Capítulo 20
Capítulo 20.
...
Safira tomou conhecimento da internação de Lisandra, visitando a jornalista no hospital.
Ouviu o relato desesperado da mulher, relacionado a sua história de vida com os filhos e o marido.
-- o, Lisandra!. -- você passou toda uma vida sofrendo calada, e eu, que fui tão ajudada por você não pude te dar apoio. Fala Safira, consternada.
-- Engano seu, querida. -- quando o Mauro te deserdou, considerei ele um ingrato com a vida, pois estava abstendo-se da melhor missão que Deus pode dar a uma pessoa. -- cuidar da filha e daquele Netinho maravilhoso que ele perdeu. -- eu acolhi você, e foi como um sopro de vida para mim, você e seu filho trouxeram um pouco de alegria para minha vida, depois do Eliseu e o Rogério você foi a melhor coisa que me aconteceu, e ainda me deu um neto adotivo que puxou a mim na competência com jornalismo. Safira sorriu, apenas Deus podia mensurar o nível de gratidão que a mulher sentia
-- se não fosse você com todo aquele pulso firme, me impulsionando a viver a minha vida, independente do pensamento do meu pai a meu respeito, eu teria estacionado. -- obrigada pelas broncas, pelos gritos, pelo. -- você não é mais uma criança, é uma mulher, e além de mulher É mãe Então comporte-se como tal!. -- está na hora de tomar as rédeas da sua vida Safira, pare de chorar e não me faça perder a pouca paciência que tenho!. Imita as palavras da mulher, que apenas sorri.
-- por baixo da carcaça existe uma mulher manteiga derretida, devo confessar que chorei depois de te dizer aquilo. Ainda atordoada por conta da medicação, Lisandra adormece, diante da mulher.
Depois de beijar o rosto de Lisandra, Safira se dirige a UTI, onde encontra-se Rogério.
Recebeu a autorização médica para adentrar a UTI, alegando parentesco com o paciente, preocupando-se a não ver Emanuelle do lado do pai.
Tentando não pensar em coisas ruins, suspeitou que a moça poderia estar no banheiro, aproveitando para analisar o paciente de maneira minuciosa.
Era difícil não olhar aquele rosto, nunca imaginaria conhecer alguém que tanto admirou, por meio de uma cama de hospital.
Ele tinha noção do quanto fora usado por Deus, para acalmá-la em seus momentos difíceis?.
Tinha noção do quanto os louvores que Deus lhe dava, eram capazes de penetrar No íntimo do seu coração?.
Tinha noção do quanto as palavras ditas por ele e por Letícia, lhe impulsionaram a prosseguir mesmo diante das adversidades ao descobrir a gravidez de Henrique?.
Diante de seu estado atual, sentiu mais compaixão por aquele homem do que gostaria.
Aproximou-se cautelosamente da cama, pegando em uma das mãos frias.
-- Lembra daquela frase que você sempre falava nos vídeos?. Começou a conversar com ele, como se realmente pudesse ouvir suas palavras. -- cada crente com sua luta. -- virou até meme na época, mas hoje, vendo você assim, nunca foi tão verdadeira. -- a sua luta foi bem árdua, mas até que você foi forte, outro no seu lugar teria enlouquecido totalmente. -- sempre admirei vocês dois pela força, pela fé, mas devo admitir que no seu caso essa admiração aumentou apenas em ouvir por tudo que você passou até agora. -- só quero que você saiba que o tempo de descanso na sua vida vai chegar, A Colheita do plantio com lágrimas. -- a Emanuelle precisa de você, então aguenta só mais um pouquinho tá bom?.
O médico adentrou o quarto, analisando minuciosamente a mulher que conversava com Rogério.
-- Doutor, a moça que estava aqui, saiu há muito tempo?.
Safira questiona.
-- Saiu sim, o pai veio buscá-la. Safira pois as mãos no rosto, horrorizada.
Aquilo não poderia estar acontecendo!.
-- o senhor lembra da fisionomia dele?. Antes de entrar em desespero, resolveu abrir a bolsa e tirar o celular de dentro da mesma, mostrando ao médico uma foto de Jairo.
-- foi esse senhor aqui mesmo, ele disse que precisava levar ela para casa urgente e a moça foi junto com ele minutos depois. Aquilo não tinha a menor condição de ser verdade, Emanuelle não cometeria tal imprudência!.
-- ele é um criminoso perigoso, não é pai dela, e vocês deixaram ele tirar a menina daqui!. Safira estava simplesmente Furiosa, não havia outra palavra que pudesse descrevê-la naquele momento.
-- vamos acionar uma viatura, peço perdão pelo engano, não saber se tratar de um criminoso, do contrário, ele nem passaria pela porta do hospital.
Foi tudo que disse, antes de se retirar.
Com misto de fúria, desespero, medo e confusão Safira entrou em contato com Henrique, que por sua vez, ao descobrir o que havia acontecido com Emanuelle, entrou em desespero.
Antes de planejar como faria para matar Jairo, caso fizesse alguma coisa com sua melhor amiga, Henrique decidiu Ligar para Fabiana e Heloísa, em busca da moça.
