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Capítulo 2

Antero despertou por conta de um insistente ruído que se dissipava pelo quarto, era irritantemente familiar. O escritor havia crescido numa fazenda, e por vezes dormira na casa do feno, por onde passavam muitos roedores, e constantemente afiavam suas garras e presas nas madeiras e metais da construção. Aquele ruído era inconfundível.

Não se apegou ao som, procurou relaxar a mente e voltar a dormir. O barulho prosseguiu baixo e constante. Espera! Ratos no quarto? Ele abriu os olhos e sentou-se na cama. Varreu o ambiente com um olhar apertado, mas estava escuro demais para ver algo. Saltou da cama e apertou o interruptor, as lâmpadas acenderam depois de tremeluzirem por alguns segundos.

Imediatamente Antero abaixou-se rente ao chão o olhou embaixo da cama; não havia nada. Coçou a cabeça e caminhou pelo quarto a procura de algum lugar que pudesse abrigar um roedor, depois de cansar de procurar sem resultados, voltou a deitar. Seus sentidos estavam em estado de alerta, então passou a ouvir as sirenes distantes, buzinas e sons do cotidiano tráfego noturno da grande capital paulista. Por horas sua atenção esteve em sintonia máxima, porém, o sono foi chegando e ele sem forças para resistir, dormiu novamente.

Acordou novamente por conta do frio que fazia seu corpo tremer e arrepiar-se. Sentiu o vento forte chocar contra sua pele e escutou o ventilador em funcionamento. Eu tinha desligado isso... Ou não? Antero levantou-se e desligou o ventilador. Bocejou demoradamente, coçou os olhos e deitou de novo, dessa vez, abraçado com um dos fabulosos travesseiros da Nasa. Seus pensamentos estavam saltitando em sua mente, lembrava das matérias que lera, dos relatórios policiais, dos artigos de blogs, das histórias fantásticas em fóruns da internet, do medo que as pessoas tinham de entrar no quarto e da mensagem que seus amigos lhe mandaram mais cedo. Sorriu impulsionado pela descrença do sobrenatural e pelo desejo de escrever a melhor história da coletânea. Sentiu a bexiga doer e relutantemente levantou-se para se aliviar.

Após urinar, aproximou-se do lavatório que ficava logo abaixo de um espelho redondo, e viu de relance seu rosto refletido.

— Que porra é essa? — Bradou consigo mesmo ao ver alguns arranhões finos na testa e na bochecha.

Lavou o rosto e tirou as gotículas de sangue seco da face, no entanto, não conseguira retirar a confusão da mente. Pensava em como é que ratos o arranharam sem que ele acordasse, julgou estar cansado demais, e por conta disso não ter percebido. Lavou novamente o rosto e voltou para a cama, mas quando saiu do banheiro deparou-se com o ventilador ligado. Cacete! Desligou-o e ficou de pé ao lado da cama esperando o aparelho religar sozinho, o que não aconteceu. Depois de algum tempo de pé, seus olhos começaram pesar e os bocejos incontroláveis vinham um após o outro. Ele deitou-se de bruços abraçado aos travesseiros.

Despertou com os raios solares incidindo sobre sua face e provocando enorme desconforto. Virou-se para o outro lado, sentou-se na cama e esticou os braços para cima num espreguiço costumeiro. Notou uma circulação de ar incomum, olhou para cima e sorriu ao ver o ventilador girando.

Arrumou-se e desceu para o saguão principal. Haveria uma socialização matinal, depois ele aproveitaria o tempo livre para conhecer a cidade. Tomou um café reforçado e sentou-se perto da televisão para assistir ao noticiário.

Estava absorto em pensamentos e seus olhos fixados na tela luminosa, o que não permitiu que percebesse a aproximação de alguém, que o tirou do transe quando lhe tocou o ombro direito. Virou-se para trás subitamente e ao deparar-se com o diretor, sorriu meio sem graça.

— Ah... Bom dia diretor!

— Bom dia, meu caro! Como foi a primeira noite?

— Bem... Ãh... Bem, eu diria.

— O que houve com seu rosto?

— Ah, isso? É... Pernilongos... Me arranhei a noite enquanto espantava os danados.

— Pegue um repelente na recepção — disse o diretor com sua voz firme. — Bem, que bom que está gostando. Nos vemos mais tarde.

Antero acenou com a mão e sorriu ainda sonolento. Depois de algum tempo deixou a televisão sozinha e caminhou para fora do hotel. As calçadas estavam repletas de transeuntes dos mais variados estilos, as ruas completamente tomadas por veículos barulhentos e as lojas abertas recebiam um grande fluxo de pessoas por conta de suas promoções elaboradas de última hora. Nada daquilo aprecia o escritor, então ele colocou as mãos nos bolsos e seguiu o fluxo das calçadas indo em direção à avenida principal.

