar em meu pequeno, que se mostra tão frágil diante das descobertas a respeito de sua família.
-mAs por que meus avós não me disseram nada?. Ele questiona impressionado, não é possível ver lágrimas emocionadas em seus olhos, nem uma outra expressão além da confusão mental.
-eu não sei querido, talvez não tenham dito nada pelo medo da Marina fazer alguma coisa com você, ou até mesmo por querer cuidar de você como não fizeram comigo. Procuro defender os meus pais, Mesmo não tendo muitos argumentos para isso.
Acima de qualquer coisa, meu filho foi criado na presença de Deus e não cresceu como o irmão, ao contrário dele, teve uma vida feliz.
-se eles quisessem cuidar de mim, teriam me devolvido para senhora assim que puderam. -a senhora tem noção de quanto eu precisei da senhora?. -do quanto foi difícil crescer achando que era filho da mulher que matou o meu pai?. -a senhora se descuidou de mim porque estava doente, eu entendo isso, Mas eles me tiraram o privilégio de crescer ao seu lado de ter uma vida relativamente normal depois de tudo o que aconteceu.
Suas palavras são repletas de indignação, dor e tristeza.
-eu entendo você, já me fiz todas essas perguntas, guardei mágoa, me estressei por isso mas o importante é que agora você está aqui comigo e mesmo tendo demorado bastante, nós vamos repor esse tempo perdido.
-por que a senhora não me procurou e contou tudo que estava acontecendo?.
-por medo dela fazer alguma coisa com você, e também, bom. -por vergonha, eu errei muito com você, me achava indigna me culpava muito durante bastante tempo, superei tudo isso com terapia mas isso aconteceu há pouco tempo, eu observava você de longe, te acompanhava, por isso fui a primeira a te entrevistar logo após o crime.
-que garantia a senhora tinha de que ela Faria alguma coisa comigo?. Atordoado, ele parece procurar alguma maneira de colocar toda a sua intensidade de conflitos para fora.
-ela fez rogério, não diretamente mas matou a sua esposa, teria feito coisa muito pior com você e com seu irmão, sempre me odiou e se eu estivesse por perto mataria vocês dois.
-a senhora não precisa desaparecer, Até porque assim como eu é uma vítima nessa história toda, mas eu queria lhe pedir um tempo para pensar, um tempo sozinho, a senhora não faz ideia do turbilhão de pensamentos que estão se passando em minha mente agora, eu não vou responder por palavras e atitudes então é melhor uma certa distância por alguns dias. A Súplica em suas palavras é mais do que compreensível.
-eu entendo,, garanto a você que só Voltarei no dia em que você me ligar pedindo para que faça isso, E caso você prefira nos encontraremos apenas Depois que você sair daqui. -só não esqueça do quanto você é amado por mim E caso precise de alguma coisa, pode pedir pela Emanuelle, ela me passa.
Me Retiro do quarto, me livrando de um peso que durou 47 anos, uma culpa que durou 47 anos, um segredo que durou 47 anos.
Quanto ao emocional de Rogério, vou deixar a cargo de Deus. Estou disposta a esperar pelo meu pequeno o tempo que for necessário, a espera já esteve mais longa a anos atrás.
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