Cap. 7 - ※Telefonemas para Davys※
Na manhã seguinte...
— Já acordada? - Angelina viu sua irmã sentada no sofá.
— Não consegui pregar os olhos... Estou um pouco assustada.
— Mari, você sabe que eles só queriam te amedrontar, fazem isso com bons detetives... Mas é preciso tomar cuidado, sabe disso, não é? Mas tenta se acalmar.
— Eu sei, mas não é fácil. Se fosse comigo que estivessem mexendo, Angelina, mas não! É com você, minha família. E até mesmo com a Melissa, passei a noite pensando e cheguei em uma conclusão!
— Qual seria?
— Nós vamos nos mudar daqui. Vamos para outro local, pelo menos até que a gente prenda o assassino de Ellen Green, e então assim poderei ficar mais tranquila.
— Está certo, mas acha que é alguém que esteja envolvido no caso da Ellen?
— Talvez, tenta se cuidar.
— Bem, hoje vou passar o dia na casa da tia Holi. Então não precisa se preocupar. - ela sorriu.
Davys era realmente uma pessoa muito familiar, ela sempre colocava sua irmã, sua mãe, sua sobrinha e até seu padrasto Laubert em primeiro lugar. Desde que seu pai foi morto, e o assassino nunca foi preso, ela decidiu ser detetive e prometeu nunca desistir de nenhum caso até que o culpado fosse preso.
Ela levou sua irmã para a casa de sua tia Holi, até o outro lado da cidade, e acabou passando em uma cafeteria pra pegar algo para comer já que ela havia saído mais cedo de casa. No meio do caminho seu celular toca, ela estaciona seu Smart e atende o celular.
— Alô? Quem está falando?
— ... - do outro lado iria reinar um silêncio, se não fosse pelos balbucios de uma criança.
— Alô? Quem está falando? É você Travor?! - Travor era o ex namorado de Angelina e pai de Melissa sua sobrinha.
— ...
— Se não me responder vou desligar! - ameaçou, Davys. Mas o silêncio reinou, e ela desligou o celular e o colocou sobre o banco do carro.
Prendeu as mãos que já estavam suadas sobre o volante, deu a partida em seu carro e seguiu para o departamento. Davys estava nervosa, não conseguia tirar sua mente os fatos que estavam a acontecer recentemente.
Quando chegou no departamento, Santos logo vem em sua direção. Ele a cumprimentou, os dois então seguiram em passos ligeiros para sua sala.
Novamente o celular tocou, Davys atendeu e para sua não surpresa, do outro lado o som de um bebê, ela se irritou e desligou o celular
— Quem era? - perguntou Santos.
— Eu não sei, o número era privado, bem conveniente, não? Havia um pequeno ruído, parecia um bebê balbuciando, não sei te explicar, mas isso me deixou assustada.
— Quer um copo de água? Você está pálida. Mas não se preocupe Davys, provavelmente era só um babaca te passando um trote!
— Estou bem, não precisa se preocupar.
Neste momento entrou uma secretária do departamento de polícia, trazendo um pequeno envelope marrom claro.
— Detetive Davys, este envelope está com seu nome. Um senhor que não era carteiro, mandou eu lhe entregar isso, diz ele que foi parado na rua por uma pessoa com vestes pretas e touca tampando quase todo seu rosto, e essa pessoa pediu para lhe entregar isso! Acredito que não seja boa coisa, talvez esteja relacionado ao seu caso. - disse a Secretária.
— O que? Mesmo? - Davys pegou o envelope.
— Sim, bem.. como não é grande coisa e nem aparenta ter nada além de uma carta eu resolvi lhe entregar sem mandar verificar o que há dentro, mas se preferir posso fazer isso!
— Não, não é preciso. Muito obrigada por ter me entregado! - respondeu Davys sorrindo.
— Por nada. Bem já vou voltando, Betty não consegue trabalhar sem mim, até logo! - disse a secretária já saindo do escritório de Davys e Santos.
— Tchau. - ambos falam em uma quase sincronia.
O envelope não parecia ter nada demais, era bem parecido como aqueles que eram distribuídos em colégios.
— Bem, Davys. Acha que isto é seguro? - perguntou Santos, um pouco assustado.
— Não sei, mas vou ler agora! - porém antes que pudesse abrir o envelope seu telefone tocou novamente. Davys deixou o envelope em cima de sua mesa e foi atrás de seu celular. - alô? Quem está falando?
— ... Davys... - e desligou em seguida.