A praça estava repleta de barraquinhas vendendo artigos artesanais. Antero caminhou por entre elas observando calmamente as artes expostas, mas uma lhe chamou a atenção de maneira praticamente indescritível. Era um espelho grande, ovalado com um apoio na parte de trás, permitindo assim que o objeto parasse de pé. Sobre a superfície prateada o artista havia pintado uma garota amarrada e pendurada num lustre luxuoso, tal qual a cena do crime misterioso do quarto 1810 do edifício Matarazzi.

Ele se aproximou, observou com afinco a maestria com a qual o artista trabalhara naquele quadro espelhado. Eis então, que surge de algum lugar um hippie estereotipado sorrindo e perguntou:

— Gostou irmão?

— Um pouco... É curioso na verdade.

— É sim. Olha ele dali ó... — disse o rapaz apontando um ponto no chão há alguns metros do espelho.

Antero caminhou até o local demarcado e olhou para a obra. No exato momento que seus olhos pousaram sobre a superfície refletora, ele fora tomado por sentimento estranho e incomodo. A obra refletia seu corpo inteiro dando a ilusão de ótica de que a garota estava logo a sua frente, isso o colocava diretamente na cena do crime como espectador sádico. Seus braços arrepiaram e os cabelos da nuca eriçaram instantaneamente. Ele engoliu em seco e aproximou-se do vendedor.

— É uma bela brincadeira.

— É. É sim — disse o hippie sem a empatia de segundos antes.

Antero deixou a feirinha e voltou para o hotel. Enquanto caminhava esbarrando inevitavelmente nos transeuntes, em sua mente giravam pensamentos aleatórios. A garota estava pendurada. O assassino teria que subir em algo para alcançar o crânio. Ou ter pendurado ela já morta. O que a polícia descartou. E também não tinha nenhum objeto no qual ele pudesse subir, a não ser... O sofá. Não, mas eles não encontraram pegadas.

Antero parou na calçada do hotel e olhou para cima. Seu quarto ficava no décimo oitavo andar, e o prédio possuía vinte e cinco. Não haveria como um assassino escalar sem ser notado. Mordeu os lábios e olhou ao redor, nada na paisagem lhe dava ideia de como o criminoso poderia fugir rapidamente daquele lugar. Enfiou a mão no bolso, pegou o celular e consultou as horas, era quase hora do almoço, ele havia passado mais tempo fora do que percebera.

Entrou no edifício e foi direto para seu quarto. Pediu que lhe entregassem uma lasanha de queijos e um suco natural de laranja com limão. Aguardou pacientemente enquanto trocava mensagens com seus amigos. Ele estava sentado no sofá, no mesmo em que a arma foi encontrada e não fazia ideia de como ela havia ido parar ali. Conversou com os outros escritores, expôs suas ideias e teorias, mas eles já estavam cansados de ouvi-las. Ele precisava se conectar com o local de alguma forma. Algo naquele caso não deixava as pessoas prosseguirem, foi então que ele leu uma mensagem que lhe despertou imensa curiosidade, "Quem era a garota?".

A garota do quarto 1810. Amélia Judite de Souza, 28 anos, cearense, venho para São Paulo por conta de uma bolsa de estudos que ganhou na USP. Órfã, tinha uma filha, mas não tinha contato com o pai... Por que eu penso desse jeito? Isso não é um relatório... Vamos, pense. Quem mataria uma zé-ninguém, e de forma tão misteriosa?

Antero queria escrever a história perfeita e para isso precisava de detalhes, tinha que entender a motivação do assassino e pelo menos inventar algo a respeito do seu plano de fuga. O escritor acessou a internet e pesquisou histórias sobre o caso, sobre a garota, e muitas teorias foram formuladas na época: diziam que ela se prostituía e que ameaçou de expor algum ricaço, por isso foi morta, contavam que ela veio para São Paulo envolvida com o tráfico de drogas e acabou fazendo inimigos demais, falavam também que ela era simpatizante de um clube de suicídios, porém, essa era a teoria mais furada, pois, a polícia descartou qualquer hipótese de suicídio; não haveria como ela se matar estando amarrada e deixar a arma no sofá, sem nenhuma mancha de sangue ou imprecisão. Cansado de procurar, largou o celular e bufou irritado.

Alguém bateu à porta, quando ele atendeu, seu ânimo mudou drasticamente; era a comida. Sentou-se à mesa e devorou a lasanha como senão comesse há dias. De onde estava conseguia ver perfeitamente o local onde a garota morreu. Mentalmente se colocou na cena do assassinato e girou seu olhar para todos os cantos, nada fugiu de seus olhos atentos, mas não conseguia entender como é que alguém conseguiu cometer o crime perfeito. Crimes perfeitos não existem.

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Olá pessoes! Bem-vindes de volta!

Capítulo estranho né? O que estão achando de tudo isso?

Alguma teoria maluca?

Beijitos!

xoxo

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