-- como vai, Henrique. Fabiana aparentava estar normal, ao falar com o jovem que se controlava para não entrar em Pânico.
-- dona Fabiana, A senhora sabe da Camila?, Ela está por aí?.
-- já faz tempo que nós conversamos pela última vez, ela me disse que estava atolada de trabalho e não poderia vir aqui, eu até estranhei. -- Mas você sabe como sua amiga é esforçada, não é mesmo?. Henrique Parecia ter parado de ouvir as palavras da mulher, quando disse, ela não está.
-- e o seu Jairo, dona Fabiana?, Posso falar com ele?. Tentava manter sua respiração em um ritmo normal, enquanto uma culpa descomunal lhe consumia.
Se tivesse esperado o fim das investigações para contar a verdade a Emanuelle, nada disso estaria acontecendo!. Se responsabilizava diretamente por toda e qualquer coisa que houvesse acontecido com a mulher que, amava em segredo há muito tempo.
-- ele saiu de casa, depois que eu pedi o divórcio, não sei e nem quero saber aonde ele está. As palavras de Fabiana fizeram um buraco se abrir embaixo dos pés de Henrique, que desligou o telefone sem dar maiores explicações.
Era impossível descrever a culpa, o medo de perdê-la era cortante.
Autoridades foram avisadas por Henrique, iniciando uma corrida contra o tempo para ainda encontrar a jornalista com vida.
Henrique Correu para o hospital, precisava rever a mãe, dividir com alguém o peso que toda aquela dor provocava em seu coração.
Ao entrar no quarto, viu Rogério.
Questionando-se a respeito do tamanho da dor que aquele homem já havia sentido por achar que tinha matado a esposa e a filha, imaginava o quão difícil seria dar-lhe a notícia de que havia perdido a sua filha por culpa do amigo que se precipitou ao dar a informação de sua existência.
-- Mãe, eu não devia ter dito nada a ela, se eu tivesse. Safira o abraçou, de forma confortante.
Os olhos castanhos, que se igualavam aos dele, estavam repletos de ternura e amor.
-- não coloque todo esse peso em cima de você, meu amor.-- a notícia que você deu a ela, lhe devolveu as esperanças meu amor. -- Você sabe o quanto o desprezo do Jairo atrasou a vida dessa menina, até hoje não vejo ela andar em nenhuma das áreas de sua vida por Culpa daquele homem. Acariciou os cabelos loiros do filho, que se igualavam aos do pai. -- convenhamos, Henrique. -- mesmo que ela não tivesse conhecimento de suas origens, o Jairo e a Marina tem. -- sequestrariam ela de qualquer maneira, o fato de você ter dado essa informação não alteraria em nada o curso dos acontecimentos.
-- é que eu não consigo me imaginar perdendo ela, mãe.
A amizade entre mãe e filho era completamente transparente, sendo assim, Safira tinha conhecimentos do sentimentos do filho em relação à melhor amiga.
Conhecia perfeitamente o potencial que a moça tinha, apesar de não desenvolver toda a competência existente dentro de si.
Em um futuro talvez não muito distante, Emanuelle amadureceria, se desenvolveria emocional e espiritualmente.
Amava aquela moça, tal qual o seu próprio filho.
Acreditava que futuramente os dois poderiam desenvolver um relacionamento, os dois tinham potencial a serem felizes um com o outro. Tudo que Emanuelle precisava, era se desenvolver emocionalmente como mulher.
Conhecendo o histórico familiar de Emanuelle, a moça obviamente tinha se superado em seu comportamento.
Tinha tudo para ser uma moça amargurada, de mal com a vida, que descontaria tudo em tudo e em todos.
No entanto, a moça escolheu viver de forma doce, talvez um pouco ingênua. Ainda assim, poderia estar pior.
-- você sempre pregou a confiança em Deus meu filho, então, confia nele. -- ele preservou a vida da Emanuelle, não vai tirar ela de nós, de alguma forma eu sinto que ela está sendo protegida por Deus então fique tranquilo.
As palavras da mãe reforçaram a fé de Enrique.
-- Tá bom mãe, a senhora fica com o Rogério e eu vou atrás da Camila, Digo, da Emanuelle.
Henrique estava próximo da porta, quando foi interrompido pela mãe.
-- Ah não filho, você não vai se envolver nessa questão diretamente pelo amor de deus!. -- você é tudo que eu tenho, por favor não faz isso, eles são perigosos!. O desespero tomou conta de safira, Henrique deu uma pequena gargalhada.
-- a senhora não acabou de falar para eu confiar em Deus?. -- ele vai cuidar de nós dois, Mãe, e também eu não pretendo deixar a mulher que eu amo morrer nas mãos deles.
-- pelo amor de Deus menino, de quem você herdou tanta teimosia?.
-- Relaxa Dona Safira, eu ainda vou lhe dar muito trabalho e a teimosia Eu acho que eu herdei da minha mãe.