— Quem era, Davys? - perguntou Santos.
— Eu não sei, ficou em silêncio por um momento e em seguida disse o meu nome. Então não pode ser algo aleatório! - afirmou a detetive assustada.
— Seja lá quem for, vamos prender, porque isso é crime! Então fique calma, afinal não é a primeira vez que coisas desse tipo acontecem, lembra daquele caso dos Benlhz? Aquilo sim foi medonho, acabei levando um tiro. - falou Santos rindo.
— É, eu sei. Mas é que havia um choro de bebê dessa vez! Estou com medo... - disse Davys abaixando sua cabeça.
— Fique calma, não adianta ficar preocupada atoa!
— Você tem razão. Bem, vou abrir o envelope agora! - a detetive falou pegando o envelope. De repente ela fica pálida, e deixa cair o envelope no chão.
— Meu Deus.. . - disse Santos pegando o anexo.
O Oficial Muccurtney entra no escritório de Davys e Santos, ao ver aquela situação a qual os dois se se encontravam, o homem se preocupou.
— O que aconteceu? - perguntou ao ver Santos apoiado na mesa e Davys paralisada.
— Oficial Muccurtney... Veja isso! - o detetive entregou o envelope.
Ao pegar o envelope havia uma carta com o endereço de Davys escrito por letras cortadas de revista, havia também fotos de Angelina e algumas de Melissa. Tinha uma foto comparando Angelina com Ellen, e uma foto de Ellen Green morta, fotos de pessoas mutiladas e por fim uma flor de Oleandro, complementavam aquela cena medonha.
— Quem te mandou isso, Davys? - perguntou Muccurtney.
— Eu não sei. - sua respiração começou a ficar ofegante, ela se pôs a chorar e se sentou.
— Davys você está bem? - indagou Santos levando a mão em sua própria nuca.
— Minha irmã... Santos, minha irmã... ela deve estar correndo perigo, preciso ir pra casa.. - Davys estava fora de si.
— Oficial, vamos para a Casa de Davys, e vamos levar reforços! - ordenou Santos com um tom sério, muito diferente de como ele era normalmente.
— Certo. LAURENCIII!!! - era o escrivão do departamento, e também costumava ficar na sala ao lado.
— Sim, oficial? - Laurenci veio correndo em sua direção.
— Acione a polícia, e mande eles para esse endereço aqui, por favor. Sei que esse não é seu trabalho, mas por favor faça isso, uma pessoa está correndo risco de vida. Talvez, até mais pessoas estejam.
— Tudo bem, oficial. - Laurenci saiu às pressas.
— Enquanto a nós? - perguntou Santos.
— Dê uma água com açúcar para Davys, eu vou indo na frente, e quando ela se acalmar, você leva ela.
— POR QUE NÃO POSSO IR AGORA??? - Davys gritou em um tom desesperador.
— Se recomponha, Davys. Você já lidou com casos sérios durante sete anos, sabe que a qualquer momento pode acontecer qualquer coisa com pessoas e que um familiar em estado de choque ou fora de si pode atrapalhar o caso. Olha seu estado, quando estiver melhor, aí então você vai. - Disse Muccurtney com um tom de voz sério.
— Ele tem razão, Davys. Senta aí e se acalma, já, já estamos indo. Pode ir na frente, Muccurtney, vamos em seguida. - o detetive fitou a mulher que estava tremendo.
Então o oficial Muccurtney saiu, Santos se aproximou de Davys e começou a tentar acalma-la.
— Davys, eu sei que tudo isso foi chocante, mas você precisa ficar calma, tenho certeza que nesse momento sua irmã está bem, ela vai precisar de você. Mas não deixe que isso tudo faça você perder o foco no caso de Ellen Green, só descobrindo quem a matou, vamos descobrir quem te ameaçou!
— Você tem razão, Santos. Eu não sei o que fazer, minha única família são essas três mulheres, minha mãe, minha irmã e minha sobrinha, se algo acontecer com alguma delas... eu morro junto.
— Sim, mas para isso você precisa lutar, se recompor, não pode ficar neste estado, você sabe muito bem que isso foi dito para te amedrontar não sabe?! E que queiram que você desista do caso, não sabe?
— Você tem razão! Não posso, preciso de uma água! E depois vamos para minha casa... - Davys se levantou e foi até o bebedouro, um pouco tonta, provavelmente sua pressão havia caído.
— Sim, beba sua água, eu te levo até sua casa.
Davys bebeu a água, se sentou e respirou fundo. Em seguida, quando estava se sentindo melhor, se levantou.