-- não vou responder você como você merece, porque o momento exige agilidade e seriedade mas assim que tudo isso passar você vai ver!. -- antes de você ir preciso te contar uma história, uma história que liga diretamente o Rogério, a Emanuelle e a Lisandra. A curiosidade de Henrique foi aguçada de tal maneira, que o mesmo paralisou em frente à porta.
Henrique soube de todos os detalhes da história triste, Cruel, inacreditável e ao mesmo tempo chocante, tendo a mesma reação da mãe.
-- pobre Lisandra, pobre Eliseu, pobre Emanuelle, mas eu ainda consigo sentir mais pena do coitado do Rogério!. -- ele deve se sentir frustrado como filho, Como marido e como pai!.
-- infelizmente a Letícia não pode voltar dos Mortos, mas Deus vai restituir a mãe e a filha dele. Safira disse de maneira suave.
-- sei que você não está me ouvindo Mas já tem meu respeito, viu?. -- Pode deixar que eu vou trazer a Emanuelle, pode ter certeza que você vai ficar livre de todas essas acusações e vai poder dar uma vida digna para sua filha. Henrique dirigiu-se a Rogério, aproximando-se de safira que já estava com os olhos marejados.
-- vou ficar orando por vocês dois, meu amor, Só te peço que volte para mim pois você é tudo que eu tenho no mundo. A voz fragilizada de safira era quase inaudível, por conta das Lágrimas.
-- Pode ficar tranquila que eu vou voltar, enquanto isso, Cuide do meu futuro sogro e não saia do lado dele tá bom?. Henrique tentou arrancar um sorriso da Mãe, que conseguiu rir em meio às lágrimas.
-- pode ficar tranquilo que eu não vou sair do lado do seu futuro sogro, desde que você e minha futura nora voltem em segurança para os meus braços, onde eu vou poder abraçar e apertar vocês igual ursinhos de pelúcia.
-- eu tenho a melhor mãe do mundo, quando voltar pode ter certeza que vou colocar uma placa na porta do meu carro dizendo que a minha mãe é a melhor do mundo!.
Henrique se retirou, deixando Safira a sós com Rogério.
-- Deus vai trazer os nossos meninos de volta em segurança, Deus vai trazer os nossos meninos de volta insegurança, Deus vai trazer os nossos meninos de volta em segurança. Safira repetia em voz baixa, com os olhos ainda cobertos pelas lágrimas.
...
Jairo tinha plena consciência de que seria preso, seu único conforto era saber que não poderia ser privado das visitas semanais pela filha.
Fabiana, assim como Emanuelle eram duas ingratas. A única que não merecia a morte em todo aquele cenário era Heloísa, o único ser humano na terra capaz de lhe despertar amor.
Tudo aquilo poderia parecer uma loucura, mas ninguém sabia do que era capaz de fazer se fosse privado da convivência com Heloísa.
Ela era sua luz, mataria e morreria por ela.
Apesar de ter crescido em uma família rodeada de amor, Jairo desde cedo parecia inclinado ao errado.
Não existiam motivos coerentes que explicassem as atitudes repulsivas que tomava.
Era divertido, uma questão de experimentar novas emoções todos os dias.
Começou aos 12 anos, dizia aos pais que ia para o colégio quando na verdade observava o fluxo de criminosos no bairro próximo à escola.
Aquele cenário de armas, drogas e crimes era fascinante aos olhos de Jairo que acabou fazendo amizade com alguns deles.
Jairo conheceu Marina aos 18 anos, quando depois de sair da casa dos pais por conta de uma série de problemas devido ao comportamento repulsivo que demonstrava, a mulher o acolheu, mostrando-lhe o fascinante mundo dos assassinatos.
A prisão não lhe provocava medo, sabia a fragilidade das leis brasileiras e tinha plena consciência de que dentro de um presídio seria tratado como rei por conta do nível do crime que cometeu.
-- já posso falar com ela?. Jairo questionou Marina, que dirigia o carro rumo à Delegacia.
-- pode, mas já vou aconselhando você que se prepare para reação. Marina sorriu Vitoriosa.
Jairo discou o número de Fabiana, torcendo para que ela atendesse ao invés de Heloísa.
-- o que você quer?. O desprezo era Evidente nas palavras de Fabiana.
-- tenho um recado da Camila para você, Fabi. -- Ela mandou dizer que te ama, me pediu para te dizer que pede desculpas por ter atrapalhado nosso casamento, disse que era para você concluir seus estudos, blá blá blá blá blá, toda aquela baboseira de independência feminina que você nunca tem e nunca vai ter. O coração de Fabiana Parecia ter disparado por alguns instantes.
-- você matou a minha filha, Jairo?. Perguntou, quase em um sopro de vós.
-- ela sofreu muito antes de morrer ainda, mas no final acabou não aguentando as torturas. -- minha chefe e eu não temos a menor intenção de indicar Aonde está o corpo, mas se a polícia encontrar você vai poder enterrar a sua filhinha da maneira que quiser. As palavras de Jairo foram suficientes para que Fabiana largasse o celular no chão, desmaiando de forma instantânea.
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