Os dois saíram e foram diretamente para o carro de Santos, lá reinou o silêncio, porque Santos tinha medo de dizer qualquer coisa e assustar ainda mais Davys. Até que a própria puxou um assunto.
— Você tem namorada, Santos? - tentou fazer uma pergunta comum, porém se arrependou instantaneamente.
Santos se assusta. Por que aquela pergunta repentina? Um certo desconforto e timidez fez o silêncio permanecer por mais alguns segundos.
— Uau. Não, Davys! Eu tinha uma mas infelizmente ela disse que não queria um homem que ficasse mexendo com gente morta e desaparecida. E você Davys namora?
— Que engraçado perguntar isso, trabalhamos juntos a sete anos e não sabemos muito da vida um do outro. Não, eu não tenho, nunca tive tempo para isso.
— Pois é. Acredito que sabemos e conhecemos apenas o necessário. E sua mãe? Você mencionou ela mais cedo hoje... ela está passando por algum problema na viagem?
— Ela está bem, muito feliz lá no Japão junto do meu padrasto. Minha mãe conversa com minha irmã todos os dias por Skype, parece que está voltando no próximo sábado.
— Que bacana Davys. Gostaria de saber mais como está sendo sua viagem. Mas infelizmente perdemos vinte minutos calados, então sua casa fica bem aqui, qual delas?
— A amarela cheia de polícia em volta... - Davys estava calma porque sabia que em situações assim, se desesperar só atrapalharia.
Os dois desceram do carro e foram em direção a casa de Davys. Para eles, cada passo estava rodando em câmera lenta, desde o barulho das sirenes, até a conversa alheia dos envolvidos. Então encontraram o oficial Muccurtney na viatura, ele havia acabado de chegar, poucos minutos antes.
— Davys, preciso que chame sua irmã... - pediu o oficial.
— Tudo bem. - Davys pegou um microfone e falou. - Angelina você está aí? Você está bem?!
Em seguida Angelina saiu de dentro de sua casa com a bebê no colo, ela estava com um semblante assustado, provavelmente por descobrir que a polícia que cercava sua rua, era para ela e não para algum vizinho.
— Mas que porra é esta?! - ela gritou em direção a sua irmã.
— Graças a Deus. - a detetive correu para abraçar sua irmã, e sua sobrinha. Algumas lágrimas caíram por seu rosto, aquilo havia deixado Davys um tanto aliviada.
— Tudo bem, galera, alarme falso. Vamos voltar para o departamento e você Davys pode tirar o resto do dia de folga. - disse o oficial voltando para dentro do carro.
— Bem, vocês duas estão bem? - perguntou Santos para Angelina e Davys.
— Eu esto bem, só queria saber o que aconteceu! - disse Angelina dando os ombros.
— Elas bem, eu bem! Obrigada por me acalmar, Santos. Acho que teria tido um surto.
— Certo, bem... Vou voltar para o departamento, nos vemos amanhã! Se cuidem garotas. - Santos se despediu e saiu.
— Eu recebi ameaças, Angelina, acho que quem matou a Ellen Green, conhece agora nossa vida pessoal. Por isso tome cuidado, não fale com ninguém, certo?
— Meu Deus... - Angelina abaixou a cabeça e ficou preocupada. Ambas entram para dentro de casa, tracam tudo. Pois já haviam tido muita adrenalina para um dia só.
— Tia, Holi? - ao adentrar sua residência, viu sua tia sentada em seu sofá.
— Oi, Mari. Sua irmã não quis ficar lá em casa, então viemos para cá. Como vai?
— Bem. Que bom que resolveram vir para cá. - ela sorriu e se sentou ao lado de sua tia, que lhe deu um pequeno sorriso.
— Mari, vou me mudar de cidade. E gostaria de convidar a Angel com a pequena Mel para morar comigo.
— Essa proposta veio na hora certa! - suspirou aliviada.
— Ei, vocês nem perguntaram minha opinião. - reclamou.
— Querida, vou para Los Angeles. Lá não é um lugar muito ruim de se viver, pense na proposta.
— Eu concordo! Tenho uma amiga que vai para lá! Hannah Green, trabalhamos juntas por alguns meses, ela passou num concurso. Fora que é mais seguro irmã. - Davys sorriu.
— Posso pensar.
As três ficaram ali conversando por horas a fio. Aquela proposta realmente iria ter que ser pensada com cuidado, pois Angelina poderia correr riscos ficando em San Diego.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro